Advogados de Carla Zambelli vão apresentar laudo médico como justificativa de saída da prisão

Nesta quarta-feira (13), a defesa da deputada Carla Zambelli apresentará a justiça italiana laudos médicos como comprovação de que ela sofre de síndrome de Ehlers-Danos. A intenção é mostrar a fragilidade da saúde da parlamentar, o que poderia justificar que ela aguarde o andamento do processo de extradição fora da prisão. O ministério do interior da Itália recebeu o pedido de deportação no dia 12 de junho deste ano de 2025.

Entenda a situação

Em maio de 2025, o STF condenou por unanimidade a deputada federal Carla Zambelli à dez anos de prisão, pois, junto a um hacker, teria invadido o sistema do conselho nacional de justiça (CNJ). Conforme a legislação brasileira, crimes que costumam ter penas de 8 anos são obrigatoriamente cumpridos em regime fechado, mas ainda há um caminho entre a condenação e a prisão efetiva. O processo precisa transitar em julgado, com a audiência marcada para o dia 13 de agosto, para verificar se ainda cabem recursos.

Um tribunal na Itália, avalia se há condições para extradição, após a decisão do tribunal, seja ela aceitando ou negando, ainda assim o processo voltara ao ministério do interior, que informará a decisão diretamente a embaixada do Brasil. Caso a deportação seja autorizada, o processo ira entrar na fase logística.

A Câmara dos Deputados pode agir a favor da deputada, já que, pela Constituição, nenhum parlamentar pode ser preso no exercício da sua função. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) não concordou com a decisão recente da Casa de suspender a ação penal de tentativa de golpe de Estado contra Alexandre Ramagem.


Carla Zambelli em manifestação a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 25 de janeiro de 2024 (Foto: reprodução/Gustavo Basso/Getty Images Embed)


Carla Zambelli

Nascida em Riberão preto em 1980, Carla Zambelli é hoje filiada ao partido Liberal (PL). Fundadora do movimento “Nas Ruas”, ela ganhou notoriedade após sua participação no grupo feminista Femen em 2010, e posteriormente se aproximou do que é chamado de extrema-direita. Em 2018, ela foi eleita deputada federal pelo estado de São Paulo pelo PSL, e em 2022 foi reeleita. A deputada ainda esteve envolvida numa perseguição a uma pessoa nos jardins.

Após vinte dias de sua condenação em 2025 pelos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e inserção de dados falsos no sistema do conselho nacional de justiça, a procuradoria geral da república requereu a sua prisão preventiva devido a sua saída do Brasil.

Supremo dá prosseguimento a julgamento de Zambelli e pode condenar deputada pela segunda vez

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que no dia 15 de agosto retomará o julgamento da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) por perseguição armada contra um eleitor de Lula (PT) na zona central de São Paulo em 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. A previsão é que o julgamento siga no plenário virtual da Corte e se encerre no dia 22 de agosto.

Processo em suspensão

O julgamento estava suspenso desde março deste ano, quando o ministro Kassio Nunes Marques pediu vista do processo, que o devolveu para deliberação nesta sexta-feira (1º).


O julgamento continuará no plenário virtual (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

O Supremo já alcançou a maioria de seis votos a zero ao longo deste julgamento, o que pode levar a parlamentar à condenação e uma sentença de cinco anos e três meses em regime semiaberto. Cinco ministros da Corte ainda apresentarão os seus votos sobre o caso.

O  ministro Gilmar Mendes, relator do processo, interpreta que a resposta armada de Zambelli por causa de ofensas não tem base no Estado Democrático de Direito. Mendes afirma que “ao adentrar no estabelecimento comercial com a arma em punho apontada para Luan, determinando repetidas vezes que o mesmo deitasse no chão, a ré claramente forçou-o a fazer ato contrário a sua vontade, utilizando-se da arma de fogo para subjugá-lo, mediante grave ameaça, restringindo sua liberdade momentaneamente”

Os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o voto de Mendes a favor da condenação e defenderam a perda do mandato da deputada com fundamento na condenação pelo crime. 

Carla Zambelli já foi condenada a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023, com a ajuda do hacker Walter Delgatti, também condenado. Zambelli também deverá pagar R$ 2 milhões por danos coletivos.

Prisão e extradição

Zambelli se refugiou na Itália depois de fugir do Brasil em maio deste ano, com o objetivo de escapar do mandado de prisão emitido pelo Ministro Alexandre de Moraes, após condenação no julgamento do caso do CNJ. A deputada confiou em sua dupla cidadania para solicitar asilo político, sob alegação de perseguição política. 

Em seguida, no dia 11 de junho, o ministro Alexandre de Moraes fez o pedido de extradição da condenada, que foi enviado pelo Itamaraty ao governo da Itália. 

As autoridades italianas prenderam a parlamentar em Roma na última terça-feira (29) e, nesta sexta-feira (1º), a Justiça da Itália determinou a manutenção da prisão de Zambelli, após uma audiência de custódia. A deputada permanecerá detida no presídio de Rebibbia, nas cercanias de Roma.


Especialista Priscila Caneparo esclarece processo de extradição (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta quinta-feira (31) que adotará as medidas necessárias para a finalização do processo de extradição. Contudo, somente a Justiça da Itália e o governo italiano podem decidir sobre o caso e, por isso, não há previsão de data para a extradição. 

O processo passa por diferentes procedimentos e protocolos legais, de acordo com a legislação italiana e acordos internacionais firmados entre Brasil e Itália. Portanto, ainda pode demorar até que a parlamentar seja entregue à Justiça brasileira para o cumprimento da pena.

Justiça Italiana mantém prisão provisória de Zambelli  

No dia de hoje (01/08), após a oitiva da parlamentar em audiência de custódia, o juiz italiano de garantias, Aldo Morgigni, da Corte de Apelação de Roma, manteve a prisão provisória de Zambelli até que seja encerrado o seu processo de extradição para o Brasil, em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal. Zambelli viajou para a Itália há uns dois meses, pois possui a nacionalidade italiana. Ela foi presa em Roma, no último dia 29/7.

Manutenção da prisão provisória

Acompanhada de seu advogado italiano, Pieremilio Sammarco, Carla foi ouvida na manhã de hoje, em uma audiência de custódia determinada pela justiça italiana. O juiz italiano, da Corte de Apelação de Roma, Aldo Morgigni, decidiu manter a prisão provisória de Zambelli, até que possam ser exauridos todos os trâmites relacionados ao seu processo de extradição para o Brasil, que deve demorar, em média, entre um ano e meio há dois anos.

A outra opção que o magistrado de garantias italiano poderia ter utilizado era a de aplicar algumas medidas cautelares à parlamentar, tais como: (i) prisão domiciliar; (ii) liberação da parlamentar, mediante o uso de tornozeleira eletrônica ou (iii) seguir em liberdade.

Com a decisão pela manutenção da prisão provisória, o processo segue, agora, para a decisão da Corte de Apelação de Roma, a qual, poderá, posteriormente, ser reformada pela instância máxima do Poder Judiciário Italiano, a Corte de Cassação. Caso a extradição seja autorizada pela justiça italiana, resta à defesa de Carla um último recurso, que seria recorrer à Justiça Administrativa do país.

Veredito final do Ministério da Justiça Italiano

Independentemente da decisão final da justiça italiana, o veredito do caso está nas mãos do Ministério da Justiça da Itália, o qual poderá negar a extradição. São relativamente altas as chances dessa medida, considerando o posicionamento ideológico da atual primeira-ministra do país, Giorgia Meloni.  


Giorgia Meloni (Foto: reprodução/European Council Convenes In Brussels/Getty Images Embed)


Zambelli está atualmente licenciada de seu mandato como Deputada Federal no Brasil e é considerada foragida pela justiça brasileira, pois imigrou para a Itália, após ter sido condenada a uma pena de 10 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e invasão cibernético ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Carla Zambelli enfrenta uma nova etapa em seu processo de extradição; Entenda

Deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) enfrenta uma nova etapa em seu processo de extradição, ao solicitar, por meio de sua defesa, a conversão da prisão preventiva na Itália em prisão domiciliar ou liberdade provisória. A audiência que tratará do pedido está marcada para esta sexta-feira (1º), com acompanhamento de seu advogado no país europeu. A principal justificativa da defesa é o estado de saúde da parlamentar, que estaria sem acesso à medicação de uso contínuo desde sua prisão.

Pedido de prisão domiciliar

Zambelli, que possui cidadania italiana, foi detida para fins de extradição após o Brasil formalizar o pedido ao Ministério do Interior da Itália em 12 de junho. A solicitação foi repassada a um tribunal local, que está encarregado de avaliar a legalidade e os fundamentos do pedido brasileiro, que se baseia na condenação da parlamentar pelo crime de invasão de dispositivo eletrônico. Esse julgamento é um passo obrigatório antes da decisão final sobre a extradição.

A defesa alega que a deputada tem diversas comorbidades e que a falta de acesso aos medicamentos pode agravar sua condição em menos de 48 horas. Além disso, afirma que Zambelli não representa risco à sociedade italiana e não tem interesse em fugir do país, já que seu nome está incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, o que limitaria sua movimentação internacional.

Apesar da alegação de perseguição política no Brasil, a defesa descartou um pedido de asilo político, justamente por Zambelli possuir cidadania italiana. A estratégia, no entanto, será usar esse argumento durante o processo para tentar garantir sua permanência na Itália, sob a justificativa de proteção dos direitos como cidadã do país.


Carla Zambelli participa de encontro junto com Jair Bolsonaro e cantores sertanejos no Palácio da Alvorada, em Brasília (Foto: reprodução/Evaristo Sa /Getty Images Embed)


Situação permanece indefinida

Se o tribunal italiano acatar o pedido de extradição, o processo segue para a etapa logística. Caberá ao Ministério do Interior italiano comunicar a decisão à Embaixada do Brasil. A partir daí, a Polícia Federal brasileira será responsável por buscar a parlamentar, definindo se o traslado será feito em voo comercial ou em aeronave oficial.

Enquanto isso, a situação de Zambelli permanece indefinida, e a audiência desta sexta-feira pode ser determinante para o rumo de sua permanência em solo italiano ou seu retorno ao Brasil.

Zambelli apela à Justiça italiana e pede prisão domiciliar por motivos de saúde

A defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) vai solicitar à Justiça italiana que ela seja transferida para prisão domiciliar ou liberada até que o pedido de extradição feito pelo Brasil seja analisado. A parlamentar, que foi detida na Itália, enfrenta uma condenação por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O pedido será apresentado em audiência marcada para esta sexta-feira (1º), com base no estado de saúde da deputada. Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, Zambelli está sem acesso aos medicamentos de uso contínuo, o que pode comprometer sua saúde nas próximas 48 horas.

Advogados afirmam que Zambelli não representa ameaça

Outro argumento da defesa é que a parlamentar não oferece risco aos cidadãos italianos nem intenção de fugir do país. “Ela está na lista vermelha da Interpol, não teria como sair da Itália. Nossa intenção é colaborar com a Justiça”, afirmou o advogado à CNN.

Zambelli também havia se manifestado, destacando que se apresentou voluntariamente às autoridades italianas. “Aqui temos Justiça e democracia. Não temos um ditador no poder. Estou tranquila, sei que vão perceber minha inocência ao analisar o caso. Não estou fugindo, estou resistindo”, declarou.


Defesa de Carla Zambelli detalha pedido de prisão domiciliar (reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Defesa não pode pedir asilo devido à cidadania italiana

Por possuir cidadania italiana, a deputada não pode solicitar asilo político. Ainda assim, a defesa vai alegar que ela sofre perseguição política no Brasil e pedirá que seus direitos como cidadã italiana sejam respeitados, permitindo que ela permaneça no país.

Desde que o pedido de extradição foi protocolado, o Ministério do Interior da Itália iniciou a análise da documentação enviada pelo governo brasileiro. Em seguida, o caso foi encaminhado a um tribunal, que decidirá se há base legal para a extradição com base na sentença brasileira.

Justiça italiana avalia pedido de extradição do Brasil

A decisão final sobre a extradição cabe inicialmente ao Ministério da Justiça da Itália, que pode arquivar o caso ou manter a prisão provisória de Zambelli. Se o processo seguir adiante, será submetido à Corte de Apelação de Roma, onde a Justiça italiana e a defesa apresentarão seus argumentos. A instância máxima, a Corte de Cassação, pode ainda ser acionada para o julgamento final. Mesmo com parecer favorável dos tribunais, o Ministério da Justiça italiano tem a palavra definitiva e pode negar a extradição por razões políticas. Especialistas apontam que o processo pode durar até dois anos, mas há chances de a deputada ser liberada antes, especialmente se surgirem obstáculos políticos ou considerações governamentais, como ocorreu em casos anteriores de extradição internacional.

Zambelli passará por processo de extradição

Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal afastada do mandato, foi capturada pelas autoridades italianas em Roma. Segundo informaram nesta segunda-feira (28) o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, ela será submetida a um procedimento que pode resultar em sua extradição para o Brasil.

Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão por invadir, em 2023, o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos. Desde 5 de junho, a deputada estava incluída na lista de alertas da Interpol, rede internacional usada para rastrear e capturar pessoas investigadas ou já condenadas.

O processo de extradição é um procedimento legal entre países que permite a entrega de um indivíduo condenado ou sob investigação às autoridades do país solicitante. No caso de Zambelli, caberá à Justiça italiana decidir sobre o pedido feito pelo Brasil, seguindo os tratados internacionais e as leis locais.

Prisão em Roma contou com apoio internacional

Segundo o Ministério da Justiça, Zambelli foi detida depois de se apresentar de forma voluntária às autoridades na Itália. A operação teve a participação da polícia brasileira, da Interpol e de órgãos de segurança da Itália.

A nota divulgada pelo governo brasileiro reforça que a prisão é resultado da cooperação entre os países e que a extradição seguirá todos os trâmites previstos. Até a decisão final, Zambelli permanecerá sob custódia na Itália.


Carla Zambelli é presa na Itália (Foto: reprodução/Instagram/@bnews_oficial)


Condenação e inclusão na difusão vermelha

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal condenou a parlamentar por invadir de forma ilícita o sistema do CNJ e incluir dados falsos. A decisão teve grande repercussão no país e motivou a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol.

A detenção de Carla Zambelli representa uma nova etapa do caso, que passa a ser tratado pelas autoridades italianas em articulação com o governo brasileiro. Caso a extradição seja aprovada, a deputada voltará ao país para cumprir a pena a que foi condenada.

Suplente de Zambelli assume vaga e lamenta ausência da deputada

O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) tomou posse nesta segunda-feira (16) na vaga deixada por Carla Zambelli (PL-SP), que teve o mandato suspenso após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal. Em tom solene, ele reconheceu o peso da situação: “Para mim é uma honra, mas também uma tristeza muito grande estar aqui neste momento”. A deputada pediu licença de 127 dias e deixou o Brasil após ser alvo de mandado de prisão.

Zambelli entra na lista da Interpol

Condenada a 10 anos de prisão pelo STF, Zambelli passou a ser procurada internacionalmente. A ordem foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes e levou à inclusão do nome da parlamentar na lista vermelha da Interpol. A condenação se refere ao episódio da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que a tornou inelegível.

Segundo o regimento da Câmara dos Deputados, quando a licença parlamentar ultrapassa 120 dias, o suplente assume de forma imediata. Nesse caso, coube ao Coronel Tadeu ocupar o cargo. “Mando um abraço aos eleitores da Carla Zambelli, que teve quase um milhão de votos”, comentou ele, reforçando que pretende representar o mesmo grupo com “respeito e responsabilidade”.


Deputada Carla Zambelli (Foto: reprodução/Evaristo SA/Getty images embed)


Cassação ainda está pendente

Apesar da condenação e da fuga, o mandato de Zambelli ainda não foi oficialmente cassado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a decisão será tomada pelo plenário da Casa. A expectativa é que o caso entre na pauta nos próximos dias, mas a definição pode depender de articulações políticas internas.

O afastamento de Zambelli acontece em um momento delicado para o PL e para os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, Coronel Tadeu, que já foi deputado anteriormente, volta ao Congresso com a missão de manter viva a base conservadora que Zambelli ajudou a formar. O desfecho do caso ainda pode impactar diretamente o cenário político nacional.

Polícia Federal já sabe onde está a deputada Carla Zambelli, e sua prisão pode acontecer a qualquer momento

A Polícia Federal revela que já sabe onde está a deputada Carla Zambelli, que se encontra na Itália, após ter sido condenada a 10 anos de prisão. De acordo com a PF, a prisão de Zambelli pode ocorrer até este sábado (14).

Em entrevista concedida à página pessoal de Andréia Sadi, o diplomata brasileiro na Itália, Renato Mosca, informou que o governo italiano já recebeu o pedido de extradição de Carla Zambelli, registrado na última quinta-feira (12). A solicitação agora está sob responsabilidade das autoridades italianas, que devem atender à ordem da Interpol para efetuar a prisão da deputada foragida.

“Evidente que há uma mobilização para deter a deputada porque ela está na lista de difusão vermelha da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento”, revelou o embaixador ao Estúdio i.

Ele ainda explicou que, no momento, não há uma ação ou um mandado de captura e apreensão. De acordo com a legislação italiana, Zambelli não pode ser detida enquanto estiver em sua residência no país. Além disso, foi revelado que há um pedido de prisão provisória em andamento contra a ex-parlamentar. Segundo o embaixador, existe um mandado de prisão provisória com objetivo de extradição, baseado no pedido feito pelo governo brasileiro à Interpol e validado pela Justiça italiana.

Condenação

 Carla Zambelli foi sentenciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelos delitos de violação ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por lançamento de informações fraudulentas no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Entre os registros estava um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Ela também está sendo investigada pelo uso ilegal do porte de armas e por constrangimento indevido, quando perseguiu um eleito do atual presidente Lula no período das eleições de 2022, em que ele era o candidato.

Após a sentença, a parlamentar deixou o país usando a fronteira da Argentina, de onde partiu para os EUA e agora está em Roma, na Itália. Após sua fuga para o exterior, o STF emitiu a solicitação para incluir o nome da deputada licenciada na lista vermelha de procurados da Interpol. A solicitação foi aprovada, permitindo que ela possa ser presa fora do Brasil, mesmo tendo cidadania italiana.


Embaixador Renato mosca fala sobre o mandado de extradição de Zambelli (vídeo: reprodução/YouTube/Veja+)


Pedido de licenciamento do mandato

 Zambelli está afastada do mandato por 127 dias, durante os quais Coronel Tadeu a substituirá na Câmara. Em entrevista ao blog da Natuza Nery, ela declarou que não deseja ser vista como foragida e que está tentando se “regularizar” junto às autoridades italianas. A deputada também afirmou que deixou o país em busca de proteção contra o que considera uma perseguição política.

Zambelli: Ministério da Justiça pede extradição e aciona Itamaraty

O Ministério da Justiça solicitou formalmente o pedido de extradição da deputada federal licenciada, Carla Zambelli, às autoridades italianas. A solicitação feita ontem, quarta-feira (11), será encaminhada ao país europeu por meio do Itamaraty, apto a realizar este tipo de procedimento devido aos trâmites diplomáticos necessários à situação. 

Carla Zambelli, que teve sua prisão preventiva decretada em 04 de junho (2025), devido à sua saída do Brasil sem comunicar às autoridades, é considerada foragida pela justiça brasileira. Por esse motivo, o ministro Alexandre de Moraes, no último sábado (07), converteu a prisão da parlamentar em definitiva. 

Em maio (2025), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), condenou a deputada por unanimidade no processo relacionado à invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juntamente com o hacker Walter Delgatti. A condenação prevê multa, perda de mandato e 10 anos de prisão, inicialmente em regime fechado.

Tratado de Extradição 

Em 1989, o Brasil e a Itália firmaram acordo de extradição que entrou em vigor através do Decreto nº 863/93. Conforme o Tratado, os países têm obrigação de entregar à parte requerente “pessoas que se encontrem em seu território e que sejam procuradas pelas autoridades judiciárias”. No entanto, a recusa da extradição pode ocorrer se o país entender que o condenado sofre perseguição e discriminação, inclusive política. 

Importante ressaltar que Zambelli, ao sair do país, declarou ser inocente dos crimes imputados a ela e é  perseguida devido à sua posição política. Esta perseguição, segundo a deputada, é tanto por parte da oposição quanto das autoridades brasileiras. Discurso respaldado por seus advogados de defesa, familiares e apoiadores parlamentares. 


João Zambelli, filho da deputada federal licenciada Carla Zambelli, em declaração a favor da parlamentar e contra a condenação (Vídeo: reprodução/Instagram/@gustavo.gayer)


Zambelli, que possui dupla cidadania, busca, junto à extrema-direita italiana, não ser extraditada e, se necessário o cumprimento da pena imposta pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, que seja cumprida no país europeu. De acordo com declarações da parlamentar, ela não conseguiria cumprir a pena no Brasil, se fizer, “morreria na prisão”.

Outros casos de extradição

O deputado italiano Angelo Bonelli, desde que soube que Carla Zambelli buscaria refúgio na Itália para o não cumprimento da pena a que foi imposta pela Primeira Turma do STF, tem recorrido ao governo e autoridades italianas solicitando a extradição da deputada para o Brasil. Em suas falas, Bonelli, declara que a Itália não pode ser refúgio para condenados de outros países sob o argumento de perseguição política.


Declaração do deputado italiano Angelo Bonelli, sobre Carla Zambelli (Vídeo: reprodução/X/@AngeloBonelli1)

Nas últimas décadas, a Itália acatou pedidos de extradição feitos pelo Itamaraty às autoridades italianas. Em 2015, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, envolvido em casos de corrupção, mesmo tendo dupla cidadania foi extraditado para o Brasil, onde cumpriu pena em regime fechado por dois anos. 

Outro caso de extradição foi de Salvatore Cacciola, italiano condenado no Brasil por crimes de desvio de recursos públicos e fraude financeira em 2008. Cacciola foi extraditado para o Brasil e por três anos cumpriu pena no Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, em Gericinó, na cidade do Rio de Janeiro.

Zambelli busca regularizar presença na Itália perante autoridades locais

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta quinta-feira (5), por meio de mensagens de texto com a jornalista Natuza Nery, da Globo News, que vai se apresentar às autoridades italianas para não ser considerada foragida. 

O objetivo da parlamentar que pediu licença de seu mandato é mostrar que não quer desrespeitar as autoridades locais, bem como a necessidade legal de informar que se encontra no país. 

Quero me regularizar primeiro, para não afrontar as autoridades italianas.

Carla Zambelli

Ao jornalista Leandro Magalhães, da CNN Brasil, a deputada federal afirmou que quer se antecipar e, por isso, vai se apresentar às autoridades daquele país. “Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso. Fui condenada sem provas”, declarou Zambelli à CNN Brasil. 


Zambelli afirma que não vai se curvar diante de Alexandre de Moraes, mas respeita as autoridades italianas (Foto: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Zambelli fugiu para a Itália após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a ajuda de um hacker. 

A deputada federal licenciada também informou à Nery que a razão de ter ido para a Itália foi buscar proteção contra o que ela chama de “perseguição política”. 

Condenação e roteiro da fuga

O STF condenou Zambelli a 10 anos e 8 meses de prisão em regime inicial fechado pelo seu envolvimento na invasão dos sistemas eletrônicos do CNJ. A condenada deixou o Brasil no fim de maio sem informar as autoridades brasileiras. 

A Polícia Federal (PF) afirma que a deputada viajou por terra pela fronteira com a Argentina, pegou um voo para Buenos Aires e de lá embarcou em outro voo para os Estados Unidos. Após alguns dias em solo norte-americano, embarcou para a Itália, onde está no momento. 

De acordo com a assessoria de Carla Zambelli, a deputada ainda estava na Flórida, nos EUA, na quarta-feira (4), quando o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, decretou sua prisão preventiva. 

Segundo fontes que conversaram com Natuza Nery, Carla Zambelli chegou a Roma na manhã desta quinta-feira (5), antes da inclusão de seu nome da lista de difusão vermelha da Interpol. A lista em questão é um alerta internacional para localizar e prender criminosos fugitivos de seus países. 


Jornalistas conversam sobre situação de Carla Zambelli na Central GloboNews (Foto: reprodução/X/@GloboNews)

A estratégia utilizada pela deputada federal foi sair sem alarde por via terrestre e viajar, posteriormente, por via aérea até chegar à Itália, conforme roteiro a seguir.

  • 25 de maio: Zambelli deixa o Brasil pela fronteira com a Argentina;
  • Data indeterminada: Zambelli deixa Buenos Aires em direção aos EUA;
  • 3 de junho: Zambelli faz vídeo informando que está fora do Brasil e youtuber descobre sua localização pelas imagens;
  • 4 de junho: assessoria confirma que deputada está nos EUA;
  • 5 de junho (manhã): Zambelli chega a Roma, na Itália;
  • 5 de junho (tarde): nome de Zambelli é incluído na Lista Vermelha da Interpol. 

Na Red Notice da Interpol

A PF fez o pedido da inclusão do nome de Zambelli na Lista Vermelha baseada na decisão do ministro Alexandre de Moraes. 

Agora com o nome listado, é possível prender a parlamentar fora do Brasil, seja pelas autoridades da Itália ou de outro país. 

Além da inclusão na lista, Moraes ordenou que o banco Itaú bloqueasse todas as contas e cartões de Carla Zambelli nesta sexta-feira (6).