Na última segunda-feira (24) foi publicado um estudo na JAMA Network Open associando jogos de vídeogame com o desempenho cognitivo de crianças. O estudo foi feito pelo instuto americano NIDA, que é um Instituto Nacional de Abuso de Drogas e o texto foi intitulado como “Association of Video Gaming With Cognitive Perfomance Among Children”. Embora os pais das crianças se geralmente se preocupem com a influência que o vídeogame tem nas crianças, o estudo indicou ter benefícios cognitivos associados a essa forma de passatempo.
O estudo envolveu 2.217 crianças de 9 a 10 anos e revelou que as que jogam videogames por 3 horas ou mais por dia possuem um desempenho cognitivo maior do que aquelas que não jogam. Para garantir que houvesse uma variação geográfica adequada, as crianças estudadas foram de 21 estados diferentes dos Estados Unidos. Em um dos testes feito pelo estudo, as que jogavam videogame com frequência respondiam aos estímulos 0.8 milissegundos mais rápido do que as demais.
Controle de vídeo game: Crianças que jogam respondem a estímulos mais rápido das que não jogam (Foto: Reprodução/Tech Mundo)
Enquanto estudos anteriores se concentraram nos efeitos negativos dos videogames, como o desenvolvimento de depressão ou o aumento da agressividade nos jovens, o estudo do NIDA focou apenas na parte cognitiva, sem levar em conta prejuízos que podem causar, como falta de exercício físico, por exemplo.
O autor principal da pesquisa foi o professor assistente de psiquiatria na Universidade de Vermont, Bader Chaarani, ele e seus colegas analisaram dados do extenso estudo em andamento Adolescent Brain Cognitive Development (ABCD), que é financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde.
“As descobertas levantam a interessante possibilidade de que os videojogos fornecem uma experiência de aprendizagem cognitiva com efeitos neurocognitivos mensuráveis”, concluíram os autores do estudo.
“No entanto, ainda não é possível saber se o melhor desempenho cognitivo leva a mais jogar, ou se é o fato de jogar mais que melhora esse desempenho.” explicou o autor do estudo.
“Muito tempo em frente ao ecrã é obviamente mau para a saúde mental e atividade física”, complementou Bader Chaarani.
Os resultados do estudo também mostraram que os videogames podem ser um uso melhor das telas do que assistir a vídeos do YouTube, o que não possui efeitos cognitivos identificáveis.
Foto destaque: Jogar vídeo game pode ser benéfico para o desempenho cognitivo das crianças. Reprodução/G1