Na noite desta segunda-feira (29), o bilionário Elon Musk anunciou nas redes sociais que foi realizado o primeiro implante efetivo de chip cerebral da sua empresa Neuralink em um paciente humano.
Tais estudos em humanos já haviam sido autorizados pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) em maio de 2023, e a Neuralink em específico disse que foi aprovada para tais testes em setembro, quando a empresa abriu inscrições para voluntários.
De acordo com as divulgações de Elon Musk no X (antigo Twitter), o primeiro produto da Neuralink será chamado de Telepathy e “vai permitir controle do seu celular, computador, e quase qualquer dispositivo, só a partir do pensamento.”
Elon Musk fundou a Neuralink em 2016 (Foto: reprodução/Reuters/Dado Ruvic)
Primeiros testes em humanos
Quando primeiro foram abertas as inscrições, já estava claro na ficha de recrutamento que a operação primeiro seria voltada para vítimas com paralisia, seja por causa de lesões da medula espinhal ou esclerose lateral amiotrófica (também conhecida como doença de Lou Gehrig). Ou seja, as pessoas que mais se beneficiariam com uma interface cerebral adicional.
“Os primeiros usuários serão aqueles que perderam o uso dos membros. Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um digitador rápido ou um leiloeiro,” exemplificou Elon Musk. “Esse é o objetivo.“
O procedimento cirúrgico, que foi realizado no domingo (28) por um robô, introduziu no paciente um implante de Interface Cérebro-Computador (BCI), na região do cérebro que detecta a intenção de movimento. De acordo com o empresário, o paciente já está se recuperando da operação, mas informações adicionais não foram divulgadas.
Caso seja efetivo no curto e longo-prazo, a operação pode não só se tornar essencial para tratar pessoas com condições médicas similares, mas eventualmente também acabar como um produto comercial para quaisquer consumidores.
Controvérsias de Elon Musk
Mas não são os primeiros testes da Neuralink em seres vivos. Em 2022 e 2023, a empresa divulgou que múltiplos macacos haviam sido mortos durante os seus experimentos, o que levou o governo a acionar investigações federais por parte da Comissão de Valores Mobiliários (SEC).
Elon Musk também já foi acusado de burlar protocolos de segurança adequados em sua administração da SpaceX, o que segundo a FWS pode ter causado problemas ambientais com o lançamento de foguetes, e do X (antigo Twitter), que vem sido acusado de falta de moderação sobre conteúdos para a segurança de seus usuários.