Um recente relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou uma realidade preocupante no cenário da saúde global: as hepatites virais estão se tornando uma das principais causas de morte em todo o mundo. Com uma média de 3.500 vidas perdidas diariamente, as hepatites virais representam uma ameaça séria e persistente à saúde pública, causando 1,3 milhões de mortes anualmente, tornando-se a segunda principal causa de morte por doenças infecciosas, atrás apenas da tuberculose.
Estatísticas alarmantes
O relatório aponta que, embora existam ferramentas melhores para diagnóstico e tratamento, as taxas de testagem e cobertura de tratamento estagnaram em níveis alarmantes. No entanto, a meta ambiciosa da OMS de tratar 80% das pessoas afetadas até 2030 pode ser alcançável, desde que medidas rápidas sejam implementadas.
Em 2022, 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 5 milhões com hepatite C. A faixa etária mais afetada está entre 30 e 54 anos, e os homens representam a maioria dos casos. As novas infecções permanecem em níveis preocupantes, com 2,2 milhões de casos registrados em 2022, indicando uma ligeira redução em comparação com 2019.
Hepatite C (Foto: reprodução/Getty Images embed)
Diagnóstico e prevenção
Entretanto, o diagnóstico e tratamento adequados ainda são uma grande lacuna no enfrentamento dessa epidemia. Apenas uma pequena porcentagem das pessoas infectadas recebe tratamento adequado. A região africana é particularmente afetada, sendo responsável por uma grande parcela das novas infecções por hepatite B.
A prevenção continua sendo a melhor estratégia contra as hepatites virais. Enquanto a hepatite A pode ser prevenida com medidas simples de higiene e a disponibilidade de vacinas, como a oferecida pelo SUS, para a hepatite B, a vacinação é fundamental para interromper a transmissão vertical da mãe para o filho. No caso da hepatite C, medidas como o uso de preservativos e a não compartilhamento de objetos que possam conter sangue são essenciais.
Em suma, o relatório da OMS serve como um chamado urgente à ação. A colaboração global, juntamente com políticas de saúde pública eficazes, são essenciais para reverter essa tendência alarmante e salvar milhões de vidas em todo o mundo. A conscientização pública e o acesso universal ao diagnóstico e tratamento são passos cruciais rumo a um futuro onde as hepatites virais não representem mais uma ameaça tão grave à saúde pública global.