Fabricantes de remédios para emagrecimento são alvo de processo nos EUA

Nicole Mendes Por Nicole Mendes
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Foto destaque: pessoa com sobrepeso tirando medidas da barriga (Reprodução/Unsplash/Fuu J)

Usuários de Ozempic, Wegovy e outros medicamentos voltados ao emagrecimento estão processando as empresas responsáveis pela produção dos produtos nos EUA. Os pacientes alegam que as empresas não alertaram adequadamente sobre os efeitos colaterais das drogas como por exemplo problemas gastrointestinais. São cinco medicamentos envolvidos no processo judicial: Ozempic, Wegovy, Rybelsus, Trulicity e Mounjaro.

A ação judicial está sendo dirigida por um tribunal federal na Filadélfia e ela agrupa dezenas de casos de pessoas que tomaram pelo menos um dos cinco medicamentos. Eles foram consolidados porque representam casos jurídicos semelhantes. O julgamento será realizado na Pensilvânia já que é o lugar com maior número de acusações do caso e também porque a sede americana da Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, é em Nova Jersey, localidade próxima.

De acordo com a professora de direito na Villanova University Ana Santos Rutschman, essas ações judiciais irão ter implicações imediatas por motivos como chamar a atenção para os riscos associados a esses medicamentos. Os pacientes tiveram problemas de obstruções intestinais, gastroparesia e desaceleração ou interrupção do movimento dos alimentos no estômago. Outro efeito colateral é a chamada “cabeça de Ozempic” quando a cabeça fica desproporcional ao corpo.

A segunda coisa que chama atenção é o fato de a Food and Drug Administration (FDA), um departamento de saúde do governo, ter autorizado o uso desses medicamentos depois de fazer uma análise de risco-benefício. Ela entendeu que as drogas apresentavam mais benefícios. Esse departamento tem tido sua credibilidade posta em dúvida na última década.

O aumento da procura por Ozempic

A procura por medicamentos como o Ozempic tem aumentado nos últimos anos por causa de propagandas de celebridades ou de recomendações boca-em-boca. Nos Estados Unidos as prescrições dos medicamentos aumentaram cerca de 40 vezes entre o período de 2018 a 2023 e são recomendados para o emagrecimento e para a redução de risco de ataque cardíaco, além de outros eventos cardiovasculares.


Medicamentos para emagrecer estão em alta (Foto: reprodução/Iuliia Burmistrova/Getty Images Embed)


Além disso, mais de 15 milhões de americanos afirmam que já fizeram o uso da substância em maio de 2024. Esse tipo de medicamento inibe o apetite e por isso a perda de peso acaba sendo mais rápida. Ele estimula a produção de insulina e bloqueia o glucagon, hormônio que faz a glicose aumentar. Inicialmente a droga era indicada para pessoas com diabete tipo 2 já que a maioria das pessoas que têm a doença apresentam obesidade.

O que acontece quando há a interrupção do medicamento?

O medicamento ajuda seu corpo a se livrar da gordura, mas ele não corrige as causas para o seu ganho de peso. Por isso, ao parar de tomar a substância o peso volta ao seu normal. Por isso, só tomar os remédios não adianta para manter o peso, é necessária uma mudança de hábitos como prática de exercício físico e alimentação balanceada.

O principal motivo para os pacientes pararem de tomar a droga são por causa dos efeitos colaterais e outros por causa do custo para manter o medicamento. Porém, entrar e sair de dietas pode afetar o funcionamento do corpo  fazendo ele ter que lidar com picos de pressão arterial, frequência cardíaca e como seu corpo lida com açúcares e gorduras fazendo o sistema cardiovascular se estressar.

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