A revista científica Nutrition Reviews, publicou, em novembro do ano passado, que o mel pode ser uma substituição saudável do açúcar e, segundo a pesquisa feita, o consumo desse adoçante natural, produzido pelas abelhas, pode diminuir os níveis de colesterol e controlar o açúcar no sangue.
Os pesquisadores da Universidade de Toronto avaliaram os benefícios da ingestão do alimento em mais 1.100 participantes e fizeram uma revisão sistemática e análise de 18 ensaios clínicos.
O grupo que trocou o açúcar pelo mel ingeriu 40 gramas por dia e, de acordo com os resultados, essas pessoas apresentaram níveis baixos de glicemia em jejum, tiveram redução no colesterol ruim e triglicerídeos, aumento do HDL, ou colesterol “bom”, e diminuição de um marcador de doença hepática gordurosa.
Porém, além de consumirem o mel, os participantes seguiram padrões alimentares saudáveis, como o consumo de açúcar – inclusive o mel – ser de 10% ou menos da ingestão de calorias diárias.
Também foram avaliados os benefícios do mel cru e do mel de fontes monoflorais – tem um sabor distinto ou outro atributo devido ao fato de ser predominantemente do néctar de uma única espécie de planta.
Segundo o professor e apicultor fundador da Cia da Abelha, Armindo Vieira, a grande vantagem nutricional do mel, em comparação com o açúcar refinado, é que a sacarose do néctar da flor já é digerida pela abelha, sendo assim, o ser humano não precisa realizar esse processo.
Ou seja, o mel é digerido pela abelha, e se ela digere o mel, o radical livre desse processo fica no seu corpo e o que ela libera no alimento são moléculas de glicose e frutose sem radicais. Assim, quando ingerido pelos humanos, o mel terá a função de sequestrar radicais livres no organismo, explica o professor.
“O açúcar tem poder oxidante no nosso organismo, enquanto o mel tem poder antioxidante e atividade antibiótica contra bactérias, fungos, leveduras e vírus”, afirma Armindo.
Mel é melhor que açúcar. (Foto: Reprodução/Mel.com.br)
Entretanto, não é todo mel que é benéfico ao organismo, e o apicultor alerta sobre a qualidade do alimento industrializado: “No mel industrial, o néctar é simulado e a enzima usada é sintética, feita a partir de um processo laboratorial.” O mel industrial não passou pela abelha, então é um produto “falsificado”. Nesse caso, a abelha não foi até a flor.
Ainda segundo Armindo Vieira, o mel mais escuro deve ser uma preferência, pois a sua coloração determina o seu teor de sais minerais. Quanto mais sais minerais ele tem mais escuro ele é.
Foto destaque. Mel. Reprodução/Celeiro.