Entre janeiro e fevereiro de 2022, cerca de 2.801 pacientes com doenças incuráveis e, que precisam de tratamento contínuo, ficaram sem receber medicamentos, como é o caso de pacientes portadores de lúpus, osteoporose e doença de Crohn, além de outras enfermidades crônicas.
Entre os estados, São Paulo é o líder na lista dos que tiveram problemas no abastecimento, com 1.663 relatos. Em seguida, vem Rio de Janeiro, Ceará e Minas Gerais com reclamações de desabastecimento.
Cartela de rémedios. (Reprodução/Pexels)
De acordo com o Movimento Medicamento no Tempo Certo (MTC), da Biored Brasil, uma rede de defesa de pacientes, o relatório indicou que 63 medicamentos essenciais tiveram irregularidades no fornecimento para os estados, sendo a maior parte deles de responsabilidade do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais, sendo parte deles de custo elevado, como é o caso do infliximabe, que chega a custar R$6 mil a unidade.
Nesse sentido, a organização pública possui uma falta de medicamentos a partir de dados apontados por pacientes através de queixas registradas por meio de preenchimento de formulários eletrônicos disponibilizados nos canais da Biored Brasil.
Além disso, o relatório também destaca o tempo médio dos pacientes sem o medicamento, sendo mais de 750 pacientes com atraso de 16 à 30 dias. Mais de 500, por mais de 61 dias. Além de pacientes com falta entre 46 e 60 dias, entre 31 a 45 dias e menos de 15 dias, gerando insegurança e instabilidade.
São Paulo lidera o ranking
Entre os estados, São Paulo aparece em primeiro lugar com relatos de falta no fornecimento de medicamentos com 1663 pacientes sem remédios entre janeiro e fevereiro, uma posição que se assemelha muito ao ano de 2021, em que o estado também liderou com 7.832 pacientes sem medicação.
Em nota, a Secretaria de estado da Saúde de São Paulo informou que os medicamentos que são adquiridos pela pasta estão em distribuição e/ou com estoque abastecido. Assim, somente os medicamentos naproxeno 257mg e codeína estão em processo de compra. “A pasta segue cobrando celeridade na entrega ao fornecedor, que está sujeito a multa por descumprimento do prazo”, diz o comunicado.
Foto destaque: Pessoa segurando medicamentos nas mãos (Reprodução: Pexels)