Xilitol é um adoçante de baixa caloria, comumente utilizado em alimentos com açúcar reduzido e produtos como chicletes e pastas de dente. Segundo um estudo recente, ele pode estar ligado ao aumento do risco de problemas cardíacos, derrames e mortes nas pessoas que tem um nível de consumo mais alto do adoçante.
Stanley Hazen é o autor do estudo e diretor do Centro de Diagnóstico e Prevenção Cardiovascular do Instituto de Pesquisa da Cleveland Clinic. Ele explica que no estudo, eles deram a voluntários saudáveis uma bebida típica com xilitol para observar até quanto os níveis de alguns marcadores biológicos poderiam aumentar e, eles aumentaram mil vezes.
No caso da ingestão comum de açúcar refinado, o nível da glicose do sangue pode subir entre 10% e 20% mas nunca chegará ao ponto de aumentar mil vezes, explicou Hazen.
Coágulos sanguíneos
No ano de 2023, os mesmos pesquisadores desse estudo encontraram resultados parecidos para outro adoçante de baixa caloria, conhecido como eritritol. Ele é usado como açúcar de volume em produto a base de estévia e para produtos com açúcar reduzido para dietas cetogênica.
Outras pesquisas feitas em laboratório com animais, revelam que tanto o eritritol quanto o xilitol podem causar um aumento no número de coágulos produzidos pelas plaquetas. Esses coágulos podem chegar ao coração, desencadeando um ataque cardíaco ou podem chegar ao cérebro, causando um derrame.
Matthew Tomey, cardiologista em um hospital em Nova York e professor assistente de medicina na Escola de Medicina Icahn, não esteve envolvido na pesquisa, mas comenta que, apesar de interessantes, esses estudos sozinhos não podem provar que o xilitol é responsável pelas anormalidades das plaquetas.
O que é o xilitol?
É um adoçante natural derivado de fibras de diversos vegetais, tão doce quanto açúcar, só que com metade das calorias, é comumente utilizado em chicletes sem açúcar, pastas de dente, enxaguantes bucais, alguns xaropes e vitaminas mastigáveis. Também é comumente adicionado em maiores quantidades a doces, produtos assados, misturas prontas para bolo, molhos com ketchup e de churrasco, manteiga de amendoim, xarope para panquecas, entre outros.
Entretanto, Hansen observa que apesar de ser vendido ao público como um adoçante natural, se o xilitol realmente fosse ser obtido de maneira natural, seriam necessárias toneladas de frutas para produzir um único biscoito sem açúcar para diabéticos. Logo, para a produção comercial as indústrias fazem o xilitol a partir de sabugos de milho e bactérias geneticamente modificadas.
Muitos profissionais de saúde recomendam o xilitol para substituir o açúcar para pacientes obesos, diabéticos ou pré-diabéticos para melhorar o controle glicêmico. Em compensação, os pacientes com diabete são ainda mais vulneráveis para eventos de coagulação.
Além disso, outras pesquisas mostram que alguns dos adoçantes artificiais podem ocasionar reações no metabolismo que fazem com que o corpo espere por mais calorias, dificultando a perda de peso.