Nova variante: entenda como os cientistas brasileiros identificam a BA.2 no país

Wagner Edwards Por Wagner Edwards
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A detecção de novas variantes do Covid-19 só é possível graças à vigilância genômica, estrutura constituída por laboratórios, equipamentos e cientistas aptos a receber amostrar de pacientes infectados pela doença. Estes profissionais fazem o sequenciamento genético do material e determinam qual linhagem do vírus circula por determinada região.

Graças a esse trabalho que o país conseguiu identificar os primeiros casos de infecção relacionados à BA.2 no Brasil, uma variante da linhagem da Ômicron: a mais infecciosa até então e predominante em lugares como Dinamarca e Índia.

Até o presente momento, as amostras dos primeiros brasileiros infectados com essa nova linhagem estavam no Rio de Janeiro e em São Paulo, sendo duas pessoas em cada estado, de acordo com a informação veiculada recentemente pelo Ministério da Saúde.


Subvariante BA.2 detectadas em células humanas. (Foto: Reprodução/BBC).


Paola Resende, virologista e pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FioCruz), é uma de várias cientistas que fazem parte da estrutura de vigilância genômica do Brasil.

Como o próprio nome adianta, o centro onde ela trabalha é referência na investigação de vírus respiratórios para o Ministério da Saúde.

A especialista explica que, desde que a Ômicron foi identificada pela primeira vez na África do Sul e em Botsuana em novembro do ano passado, algumas linhagens derivadas dela foram descobertas em outras partes do mundo.

“A Ômicron ‘clássica’ é conhecida por B.1.1.529. Dentro desse grupo, temos algumas outras linhagens, como a BA.1, a BA.1.1, a BA.2 e a BA.3”, explica.

O surgimento de novas variantes é esperado uma vez que o vírus infecta cada vez mais pessoas, adaptando-se a diferentes sistemas imunológicos e criando novas formas de permanecer no organismo, lutando contra as células de defesa.

Ainda segundo a virologista, embora a BA.2 tenha ganhado os holofotes nas últimas semanas, ela ainda está presente numa minoria das amostras analisadas.

“A BA.1 e a BA.1.1 são as que apresentam maior disseminação global e uma rápida dispersão. A BA.2 começou a se destacar em alguns países, como a Dinamarca, onde ela está em cerca de 35% dos genomas sequenciados”, afirma.

 

Foto de destaque: subvariante BA.2. Reprodução/Agência Brasil.

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