Belém se torna o centro do debate climático global com início da Cop30

A capital paraense se tornou, na última quinta-feira (6), o foco das discussões sobre o futuro do planeta com o início da Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30. A Conferência do Clima das Nações Unidas se inicia oficialmente nesta segunda-feira (10) no coração da Amazônia, que é a maior floresta tropical do mundo e símbolo da biodiversidade global. Em Belém, chefes de Estado e representantes de dezenas de países se reuniram para debater medidas urgentes contra as mudanças climáticas.

O primeiro dia do encontro foi marcado por altas temperaturas, chuva leve no fim da tarde e um clima político intenso. Os líderes debateram os obstáculos para diminuir as emissões de gases que intensificam o efeito estufa e conter o aquecimento global, que já atingiu patamares críticos.

ONU solicita medidas urgentes

Na cerimônia inaugural do evento, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, proferiu um apelo veemente por medidas efetivas, declarando que a comunidade internacional não conseguiu honrar o compromisso estabelecido no Acordo de Paris (COP21), que visa restringir o aumento da temperatura a 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial.

“Chega de discussões. É hora de agir”, declarou Guterres.

Segundo relatório divulgado pela ONU nesta quinta-feira, a temperatura média global entre janeiro e agosto de 2024 ficou 1,42ºC acima da média histórica, superando o limite estabelecido no acordo. O líder classificou o resultado como uma “falha moral e uma negligência mortal” das nações que não cumpriram suas metas ambientais.

Lula reforça compromisso com o meio ambiente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos principais oradores da sessão de abertura e defendeu que ainda há tempo para reverter o cenário climático.

Em seu discurso, o presidente destacou o papel do Brasil na liderança ambiental e defendeu medidas conjuntas e justas para combater o desmatamento e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. “Estou convencido de que, apesar das dificuldades e contradições, é possível planejar e agir de forma justa para frear o aquecimento global”, afirmou.

Durante a agenda do dia, Lula também se reuniu com o Príncipe William e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, mas, segundo a imprensa britânica, o Reino Unido não deve participar do fundo climático proposto pelo Brasil.


 

Cobertura da Cop30 (Vídeo: reproduçã0/ YouTube/G1)


Do lado de fora da conferência, grupos indígenas realizaram protestos pedindo ações mais efetivas. Entre eles, um artista paraense chamou atenção ao expor esculturas que retratavam líderes mundiais descansando em redes, em uma crítica simbólica à lentidão das ações e à ausência de resultados concretos nas políticas climáticas.

Belém, sede da COP30 em 2025

A reunião de líderes realizada na última semana serviu como uma prévia do que Belém viverá em 2025, a cidade amazônica será palco oficial da COP30. O evento irá reunir representantes e chefes de Estado de diversos países, reforçando o papel do Brasil como protagonista nas discussões globais sobre o clima.

Para o governo federal, o evento é visto como uma oportunidade estratégica para reafirmar os compromissos do país com o desenvolvimento sustentável e evidenciar a importância da Amazônia na regulação climática do planeta. A expectativa é que, até o próximo ano, o Brasil apresente avanços concretos na redução do desmatamento e na transição para uma economia mais verde e inclusiva.

Shawn Mendes se despede do Brasil após participar do “Oscar da Sustentabilidade”

O cantor canadense Shawn Mendes, de 27 anos, encerrou sua passagem pelo Brasil e foi presenteado com uma camisa da Seleção Brasileira na saída do hotel Copacaba Palace no Rio de Janeiro. Após participar do evento conhecido como o “Oscar da Sustentabilidade”, o artista aproveitou os últimos momentos para se despedir dos fãs, distribuindo atenção, autógrafos e fotos com quem o aguardava do lado de fora.

Visita sustentável

Shawn Mendes esteve no Rio de Janeiro para se apresentar na 5ª edição do Prêmio Earthshot, também chamado de “Oscar da Sustentabilidade” — evento criado pelo príncipe William, em 2020, com o objetivo de premiar grandes projetos e inovações voltadas à preservação ambiental. Em 2021, em Londres, o cantor também participou e se apresentou na cerimônia.


Apresentação Shawn Mendes Prêmio Earthshot (Vídeo: reprodução/Instagram/@earthshotprize)


O evento deste ano reuniu grandes nomes da política e da música em níveis mundiais, juntamente com apresentações típicas da cultura carioca e brasileira, que se uniram ao príncipe William para repensar estratégias e fortalecer ações voltadas à proteção e recuperação da natureza.

Prêmio brasileiro

O grande vencedor da categoria “Proteger e Restaurar a Natureza” foi para uma iniciativa brasileira do programa Re.Green, que apresentou o uso de inteligência artificial combinado com dados de satélite para restaurar, em larga escala, florestas tropicais — com destaque para a Amazônia e a Mata Atlântica.

Em sua quinta passagem pelo Brasil, Shawn compartilhou uma foto em suas redes sociais com o príncipe William, agradecendo pelo empenho e pela preocupação com o meio ambiente. O cantor já esteve no país em diversas ocasiões, incluindo duas edições do Rock in Rio – 2017 e 2024, uma turnê individual e uma participação no festival Lollapalooza em março deste ano de 2025.

A visita reforçou a ligação do cantor Shawn Mendes com o público brasileiro e também com a sua imagem ativa em frente em causas globais, especialmente na luta pela sustentabilidade e pela preservação do planeta.

Gaby Amarantos aposta em visuais que refletem sua originalidade

A cantora Gaby Amarantos ganhou notoriedade por suas músicas que refletem o estilo de sua origem paraense. Além disso, ela também é conhecida por seus looks extravagantes que refletem sua forte personalidade, carregados de referências, originalidade e ancestralidade. Em sua participação no Global Citizen Festival Amazônia, a cantora reforçou sua autenticidade com vestimentas que não passaram despercebidas; os visuais contam com a colaboração de Bruno Pimentel, o stylist possui uma relação antiga com a artista.

Global Citizen e referência visuais

O Global Citizen ocorreu na última semana, sendo um festival conhecido por unir a conscientização e arte, com shows que arrecadam fundos para questões sociais. Em sua primeira vez na América Latina, o evento contou com presenças de artistas nacionais e internacionais apresentando shows no palco montado em Belém, no estado do Pará. Um destaque dessa celebração foi a performance da cantora paraense Gaby Amarantos, que assumiu o palco trazendo sua originalidade e referências do estado. Em sua apresentação no Global Citizen Festival, a artista trouxe ao palco o seu mais novo álbum “Rock Doido”, que é uma festa do estado norte do país que une características visuais e sonoras, misturando as batidas de estilos musicais como tecnobrega, funk e forró. Na divulgação do seu novo trabalho, a artista lançou clipe corrido em estilo de filme, possuindo 20 minutos de duração. O novo trabalho junta a raiz de origem da artista com sua musicalidade, buscando referências do norte do país.

Em relação à estética visual e aos looks utilizados na divulgação de seu novo trabalho, as peças foram pensadas em seus mais simples detalhes, nada de minimalismo, até porque não reflete a essência da cantora e deu seu novo álbum. Abusando das cores, representando a Amazônia e ousando em texturas, as vestimentas ainda entregavam brilho com características únicas e maximalistas. Os visuais utilizados mostram a antiga parceria da cantora com o estilista Bruno Pimentel, que a acompanha há anos, sabendo reproduzir de maneira única a essência da cantora por meio da moda.

Parceria com Bruno Pimentel

A cantora de origem paraense, que ficou conhecida nacionalmente em 2012, sempre atraiu atenção do público, não apenas por seu talento com a música, mas também por conta de suas vestimentas. Em relação à moda, Gaby sempre se mostrou bastante original, evitando o minimalismo e optando por entregar looks que conversem com sua personalidade, trazendo cores vibrantes, diferentes formatos e brilho que contrastam com sua essência vibrante e animada.


Gaby Amarantos em visual assinado por Bruno Pimentel (Foto: reprodução/Divulgação Feroni)


Em parceria com Bruno Pimentel, a dupla trabalha junto há anos e o estilista foi responsável por assinar muitos dos visuais utilizados pela artista ao longo dos anos. Na final do reality show brasileiro Drag Race, Gaby participou cantando e Bruno ficou com a responsabilidade de entregar um visual que casaria com a ocasião sem perder a personalidade da cantora. Com cabelos loiros em tonalidades bem claras, a artista vestiu uma peça que continha diversos retalhos e estruturas. “Já usamos ferro, LED, cabelo sintético, nada é impossível”, disse Bruno sobre suas produções com a cantora.


Gaby Amarantos em visual assinado por Bruno Pimentel (Foto: reprodução/Divulgação Feroni)


A relação existente entre os dois é uma via de mão dupla, obtendo bons resultados para ambas as partes, dando liberdade criativa para expressar suas artes à sua maneira. Em suas criações, Bruno deixa claro e evidente a reprodução e responsabilidade de representar o norte com cores, estampas e texturas, dando personalidade viva às suas confecções utilizadas por Gaby.  Além de representar o estado do país, as peças traduzem a própria essência da cantora com seu maximalismo elegante, reproduzindo sua personalidade forte e com originalidade.

 

Amazônia tem menor índice de desmatamento em 11 anos

O Brasil registrou a menor taxa de desmatamento na Amazônia em 11 anos. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área desmatada entre agosto de 2024 e julho de 2025 foi de 5.796 km², o que resultou em uma redução de 11% em relação ao período anterior.

O dado foi divulgado nesta sexta-feira (30) e representa o quarto ano seguido de queda. A informação chega em um momento estratégico: o governo Lula prepara-se para apresentar na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, com o Fundo Tropical das Florestas, que financiará ações de proteção ambiental.

Queda histórica, mas com sinais de alerta

Apesar do avanço, pesquisadores identificam um aumento expressivo da degradação florestal, que atingiu 38% neste ciclo, sendo, portanto, a maior taxa já registrada. Logo, o fenômeno ocorre quando a floresta perde cobertura vegetal gradualmente, sem desmatamento total.

Já entre 2022 e 2025, a degradação subiu de 7% para 38%, impulsionada por incêndios, secas extremas e cortes seletivos. O Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, destacou que, sem os impactos do fogo, “teríamos o menor índice de corte raso da história”.


Vista aérea de uma área da floresta amazônica desmatada por queimadas ilegais (Foto: reprodução/EVARISTO SA/AFP/Getty Images Embed)


Ações e fatores que explicam a redução

O governo atribui a queda ao aumento da fiscalização e ao uso de tecnologia de monitoramento. Foram realizadas 9.540 operações em um ano, com 4 mil autos de infração e mais de 3 mil fazendas embargadas. Consequentemente, o Ibama e o ICMBio aplicaram R$ 8 bilhões em multas entre 2023 e 2025, valor 63% maior que o triênio anterior. Eventualmente, o número de operações subiu 80%, e as apreensões de produtos ilegais cresceram 42%.

A integração com o sistema financeiro também teve papel importante. O governo bloqueou R$ 6 bilhões em crédito rural para produtores com histórico de desmatamento. Além disso, municípios engajados no programa federal de combate à devastação reduziram em média 65% o desmate.

Resultados por estado e no Cerrado

Como resultado, entre os estados da Amazônia Legal, área administrativa e de planejamento que abrange nove estados brasileiros, o Tocantins teve a maior redução, com 62,5%, seguido pelos estados do Amapá (48,1%) e Roraima (37,3%). O único aumento ocorreu no Mato Grosso, com alta de 26%. 

Similarmente, o Cerrado também registrou queda de 11%, totalizando 7.235 km² de desmatamento, sendo o menor índice em cinco anos. Contudo, apesar dos avanços, especialistas reforçam que a degradação silenciosa ameaça a estabilidade climática e o futuro da floresta que cobre a maior parte da Bacia Amazônica na América do Sul.

Vida da floresta inspira a nova coleção de Flavia Aranha

A marca Flavia Aranha abriu o segundo dia da São Paulo Fashion Week com uma coleção que alia inovação e consciência ambiental, apresentada no Parque Trianon, na Avenida Paulista. A coleção foi inspirada na floresta, refletindo a conexão profunda entre a natureza e a moda sustentável.

Em conversa antes do desfile, Flavia compartilhou que está em uma fase de reestruturação:

“Com esta apresentação, quis refletir sobre o que a moda foi, é e ainda será. Aquilo que muitos consideraram uma tendência passageira é, na verdade, o cerne do meu trabalho.”

A grife tem se destacado por um método único de criação ao fazer pesquisas de tecnologias sustentáveis para criar suas peças. Essa abordagem faz da marca uma referência em moda responsável, que coloca o impacto ambiental no centro do seu trabalho.

Sobre a coleção

A coleção “Floresta” da Flavia Aranha é uma verdadeira homenagem à Amazônia, cheia de referências à natureza e à vida. As peças foram pensadas para proteger do frio, do vento e da água, com um toque poético que lembra as formas e movimentos das folhas e da dança da vida. Flavia usou materiais super especiais, como látex amazônico e tecidos feitos com algas, além de corantes naturais que dão um toque único a cada peça.


Flavia Aranha publica vídeo do desfile (Vídeo: Reprodução/Instagram/@flaviaaranha_)

Ela continua sua pesquisa com tinturas botânicas, usando plantas como Araucária, Chá Preto, Cebola Roxa e Urucum, que cria desenhos delicados em vestidos de seda bem fluidos. O azul da coleção vem do índigo produzido por um assentamento do MST no Pará, algo raro na pigmentação natural. Já os tons de lilás e verde saíram de uma parceria com uma empresa que faz corantes bacterianos. 

Além disso, a coleção traz um toque artístico com biojoias, marchetaria e pinturas feitas por artistas indígenas e artesãos brasileiros, mostrando que dá pra juntar moda, arte e sustentabilidade de um jeito lindo e consciente.

Flavia Aranha

Flavia Aranha é uma estilista brasileira que vem se destacando por unir criatividade e sustentabilidade nas suas criações. Ela está sempre buscando maneiras de produzir roupas que respeitem o meio ambiente, sem deixar de lado o estilo e a inovação. A sua marca é referência quando o assunto é moda consciente, mostrando que é possível ser moderno e sustentável ao mesmo tempo.


 

Flavia Aranha para sua página oficial (Foto: Reprodução/Instagram/@flaviaaranha_)

Além disso, Flavia tem uma conexão especial com a natureza, principalmente com a floresta, que é uma grande inspiração para suas coleções. Para ela, moda não é só seguir modinhas rápidas, mas criar peças que tenham significado e durem no tempo, sempre com respeito pelo planeta. Por isso, quando ela apresenta suas coleções em eventos como o São Paulo Fashion Week, fica claro esse compromisso com uma moda mais responsável.

Brasília não será capital do país durante conferência da COP 30

Durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá entre os dias 11 e 21 de novembro, a cidade de Belém, no Pará, será a capital simbólica do Brasil. A proposta foi aprovada pelo Senado na terça-feira (7) e aguarda agora a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse período, todos os atos oficiais do Executivo, Legislativo e Judiciário poderão ser assinados com a referência à nova capital temporária.

A autora do projeto, deputada Duda Salabert (PDT-MG), defende que a medida fortalece a importância da Amazônia no debate internacional. Já o relator no Senado, Jader Barbalho (MDB-PA), destacou que a mudança reforça o protagonismo brasileiro nas pautas climáticas e coloca a floresta no centro das decisões globais.

Belém ganha holofotes ao sediar cúpula climática

A COP 30 será realizada pela primeira vez no Brasil. O evento reunirá líderes de diversos países em Belém para discutir temas como desmatamento, aquecimento global e transição energética. A cidade foi escolhida estrategicamente por sua localização na região amazônica, área essencial na regulação climática do planeta.


Publicação da TV Senado (Vídeo: Reprodução/Youtube/TV Senado)

A proposta de transferência simbólica da capital é vista por muitos como um gesto político importante. A expectativa é que essa mudança contribua para atrair mais atenção internacional às demandas da região Norte e à necessidade de preservação da Amazônia.

Projeto divide opiniões no Senado

Apesar do caráter simbólico, a proposta também gerou críticas. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) votou contra a medida e classificou a mudança como “encenação política”, questionando o custo e o impacto da decisão. Já o senador Cleitinho (Republicanos-MG) seguiu a mesma linha e também se opôs à iniciativa.

Por outro lado, senadores como Zequinha Marinho (Podemos-PA) e Damares Alves (Republicanos-DF) apoiaram o projeto. Damares chegou a propor a criação de uma Comissão da Amazônia no Senado para dar continuidade ao debate sobre a região. Com a sanção presidencial, Belém ganhará, mesmo que por poucos dias, o título de capital do país e com ele, a chance de protagonizar um dos eventos ambientais mais importantes do planeta.

Belém recebe Mariah Carey em espetáculo inédito pela Amazônia

Belém se transforma, nesta quarta-feira (17), em palco de um espetáculo histórico que une música, cultura e consciência ambiental. A diva mundial Mariah Carey se apresenta no evento “Amazônia Live – Hoje e Sempre”, que acontece no Rio Guamá e celebra a floresta amazônica e os povos que dela fazem parte. A iniciativa reúne grandes nomes da música paraense e promete emocionar o público com uma fusão de vozes, ritmos e mensagens de preservação.

Palco flutuante e cenário simbólico

O palco do festival foi especialmente projetado para refletir a identidade amazônica. Flutuante e inspirado na vitória-régia, símbolo da região, ele será instalado sobre as águas do Rio Guamá, criando um cenário único para a apresentação. Mais do que um espetáculo visual, o palco representa a harmonia entre arte e natureza, reforçando a ideia de que a floresta é protagonista desse encontro.


Mariah Carey se apresentará no Amazônia Live, que também terá participação de Joelma, Gaby Amarantos, e muito mais (Vídeo: reprodução/Instagram/@tvglobo)


Estrelas paraenses dividem a cena

Antes de Mariah Carey subir ao palco às 18h15, artistas paraenses de renome conduzirão o público em uma celebração da cultura local. Dona Onete, com sua inconfundível voz carregada de tradição, Joelma, ícone do tecnobrega, Gaby Amarantos, representante do pop amazônico, e Zaynara, nova voz promissora da cena, garantem uma abertura plural e vibrante. A programação começa a partir das 17h, exaltando a força musical do Pará.

Música em prol da preservação

O “Amazônia Live – Hoje e Sempre” vai além do entretenimento. O projeto busca chamar atenção para a preservação da floresta amazônica, alertando sobre a urgência de proteger os povos originários e contribuir para a redução das emissões globais de carbono. A música se torna, assim, instrumento de conscientização e transformação.

Onde assistir

Quem não estiver em Belém poderá acompanhar a apresentação ao vivo pelo Multishow e pelo Globoplay, em sinal aberto, a partir das 18h15. Já na TV Globo, os melhores momentos do evento serão exibidos logo após o programa Estrela da Casa.

Nova bactéria semelhante à Bartonella é identificada em insetos na Amazônia

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP) identificaram, entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023, uma nova bactéria do gênero Bartonella em mosquitos-palha coletados no Parque Nacional da Amazônia, no Pará. A descoberta ocorreu durante um estudo de monitoramento da biodiversidade microbiana e chamou atenção por sua semelhança genética com agentes causadores da doença de Carrión, encontrada nos Andes.

Embora a bactéria brasileira ainda não tenha ligação direta com doenças conhecidas, cientistas destacam a importância de seguir investigando seu potencial patogênico, especialmente em regiões com acesso limitado à saúde.

Semelhança genética reforça necessidade de vigilância

A nova linhagem de Bartonella identificada na Amazônia revelou proximidade genética com bactérias responsáveis por enfermidades como febre de Oroya e verruga peruana, transmitidas por insetos semelhantes nos Andes. Essa semelhança sugere que espécies de flebotomíneos nativas do Brasil podem, em tese, atuar como vetores em condições específicas. Apesar disso, até o momento, não há evidência de que essa bactéria cause infecções em humanos ou animais.


Publicação da Agência FAPESP (Foto: reprodução/Instagram/@agenciafapesp)


A pesquisa foi conduzida por Marcos Rogério André, da Unesp de Jaboticabal, e Eunice Galati, da USP, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FABESP). O estudo também reforça a importância de investigar doenças negligenciadas, como as bartoneloses, que podem permanecer sem diagnóstico por longos períodos, afetando principalmente populações em áreas isoladas da Amazônia.

Estudos continuam em outros biomas brasileiros

Diante da descoberta, os pesquisadores ampliaram suas coletas para além do Pará. Amostras de flebotomíneos também estão sendo analisadas em regiões da Mata Atlântica e do Acre. A equipe busca identificar novas linhagens e entender melhor os possíveis “reservatórios” que esses insetos utilizam como fonte de alimentação.

O objetivo é mapear as conexões entre vetores, animais hospedeiros e bactérias do gênero Bartonella, aprofundando o conhecimento sobre sua presença no Brasil. Para os cientistas, os resultados são preliminares, mas abrem caminho para que médicos e pesquisadores considerem esse patógeno em casos de febre sem causa aparente.

Celebridades marcam presença em jantar beneficente pela Amazônia 

Fernanda Lima, Chay Suede, Rafa Kalimann e outros famosos, além da deputada federal Erika Hilton, prestigiaram o jantar beneficente “Uma Noite Para a Amazônia” nesta quinta-feira (28) no Hotel Rosewood, em São Paulo. O evento, que aconteceu no mesmo local do ano passado, é em apoio à Casa do Rio, ONG do Amazonas que protege e valoriza saberes e costumes dos povos da floresta. 

Solidariedade em prol da Casa do Rio 

A edição de 2025 do “Uma Noite Para a Amazônia” buscou angariar recursos para a construção do Centro de Saberes da Floresta. O local de reflexão, estudo e práticas ecológicas pela permanência da riqueza cultural e biológica da Amazônia integrará a estrutura da Casa do Rio. A ONG, localizada na cidade de Careiro Castanho, a 124 km da capital Manaus, promove projetos de sustentabilidade, de proteção à infância e de incentivo à agricultura familiar. 


Os famosos na chegada do hotel Rosewood, em São Paulo, para o evento Uma Noite Para a Amazônia
(Fotos: reprodução/Instagram/@hugogloss)


Carolina Ferraz, Bárbara Paz, Laura Neiva e outros famosos foram agraciados no jantar com um menu da chef-executiva do Hotel Rosewood, Rachel Codreanschi. A trilha sonora ficou por conta do cantor Criolo e das cantoras indígenas Djuena e We’e’na Tikuna.  

Ano importante para a Amazônia

Entre os dias 10 a 21 de novembro deste ano, Belém receberá a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas). A cidade, localizada no coração da Amazônia, será a primeira da floresta a sediar a conferência do clima da ONU. Após articulações diplomáticas do Governo e do Itamaraty, a região que abriga 10% da biodiversidade no planeta terá seu futuro discutido de perto por líderes do mundo todo. 


O presidente da COP30 se pronuncia sobre os impactos dos altos custos dos hotéis em Belém na conferência
(Vídeo: reprodução/x/metrópoles)


O evento, de proporções mundiais, transformou a rede hoteleira de Belém. A capital paraense tinha apenas metade das 50 mil acomodações exigidas para a realização do evento. Embora tenha atingido o número de leitos necessários, o valor das hospedagens aumentou significantemente, o que pode dificultar a participação de delegações, ONGs e comunidades tradicionais. Países como a Áustria já anunciaram que não irão participar devido aos altos custos financeiros da viagem. 

Alertas de desmatamento na Amazônia sobem 91% em maio de 2025

O desmatamento na Amazônia teve um crescimento alarmante em maio de 2025, atingindo 960 km², o segundo pior índice da série histórica para esse mês. O aumento de 91% em relação ao mesmo período do ano anterior acendeu um alerta entre ambientalistas e autoridades, que apontam incêndios florestais e decisões políticas como agravantes da crise ambiental.

Incêndios impulsionam devastação inédita

Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), esse avanço só perde para maio de 2021, quando o desmatamento alcançou 1.390 km².

A elevação nos alertas, que já havia sido registrada em abril, marca a segunda alta consecutiva de 2025. Nos últimos dez meses, de agosto até maio, o acumulado já representa um aumento de 9,7% na área desmatada em relação ao mesmo período anterior.

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, classificou o cenário como crítico, explicando que a maior parte da perda de floresta em maio ocorreu devido a incêndios florestais, algo que, segundo ele, rompe com uma tendência histórica até então pouco observada.

Capobianco informou que mais da metade do desmatamento no período foi registrado em áreas que haviam sido atingidas por fogo. Ele destacou ainda que, historicamente, os incêndios tinham impacto limitado sobre as taxas de desmatamento.

Contudo, diante do agravamento das mudanças climáticas e da maior fragilidade da cobertura vegetal, inclusive nas florestas primárias, esse panorama estaria se transformando, o que preocupa o governo federal.

Entre os estados mais afetados, Mato Grosso lidera com 627 km² de floresta desmatada, representando 65% do total de maio e registrando um aumento de 237% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Pará e Amazonas aparecem na sequência, com 145 km² e 142 km², respectivamente.


De agosto de 2024 até maio de 2025, a elevação acumulada foi de 9,1% em relação ao período anterior (Foto: reprodução/Evaristo SA/Getty Images Embed)


PL ambiental preocupa especialistas

A especialista em conservação do WWF-Brasil, Ana Carolina Crisostomo, avaliou que a recente aprovação do Projeto de Lei 2159/2021, conhecido como PL do Licenciamento Ambiental ou “PL do Desmatamento”, é extremamente preocupante.

Segundo ela, o projeto não leva em conta a emergência climática atual e vai de encontro aos compromissos firmados pelo Brasil, tanto ao nível nacional quanto internacional.

Ela afirmou que, ao flexibilizar regras ambientais, o país estaria adotando uma postura contraditória com sua meta oficial de zerar o desmatamento até 2030.

Ainda de acordo com Crisostomo, essa medida representa uma nova onda de retrocessos ambientais, ao permitir que projetos com alto potencial de impacto avancem com menos exigências legais.

O Greenpeace também alertou para os efeitos climáticos acumulados nos últimos dois anos, apontando a combinação entre as mudanças no clima e um El Niño intenso como fatores que contribuíram para temperaturas elevadas e secas severas na região amazônica.

Para a organização, esses eventos deixaram grandes áreas da floresta mais suscetíveis à ação humana e ao uso do fogo como ferramenta de desmatamento.

Capobianco reforçou essa análise, ao observar que, em um cenário de aquecimento e seca crescente, o uso criminoso do fogo tem agravado ainda mais a destruição da Amazônia.