Segundo a OMS, 15% dos trabalhadores no mundo possuem transtornos mentais

Bruno Gama Por Bruno Gama
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Nesta quarta-feira (28), a Organização Mundial de Saúde (OMS), junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgaram documentos inéditos sobre a saúde mental no ambiente de trabalho. Foi constatado que 15% dos trabalhadores adultos vivem com algum transtorno mental.

Para as organizações, a falta de estrutura e apoio eficazes afetam diretamente a condição mental do trabalhador, influenciando na autoconfiança, o prazer e capacidade laboral, o que, consequentemente, reduz a capacidade de se conseguir um emprego.

As organizações afirmam que, durante décadas, a saúde mental foi uma das áreas mais negligenciadas no mundo. As entidades salientam que em governos, locais de trabalho e em comunidades ao redor do globo, a questão de saúde mental é mal vista, recebe poucos recursos e não é uma das prioridades.

Para a OMS, essa visão sobre saúde mental cria barreiras, dificultando o avanço na área. As consequências disso podem levar empresas a não contratarem funcionários com transtornos mentais e alguns profissionais podem hesitar em tornar pública sua condição de saúde ou procurar ajuda especializada, podendo atrapalhar a carreira.


Discriminação e assédio estão entre os pilares do problema (Foto: Reprodução/Pexels)


O ambiente de trabalho é uma faca de dois gumes: pode tanto prejudicar quanto ajudar a saúde mental. Ambientes de trabalho mais descontraídos e abertos ao diálogo influenciam de maneira positiva os funcionários, para além de lucro ou desempenho. Para pessoas com transtornos graves, um local mais amigável pode ajuda-los a se recuperar de maneira mais eficaz de sua condição mental.

Por outro lado, o desemprego ou instabilidade e ambientes precários são fontes de estresse e representam um grande risco à saúde mental. Principalmente em situações de discriminação e assédio, além claro de tensões envolvendo gênero, orientação sexual, religião entre outros.

Pela primeira vez, a OMS recomenda o treinamento de gerentes para desenvolver sua capacidade de prevenir ambientes de trabalho tóxicos para os funcionários. O documento em questão reforça que é inaceitável a desigualdade e discriminação para com os funcionários. A entidade salienta também que o local de trabalho deve se adaptar às condições de saúde do seu funcionário, fornecendo todo o apoio necessário para a recuperação do mesmo.

‘’O bem-estar do indivíduo é motivo suficiente para agir, mas a saúde mental precária também pode ter um impacto debilitante no desempenho e na produtividade de uma pessoa. Essas novas diretrizes podem ajudar a prevenir situações e culturas de trabalho negativas e oferecer proteção e apoio à saúde mental muito necessários aos trabalhadores’’, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, em comunicado.

Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e ansiedade, custando à economia global quase 1 U$ trilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões).

Foto em destaque: Um ambiente de trabalho tóxico é extremamente prejudicial à saúde mental Reprodução/Pexels

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