Com o Brasil vivenciando um aumento significativo de casos de dengue, é notório que, ao final de alguns comerciais de medicamentos, uma mensagem rápida é reproduzida, alertando sobre a contraindicação do medicamento em caso de suspeita da doença.
No país, onde a incidência da dengue está em alta, é crucial compreender quais medicamentos devem ser evitados durante a infecção. A doença apresenta duas formas distintas: a clássica e a hemorrágica. Os sintomas mais comuns incluem febre alta repentina, dores musculares, dor de cabeça e prostração. Entretanto, em casos mais graves, cerca de um em cada 20, a dengue pode evoluir para sua forma hemorrágica.
Na dengue hemorrágica, os sintomas se intensificam, incluindo dor abdominal intensa, sangramento nas gengivas ou nariz, vômito persistente – às vezes com sangue – e presença de sangue nas fezes.
Quais remédios precisam ser evitados
De acordo com a doutora Ana Elisa Gonçalves, especialista em Ciências Farmacêuticas, os medicamentos como ibuprofeno, cetoprofeno, ácido acetilsalicílico (aspirina), naproxeno, piroxicam, diclofenaco, nimesulida e indometacina, pertencentes à classe dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), devem ser evitados durante a dengue. Estes medicamentos podem ampliar o risco de sangramento durante uma infecção viral.
Esses medicamentos interferem no funcionamento das plaquetas, células responsáveis pela coagulação sanguínea, aumentando o risco de hemorragia durante a dengue. Além disso, corticoides e anticoagulantes também são contraindicados.
Dipirona para pessoas com dengue
Durante a dengue, recomenda-se o uso de analgésicos como dipirona e paracetamol, que não interferem no risco de sangramento. No entanto, a dipirona deve ser usada com orientação médica, pois doses elevadas podem afetar o fígado, órgão já comprometido durante a infecção.
Vacinação contra a dengue
O Brasil enfrenta uma alta expressiva nos casos de dengue, com 243.720 casos registrados nas primeiras quatro semanas de 2024, representando um aumento de 273%. Diante desse cenário, a vacinação torna-se uma estratégia crucial. O Ministério da Saúde anunciou que 521 cidades receberão a vacina Qdenga, da Takeda, para a campanha de 2024. A vacina demonstrou uma eficácia geral de 80,2% na prevenção da doença.