Trump afirma que vai conceder perdão “na primeira hora” aos responsáveis pela invasão do Capitólio

O presidente eleito Donald Trump declarou que pretende iniciar o processo de perdão “na primeira hora” de sua administração para aqueles de seus apoiadores que participaram da invasão do Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021. Essa afirmação foi feita durante uma entrevista à renomada revista norte-americana “Time”, cujas informações foram divulgadas nesta quinta-feira, dia 12. Vale destacar que Trump está agendado para assumir o cargo no dia 20 de janeiro de 2025, e sua proposta de perdão tem gerado reações diversas na sociedade e na política.

O republicano declarou que seu governo avaliará os casos individualmente, mas afirmou que as situações não violentas serão perdoadas imediatamente.


Donald Trump (Foto: reprodução/Instagram/@wallstreetmemoir)

Pronunciamento

Vamos olhar cada caso individualmente, e faremos isso muito rapidamente, começando na primeira hora em que eu assumir o cargo. E uma grande maioria dessas pessoas não deveria estar na prisão, e elas sofreram enormemente”, disse Donald Trump.

Na entrevista concedida à revista “Time”, Trump fez uma série de promessas, destacando seu compromisso em implementar, de maneira imediata, a deportação de imigrantes considerados ilegais. Além disso, ele revelou sua intenção de priorizar a extração de petróleo, enfatizando a importância de explorar os recursos naturais do país para impulsionar a economia.

Invasão ao Capitólio

No dia 6 de janeiro de 2021, milhares de apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio dos EUA em um ato de insurreição, tentando impedir a contagem dos votos que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020. Essa invasão resultou em centenas de condenações e continua a impactar a política americana.

Trump minimizou a gravidade do evento, defendendo os acusados e comparando-o a outras manifestações. Enquanto isso, Joe Biden, em seus últimos dias de mandato, concedeu perdão ao filho Hunter, condenado por crimes relacionados a armas e impostos, uma decisão que gerou críticas e pode afetar seu legado político. A intersecção entre política e justiça permanece um tema controverso e debatido.

Mpox no Brasil: número de infectados aumenta para 945 e ultrapassa 2023

Nesta terça-feira (3), o Ministério da Saúde divulgou o relatório com os números de Mpox semanal no Brasil. Superando a marca de 2023 com 853 casos, o país chegou a 945 casos confirmados ou prováveis, 109 apenas nessta semana.

Casos por região

A região sudeste é a mais afetada no momento, representando 80,7% dos casos do país, contendo 763 infectados. São Paulo registra o maior número, com 487 casos do total do país (51,5%). Rio de Janeiro vem em seguida com 216 casos (22,9%). Minas Gerais e Bahia dão sequência ao ranking com 59 (5,5%) e 32 (4,1%) casos, respectivamente.

Em apenas três estados não houve registro da doença: Amapá, Tocantins e Piauí.

Ao nível de cidade, os maiores números foram computados em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte com 343, 160 e 43 casos, respectivamente. Essas cidades são seguidas por Salvador com 28 casos e Brasília com 20 casos.

Até o momento não houve registro de morte por Mpox no Brasil neste ano. Em 2023 foram registrados duas mortes, uma em Minas Gerais e outra no Pará. Já em 2022, o país teve 14 mortes: cinco no Rio de Janeiro, três em São Paulo, três em Minas Gerais e uma no Maranhão, no Mato Groso e em Santa Catarina.

A maioria dos infectados é do sexo masculino, sendo 897 das ocorrências totais. A faixa etária mais afetada está entre 18 e 39 anos, com 679 dos registos.

O que é a Mpox

A Mpox é uma doença causada pelo vírus Mpox, do gênero Orthopoxvirus, mesmo gênero da varíola dos macacos. A Mpox é uma doença zoonótica vitral, ou seja, pode ser transmitida entre humanos e animais.


Erupções na pele é um dos sintomas do vírus mpox (Foto: Reprodução/OPAS)

Os principais sintomas são: erupções ou lesões na pele, febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrio, fraqueza e linfonodos inchados. O intervalo de tempo da infecção até o início dos sintomas pode variar de 3 a 16 dias. As lesões na pele normalmente se concentram no rosto, na palma das mãos e nos pés, mas podem estar em qualquer parte do corpo.

A contaminação pode vir por meio de contato direto com a pele e secreção da pessoa, por exposição próxima e prolongada com as gotículas e outras secreções respiratórias ou por objetos contaminados recentemente. Uma pessoa para de transmitir a doença apenas no momento em que uma nova camada da pele se formar com todas as erupções cicatrizadas.

Rio de Janeiro tem primeiro caso confirmado de Febre Oropouche 

Nesta quinta-feira (29), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) confirmou o primeiro registro no estado. Um homem de 42 anos residente do bairro Humaitá, zona sul carioca. Segundo o SES, o homem viajou recentemente para Amazonas e está sendo acompanhado por uma equipe de saúde e vigilância sanitária do Rio. 


Mosquitos da espécie Culicoides são menores que o Aedes aegypti (Foto: reprodução/Elena Goosen/istock/catraca livre)

Como se trata do primeiro caso isolado, a suspeita seria que o paciente tenha “importado” a doença, ou seja, contraiu a doença enquanto estava no Norte do País, já que na última terça-feira (27) o estado de Amazonas emitiu alerta epidemiológico para a febre, o estado já registrou quase 1.400 casos da doença somente este ano. Conforme o SES, o diagnóstico foi feito pelo Instituto Nacional de Infectologia Evando Chagas (INI), da Fiocruz através de exames laboratoriais reagentes a doença. 

Sintomas parecidos com dengue 

A Febre Oropouche tem como seu principal transmissor os mosquitos. Após picarem uma pessoa ou animal infectado, o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, mantém o vírus da doença em seu sangue por um tempo e podem passar adiante picando uma pessoa saudável. Os sintomas da febre são bem parecidos com os da dengue e chikungunya, náuseas; dor muscular; dor de cabeça; nas articulações; tontura; dor atrás dos olhos e diarreia. Desta forma, para melhor diagnóstico, a pessoa deve informar sobre viagens recentes logo no primeiro atendimento, segundo secretária do estado de saúde, Cláudia Mello. 

O que é a Febre Oropouche 

A febre é causada por um arbovírus e podem ser transmitidos pelos animais como macacos e bichos-preguiças como pelos humanos além de ser transmitido pelo mosquito maruim, o Coquilletti diavenezuelensis, o Aedes serratus e o Culex quinquefasciatus conhecido como pernilongo ou muriçoca, podem eventualmente transmitir o vírus. A doença não possui tratamento específico, mas não é tão grave, em casos mais raros pode causar algumas complicações como meningite ou encefalite. O Ministério da Saúde recomenda repouso e acompanhamento médico para quem tiver a Febre e para prevenção é aconselhável a aplicação de repelentes no corpo e eliminar possíveis focos de mosquitos. 

Dengue ultrapassa 650 mil casos no Brasil em 2024

Nesta segunda-feira (19), o Ministério da Saúde divulgou que já são mais de 653 mil casos de dengue no país, e ao menos 113 mortes confirmadas, com 438 óbitos adicionais em investigação. Os dados são do dia 1º de janeiro até 17 de fevereiro, e em relação com o mesmo período no ano passado, representam uma alta de quase 300%.

O que especialistas apontam como grave é que 2023 já foi um ano atipicamente alarmante, com um recorde histórico de 1.094 óbitos, e continuando uma tendência de crescimento iniciada em 2022. Caso esse ano continue com o número elevadíssimo de casos de dengue, o Ministério da Saúde projeta que o Brasil possa chegar até 4,2 milhões de casos até o fim do ano.

Para fins de comparação, o número total de casos no ano passado foi de aproximadamente 1,6 milhões. No entanto, tudo indica que o número de falecimentos decorrentes pode ser multiplicado por um fator igual ou até ainda maior, devido à superlotação nas unidades prestando serviços de saúde, como foi observado durante a pandemia da Covid-19 nos lugares mais gravemente afetados.


Tenda de atendimento para dengue no Distrito Federal (reprodução/O Globo/Brenno Carvalho)

Casos nos Estados

As diferentes unidades federativas estão sendo afetadas em graus distintos. Atualmente, maiores números de casos se concentram nos seguintes estados:

  • Minas Gerais (192 mil casos)
  • São Paulo (90 mil casos)
  • Distrito Federal (67 mil casos)
  • Paraná (58 mil casos)
  • Rio de Janeiro (41 mil casos)

Ainda de acordo com a análise do Ministério da Saúde, tão importante quanto o número de casos absolutos é o nível de incidência da doença. Nesse quesito, o Distrito Federal lidera com 2.405 casos por 100 mil habitantes, seguido de Minas Gerais, com 936 casos na mesma amostra. Ou seja, praticamente quase uma em cada cem pessoas em Minas Gerais registrou um caso de dengue.

Clima como agravante

A hipótese mais discutida entre especialistas atualmente é a de que o clima atual no país esteja agravando a situação da dengue, permitindo que o seu mosquito vetor, Aedes aegypti, se alastre por regiões que antes não ocupava.

Observamos expansão recente do vetor para áreas geográficas que não tinham o mosquito, como Rio Grande do Sul, ou até a cidade de São Paulo,” afirma Julio Croda, infectologista pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e professor da UFMS. “Quando você tem mais calor, o ciclo do mosquito diminui. Normalmente ele leva uns 10 dias para se desenvolver depois da eclosão do ovo. Quando faz mais calor, o ciclo é encurtado para até cinco dias.

Além disso, outros pesquisadores afirmam que os casos devem continuar aumentando no Brasil com a continuidade das chuvas. Ao todo, os sinais indicam que o fenômeno El Niño, responsável pelas ondas de calor ao fim do ano passado e ainda afetando este, pode ter agravado consideravelmente a epidemia de dengue de 2024, que deve registrar dados nunca antes vistos na história do país.