Entenda o transtorno “delírio a dois” que deu nome ao segundo filme do Coringa

Lourdes Carvalho Por Lourdes Carvalho
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Foto destaque: Coringa (Reprodução/Instagram/@_falasca)

Na última terça-feira (23), foi divulgado um trailer do filme “Coringa: Delírio a Dois”, no qual Arlequina (Lady Gaga) e Coringa (Joaquin Phoenix) aparecem enlouquecendo juntos. O longa vai mergulhar ainda mais na vida de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), que foi institucionalizado por crimes cometidos na trama anterior.

Dirigido por Todd Phillips, “Coringa: Delírio a Dois”, será lançado no Brasil no dia 3 de outubro de 2024. Zazie Beetz, Brendan Gleeson, Catherine Keener, Steve Coogan e Ken Leung aparecem no elenco ao lado de Lady Gaga e Joaquin Phoenix.

“Folie à deux”

“Delírio a dois” é um termo em português que corresponde a “folie à deux”, termo francês usado para explicar um transtorno delirante induzido raro, no qual as pessoas envolvidas compartilham a mesma ilusão ou delírio.

No transtorno, uma pessoa, considerada primariamente psicótica, incita a outra a absorver suas ideias ou crenças irracionais. Normalmente, acontece em relacionamentos próximos, como casais, irmãos ou amigos íntimos. Esse distúrbio pode causar comportamentos perigosos.


Coringa e Arlequina em “Coringa: Delírio a Dois” (Foto: reprodução/Instagram/@wbpictures)

O médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, formado em medicina pela UFCG explica que “loucura a dois” é uma condição rara e documentada há relativamente pouco tempo, em relação a outros distúrbios.

“Por ser relativamente nova e bastante rara, a condição possui poucos tratamentos, sendo baseada quase que exclusivamente na separação entre os dois indivíduos. Essa abordagem costuma ser mais eficaz para o indivíduo ‘secundário’ afetado pela loucura do agente principal. Já o ‘indutor’ costuma passar por internação, psicoterapia individual e familiar e tratamento farmacológico“.

Flávio H. Nascimento

“Delírio a dois” entre mãe e filha

O Jornal Brasileiro de Psiquiatria publicou um artigo, no qual descreve um caso de “folie à deux” entre mãe, que é o sujeito delirante primário, e filha, que é o paciente previamente saudável e secundariamente psicótica. Após tratamento, teve evolução terapêutica positiva. Em algumas situações, porém, as pessoas com esse distúrbio podem ter comportamentos violentos, agredir e até matar outrem.

O tratamento é ainda bem elementar, por ser uma condição nova e rara. Baseia-se na separação entre as duas pessoas. Esse mecanismo ajuda bastante o indivíduo “secundário”. O “indutor” costuma passar por internação, psicoterapia individual e individual, e tratamento farmacológico.

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