Pedra no rim: urologista fala sobre a formação de cálculo renal, diagnóstico e tratamento da doença

Heloisa Santos Por Heloisa Santos
4 min de leitura

As “pedras nos rins”, também conhecidas como cálculos renais, são estruturas sólidas que podem causar dores intensas e desconforto para muitas pessoas. Elas acometem cerca de 15% da população, mas, com os devidos controle e acompanhamento médico, podem ser evitadas. É o que afirma o médico urologista, Dr. Julliano Guimarães.

Ele explica que cálculos renais são formados por aglomerados de cristais de substâncias presentes na urina das pessoas. “Visualmente, eles têm aspecto de pedra mesmo, o que explica o nome popular ‘pedras nos rins'”, esclarece.

Uma das principais questões abordadas na entrevista foi sobre as causas dos cálculos renais. O especialista ressaltou a importância do fator genético: “Dentre os principais fatores associados à formação de cálculo, a gente precisa destacar a herança familiar. É uma doença que tem componente genético muito importante. Em torno de 30% das pessoas que têm pedras nos rins têm pai, mãe ou irmão com a mesma doença.”

Além do fator genético, o estilo de vida e a dieta também desempenham um papel crucial na formação dos cálculos renais. “Pessoas que tomam pouca água, ingerem muito sal e são sedentárias também têm maior chance de formar pedras nos rins”, alerta o Dr. Guimarães.

Outros elementos que podem contribuir para a formação dos cálculos incluem o uso de certos medicamentos, como aqueles utilizados para tratar AIDS, antibióticos e medicações neurolépticas para convulsões. “Outras condições, como cirurgia bariátrica e alterações hormonais, também podem predispor à formação de cálculo”, acrescentou o médico.

No entanto, o Dr. Julliano Guimarães tranquiliza os pacientes ao afirmar que é possível prevenir a formação das pedras nos rins. “Não é porque a pessoa tem, por exemplo, uma herança familiar, que ela está fadada a ter pedras nos rins durante toda a vida”, afirmou ele.

Para evitar recorrências, o especialista recomenda análises detalhadas após cirurgias ou tratamentos para a remoção dos cálculos. “A melhor que existe chama-se análise cristalográfica de cálculo urinário, que é como se fosse uma biópsia do cálculo. Com exames de sangue e urina de 24 horas, conhecidos como perfil metabólico, é possível entender o motivo pelo qual o paciente está formando cálculo e orientar a dieta e medicamentos para evitar a recorrência da doença”, explicou o médico.

Sobre os tratamentos, o especialista destacou as opções mais eficazes para casos em que os cálculos são maiores que 5mm. “A cirurgia flexível a laser é a mais usada atualmente. Através do canal que liga o rim à bexiga, é possível fragmentar os cálculos no interior do rim antes mesmo que eles possam causar cólica renal. São cirurgias minimamente invasivas, permitindo que o paciente receba alta no mesmo dia sem nenhum corte”, esclareceu o especialista.

Segundo o Dr. Guimarães, o cálculo renal é uma doença extremamente recorrente, e pacientes que eliminaram um cálculo têm chance de 50% de formar uma nova pedra entre 5 e 10 anos. “Por isso, a importância de seguir as orientações médicas e adotar medidas preventivas para evitar futuros episódios”, alertou o médico.

Foto Destaque: Reprodução

Deixe um comentário

Deixe um comentário