Estudo sueco revela que hipocondríacos tendem a ter vida mais curta

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
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Um estudo sueco publicado na revista JAMA Psychiatry trouxe à tona uma descoberta preocupante: pessoas diagnosticadas com hipocondria, também conhecida como nosomifalia, enfrentam um risco significativamente maior de morte precoce em comparação com aqueles que não compartilham dessa preocupação excessiva com a saúde.

A pesquisa foi conduzida em nível nacional, abrangendo 4.129 indivíduos diagnosticados com hipocondria e 41.290 indivíduos demograficamente semelhantes sem a condição. Os resultados destacam um aumento do risco de morte por causas naturais e, notavelmente, por suicídio entre os hipocondríacos.

Taxas de mortalidade

As taxas gerais de mortalidade foram notavelmente mais altas entre aqueles diagnosticados com hipocondria, alcançando 8,5 em comparação com 5,5 nas pessoas sem a condição. A idade média de morte para os hipocondríacos foi de 70 anos, e o risco de morte por doenças circulatórias e respiratórias mostrou-se significativamente elevado.

O levantamento ressalta a associação da hipocondria com comorbidades psiquiátricas, incluindo transtornos depressivos e de ansiedade, síndrome de fadiga crônica e dor crônica. A pesquisa destaca o impacto substancial na qualidade de vida e no cotidiano desses indivíduos.

Ansiedade como fator de risco


Em casos de hipocondria, verifica-se que há indivíduos que experimentam níveis elevados de ansiedade, a ponto de evitar o contato com serviços médicos. (Foto: reprodução/Freepik)


David Mataix-Cols, líder da pesquisa no Instituto Karolinska, destaca a relevância do estudo ao preencher uma lacuna na literatura. Ele enfatiza que a ansiedade crônica associada à hipocondria pode levar a evitação de serviços médicos, prejudicando a supervisão de condições graves e contribuindo para o aumento do risco de mortalidade.

O estudo aponta que a hipocondria é considerada um distúrbio crônico, com baixa probabilidade de remissão sem tratamento adequado. Os pesquisadores ressaltam a importância do tratamento, que pode envolver terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento, educação e, em alguns casos, medicamentos antidepressivos.

Profissionais alertam sobre sensibilidade ao abordar a ansiedade excessiva

Jonathan E. Alpert, líder do conselho de pesquisa da Associação Psiquiátrica Americana, destaca a importância da sensibilidade ao encaminhar pacientes ansiosos para profissionais de saúde mental. Ele enfatiza que, mesmo para aqueles com preocupações leves, o sofrimento é real e que é crucial levar a hipocondria a sério, oferecendo tratamentos eficazes.

A hipocondria, geralmente desenvolvida na vida adulta, requer uma abordagem cuidadosa. Este estudo sueco lança luz sobre os desafios enfrentados pelos hipocondríacos, destacando a necessidade de intervenções adequadas para melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de mortalidade prematura.

 

Foto destaque: A hipocondria é identificada pela obsessão com a possibilidade de possuir um problema médico sério não diagnosticado. (Reprodução/Freepik)

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