Mesmo depois de 3 meses da realização do transplante de rins, o apresentador Fausto Silva ainda precisa passar por hemodiálise. A cirurgia aconteceu no final do mês de abril no Hospital Israelita Albert Einsten, em São Paulo. Faustão precisou realizar também um transplante de coração 6 meses antes.
O colunista da Globo, Ancelmo Gois, apresentou o equipamento portátil para hemodiálise que permite o uso de sua realização em casa, sem a necessidade de internação em clínicas especializadas, por exemplo.
O nefrologista Pedro Túlio Rocha, coordenador do Programa de Transplante Renal do Hospital Adventista Silvestre, localizado no Rio de Janeiro, explica como funciona o aparelho:
“A tecnologia é muito semelhante à da máquina convencional. Ela é miniaturizada, é menor, permitindo que a diálise seja feito em domicílio. Mas promove o tratamento com a mesma eficácia.”
O aparelho ainda é pouco usado, especialmente no Brasil, mas nos Estados Unidos e na Europa costuma ser mais utilizado e cresceu muito com a pandemia para dispensar a necessidade de pacientes se deslocarem até os centros especializados.
Entendendo sobre a hemodiálise
A hemodiálise é o procedimento através do qual uma máquina filtra e limpa o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento retira do corpo os resíduos prejudicais à saúde, como o excesso de sal e líquidos. Também controla a pressão arterial e ajuda o organismo a manter o equilíbrio de substâncias como sódio, potássio, ureia e creatinina, de acordo com as informações da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) – Ministério da Saúde.
As sessões possuem uma duração de 3-4 horas e é recomendado no mínimo 3 vezes na semana, devendo seguir as orientações médicas. A diálise tem como objetivo substituir a função dos rins que estão com seu funcionamento prejudicados.
Em casos como o do apresentador, foi necessário dar início até o novo órgão começar a funcionar corretamente, pois o organismo estava rejeitando os novos rins transplantados.
A máquina utilizada por Faustão é a Nx Stage System One, a mais usada nos dias de hoje, foi a primeira a ser aprovada para diálise; pesa cerca de 30kg e pode facilmente ser carregada, sem a necessidade de internação do paciente.
Porém, antes da utilização da máquina, é feito um treinamento com um profissional, paciente e cuidador. É ensinado a manusear o cartucho para a filtragem de sangue, acesso ao sangue, o que é feito por uma fístula arteriovenosa ou cateter -, além de ensinar como verificar os sinais vitais, ministrar medicamentos e agir em situações de emergência.
Para usá-la, é necessário conectá-la na tomada, a sessão dura em média 2 horas e meia. O sangue é bombeado da pessoa para o aparelho, passa pelo dialisador que remove resíduos em excesso e indesejados e retorna ao paciente, sendo repetido todo o processo.