Uma nova subvariante do vírus da Covid-19, denominada Pirola (JN.1), foi identificada pelo Instituto Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco. O registro, feito na quarta-feira (27), marca o primeiro caso da linhagem no estado, alertando para uma possível influência no aumento dos casos da doença.
Detalhes genômicos e primeiro caso confirmado
A Pirola, apontada como responsável pelo crescimento de casos em outros estados, como: Ceará, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, agora se estabelece em Pernambuco. A pesquisa genômica realizada pelo Instituto abrangeu diversas cidades, revelando uma taxa de positividade preocupante de 26,9% entre 17 e 23 de dezembro.
O sequenciamento genético realizado nas cidades de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Ouricuri e Salgueiro resultou na identificação de 30 genomas da Ômicron. Entre eles, um genoma da subvariante Pirola foi detectado em uma paciente de 49 anos, residente no Recife, coletada em 12 de dezembro.
Avaliação de risco pela OMS e ações da SES
Conforme relatado pela SES, os números de casos de Covid-19 em Pernambuco cresceram em quase 800% em novembro (Foto: reprodução/Freepik)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a subvariante Pirola como “variante de interesse” devido à sua transmissão acentuada, embora não represente grande risco à saúde pública, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). A SES destaca que continuará monitorando o cenário epidemiológico e a circulação de variantes em parceria com o Instituto Aggeu Magalhães.
O número de casos de Covid-19 em Pernambuco cresceu em quase 800% em novembro, conforme relata a SES. Mesmo com o aumento, 97% das notificações são de casos leves, que não requerem internação. Em resposta ao aumento, o governo autorizou a aplicação de uma segunda dose da vacina bivalente para proteger contra a Ômicron e suas subvariantes.
Pesquisador da Fiocruz alerta para a situação
Marcelo Paiva, pesquisador da Fiocruz, ressalta que a identificação da Pirola em Pernambuco é mais uma evidência do aumento de casos no estado. Ele destaca que a linhagem foi detectada a partir de amostras coletadas em dezembro, evidenciando a dinâmica de circulação do vírus.
A Pirola, detectada pela primeira vez em julho de 2023 na Dinamarca, possui mais de 35 mutações em partes cruciais do vírus, se comparada com a variante XBB.1.5. Essa última, identificada no Brasil no início deste ano, foi responsável por um significativo aumento de casos em alguns países.
Foto destaque: Conhecida como Pirola, subvariante da linhagem Ômicron(Reprodução/Freepik)