Foram registrados os primeiros casos de Covid-19 da subvariante ômicron XQ no Brasil. Os dois primeiros casos foram registrados em São Paulo. O Instituto Butantan sequenciou prontamente essa nova variante do ômicron.
Após o sequenciamento do vírus, foi descoberto que a subvariante ômicron XQ é a combinação de outras duas sublinhagens da ômicron: a BA.1.1 e a B.2. Segundo o sistema internacional de classificação e registro de novas linhagens, conhecido como Pango, 49 casos de variantes recombinantes já haviam sido registrados na Inglaterra e no País de Gales.
As recombinações de um vírus acontecem quando uma pessoa se infecta por dois tipos do vírus, duas variantes, ao mesmo tempo. Porém, o caso da subvariante XQ é diferente. A ômicron XQ é a combinação de duas sublinhagens da ômicron.
Sars CoV-2(amarelo) na superfície das células(Foto: Reprodução/NIAID-RML/ASSOCIATED PRESS)
A infectologista do hospital Sírio-Libanês, Carla Kobayashi, afirmou que a ômicron XQ já havia sido alertada pela OMS no mês de março, porém a subvariante ainda não era nomeada como XQ.
Carla dá ênfase que com a maior aparição de variantes, maiores os riscos de que elas sejam mais transmissíveis, ocorram novos sintomas, novos riscos. Porém, essa nova subvariante tem características semelhantes às outras.
Segundo o médico geneticista diretor do Laboratório Genetika, em Curitiba, Salmo Raskin, explana que ainda há poucos casos no mundo para saber detalhes sobre a transmissibilidade e virulência da ômicron XQ. Ele ainda afirmou que: “Todas essas variantes recombinantes são chamadas de variantes de interesse. Estão abaixo do grau de variante de preocupação (VOC) da OMS.”.
A Secretaria de Saúde de São Paulo emitiu uma nota sobre os primeiros registros de casos de Covid-19 da nova subvariante, ômicron XQ. Segue abaixo na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Saúde mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual. A confirmação de variantes ocorre por meio de sequenciamento genético e, até o momento, há dois casos da nova variante Ômicron XQ (BA.1.1 e BA.2) no município de São Paulo identificadas pelo Instituto Butantan. Balanço da vigilância aponta mais de 10 mil casos da variante Ômicron e suas sublinhagens.
O comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. A Vigilância estadual, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), monitora, acompanha e auxilia nas investigações, em tempo real de todas as Variante de Preocupação (VOC = Variant Of Concern), tais como Delta, Alpha, Beta, Gamma e a Ômicron.
As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel); distanciamento social; e a vacinação contra a Covid.”
Foto Destaque: Vírus atingindo uma célula (Foto: Reprodução/Unsplash)