Advogados de Bolsonaro pede revogação da prisão domiciliar

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a revogação da prisão domiciliar imposta a ele. Os advogados buscam não apenas reverter a medida, mas também que a decisão seja avaliada com urgência pelo plenário da Primeira Turma do tribunal. A prisão domiciliar foi decretada na última segunda-feira (4), e a defesa argumenta que as restrições são excessivas e de difícil cumprimento.

Os advogados de Bolsonaro criticam a forma como as medidas cautelares foram interpretadas. Segundo eles, o ex-presidente está sendo responsabilizado por ações de terceiros, o que torna quase impossível seguir as determinações judiciais à risca. Foi mencionado a participação de Bolsonaro em uma videochamada durante manifestações realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro no último domingo. Para a defesa, essa participação não configura uma violação das proibições, já que a divulgação do vídeo nas redes sociais foi feita por outras pessoas.

A Defesa argumenta que a responsabilidade é subjetiva e exige provas

Os advogados afirmam que é natural que o conteúdo de um ato público seja gravado e compartilhado por terceiros nas redes sociais, e que isso não pode ser atribuído diretamente a Bolsonaro como um ato voluntário para desobedecer à Justiça. A defesa reforça que, no direito penal e processual penal, a responsabilidade é subjetiva, o que exige provas concretas de que o indivíduo teve a intenção de desrespeitar uma ordem judicial. Eles enfatizam que, sem evidências claras, a medida cautelar se baseia em uma presunção, e não em fatos comprovados.


Matéria sobre a defesa de Bolsonaro que recorreu para a revogação da prisão domiciliar. (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

As restrições e o pedido de revogação da defesa

Desde segunda-feira, Bolsonaro está em prisão domiciliar. As restrições incluem a impossibilidade de deixar sua residência, a apreensão de um de seus celulares e a proibição de usar outros aparelhos. As visitas que ele pode receber também são limitadas e precisam de autorização do STF. Inclusive, na quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes permitiu que familiares, como os filhos e a nora do ex-presidente, pudessem visitá-lo. O pedido da defesa de Bolsonaro, portanto, busca aliviar essas restrições, alegando que a Justiça está sendo excessivamente rigorosa e que a decisão, na visão dos advogados, carece de fundamentos sólidos para a manutenção da prisão domiciliar.

Tarifaço de Trump ao Brasil começa a valer 

Entram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. O decreto assinado na quarta-feira (30), pelo presidente Donald Trump, implementa uma taxa adicional de 40% sobre o Brasil, chegando ao total de 50%. A ordem tem um grande número de exceções como aeronaves civis, fertilizantes, petróleo e suco de laranja.

Justificativas do Governo Trump  

Na quarta-feira (30), Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, assinou uma Ordem Executiva (OE), que considera o Brasil uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA. 

Em comunicado, o governo estadunidense justifica a medida como forma de defesa do presidente Trump contra a extorsão das empresas americanas e perseguição política de seus cidadãos, a favor da liberdade de expressão e pela salvação da economia dos EUA “de ficar sujeita aos decretos arbitrários de um juiz estrangeiro tirânico.


Bolsonaro e Donald Trump na Casa Branca (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


A Casa Branca reproduz a versão do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso nesta segunda-feira (04), que afirma ser perseguido no processo que o acusa de liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. 

O texto que anuncia as tarifas assume que as decisões em processos que envolvam Bolsonaro e seus apoiadores são fruto de perseguição política, assédio e censura e constituem graves abusos de direitos humanos que arruinam o Estado Democrático de Direito brasileiro.

As exceções do tarifaço

Iniciada nesta quarta-feira, a alíquota de 50% impacta ⅓ dos produtos brasileiros e prevê uma lista de exceção de quase 700 produtos. Os principais itens não sobretaxados são:

  • Artigos de Aeronaves Civis 
  • Veículos e peças específicas 
  • Eletrônicos 
  • Produtos de ferro, aço, alumínio e cobre 
  • Fertilizantes 
  • Produtos agrícolas e de madeira
  • Alguns metais e minerais 
  • Produtos energéticos 

O Governo Lula prepara plano de contingência para diminuir o impacto das tarifas à economia nacional. A negociação com os EUA para diminuir ou isentar a taxa de produtos, a abertura de novos mercados que tenham interesse nos setores mais afetados, o oferecimento de crédito para exportadores mais prejudicados, além da utilização temporária de programas de renúncia fiscal são caminhos analisados pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará uma reunião com secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, no dia 13 de agosto para tratar da imposição das tarifas unilaterais.

Prisão de Bolsonaro gera divisão política e repercussão internacional

A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou intensa repercussão tanto no cenário político nacional quanto internacional. A medida foi tomada após Bolsonaro descumprir determinações judiciais que o proibiam de publicar conteúdos em redes sociais, além de impor restrições como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição do uso de celulares.

No Brasil, a decisão provocou reações polarizadas. Aliados de Bolsonaro, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou a prisão como uma “vingança política”, enquanto o senador Ciro Nogueira (PP-PI) lamentou o ocorrido, afirmando que ainda acredita na prevalência da Justiça. Já opositores, como o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), elogiaram a medida, considerando-a proporcional à gravidade dos atos atribuídos ao ex-presidente. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) destacou que Bolsonaro começa a pagar por seus ataques à democracia, e o presidente do PT, Edinho Silva, relembrou o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa atentados contra autoridades como Lula, Alckmin e o próprio Moraes.

Mídia Global Destaca Acusações Contra Bolsonaro

A repercussão internacional também foi significativa. Veículos como o Washington PostReutersAssociated Press e Al Jazeera noticiaram amplamente a prisão, destacando que Bolsonaro é acusado de liderar uma organização criminosa que tentou anular o resultado das eleições de 2022 e planejou atentados contra figuras públicas

O jornal espanhol El País e o argentino Todo Notícias também deram destaque à decisão, ressaltando o contexto das investigações e as restrições impostas ao ex-presidente.


Visitas dos filhos de Bolsonaro a prisão domiciliar precisa ser autorizada pelo STF (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


Crise institucional e economia

Além do impacto político, a medida teve reflexos econômicos. O ETF brasileiro EWZ caiu após o anúncio da prisão, refletindo preocupações do mercado sobre o agravamento das tensões políticas internas e externas, especialmente com o governo dos Estados Unidos 

A prisão domiciliar de Bolsonaro marca um novo capítulo na crise institucional brasileira, evidenciando o embate entre o Judiciário e setores da extrema-direita, e reacendendo debates sobre os limites da liberdade de expressão, responsabilidade política e respeito às instituições democráticas.

Lei Magnitsky é aplicada a Alexandre de Moraes pelo governo dos EUA

Os Estados Unidos aplicaram oficialmente nesta quarta-feira (30) a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. É a primeira vez em que a norma é usada contra uma autoridade de poder do Brasil, com efeitos punitivos que incluem por exemplo bloqueio de cartões de créditos e contas nos EUA.

A informação foi publicada pelo Escritório de Controles de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano, em meio a tensões diplomáticas e comerciais com o Brasil, especialmente relacionadas à condução dos processos no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o governo norte-americano, as sanções já estão em vigor, incluindo bloqueio de ativos e proibição de transações com cidadãos e empresas americanas.

O que é a Lei Magnitsky

A Lei Magnitsky foi criada em 2012, durante a presidência de Barack Obama, em homenagem ao advogado russo Sergei Magnitsky, ao denunciar um esquema de desvio de dinheiro por membros do governo russo. Em 2016, a lei foi ampliada e ganhou abrangência global, permitindo ao governo norte-americano punir indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou qualquer violação aos direitos humanos – já que inicialmente, a norma havia sido criada somente para punir os indivíduos envolvidos na morte de Sergei. 

Segundo o secretário do Tesouro nos EUA, Moraes teria conduzido uma suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro – como mencionado pelo Presidente Donald Trump em sua carta dirigida ao Brasil sobre o tarifaço. Além disso, o ministro do STF é acusado de promover censura e conduzir “prisões arbitrárias” que violam direitos humanos, usando o sistema judiciário brasileiro para perseguir adversários políticos. A justificativa dada em discurso é de que os EUA continuaram responsabilizando os indivíduos que ameaçam os interesses do país norte-americano e as liberdades de seus cidadãos. 


Donald Trump, atual presidente dos EUA, e Jair Bolsonaro juntos (Foto: reprodução/Chris Kleponis-Pool/Getty Images Embed)


Sanções contra Moraes

Com a sanção entrando em vigor oficialmente, Alexandre de Moraes passa a ter todos os seus bens e ativos sob jurisdição dos EUA congelados. Por exemplo, seus cartões de crédito com bandeiras que operam nos EUA devem ser bloqueados, além de contas em bancos nos Estados Unidos. Caso o banco permita que a conta continue ativa, a própria instituição pode sofrer com sanções. O ministro também teve seu visto cancelado e está proibido de entrar nos Estados Unidos. 

Funcionários do Itamaraty entrevistados pela TV Globo acreditam que a sanção imposta contra Moraes pode ser considerada uma escalada da tensão entre os dois países, que vem crescendo cada vez mais, em especial com o tarifaço de Trump. A sanção é vista por eles como uma manobra do governo Trump para que Bolsonaro saia impune de seus processos.

Senadores do partido Democratas acusam Trump de “abuso de poder”

Uma carta enviada por 11 senadores do partido Democratas dos Estados Unidos, acusou o presidente Donald Trump de cometer um “claro abuso de poder” ao adotar tarifas de 50% sobre importação de produtos brasileiros, em retaliação ao andamento dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entenda o caso

No dia 9 de julho deste ano, Trump anunciou por meio de uma carta endereçada a Lula um “tarifaço” sobre os produtos importados do Brasil, alegando que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo tratado injustamente nos processos que está sendo acusado.  Os senadores democratas ressaltaram em carta que os Estados Unidos importam mais de US$ 40 bilhões por ano do Brasil e que o comércio sustenta mais de 130 mil empregos no país norte-americano e, além disso, ressaltaram a crescente preocupação da aproximação do Brasil com a China.

O Brasil tem acordos comerciais com a China através do BRICS, o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, sendo responsável por mais de US$ 160 bilhões de dólares em trocas comerciais. Ambos os países atuam juntos para promover uma economia mais multipolar e defendem o uso de moedas locais, reduzindo assim a dependência do dólar. 


Presidente do Brasil e da China em discursos na reunião do BRICS (Foto: reprodução/ Evaristo Sa/ Getty Imagens Embed)


Repercussões Políticas

Além da carta, os senadores buscam avançar com uma proposta legislativa que exija uma supervisão congressual para novas tarifas, buscando assim limitar o poder executivo nessa área. A resposta brasileira ao caso inclui planos para oferecer créditos às empresas afetadas pelas tarifas, e possível imposição de tarifas aos Estados Unidos com base na Lei de Reciprocidade Comercial.

Nesta sexta (25) uma comitiva de senadores brasileiros embarcou para o país norte-americano a fim de abrir um canal de negociação sobre o “tarifaço”, entretanto a equipe do presidente Lula ouviu que Trump não autorizou o diálogo da Casa Branca com o país, em discurso o presidente do Brasil defendeu a soberania nacional.  

General admite ter escrito plano que previa morte de autoridades, mas diz que era só “análise pessoal”

O general da reserva Mário Fernandes e ex-assessor de Jair Bolsonaro confessou em depoimento nesta quinta-feira (24) que ele mesmo escreveu o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. O documento mencionava possíveis assassinatos de figuras importantes como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Segundo ele, não se tratava de uma conspiração real, mas de uma análise pessoal sobre o cenário político após a eleição de 2022. “Era só um pensamento meu que coloquei no computador. Não mostrei pra ninguém e hoje me arrependo de ter feito isso”, afirmou o general, que trabalhava no Palácio do Planalto na época. Ele disse que o texto foi impresso, mas destruído logo depois.


Vídeo do depoimento de Mário Fernandes confessando o plano para matar ministro e vice-presidente (Foto: reprodução/X/@GugaNoblat)


Planejamento do golpe aconteceu depois das eleições segundo a PF

A Polícia Federal, no entanto, acredita que o plano foi escrito em novembro de 2022 e discutido entre militares na casa do general Braga Netto, aliado de Bolsonaro e candidato a vice na chapa derrotada. De acordo com as investigações, o objetivo era matar Lula, Alckmin e Moraes como parte de uma tentativa de golpe de Estado.

Mário Fernandes também contou que algumas pessoas próximas a Bolsonaro discutiam um decreto para permitir uma intervenção do presidente nos outros Poderes. Ele chegou a sugerir que, se fosse algo permitido pela Constituição, deveria ser reforçado — e depois corrigiu dizendo que tudo teria que estar “dentro da legalidade”.

Mauro Cid foi o delator da trama de golpe

A existência do plano veio à tona com a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Ele contou à PF que Braga Netto teria dado dinheiro ao major Rafael Martins para custear parte da operação. O valor foi entregue numa sacola de vinho.

O plano só não foi executado porque a tentativa de golpe fracassou. No fim de 2023, a PF prendeu militares e um policial envolvidos na trama.

STF mantém medidas cautelares e afasta hipótese de prisão de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descartou nesta quinta-feira (24) a possibilidade de prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando como pontual a infração às medidas cautelares. Contudo, cobrou explicações dos advogados de defesa do ex-presidente sobre o uso indireto de redes sociais, reafirmando, no entanto, que Bolsonaro segue autorizado a conceder entrevistas e a se manifestar publicamente.

Decisão do Ministro

A decisão do Ministro Alexandre de Moraes do STF é uma resposta aos esclarecimentos oferecidos por parte da defesa de Jair Bolsonaro, devido às suspeitas de que perfis de aliados atuaram em nome do ex-presidente, cometendo violação às restrições determinadas na última sexta-feira (18).

No entanto, ao ponderar as justificativas apresentadas pelos advogados, que alegaram não haver intenção em violar as regras, afirmando que o ex-presidente segue as condições impostas, o magistrado decidiu manter apenas as medidas cautelares já em vigor. 



Decisão do ministro Alexandre de Moraes em relação à prisão preventiva de Jair Bolsonaro, AP 2668 ED-QUINTOS / DF (Foto: reprodução/STF)

Apesar da não conversão, Moraes reforçou que qualquer nova violação levará à prisão preventiva. Desde a semana passada, o ex-presidente foi submetido ao uso de tornozeleira eletrônica, proibido de usar redes sociais e de se comunicar com demais  investigados na ação, incluindo o seu filho, o parlamentar Eduardo Bolsonaro.

O episódio

O episódio que levou o magistrado, Alexandre de Moraes, a pedir explicações sobre a conduta do ex-presidente, refere-se à publicação feita por Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais na última terça-feira (22). Em vídeo, Bolsonaro mostra a tornozeleira eletrônica, alegando humilhação e discursando para seus apoiadores. A ação ocorreu durante sua saída, em frente à Câmara dos Deputados.


Ex-presidente Jair Bolsonaro em frente à Câmara dos Deputados Federal (Fotos: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/ Getty Images Embed)


O ministro alegou que a conta do deputado federal Eduardo Bolsonaro, atualmente morando nos EUA, teria sido usada para beneficiar seu pai, Jair Bolsonaro, em um padrão já descrito nas investigações, PET 14129 DF, caracterizando infração à proibição de uso direto ou indireto de redes sociais. Nesta ação, ambos são investigados pelos crimes de coação no curso de processo legal, obstrução de investigação penal e atentado a soberania nacional.

Líder do PT recorre ao STF para barrar nomeação de Eduardo Bolsonaro por governadores

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a concessão de uma medida cautelar preventiva que impeça o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de assumir qualquer cargo comissionado. A solicitação foi feita nesta terça-feira (22).

Na segunda-feira (21), o portal de notícias CNN revelou que alguns governadores próximos a Eduardo Bolsonaro buscaram uma solução política por meio de interlocutores, cogitando a nomeação do parlamentar como secretário estadual para preservar seu mandato na Câmara dos Deputados.

Bloqueio de bens

No documento enviado ao Supremo, Lindbergh Farias argumenta que a possível nomeação de Eduardo Bolsonaro tem como finalidade assegurar, de forma indevida, sua sustentação financeira enquanto ele permanece nos Estados Unidos. A CNN já havia informado que o deputado está com o salário e as chaves Pix bloqueados, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, tomada no último sábado.


Reação de Eduardo Bolsonaro ao bloqueio de seus bens (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Segundo Lindbergh, Eduardo continua em solo norte-americano atuando contra os interesses do Brasil, ao lado de Paulo Figueiredo. Ele afirma que ambos têm participado de encontros políticos e midiáticos com lideranças estrangeiras, promovendo sanções econômicas contra o país, ação que, conforme o deputado, teria contribuído para o chamado “tarifaço”, medida anunciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que prevê a elevação em 50% das tarifas sobre exportações brasileiras a partir de agosto.

Além disso, o líder do PT solicitou que Moraes determine que os governadores se abstenham de oferecer a Eduardo qualquer cargo com funções administrativas na esfera pública.

Declaração de Eduardo Bolsonaro

Na segunda-feira, após ter suas contas bloqueadas, Eduardo declarou que não se surpreendeu com a decisão, classificando como mais um ato arbitrário e ilegal do que chamou de “ditador Alexandre de Moraes”. Segundo o parlamentar, o objetivo do bloqueio seria impedir que ele continue denunciando, no exterior, supostos abusos e violações de direitos fundamentais atribuídos ao magistrado.

Eduardo Bolsonaro comenta sanções contra Alexandre de Moraes e tarifas aplicadas por Donald Trump

Em declarações recentes, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro relatou sua participação em encontros com autoridades dos Estados Unidos que tratavam de possíveis ações contra o Brasil, com foco particular no ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Início das articulações após eleição nos EUA

De acordo com Eduardo Bolsonaro, a intenção inicial era obter sanções específicas contra Alexandre de Moraes e outras autoridades do país. No entanto, Donald Trump optou por seguir outro caminho, impondo tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

O jornalista Paulo Figueiredo, que esteve envolvido nas tratativas, afirmou que os contatos começaram após as eleições legislativas de 2022, período em que os republicanos reconquistaram a maioria na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Segundo ele, foi sua sugestão que levou Eduardo Bolsonaro a buscar diálogo com autoridades americanas, embora não tenha indicado quando o deputado começou a participar ativamente desses encontros.


Segundo Eduardo, seu objetivo inicial era conseguir sanções direcionadas especificamente a Moraes (Foto: reprodução/Instagram/@cnnpolitica)


Divergência na estratégia entre Eduardo e Trump

Em entrevista concedida à TV Globo, Eduardo classificou as sanções e tarifas como “alavancas” estratégicas, destacando a importância dessas medidas na pressão política contra o governo brasileiro. No entanto, Paulo esclareceu que, inicialmente, a proposta defendida por ele e pelo deputado era focada em sanções contra os principais agentes da ditadura, posição que foi contrariada pela decisão de Trump de optar pela aplicação das tarifas.

Além disso, Eduardo afirmou que, caso as sanções ao ministro Alexandre de Moraes não surtissem o efeito desejado, seguiria buscando a aplicação de sanções contra outras autoridades que, segundo ele, sustentam o regime vigente no país.

Eduardo também comentou que as conversas com autoridades estrangeiras seguem em andamento e que novas medidas podem ser anunciadas. Ele reforçou que continuará atuando junto a parlamentares republicanos nos EUA. Segundo ele, há disposição entre aliados internacionais para endurecer a postura contra membros do Judiciário brasileiro. O deputado não especificou quais seriam os próximos alvos das sanções. As falas ocorreram em meio a uma escalada nas tensões entre setores conservadores e o STF.

Defesa de Bolsonaro nega violação de medidas cautelares após vídeo com tornozeleira e declarações políticas

Na segunda-feira (21), um vídeo publicado nas redes sociais mostrando Jair Bolsonaro com a tornozeleira eletrônica e fazendo declarações políticas na Câmara dos Deputados gerou nova reação do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes intimou os advogados do ex-presidente a prestar esclarecimentos sobre possível violação das medidas cautelares impostas desde 17 de julho.

Defesa afirma que Bolsonaro não usou redes

Na manifestação enviada ao STF nesta terça-feira (22), os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno alegaram que Bolsonaro não desrespeitou a decisão judicial. Afirmaram que o ex-presidente não acessou suas redes sociais, nem solicitou que terceiros o fizessem em seu nome.

Segundo a defesa, Jair Bolsonaro se afastou voluntariamente das plataformas digitais e orientou seus aliados e equipe a também se absterem de publicações relacionadas a ele. Eles ainda ressaltaram que Moraes nunca proibiu o ex-presidente de conceder entrevistas, mesmo que o conteúdo eventualmente venha a circular online por ação de terceiros.


Bolsonaro está proibido de usar redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@leodias)


Advogados pedem esclarecimento sobre os limites da decisão

Os defensores alegam que o ex-presidente não possui controle sobre o conteúdo publicado por outras pessoas e que sua participação se restringiu a uma entrevista presencial. Por isso, solicitaram que o Supremo esclareça quais são os reais limites da proibição para evitar novas interpretações que comprometam Bolsonaro judicialmente.

A defesa também informou que, até que a Corte esclareça o alcance da decisão, o ex-presidente não dará novas declarações públicas. Desde 17 de julho, Bolsonaro cumpre medidas como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, proibição de uso de redes sociais e contato com réus ou autoridades estrangeiras. Moraes já alertou que qualquer descumprimento das condições poderá levar à prisão preventiva.

A defesa ressaltou que a entrevista foi dada a jornalistas no ambiente público da Câmara, sem transmissão direta em redes sociais. Os advogados destacaram que não houve publicação por canais oficiais ligados a Bolsonaro. Afirmaram ainda que eventuais postagens feitas por terceiros fogem do controle do ex-presidente. Sustentaram que proibir entrevistas seria uma violação à liberdade de expressão.