Banco Central barra avanço do Drex e põe o Real Digital em xeque

O Banco Central (BC) decidiu interromper o avanço do Drex, projeto que vinha sendo apresentado como a base do Real Digital. A decisão foi comunicada a representantes de bancos, fintechs e empresas de tecnologia durante uma reunião realizada nesta terça-feira (4). O BC informou que a infraestrutura baseada em blockchain será desativada e que o modelo técnico passará por revisão.

O Drex vinha sendo desenvolvido com o uso da Ethereum Virtual Machine (EVM) e do Hyperledger Besu, mas o formato foi considerado inseguro e de alto custo. Segundo fontes que participaram das fases piloto, a arquitetura não atendia aos padrões exigidos pelo BC. Agora, a instituição deve reavaliar o projeto a partir dos problemas de negócio antes de definir uma nova tecnologia.

Projeto em pausa

Criado há quatro anos, o Drex vinha sendo testado em etapas, com a colaboração de bancos, cooperativas e empresas de tecnologia. As duas primeiras fases reuniram nomes como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, BTG, Caixa, Microsoft, Google, Mastercard e Visa. Uma terceira etapa estava prevista antes da implantação, mas ainda não há nova data.


BC desligará a plataforma do Drex na próxima semana (Vídeo: reprodução/YouTube/BandNewsTV)


A paralisação oficializa sinais de que o projeto enfrentava impasses técnicos desde o fim da fase anterior. Especialistas avaliam que o movimento não significa o fim do Real Digital, e sim uma mudança de rota. O BC deve concentrar os próximos estudos no modelo de negócio e na interoperabilidade, em vez de priorizar a tecnologia.

Futuro incerto

O Drex havia sido apresentado como uma ferramenta capaz de modernizar o sistema financeiro e simplificar operações, como compras de imóveis, crédito rural e registros de cartório. Contudo, a partir de agora, o cronograma fica indefinido.

Com o desligamento da camada blockchain, o Banco Central sinaliza que a tecnologia será escolhida conforme as necessidades do mercado, e não como ponto de partida. A nova fase do projeto deve envolver diálogo mais amplo com o setor financeiro e foco em segurança, transparência e eficiência nas próximas etapas de desenvolvimento.

Ouro sobe acima de US$ 4 mil com dúvidas comerciais e compras de bancos centrais

O ouro encerrou em alta nesta segunda-feira (3), sendo negociado acima do nível de US$ 4 mil. O impulso ocorre devido às novas compras de banco centrais e pela persistente incerteza de investidores acerca das taxas de juros e da política comercial dos Estados Unidos.

As declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) são uma das causas das incertezas entre os investidores. O crescente nível de juros dos EUA junto às políticas comerciais entre o país norte-americano e outros países tem causado dúvidas, o que acarretou que o ouro tivesse uma alta e se mantivesse como o principal metal de refúgio na economia.

Mercado do ouro

As negociações de dezembro do ouro na divisão de metais da Nymex (bolsa de Nova York), encerraram o pregão em alta de 0,44%, a US$ 4.014,00 por onça-troy, significando um avanço do metal no mercado global.

De acordo com o banco holandês ING, um dos fatores que o mercado vem analisando é o acordo comercial entre os EUA e a China. Oficializado na semana passada, o acordo recente entre as duas potências trouxe um respiro temporário ao mercado, entretanto, não ajudou efetivamente nas principais divergências.


A situação comercial entre EUA e China é um dos fatores que impulsionaram o ouro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/FREDERIC J.BROWN)


A situação atual aumenta a busca pelo ouro, mas os novos cortes de juros pelo Fed em dezembro mantém as expectativas reduzidas, segundo o ING.

Expectativas sobre os juros

Para o Saxo Bank, o momento atual é incerto, mesmo que os principais motivos pela alta do ouro “permanecem intactos”. Embora esses fatores permaneçam em uma posição de persistência, o ouro enfrenta obstáculos de curto prazo diante da política monetária cautelosa do Fed. De acordo com o banco dinamarquês, quando o momento de correção de juros acabar, os mesmos motivos que alimentaram a alta do metal devem retornar, com previsão para 2026.

Entre os dirigentes do Fed há uma divergência nas próximas decisões. O diretor do Fed, Stephen Miran, mencionou nesta segunda-feira (3), que pretende defender a redução de 50 pb (pontos-base) na próxima reunião monetária em dezembro. Já o presidente da distrital de Chicago, Austan Goolsbee, mencionou que ainda não tomou uma decisão acerca do encontro.

Trabalhadores poderão contratar consignado CLT diretamente de aplicativos bancários

A partir desta sexta-feira (25), trabalhadores CLT poderão contratar o “Crédito do Trabalhador” diretamente com seus bancos. Nesta fase do programa, os bancos oferecem o empréstimo por meio de seus canais eletrônicos.

Assim, os trabalhadores que já possuem um consignado ativo terão a oportunidade de transferir para a nova linha de crédito. A possibilidade de realizar a portabilidade entre diferentes bancos estará aberta a partir do dia 6 de junho.

Além disso, o governo acredita que essa modalidade de crédito ganhe popularidade, atraindo mais pessoas interessadas em reduzir os custos dos juros. Segundo o Ministério do Trabalho, o valor total destinado aos empréstimos pode ultrapassar R$ 100 bilhões até o mês de junho.

Consignado CLT garante juros mais baixo

Conforme o governo, o programa de créditos para os trabalhadores CLT garante taxas de juros mais baixas. Isso porque o desconto das parcelas é feito diretamente na folha de pagamento, o que reduz o risco de inadimplência. E permite aos bancos oferecer juros que variam entre 1,6% e 3% ao mês.

Dessa forma, para exemplificar, imagine alguém que pegue um crédito de R$ 5.000 do consignado CLT, com juros de 2,5% e com prazo de 24 meses para pagar. Por fim, essa pessoa pagaria cerca de R$ 6.567,46, o que representa pouco mais de R$ 1.500 de juros no período.

Já no empréstimo pessoal, com juros mais altos, de 6% ao mês, nos mesmos 24 meses para pagamento, o valor final seria de aproximadamente R$ 10.042,84, com mais de R$ 5.000 só de juros.


Além da contratação por meio de aplicativos, o governo também anunciou a possibilidade de migrar dívidas do empréstimo pessoal para o crédito do trabalhador (Imagem: reprodução/X/@govbr)

Como solicitar o consignado CLT

Inicialmente, para solicitar o consignado CLT, o trabalhador deve seguir os passos abaixo, dependendo do canal escolhido:

Pelos aplicativos dos bancos:

  • Acesse o aplicativo do banco onde você tem conta.
  • Procure pela opção “Consignado do Trabalhador”.
  • Autorize o acesso aos seus dados, preencha as informações solicitadas e confira as ofertas disponíveis. Caso concorde com os termos, finalize a contratação diretamente no app.

Pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital):

  • Faça login no aplicativo, na conta gov.br e clique na opção “Crédito do Trabalhador”
  • Autorize o acesso aos seus dados. Após isso, você receberá propostas de diferentes bancos em até 24 horas.
  • Escolha a melhor oferta e conclua o processo.

Entretanto, é importante lembrar que a contratação do empréstimo da modalidade CLT pode comprometer até 35% do salário bruto. Portanto, o governo aconselha a adesão somente em casos de extrema necessidade.

Além disso, as parcelas do empréstimo são descontadas diretamente na folha de pagamento, portanto, em caso de demissão do trabalhador, as parcelas restantes podem ser descontadas das verbas rescisórias, como a multa do FGTS e até 10% do saldo disponível no fundo.

Banco central divulga que ainda existe R$ 8,51 bilhões em “dinheiro esquecido”

O Banco Central divulgou que cerca de R$ 8,51 bilhões ainda estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber. Os dados repassados pelo BC são referentes ao mês de junho.

O valor, que foi de R$ 8,36 bilhões em maio e de R$ 8,15 bilhões em abril, mudou novamente com a chegada de um novo mês. Esses valores correspondem ao montante disponível para pessoas físicas, inclusive falecidas (sendo de responsabilidade de um herdeiro direto o saque), que tenham algum “dinheiro esquecido” em bancos, consórcios ou outras instituições.

Consulta e feita em site do Banco Central

Para saber como resgatar o valor, é preciso inicialmente consultar o site oficial do Banco Central, onde são solicitados o CPF/CNPJ e a data de nascimento/abertura da empresa. Caso exista um valor a ser resgatado, o próprio site orienta o cidadão nos próximos passos.


Consulta dos valores deve ser feita pelo próprio site disponibilizado pelo Banco Central (Foto: reprodução/Bloomberg/Bloomberg/Getty Images Embed)


O resgate, de acordo com o Banco Central, será feito apenas para aqueles que fornecerem uma chave PIX, permitindo assim a devolução dos valores “esquecidos”.

No entanto, caso a pessoa não tenha uma chave cadastrada, é possível entrar em contato com a instituição financeira onde o valor foi deixado para combinar uma forma alternativa de recebimento do dinheiro.

Em caso de pessoa falecida e necessária a assinatura de um termo de responsabilidade

Já no caso de pessoa falecida, é necessário que o solicitante seja um herdeiro testamentário, inventariante ou representante legal para poder consultar e retirar o valor, sendo também necessário preencher um termo de responsabilidade.

Por enquanto, a maioria das pessoas ainda não sacou os valores esquecidos, e o Banco Central vem atualizando o sistema mensalmente. Portanto, sempre existe a possibilidade de um valor que inicialmente não apareceu em um primeiro momento surgir futuramente.