Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a perda de audição gradual não é comum somente nos idosos. Um alerta feito este ano pela OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que mais de 1 bilhão de pessoas com idades entre 12 e 35 anos correm o risco de perder a audição por conta da exposição excessiva a ruídos altos. Isso acontece, pois os jovens passam mais tempo utilizando aparelhos com volume alto, além de usarem fones de ouvido por longos períodos. Este fato é um alerta para a necessidade de investimento em políticas públicas voltadas à saúde auditiva.
Preocupada com esta questão, a Organização Mundial de Saúde emitiu um novo padrão internacional para audição segura em locais e eventos. A norma aplica-se a locais e atividades onde é tocada música amplificada.
Além disso, o Make Listening Safe, iniciativa da OMS, destaca a importância de reduzir o crescente risco de perda auditiva devido à audição “insegura” por meio de dispositivos e sistemas de áudio pessoais.
Segundo o grupo que participou da iniciativa, o tempo de exposição e a intensidade que uma pessoa ouve música usando seu dispositivo de áudio é um fator que determina o risco de perda auditiva. Por isso, criaram uma norma global da OMS-ITU com o objetivo de regular a exposição a sons altos por meio de sistemas de áudio e para reduzir o risco de perda auditiva associado ao seu uso.
De acordo com Maria Branco, fonoaudióloga do Grupo Microssom, empresa especializada em qualidade de vida de pessoas com necessidades especiais como perda auditiva, zumbido no ouvido e apneia do sono é necessário ficar atento no volume dos sons em que os jovens se expõe atualmente, já que passam muitas horas com fones de ouvido, sem controlar o volume, além de frequentarem locais com muitos ruídos excessivos.
“Usar esse tipo de dispositivo e ficar exposto a sons muito intensos, coloca essas pessoas na mira da população que vai desenvolver perda auditiva mais cedo”, explica “É muito importante evitar situações que provoquem essa exposição, além de frequentar os médicos para realizar um acompanhamento”.
Pensando nisso, a especialista listou cinco dicas para que jovens evitem a perdas auditivas:
Diminua o volume
A grande maioria dos jovens usa fones de ouvido durante longos períodos, o que não é recomendado, segundo a fonoaudióloga. Além disso, é importante ficar atento no controle do volume.
“Hoje em dia é possível ouvir música com um volume muito maior do que o recomendado, por isso a indicação é não ultrapassar a metade do controle”, explica. Além disso , alguns smartphones oferecem a possibilidade de configurar um limite seguro para o volume ou até mesmo um sistema de notificações para quando esse limite é excedido. Outra opção seria procurar por aplicativos que também podem fazer esta função de limitar o controle de volume em níveis seguros para a audição”, completa a fonoaudióloga.
Avise os colegas
Se controlar o volume é essencial para evitar problemas auditivos, caso você esteja ouvindo o som vindo do fone de outras pessoas, é importante avisá-los. “Se alguém consegue ouvir o som que está no fone de outra pessoa, é porque esse volume está muito mais alto do que o que deveria”, comenta Maria.
Evitar o uso em locais ruidosos
Se o ambiente já tiver um volume elevado, como é o caso de academias, por exemplo, é provável que a pessoa tenda a aumentar os volumes do fone ainda mais, o que não é uma boa ideia.
“O ideal, nesse caso, é evitar o uso dos equipamentos, para que não haja conflito com o barulho externo”, orienta Maria.
Ficar longe das saídas de som
Em shows, peças de teatro, convenções e outros ambientes com volume alto, também é necessário tomar cuidado e amenizar os danos para a saúde auditiva. Estima-se que nesse tipo de evento, o volume do som varia de 104 a 112 dB, excedendo os níveis permitidos (80 dB para adulto e 75 dB para crianças).
Nesse caso, existem duas opções. “Quanto menos tempo passar nesses lugares, melhor, mas caso o tempo de permanência seja maior, a dica é ficar longe das saídas de som”, comenta ela.
Usar protetores auriculares
Segundo a especialista, apesar de não ter alta adesão da população, o uso de protetores auriculares é uma ótima maneira de proteger a audição, atenuar os sons e permitir que a pessoa frequente ambientes sociais onde o nível de ruído é mais forte.
“Mas é importante ressaltar que mesmo usando esse tipo de proteção, ainda é necessário tomar todos os cuidados citados e evitar a exposição prolongada”, finaliza a fonoaudióloga.
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