Nesta quarta-feira (13), a defesa da deputada Carla Zambelli apresentará a justiça italiana laudos médicos como comprovação de que ela sofre de síndrome de Ehlers-Danos. A intenção é mostrar a fragilidade da saúde da parlamentar, o que poderia justificar que ela aguarde o andamento do processo de extradição fora da prisão. O ministério do interior da Itália recebeu o pedido de deportação no dia 12 de junho deste ano de 2025.
Entenda a situação
Em maio de 2025, o STF condenou por unanimidade a deputada federal Carla Zambelli à dez anos de prisão, pois, junto a um hacker, teria invadido o sistema do conselho nacional de justiça (CNJ). Conforme a legislação brasileira, crimes que costumam ter penas de 8 anos são obrigatoriamente cumpridos em regime fechado, mas ainda há um caminho entre a condenação e a prisão efetiva. O processo precisa transitar em julgado, com a audiência marcada para o dia 13 de agosto, para verificar se ainda cabem recursos.
Um tribunal na Itália, avalia se há condições para extradição, após a decisão do tribunal, seja ela aceitando ou negando, ainda assim o processo voltara ao ministério do interior, que informará a decisão diretamente a embaixada do Brasil. Caso a deportação seja autorizada, o processo ira entrar na fase logística.
A Câmara dos Deputados pode agir a favor da deputada, já que, pela Constituição, nenhum parlamentar pode ser preso no exercício da sua função. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) não concordou com a decisão recente da Casa de suspender a ação penal de tentativa de golpe de Estado contra Alexandre Ramagem.
Carla Zambelli em manifestação a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 25 de janeiro de 2024 (Foto: reprodução/Gustavo Basso/Getty Images Embed)
Carla Zambelli
Nascida em Riberão preto em 1980, Carla Zambelli é hoje filiada ao partido Liberal (PL). Fundadora do movimento “Nas Ruas”, ela ganhou notoriedade após sua participação no grupo feminista Femen em 2010, e posteriormente se aproximou do que é chamado de extrema-direita. Em 2018, ela foi eleita deputada federal pelo estado de São Paulo pelo PSL, e em 2022 foi reeleita. A deputada ainda esteve envolvida numa perseguição a uma pessoa nos jardins.
Após vinte dias de sua condenação em 2025 pelos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e inserção de dados falsos no sistema do conselho nacional de justiça, a procuradoria geral da república requereu a sua prisão preventiva devido a sua saída do Brasil.
