A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização e manipulação dos chamados “chips da beleza”, que são populares em implantes hormonais que prometiam benefícios como aumento de libido, ganho de massa magra e emagrecimento. A decisão foi tomada após relatos crescentes de complicações graves, incluindo hipertensão, infartos AVC.
Mais de 250 pacientes registraram os efeitos adversos em uma plataforma lançada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Complicações na saúde
Esses implantes hormonais, amplamente promovidos nas redes sociais como solução para problemas de saúde femininos, ganharam fama por alegarem que tratariam sintomas de menopausa, endometriose e disfunção sexual. No entanto, 30 entidades médicas alertaram que não há comprovação cientifica para esses tratamentos, e que eles apresentam riscos aos pacientes por não serem regulamentados pela Anvisa.
A motivação para a Anvisa intervir na comercialçização foi a não aprovação dos medicamentos, ambos não passam pelo parâmentro da Anvisa como qualquer outro medicamento que possa representar algum risco a saúde, ou danos colaterais. Vale lembrar que esses chips eram feitos em farmacias de manipulação e recomendado por médicos e clinicas de estética, especialmente por meio de redes sociais, trazendo também um facil acesso aos chips pela população.
Um dos casos mais graves é o de Fernanda Machado, de 39 anos, que implantou chips de testosterona e gestinona com esperança de aliviar sintomas após uma cirurgia de retirada de ovário. Como resultado, Fernanda agora depende de medicamentos e enfrenta problemas renais. O tratamento que visava qualidade de vida trouxe uma série de complicações inesperadas.
A suspensão desses chips levanta questões sobre o uso de terapias sem respaldo científico e a vulnerabilidade dos pacientes às promessas de tratamentos milagrosos, amplamente divulgados nas redes sociais. Embora alguns profissionais da saúde os defendam, a falta de estudos clínicos e de regulamentação coloca em risco a saúde dos usuários.
Implantes já aprovados não serão afetados pela proibição
A Anvisa esclareceu que a proibição não se aplica a implantes hormonais que são aprovados, como os anticoncepcionais regulamentado e que a implantação segue permitida com medicamentos registrados. O Conselho Federal de Medicina (CFM) reforçou que profissionais que continuarem a recomendar ou divulgar esses implantes, estarão sujeitos a punições de responsabilidade criminal.
Além dos implantes hormonais, substâncias como NADH e NAD+, que prometem benefícios energéticos e de rejuvenescimentos, também tem sido observadas pela Anvisa, devido a falta de pesquisas comprovando sua eficácia e segurança.