Carla Zambelli passa mal em audiência na Itália e extradição é adiada

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente licenciada, passou mal nesta quarta-feira (13) durante audiência na Itália, e precisou ser levada a um posto de saúde no início da sessão. Mesmo após atendimento médico, ela retornou ao tribunal, mas a sessão foi adiada, prorrogando a análise de seu processo de extradição para o Brasil. Presa […]

13 ago, 2025
Foto destaque: Carla Zambelli (reprodução/VARISTO SA/Getty Images Embed)
Foto destaque: Carla Zambelli (reprodução/VARISTO SA/Getty Images Embed)
Carla Zambelli passa mal em audiência na Itália e extradição é adiada

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente licenciada, passou mal nesta quarta-feira (13) durante audiência na Itália, e precisou ser levada a um posto de saúde no início da sessão. Mesmo após atendimento médico, ela retornou ao tribunal, mas a sessão foi adiada, prorrogando a análise de seu processo de extradição para o Brasil.

Presa desde 29 de julho na Itália, Zambelli apresentou sinais de indisposição no início da sessão no Tribunal de Apelação de Roma e de acordo com a defesa, foi encaminhada para atendimento médico em um hospital. A audiência iria julgar se a deputada continuaria presa ou se aguardará o processo de extradição em liberdade. Após ser atendida, ela voltou à sala, mas a sessão foi interrompida e a data para retomada ainda não foi decidida. 

Defesa alega problemas de saúde

De acordo com os advogados de Zambelli, a deputada sofre de Síndrome de Ehlers-Danlos. A doença rara causa frouxidão nos músculos e articulações e segundo a defesa, a condição teria se agravado no período em que está detida na Germana Stefanini, mais conhecida como prisão feminina de Rebibbia, em Roma. Durante a última audiência, foi autorizado que medicamentos entrassem no presídio para Zambelli. 

A defesa argumenta que a prisão é irregular, afirmando que não houve mandado formal expedido pela Justiça italiana antes da detenção. Também é alegado pelos advogados que, por possuir cidadania italiana, ela não poderia ser extraditada automaticamente ao Brasil. Porém, o governo brasileiro já enviou o pedido formal de extradição da parlamentar. 

Na audiência de hoje, a defesa iria entrar com um pedido para que a deputada permanecesse em um apartamento em Roma, sob medidas preventivas, até que seja analisado e decidido o processo de extradição. Estaria presente nessa audiência um representante da Advocacia-Geral da União, diferentemente da última audiência onde foi pedido o acesso a remédios por Zambelli.


Carla Zambelli passa mal em audiência na Itália e extradição é adiada

Carla Zambelli é indiciada por falsidade ideológica e invasão de sistemas (Foto: reprodução/X/@g1)


Fuga e prisão na Itália

A fuga de Carla Zambelli se iniciou logo após sua condenação ser declarada pelo STF. A parlamentar foi condenada em maio no Brasil a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça, junto ao hacker Walter Delgatti. Após deixar o país, o nome de Zambelli foi incluído na lista vermelha da Interpol a pedido do governo brasileiro. Entre as restrições que acompanham o pedido, estão a prisão preventiva e bloqueio dos passaportes da deputada.

Em 29 de julho, ela foi encontrada em um apartamento em Roma, após denúncia feita por um deputado local, e presa em uma operação conjunta entre a Polícia Federal brasileira, a Interpol – que havia sido acionada pelo governo brasileiro anteriormente – e a polícia italiana. Na primeira audiência, a Justiça italiana determinou que ela aguardasse o processo de extradição – que pode durar até dois anos – presa. A deputada alegou na sessão que sofre com perseguição política do governo do brasileiro e pediu que seja julgada na Itália. 

Desde então, Zambelli permanece no presídio feminino Rebibbia, aguardando a decisão que a Justiça italiana analisa. O tribunal avalia se há condições para a extradição, através da análise de documentos e da condenação pelo crime de invasão de dispositivo eletrônico. Após decisão pelo tribunal, seja aceitando ou não o pedido, o processo deve retornar ao Ministério do Interior, e então informar o veredicto.

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