O paciente Paulo Peregrino, 61 anos, diagnosticado com câncer há 13 anos, teve uma remissão completa da doença. Peregrino foi submetido a uma terapia celular chamada Car-T Cell durante um mês. Esse procedimento foi implementado na rede pública pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto.
Paulo estava em um hospital público do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo acompanhado pelo médico Vanderson Rocha, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador nacional de terapia celular da rede D’Or.
“Comecei a acompanhar o caso do Paulo quando já tinha feito uma grande parte do tratamento. A doença voltou, então, a última opção dele realmente era o CAR-T Cell. Tive que pedir autorização da Anvisa pra gente poder fazer esse tipo de tratamento. Muitos pacientes não têm essa oportunidade”, explicou o médico.
O paciente buscou o tratamento Car-T Cell, após encontrar informações sobre o procedimento na internet. Durante a terapia celular, Paulo sentiu dormência nas mãos. Porém, seu quadro clínico teve um progresso rápido, recebendo alta neste domingo (28).
“Foi uma resposta muito rápida e com tanto tumor. Fico até emocionado. Fiquei muito surpreso de ver a resposta, porque a gente tem que esperar pelo menos um mês depois da infusão da célula. Quando a gente viu, todo mundo vibrou. Coloquei no grupo de professores titulares da USP e todo mundo impressionado de ver a resposta que ele teve” declarou Vanderson Rocha.
Tomografia mostra progresso do paciente. Imagem da direita é o resultado da doença após a terapia celular. (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/G1)
Sobre o CAR-T Cell
O procedimento é uma terapia celular contra o câncer, realizado em poucos países. O tratamento é feito com medicamentos desenvolvidos com as próprias células de defesa (linfócitos T) modificadas do paciente. De acordo com Dimas Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular CEPID-USP e do Núcleo de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto, a produção dessas células custa em torno de R$ 2 milhãoes de reais.
Segundo o G1, atualmente 14 pacientes foram tratados com a terapia celular com verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Entre esses pacientes, 69% obtiveram remissão completa do câncer depois de 30 dias.
Foto em destaque: Paulo Peregrino e médico Vanderson Rocha. Reprodução/Arquivo Pessoal/Diário do Nordeste