Farmácias vendem implantes hormonais como tratamento sem comprovação

A proibição dos implantes não se aplica aos que são comercializados sobre autorização; profissionais que incentivam tal uso podem sofrer medidas graves sobre pena criminal

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
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Foto Destaque: Implante Hormonal (Reprodução/Media News Group/Getty Images Embed)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização e manipulação dos chamados “chips da beleza”, que são populares em implantes hormonais que prometiam benefícios como aumento de libido, ganho de massa magra e emagrecimento. A decisão foi tomada após relatos crescentes de complicações graves, incluindo hipertensão, infartos AVC.

Mais de 250 pacientes registraram os efeitos adversos em uma plataforma lançada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Complicações na saúde

Esses implantes hormonais, amplamente promovidos nas redes sociais como solução para problemas de saúde femininos, ganharam fama por alegarem que tratariam sintomas de menopausa, endometriose e disfunção sexual. No entanto, 30 entidades médicas alertaram que não há comprovação cientifica para esses tratamentos, e que eles apresentam riscos aos pacientes por não serem regulamentados pela Anvisa.

A motivação para a Anvisa intervir na comercialçização foi a não aprovação dos medicamentos, ambos não passam pelo parâmentro da Anvisa como qualquer outro medicamento que possa representar algum risco a saúde, ou danos colaterais. Vale lembrar que esses chips eram feitos em farmacias de manipulação e recomendado por médicos e clinicas de estética, especialmente por meio de redes sociais, trazendo também um facil acesso aos chips pela população.


Anvisa (Reprodução/Portal.Gov.br)

Um dos casos mais graves é o de Fernanda Machado, de 39 anos, que implantou chips de testosterona e gestinona com esperança de aliviar sintomas após uma cirurgia de retirada de ovário. Como resultado, Fernanda agora depende de medicamentos e enfrenta problemas renais. O tratamento que visava qualidade de vida trouxe uma série de complicações inesperadas.

A suspensão desses chips levanta questões sobre o uso de terapias sem respaldo científico e a vulnerabilidade dos pacientes às promessas de tratamentos milagrosos, amplamente divulgados nas redes sociais. Embora alguns profissionais da saúde os defendam, a falta de estudos clínicos e de regulamentação coloca em risco a saúde dos usuários.

Implantes já aprovados não serão afetados pela proibição

A Anvisa esclareceu que a proibição não se aplica a implantes hormonais que são aprovados, como os anticoncepcionais regulamentado e que a implantação segue permitida com medicamentos registrados.  O Conselho Federal de Medicina (CFM) reforçou que profissionais que continuarem a recomendar ou divulgar esses implantes, estarão sujeitos a punições de responsabilidade criminal.

Além dos implantes hormonais, substâncias como NADH e NAD+, que prometem benefícios energéticos e de rejuvenescimentos, também tem sido observadas pela Anvisa, devido a falta de pesquisas comprovando sua eficácia e segurança.