Informe mundial de saúde mental divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, comprovou que quase 1 bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, viviam com um transtorno mental. Este informe foi a maior revisão mundial sobre saúde mental desde a virada do século. O trabalho detalhado pela OMS fornece um plano para governos, acadêmicos, profissionais de saúde, sociedade e outros que se importem com a transformação da saúde mental.
A pandemia de COVID-19 agravou ainda mais a questão da saúde mental. No primeiro ano da pandemia, houve um aumento de 25% na prevalência da depressão e ansiedade no mundo. Esse aumento de casos ocorreu devido à ação direta do vírus da Covid-19 no sistema nervoso central e as experiências traumáticas associadas à infeção ou à morte de pessoas próximas. Além disso, o estresse induzido pela mudança na rotina por conta das medidas de distanciamento social na rotina de trabalho, nas relações afetivas e a interrupção de tratamento por dificuldades de acesso devido ao lockdown também contribuíram para isso.
Mulher cuidando de sua saúde mental (Foto: Reprodução/Freepik
O epidemiologista Jesem Orellana, do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia), evidencia o suicídio como um problema de saúde pública mundialmente disseminado e que se apresenta como importante causa de morte prematura, especialmente na América Latina. “Por isso, é fundamental conhecer a sua magnitude, distribuição e possíveis razões, visando a sua prevenção”, explica, acrescentando que sua ocorrência pode variar amplamente, dependendo da dinâmica social, econômica e sanitária que o indivíduo se encontra na sociedade, especialmente em momentos de forte instabilidade como em guerras ou pandemias. “Elevadas taxas de suicídios têm sido associadas a fatores biológicos como sexo ou idade, bem como a fatores sociais e transtornos mentais, especialmente ansiedade e depressão”, citou o especialista, de acordo com o site da FioCruz. O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes, e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade
No entanto, apesar da alta incidência de problemas de saúde mental, o estigma e discriminação ainda são presentes, o que leva à exclusão social e à negação de direitos básicos, como oportunidades de emprego e educação.
Para que essa exclusão social não continue ocorrendo, um grupo de pesquisadores que participam da Comissão da Lancet, estabeleceram uma série de recomendações. Dentre elas, alegam que com uma ação radical, é possível acabar com o estigma e a discriminação contra pessoas com problemas de saúde mental e suas famílias em todo o mundo.
Foto Destaque: Mulher juntando as peças para cuidar da mente. Reprodução/Freepik