STF apresenta nova presidência: Fachin à frente e Moraes como vice

O ministro Edson Fachin tomou posse nesta segunda-feira (29) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em cerimônia realizada na sede da Corte em Brasília. Em conjunto, o ministro Alexandre de Moraes assumiu como vice-presidente da Corte. A solenidade contou com a presença de representantes dos Três Poderes e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Discurso de posse

No discurso de posse, Fachin defendeu a necessidade de contenção por parte do Judiciário, reforçando a separação entre a função jurisdicional e o campo político. “Ao Direito o que é do Direito, à política o que é da política”, afirmou.
O novo presidente do STF disse que o tribunal não pode ser submisso “a nada e a ninguém”, e que a ‘’prestação jurisdicional não deve se transformar em espetáculo’’. Ele também destacou a defesa da Constituição, da democracia e do equilíbrio institucional como eixos centrais de sua gestão.


Ministro Edson Fachin, atual presidente do STF (Foto: reprodução/Antonio Augusto/STF)

Fachin garantiu ainda que, em sua gestão, haverá respeito à diversidade e à liberdade de imprensa. “Assegurar a igualdade e enfrentar a discriminação racial passa também pela proteção das terras, das expressões culturais e dos modos de vida. Reafirmo, ainda, o compromisso da nossa gestão com a plena liberdade de imprensa”, declarou o ministro

Dificuldades da gestão

Ao longo de seu discurso, Fachin destacou os desafios que deverá enfrentar à frente do Supremo, que vão desde atender às demandas sociais do país até lidar com questões de alcance internacional, já que o tribunal passa por um cenário de pressão externa, com sanções econômicas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O ministro ressaltou que caberá ao STF garantir a ordem constitucional, preservando a autonomia do Judiciário diante das pressões políticas e econômicas do contexto nacional e internacional.

Fachin assume a presidência no lugar de Luis Roberto Barroso, que concluiu seu mandato de dois anos à frente do tribunal, e permanecerá no cargo até 2027. Sua gestão se inicia em um contexto de desafios internos e externos, que exigirão equilíbrio e firmeza na condução do Judiciário.

Governo dos EUA provoca Alexandre de Moraes e sua esposa, os comparando com Bonnie e Clyde

Nesta segunda-feira (22), o governo dos Estados Unidos classificou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como um “agente externo nocivo” e, ao justificar punições contra sua esposa, Viviane Barci de Moraes, fez menção ao casal de criminosos Bonnie e Clyde.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que Viviane atua como apoiadora e defensora de Moraes. Segundo ele, pessoas que oferecem cobertura e sustentação a figuras vistas dessa forma colocam em risco interesses dos EUA e também estão sujeitas a medidas de responsabilização.

Já o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, declarou que a decisão foi tomada porque Viviane garantiria uma base de suporte financeiro ao ministro, que desde julho já estava sob sanções.

Alexandre de Moraes já havia sido sancionado

Segundo o governo norte-americano, as penalidades aplicadas são um conjunto de medidas iniciadas ainda na gestão de Donald Trump, que atribuiu a Alexandre de Moraes condutas como abuso de poder, implementação de um sistema de censura, perseguição direta a adversários políticos e violações graves de direitos humanos.

Com a decisão, qualquer patrimônio ou recurso financeiro registrado em nome de Viviane Moraes em território norte-americano fica congelado, assim como negócios ou companhias vinculadas a ela. A partir de agora, tanto o ministro do STF quanto sua esposa estão impedidos de realizar operações financeiras com cidadãos ou empresas dos Estados Unidos, incluindo movimentações por meio de cartões de crédito emitidos por instituições americanas.


Viviane Barci sofreu sanções pelo governo dos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

A inclusão de Viviane nas sanções previstas pela Lei Magnitsky faz parte de uma ofensiva de retaliação do governo Trump contra o magistrado. O Supremo havia condenado o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump, a 27 anos de prisão por tentativa de golpe em agosto. A aplicação da Lei Magnitsky à esposa do ministro, somada à suspensão de vistos, marca o primeiro movimento de resposta de Washington após a decisão do STF contra Bolsonaro.

Lei Magnitsky

A Lei Magnitsky autoriza o governo dos Estados Unidos a aplicar punições contra cidadãos de outros países. Sua finalidade é responsabilizar indivíduos acusados de cometer violações graves de direitos humanos ou de participar de esquemas significativos de corrupção. A lei recebeu esse nome em memória do advogado russo Sergei Magnitsky, que morreu na prisão após denunciar um esquema de desvio de recursos envolvendo integrantes do governo da Rússia. O projeto foi aprovado pelo Congresso norte-americano e oficializado pelo então presidente Barack Obama em 2012.

Num primeiro momento, o foco era atingir empresários e autoridades russas envolvidos no caso que levou à morte do advogado. Já em 2016, consolidou-se a interpretação de que a lei poderia ser aplicada em situações mais amplas, como episódios de corrupção internacional, ligações com organizações criminosas e abusos sistemáticos de direitos humanos. Nesse mesmo ano, o alcance da legislação foi estendido para ter validade global. Desde então, diversas pessoas ao redor do mundo passaram a ser alvo de sanções com base nesse dispositivo jurídico.

Carlos Bolsonaro lamenta momento delicado da saúde de Jair e fala de suspeita de câncer

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), afirmou nesta terça-feira (16) que a saúde do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), passa por um momento delicado. De acordo com Carlos, Bolsonaro está passando por uma averiguação de um câncer e está com deficiência de ferro no sangue. Há ainda a possibilidade do surgimento de uma nova hérnia e os constantes vômitos e soluços, que o levaram ao hospital na última tarde. 

Saúde vulnerável

No último domingo (14), Jair Bolsonaro foi ao hospital para passar por um procedimento de retirada de lesões na pele. Após a biópsia, ficou constatado falta de ferro no sangue e uma pneumonia recente. Já na terça-feira (16), o ex-presidente foi internado por conta dos vômitos e soluços constantes, que, segundo Carlos, ocorrem até quando ele está dormindo. Outro filho de Jair, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou ainda que o pai ficou 10 minutos sem respirar e com quadro de pressão baixa. Ele passou a noite no hospital DF Star, em Brasília, para realizar exames. 


Bolsonaro chegando no hospital no domingo (14) para retirada de lesões na pele
(Vídeo: reprodução/youtube/poder360)

Desde a facada, que Bolsonaro levou durante a campanha eleitoral de 2018, ele acumulou diversas internações e procedimentos cirúrgicos. Em abril deste ano, ele fez a nona cirurgia em decorrência do ataque com faca, tendo ficado apenas 2021 e 2022 sem nenhuma intervenção cirúrgica. 

Condenação 

Na quinta-feira passada (11), Jair Messias Bolsonaro foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão em decorrência dos crimes de: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e ameaça grave, além de deterioração de patrimônio tombado. 


Alexandre de Moraes interrogando Jair Bolsonaro no STF em junho deste ano
(Foto: reprodução/Arthur Menescal/Getty Images Embed)


Mesmo com a condenação e com a definição da pena, a defesa ainda pode apresentar recurso, por isso o cumprimento não foi imediato. Desde o dia 4 de agosto, Bolsonaro está em prisão domiciliar, por descumprir restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. Diante dessa condição, ele deve apresentar ao STF atestados de comparecimento ao hospital em até 48 horas. 


Bolsonaro passará por cirurgia depois do fim do julgamento no STF

No próximo domingo, dia 14 de setembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro passará por uma cirurgia. Bolsonaro está preso em domicílio, com tornozeleira eletrônica. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, autorizou a ida ao procedimento nesta quarta-feira, dia 10 de setembro; e Bolsonaro será acompanhado por uma escolta. 

A cirurgia de Bolsonaro

Jair Bolsonaro fará uma cirurgia eletiva: o ex-presidente removerá lesões de pele. Uma delas é benigna – isto é, não apresenta risco de câncer de pele –; enquanto outra será removida e enviada para análise. Ele será acompanhado por familiares: a esposa Michelle Bolsonaro, que foi a primeira-dama brasileira entre 2019 e 2022 – e o filho Carlos Bolsonaro, vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PL-RJ. 

A cirurgia será simples, e Bolsonaro irá ser liberado no mesmo dia. Como informado no relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal, a cirurgia será feita em regime ambulatorial – ou seja, não precisa de internação –, em um hospital particular na capital do Brasil (Brasília). O médico responsável pelo procedimento é Claudio Birolini, o mesmo profissional que fez a cirurgia de intestino de Jair Bolsonaro, em abril. 

Bolsonaro será acompanhado de uma escolta para ir ao hospital

Para autorizar a cirurgia, o ministro do Superior Tribunal Federal – e relator do processo e do julgamento de Bolsonaro –, Alexandre de Moraes, solicitou que uma escolta acompanhasse o ex-presidente Jair Bolsonaro. Como Bolsonaro está em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica, a saída para a cirurgia será acompanhada pela escolta da Polícia Penal e por três seguranças do Gabinete de Segurança Institucional. 


Bolsonaro na frente de sua casa (Foto: reprodução/Sergio Lima – AFP/Getty Images Embed)


O ministro do Superior Tribunal Federal Alexandre de Moraes, em resposta ao pedido de liberação para a cirurgia, também fez questão de relembrar certas circunstâncias que o ex-presidente Jair Bolsonaro deve seguir. Bolsonaro deverá utilizar a tornozeleira eletrônica a todo momento, não pode fazer contato com nenhuma outra pessoa que está sendo investigada no processo da trama golpista e não poderá utilizar as redes sociais. Essas medidas são medidas cautelares, impostas por Moraes no pedido de prisão domiciliar. 

Depois da cirurgia, a defesa de Bolsonaro deverá apresentar um relatório e um atestado de entrada e saída do hospital; a defesa terá 48 horas para enviar o documento ao STF. Jair Bolsonaro foi condenado nesta quinta-feira, dia 11 de setembro, em todas as acusações pela trama golpista; o julgamento ainda está em andamento, e está previsto para terminar sexta-feira, dia 12 de setembro.  

Votos dos ministros do STF no julgamento da trama golpista: veja como está o placar

Nesta quinta-feira, o julgamento da trama golpista voltou a ser votado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Os réus são Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Souza Braga Netto. Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux já votaram; ainda faltam os votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin.

O julgamento

Os réus Jair Bolsonaro, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Souza Braga Netto estão sendo julgados por cinco crimes diferentes. 

Os crimes são: 

  • Organização Criminosa
  • Abolição Violenta
  • Golpe de Estado
  • Dano Qualificado
  • Deterioração de Patrimônio

Alexandre Ramagem está sendo julgado por três crimes: Organização Criminosa, Abolição Violenta e Golpe de Estado. Os oito réus são apontados como o principal núcleo e como o núcleo mandante da trama golpista. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido considerado como líder da organização criminosa. 

Os votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux e o futuro do julgamento

O voto do ministro Alexandre de Moraes – que também é o relator do julgamento – aconteceu na terça-feira, dia 09 de setembro, e demorou pouco mais de cinco horas, contando as pausas. Moraes votou a favor da condenação de todos os réus, em todas as acusações. O ministro Flávio Dino fez seu depoimento no mesmo dia que Alexandre de Moraes. Dino foi mais sucinto – sua fala demorou menos de duas horas –, e também votou a favor da condenação dos oito réus nas cinco acusações.


Alexandre de Moraes vota pela condenação de Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/YouTube/@UOL)

Luiz Fux votou na quarta-feira, dia 10 de setembro. O argumento do ministro foi o mais longo até agora: demorou mais de doze horas. O veredito de Fux foi diferente dos dois ministros que votaram antes: Luiz Fux votou pela absolvição de Jair Bolsonaro, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Anderson Torres em todas as acusações. A respeito de Mauro Cid e Walter Braga Netto, Fux votou pela absolvição das acusações de organização criminosa, golpe de Estado, Dano Qualificado e Deterioração do Patrimônio, mas votou a favor da condenação dos dois pela acusação de abolição violenta. A decisão de Luiz Fux, que divergiu dos ministros que votaram antes dele, chocou a mídia especializada.

A argumentação da ministra Cármen Lúcia começou às 14h desta quinta-feira. Os votos da ministra podem condenar todos os réus, em todas as acusações, ou deixar o placar empatado na maior parte das acusações – se essa última possibilidade acontecer, caberá ao ministro Cristiano Zanin – que é o presidente da Turma – fazer o desempate. A Ministra já formou maioria para as acusações de Jair Bolsonaro. 

Luiz Fux vota para manter delação premiada de Mauro Cid

Luiz Fux deu o voto final para manter a validade da delação premiada do Tenente-Coronel Mauro Cid, nesta quarta-feira (10). Assim, o voto do Ministro Fux se somou com a maioria que participou da eleição no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, essa decisão de Fux foi considerada inesperada já que as especulações apontavam que o ministro poderia divergir e votar pela anulação da delação.

Vale ressaltar, que Fux havia declarado em Abril que enxergava com “reserva” a quantidade de depoimentos prestados durante a votação do recebimento de denúncias. No entanto, o Ministro pareceu declinar com seus receios com a chegada da Primeira Turma do STF. De acordo com a CNN Brasil, o STF conseguiu alcançar a maioria para manter a delação de Mauro de Cid.

Luiz Fux avalia processo de Mauro Cid no STF

Ainda na votação, o ministro revelou que analisou todo o processo, incluindo os pedidos preliminares das defesas. Desse modo, ele constatou o fato de que Cid havia sido convocado em outras situações para esclarecer novos fatos que surgiram ao decorrer da investigação. Assim, o relator Alexandre de Moraes também optou por escolher a manutenção da delação em parceria com o ministro Flávio Dino. Ademais, Moraes expressou que as omissões na acusação de Cid não acarretam na nulidade das informações e das provas apresentadas nos depoimentos.


Luiz Fux vota a favor para delação premiada de Mauro Cid (Vídeo: reprodução/Instagram/@98newsoficial/@rede98oficial)


Alexandre de Moraes concorda com Fux e vota a favor

Segundo a CNN Brasil, o ministro ainda declarou que as omissões no máximo deveriam desenrolar em uma diminuição dos benefícios acordados com o colaborador. Dessa forma, Alexandre de Moraes apoiou a decisão da Corte para analisar essa possível redução que foi apresentada na proposta da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Em seguida, Flávio Dino sinalizou que Cid colaborou com o caso e ajudou a esclarecer os fatos da investigação. Por esse motivo, ele defendeu a manutenção e confirmou que iria avaliar uma possível divergência a Moraes durante o cálculo de pena. Ademais, Dino segue analisando todos os benefícios propostos pela Polícia Federal ao acusado.

Moraes concede permissão a Bolsonaro para realizar procedimento médico

O ministro Alexandre de Moraes autorizou nesta quarta-feira (10), que o ex-presidente Jair Bolsonaro realize um procedimento médico, após pedido da defesa. De acordo com a equipe que cuida da saúde de Bolsonaro, ele deve passar por um procedimento de pele para remoção de algumas lesões.

A decisão assinada por Moraes ocorre em meio à segunda e última semana de julgamento de Bolsonaro e outros sete réus pela trama golpista. Bolsonaro segue em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após o ex-presidente ter descumprido uma medida cautelar, que era a ordem de não postar em redes sociais.

Autorização para procedimento

Entretanto, Moraes acrescentou algumas determinações dentro da autorização para que Bolsonaro seja liberado para o procedimento médico. O transporte deve ser acompanhado pela Polícia Penal do Distrito Federal e a permanência no hospital está restrita somente para o dia do atendimento. 

Foi determinado por Moraes que Bolsonaro apresente à Corte um atestado médico com data e os horários de atendimento, em até 48 horas após. Também foi reforçado pelo ministro que a autorização é temporária e não libera Bolsonaro do cumprimento das outras medidas cautelares. 


Ministro Alexandre de Moraes no julgamento pela trama golpista em 10 de setembro de 2025 (Foto: reprodução/Evaristo Sa/Getty Images Embed)


Prisão de Bolsonaro

Foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, em 4 de agosto, que Bolsonaro cumprisse prisão domiciliar, após descumprimento de medidas judiciais impostas a ele. O presidente fez uma postagem em suas redes sociais em julho deste ano, o que causou a medida imposta por Moraes, já que entre as restrições está o impedimento do uso de redes sociais. 

Contudo, a defesa de Jair Bolsonaro nega o descumprimento da medida cautelar. Foi pedido também que o ministro reconsidere a ordem de prisão domiciliar, com a justificativa de que Bolsonaro está sendo colaborativo com as investigações e não tem descumprido nenhuma ordem judicial. 

O julgamento de Bolsonaro e os outros sete réus pela trama golpista está em sua última semana, com previsão de conclusão para essa sexta-feira (12). Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já realizaram seus votos, sendo ambos a favor da condenação dos oitos indiciados. O ministro Luix Fux realiza o seu voto nesta quarta-feira (10), mas o resultado até o momento é de 2 para condenação pelos crimes.

Michelle relata revista em fusca por suspeita de fuga de Bolsonaro

Na terça-feira (9), em Brasília, Michelle Bolsonaro afirmou que seu carro foi inspecionado por suspeita de esconder Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar. A ex-primeira-dama relatou que o fusca passou por uma vistoria na oficina e houve a suspeita de que o compartimento dianteiro estivesse sendo usado para esconder o ex-presidente em uma possível fuga.

A checagem ocorreu dentro das determinações do ministro Alexandre de Moraes, que ordenou monitoramento permanente da casa de Bolsonaro. A decisão busca evitar qualquer manobra que possa desrespeitar a prisão decretada após as investigações sobre sua participação na tentativa de golpe.

Inspeção no fusca e reação nas redes

Segundo Michelle, os agentes revistaram detalhadamente o fusca da família após levantarem a hipótese de que Bolsonaro poderia estar escondido no pequeno compartimento dianteiro, onde geralmente se guarda o estepe. A ex-primeira-dama relatou o episódio em suas redes sociais e ironizou a situação, questionando se realmente alguém acreditava que um homem de 1,85m caberia naquele espaço apertado e improvável.


Publicação de Michelle Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/Instagram/@partidoliberalmulher/@valdemarcostaoficial/@michellebolsonaro)


A ex-primeira-dama ainda afirmou que, do jeito que as coisas estão, em breve poderiam pedir para revistar até o porta-luvas. A postagem gerou grande repercussão, dividindo opiniões entre apoiadores, que criticaram o excesso de rigor, e opositores, que defenderam o monitoramento rígido da prisão domiciliar.

Julgamento da trama golpista avança no STF

Enquanto o episódio tomava conta das redes, o Supremo Tribunal Federal deu continuidade ao julgamento de Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Na sessão de terça-feira, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação dos acusados.

Com o placar em 2 a 0, a atenção agora se volta ao voto do ministro Luiz Fux, que será apresentado nesta quarta-feira (10). Advogados de defesa enxergam nele a possibilidade de divergência que pode abrir caminho para levar o caso ao plenário, o que pode alterar o rumo do julgamento.

Vereadores de BH aprovam que Moraes se torne “persona non grata”

Nesta segunda-feira (08), a Câmara Municipal de Belo Horizonte acatou a moção da proposta encaminhada pelo vereador Pablo Almeida (PL-MG), para que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, seja declarado “persona non grata”.

Moraes como “persona non grata”

A proposta para a declaração do ministro na capital de Minas Gerais significa que Moraes é indesejado, não agradável e que não é bem-vindo, conforme tradução do latim do termo. A decisão de Pablo foi fundamentada a partir das sanções contra o ministro proporcionadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O vereador também comentou sobre o gesto de Alexandre de Moraes durante uma vitória do Corinthians em Itaquera, que ele considera um “fato inaceitável” e uma ação de provocação e deboche após a torcida vaiar.

Durante a votação simbólica, a medida foi aprovada após a maioria dos vereadores ter sido favorável com a proposta de Pablo Almeida. Os parlamentares do PT e do PSOL que estavam presentes na sessão, foram contra.

O vereador Pedro Patrus, do PT, disse que esse tipo de moção não deve ser utilizada por conta de um capricho político ou para perseguir determinadas autoridades da República.

Uma preposição oposta foi sugerida pelo vereador Pedro Rousseff (PT), a fim de demonstrar o apoio da Câmara mediante ao decreto de Moraes para que o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpra prisão domiciliar. No entanto, seu levantamento foi negado.

Alexandre de Moraes

O ministro é relator do processo que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como outros réus pelo crime de tentativa de golpe de Estado, após o resultado das eleições de 2022. O terceiro dia do julgamento ocorreu nesta terça-feira (09), com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino para que Bolsonaro seja preso mediante seus planos golpistas contra o povo brasileiro.


Alexandre de Moraes vota a favor da condenação de Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/X/@ErikakHilton)

Na continuação do julgamento que ocorreu hoje, Moraes votou pasra que todos os réus sejam condenados, enquanto Dino, deve haver uma divergência na condenação de Augusto Heleno (ex-chefe do GSI), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), pois seus níveis de culpa são diferentes.

O ministro Luiz Fux interrompeu Moraes duas vezes na sessão, em discordância com suas decisões, antes de falar seu voto, que será divulgado nesta quarta-feira (10).

STF avalia trama golpista e define votos em sessão decisiva desta terça

Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (9), em Brasília, a acusação de trama golpista contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A sessão deve contar com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que irão se pronunciar tanto sobre questões processuais quanto sobre o mérito das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. O julgamento busca definir responsabilidades em atos que tentaram abalar o processo democrático no país.

Ministros avaliam acusações e rito processual

Na sessão desta terça-feira (9), os ministros do Supremo Tribunal Federal analisam os primeiros pontos relacionados à trama golpista, em especial as questões processuais que podem influenciar o andamento do julgamento. Entre os temas discutidos está a admissibilidade das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República e a validade dos depoimentos colhidos ao longo da investigação.

A ordem de votação seguirá a sequência: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.

As sessões estão previstas para ocorrer:

  • 9 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 10 de setembro – 9h às 12h
  • 11 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 12 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h

 O cronograma, no entanto, pode ser alterado de acordo com o andamento dos votos

O julgamento é acompanhado de perto por partidos políticos, entidades da sociedade civil e pela opinião pública, já que o caso é considerado um dos mais relevantes da atual agenda do STF.

Denúncia da PGR e réus envolvidos

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que a trama golpista envolveu a prática de cinco crimes graves. Veja os detalhes:

Crimes apontados pela PGR:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – ocorre quando alguém tenta, com violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Pena: 4 a 8 anos de prisão.
  • Golpe de Estado – tentativa de depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. Pena: 4 a 12 anos de prisão.
  • Organização criminosa – quando quatro ou mais pessoas se reúnem, de forma estruturada e com divisão de tarefas, para cometer crimes. Pena: 3 a 8 anos.
  • Dano qualificado – destruir, inutilizar ou deteriorar patrimônio da União, com violência e grave ameaça, causando grande prejuízo. Pena: 6 meses a 3 anos.
  • Deterioração de patrimônio tombado – destruir, inutilizar ou deteriorar bem protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena: 1 a 3 anos.

Réus denunciados pela PGR:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil

A acusação sustenta que esses nomes formaram o núcleo central da trama golpista, atuando de maneira organizada para fragilizar as instituições democráticas e tentar alterar o resultado eleitoral.