Conflito com a China: Trump ameaça retaliação por queda nas compras de soja

O clima comercial entre Washington e Pequim se agravou novamente nesta terça-feira (14). Em publicação no Truth Social, Donald Trump classificou como um “ato economicamente hostil” a decisão da China de reduzir drasticamente as compras de soja americana. O presidente deixou claro que os Estados Unidos podem adotar medidas de retaliação, incluindo cortes em produtos como o óleo de cozinha, afirmando que o país tem capacidade de produção própria.

Estamos considerando encerrar negócios com a China relacionados ao óleo de cozinha e a outros produtos comerciais como forma de retaliação a atos economicamente hostis. Podemos facilmente produzir óleo de cozinha internamente, não precisamos comprá-lo da China, escreveu Trump.

Em Mar-a-Lago, assessores do presidente afirmaram que ele acompanha de perto os relatórios sobre exportações agrícolas e avalia novas medidas caso a China não reverta a redução nas compras de soja americana.

Soja no centro da disputa

A China, maior compradora mundial de soja, reduziu nos últimos meses suas aquisições dos Estados Unidos, favorecendo o Brasil e a Argentina. A decisão tem impactos imediatos para agricultores americanos, que dependem das exportações para manter suas plantações e empregos locais.

Em Des Moines, Iowa, um produtor resumiu o impacto: Cada tonelada que a China deixa de comprar pesa no nosso orçamento. Isso afeta plantações, empregos e todo o mercado local”. Economistas alertam que a queda nas vendas pode repercutir nos preços globais e comprometer contratos futuros de exportação.


Donald J. Trump em publicação no Truth Social (Foto: reprodução/Truth Social/@realDonaldTrump)

Tarifas, tecnologia e geopolítica

A retaliação americana não é inédita. Trump já mantém ordens tarifárias sobre bilhões de dólares em produtos chineses, alegando a necessidade de reduzir o déficit comercial, trazer de volta produção perdida e frear o tráfico de fentanil.

Além das questões econômicas, Estados Unidos e China divergem sobre tecnologia, direitos humanos, a origem da pandemia de covid-19 e tensões geopolíticas envolvendo Hong Kong, Taiwan e Ucrânia. Especialistas alertam que qualquer medida de retaliação imediata terá efeitos diretos sobre produtores americanos, cadeias globais de suprimentos e preços de alimentos. O governo americano ainda não divulgou quais setores seriam afetados além do óleo de cozinha, mas a ameaça reforça o clima de tensão comercial e política entre as duas maiores economias do mundo.

Ouro atinge novo recorde com tensão global e corte de juros à vista

O ouro ultrapassou a marca histórica de US$ 4.100 por onça na segunda-feira (13), em meio ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China e à expectativa de corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve. A cotação à vista chegou a US$ 4.116,77 no início da tarde, segundo dados de mercado. O movimento reflete a busca global por ativos considerados seguros em um cenário de instabilidade geopolítica e incertezas econômicas.

Investidores apostam em ouro meio à incerteza

A valorização do ouro neste ano já acumula alta de 56%, impulsionada por fatores como compras de bancos centrais, fluxo crescente de investidores institucionais e sinais de desaceleração monetária nos EUA. Com a tensão política reacendida pelo presidente americano Donald Trump e a sinalização do Fed para cortes em outubro e dezembro, investidores correram para proteger seus ativos.


Publicação da CNN Brasil (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil Money)

A corrida por segurança vem crescendo desde o rompimento da trégua comercial entre EUA e China. O anúncio de Trump, feito na última sexta-feira, desestabilizou os mercados globais e reforçou o papel do ouro como proteção contra riscos. Além disso, o Federal Reserve deve cortar os juros em 0,25 ponto percentual ainda em outubro, com chances de nova redução em dezembro. Taxas mais baixas favorecem o ouro, por se tratar de um ativo sem rendimento, que se valoriza quando o custo de oportunidade de mantê-lo cai.

Alta histórica atrai investidores e movimenta mercado brasileiro

Com o novo recorde internacional, o ouro também despertou o interesse de investidores brasileiros. Dados da B3 apontam crescimento de 700% no volume de negociação do Contrato Futuro de Ouro no último trimestre, com destaque para a participação de estrangeiros e pessoas físicas. Esse movimento reflete a busca por ativos mais seguros em meio à volatilidade do cenário econômico.

Além disso, a isenção de tarifas oferecida pela bolsa brasileira até novembro impulsionou ainda mais o número de negociações. Especialistas afirmam que, diante da valorização histórica, o ouro volta a ganhar força como alternativa de proteção e diversificação de carteira. ETFs como o GOLD11 e GLDX11 também ganharam força, oferecendo exposição direta ao metal. Para especialistas, a tendência é que o ouro continue em alta, podendo chegar a US$ 5.000 até o fim de 2026, especialmente se as tensões geopolíticas persistirem e os cortes de juros se confirmarem.

Enchentes e desmoronamentos matam 40 pessoas no Nepal

Chuvas intensas causaram desmoronamentos e enchentes súbitas no Nepal, resultando na interdição de rodovias, na queda de pontes e na morte de ao menos 40 pessoas, segundo informações divulgadas por autoridades locais neste domingo (5).  No distrito de Ilam, próximo à divisa com a Índia, 18 vítimas perderam a vida em decorrência dos deslizamentos de terra, de acordo com um porta-voz da polícia.

Regiões do Nepal sofrem com as chuvas

No sul do Nepal, três pessoas faleceram atingidas por descargas elétricas durante tempestades, enquanto outra vítima morreu em alagamentos no distrito de Udayapur, também situado na região leste do país. De acordo com as autoridades, onze moradores foram arrastados pelas águas e permanecem desaparecidos desde sábado (4).


Chuvas intensas causaram diversas mortes no Nepal (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Os danos ainda causaram a interdição de diversas estradas, deixando centenas de viajantes impossibilitados de seguir viagem. Um representante do aeroporto de Katmandu informou que os voos domésticos estão em grande parte suspensos, mas as operações internacionais continuam ocorrendo normalmente.

Meteorologistas do país afirmaram que há forte possibilidade de as chuvas persistirem até segunda-feira (6) e garantiram que estão adotando “todos os cuidados e medidas necessárias” para prestar apoio às populações atingidas pela tragédia. Enchentes e quedas de encostas costumam ocorrer com frequência durante o período das monções no sul da Ásia, mas estudiosos apontam que as alterações climáticas têm intensificado tanto a regularidade quanto a gravidade desses fenômenos. 

Ponte com a China destruída

Desde a última sexta-feira, algumas áreas permanecem alagadas, o que levou as autoridades a emitirem alertas para possíveis transbordamentos de diversos rios. Em Katmandu, capital do Nepal, os cursos d’água ultrapassaram seus limites, invadindo comunidades estabelecidas em suas margens.

No início de julho o Nepal já havia sido atingido por fortes chuvas e ao menos oito pessoas morreram após a enchente do rio Bhote Koshi, que derrubou a chamada “Ponte da Amizade”, estrutura que conecta o Nepal à China. Com a destruição da travessia, até o fluxo comercial entre os dois países foi paralisado, de acordo com os relatos oficiais divulgados.

Ex-ministro é condenado à morte e expõe força da ofensiva anticorrupção na China

O ex-ministro da Agricultura da China, Tang Renjian, foi condenado por corrupção e teve a pena de morte suspensa por dois anos após admitir propinas milionárias. O julgamento ocorreu no Tribunal Popular Intermediário de Changchun, na China, neste domingo (29), data local, e evidencia o rigor da campanha anticorrupção e o controle do regime de Xi Jinping.

Durante a suspensão, se Tang cumprir regras de bom comportamento, a pena poderá ser convertida em prisão perpétua ou outra sentença mais branda.

Condenado acumulou milhões em subornos

Tang ocupou cargos de destaque entre 2007 e 2024. Durante esse período, recebeu subornos que somam mais de 268 milhões de yuans, cerca de R$ 200 milhões. Ele governou a província de Gansu antes de assumir o ministério da Agricultura e Assuntos Rurais.

Também, Tang era membro do Partido Comunista da China. Sua condenação simboliza o esforço do regime para lidar com corrupção em altos escalões. Ele foi expulso do partido em novembro de 2024, seis meses após a investigação iniciar, conduzida de forma rápida pelo órgão anticorrupção.


Ex-ministro da Agricultura da China é condenado à pena de morte por corrupção (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Pena evidencia rigor da campanha anticorrupção

A pena de morte de Tang foi suspensa por dois anos. Durante esse período, ele poderá ter a sentença convertida em prisão perpétua caso cumpra critérios de bom comportamento. No entanto, apesar da suspensão, a decisão reforça o rigor da justiça e o peso da campanha anticorrupção sobre altos funcionários do governo.

Tang Renjian não é o único com um cargo de alta responsabilidade condenado. Ele integra uma série de casos envolvendo ministros da Defesa e o ex-chefe de segurança Zhou Yongkang, que cometeu suborno, abuso de poder e divulgação de segredos de Estado, sendo preso em 2015. Além disso, esses processos mostram que o regime prioriza manter disciplina e controle entre os líderes políticos.

Xi Jinping reforça disciplina interna e controle político

Especialistas afirmam que a rapidez do julgamento de Tang reflete a estratégia de Xi Jinping, que visa consolidar poder e garantir lealdade no Partido Comunista. Desde 2020, o presidente reforça mecanismos para que autoridades, policiais e juízes se mantenham “absolutamente leais, absolutamente puros e absolutamente confiáveis”.

Assim, a condenação envia um recado claro: políticos que acumulam vantagens ilegais correm risco severo. Dessa forma, a campanha anticorrupção impacta diretamente a estabilidade política da China, funcionando como uma ferramenta de disciplina interna e reforço do controle do regime sobre funcionários de alto escalão.

TikTok está à venda nos EUA após decreto de Trump

O presidente americano Donald Trump, assinou um decreto nesta quinta-feira (25), sobre a venda do aplicativo chinês TikTok, decisão que movimenta o mercado de tecnologia e chama atenção de investidores internacionais.

A gigante chinesa é apontada pelo governo americano como um risco à segurança nacional e aos usuários. Segundo os EUA, o aplicativo coleta dados e realiza espionagem. A ByteDance, empresa que gerencia a plataforma, nega as acusações.

Principais pontos do decreto

A nova empresa que assumirá o TikTok nos Estados Unidos terá sede no país e será controlada majoritariamente por investidores americanos, com menos de 20% da propriedade pertencendo a entidades estrangeiras, incluindo a ByteDance, criadora chinesa da plataforma.

O decreto garante que a companhia americana terá controle total sobre os algoritmos, o código-fonte e as decisões de moderação de conteúdo, com o objetivo de reduzir riscos à segurança nacional e proteger a privacidade dos usuários. Os dados confidenciais dos usuários americanos deverão ser armazenados em um ambiente de nuvem gerido por uma empresa dos EUA, sem interferência de países considerados adversários.

Parceiros confiáveis americanos serão responsáveis por supervisionar atualizações de software, fluxos de dados e algoritmos, além de “retreinar” sistemas que utilizem informações dos usuários locais. O decreto ainda reforça a necessidade de transparência e auditoria constante, garantindo que a operação da plataforma esteja alinhada às exigências de segurança e proteção de dados do governo americano.


As articulações entre EUA e China sobre o aplicativo Tik Tok (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT news)

Quem deve entrar na disputa pelo TikTok

A venda do TikTok nos EUA vai atrair grandes empresas e investidores internacionais. Oracle, Silver Lake e MGX devem controlar 45% da nova divisão, enquanto Michael Dell, Rupert Murdoch e fundos como General Atlantic somam 35%. A ByteDance ficará com menos de 20%, como exige a legislação americana.

A Oracle terá papel central, controlando algoritmos, código-fonte e dados dos usuários americanos, em atenção às preocupações de segurança nacional. O conselho terá sete membros, seis indicados por investidores americanos e um pela ByteDance. A transação foi avaliada em US$ 14 bilhões e deve ser concluída em até 120 dias, marcando uma das maiores movimentações recentes do mercado de tecnologia.

Trump transfere responsabilidade de negociação do TikTok para a China

O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou neste domingo (14), que mantém conversas com autoridades chinesas sobre a possível venda do TikTok, medida considerada essencial para garantir a continuidade do app nos Estados Unidos.

O governo deve estender o prazo para a negociação pela quarta vez desde o início do mandato de Trump. De acordo com ele, a decisão final está nas mãos da China, embora não tenha especificado quais questões ainda impedem o fechamento do acordo. Atualmente, cerca de 170 milhões de norte-americanos utilizam a plataforma.

Conversas travadas

Trump afirmou a jornalistas que as negociações sobre o futuro do TikTok continuam em andamento. Em junho, o governo já havia concedido mais 90 dias para que a plataforma encontrasse um comprador fora da China, medida que buscava evitar sua proibição nos Estados Unidos por falta de autorização de Pequim. Esse prazo expira na próxima quarta-feira (17), mas o presidente já determinou outras duas extensões anteriormente.


Trump tem reunião marcada para sexta-feira (19) com o presidente chinês Xi Jinping (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

A justificativa de Washington é impedir que o governo chinês tenha acesso a informações pessoais de usuários americanos ou utilize o algoritmo do aplicativo para influenciar a opinião pública nos EUA. No entanto, nunca foram apresentadas evidências concretas que sustentem essas suspeitas.

Para que a venda seja concluída, é necessário o consentimento da ByteDance e das autoridades da China, que até o momento não sinalizaram aprovação.

Casa Branca no TikTok

Em agosto, a Casa Branca inaugurou oficialmente seu perfil no TikTok. A primeira postagem veio acompanhada da mensagem: “Estados Unidos, ESTAMOS DE VOLTA! E aí, TikTok?”. O vídeo de estreia, com 27 segundos de duração, fez a conta acumular aproximadamente 4.500 seguidores em apenas uma hora.

O TikTok pertence à gigante chinesa de tecnologia ByteDance. Uma lei federal, criada sob o argumento de proteger a segurança nacional, previa que a plataforma deveria ser vendida ou, caso contrário, banida do território americano a partir de 20 de janeiro, data da posse de Donald Trump. Entretanto, o então presidente republicano suspendeu a medida e, em junho, estendeu por mais 90 dias o prazo para que a empresa encontrasse um comprador fora da China, condição imposta para que o aplicativo continue operando nos Estados Unidos.

Brasil encara China na estreia do Mundial de Vôlei em busca do quarto título

A seleção masculina de vôlei começa neste domingo (14), às 10h, a disputa do Campeonato Mundial. O time de Bernardinho tem a China como primeiro adversário em sua caminhada pelo tetracampeonato, em um duelo válido pelo Grupo H, que também reúne a Sérvia e a República Tcheca. A partida marca o início de uma trajetória que promete ser desafiadora, já que a equipe brasileira chega com o peso do favoritismo, mas também com a responsabilidade de confirmar sua tradição no torneio.

Favoritismo e renovação

Nos últimos anos, os confrontos entre Brasil e China evidenciam ampla vantagem para os brasileiros. Só em 2025, foram duas vitórias na Liga das Nações: 3 sets a 0 em junho e 3 a 1 em julho. Apesar da superioridade, a parcial perdida no segundo encontro serviu de alerta para Bernardinho e seus comandados, já que mostrou que a equipe chinesa pode oferecer resistência maior do que o esperado.


Brasil busca manter retrospecto positivo (Foto: reprodução/Instagram/@cbvolei)

Além do retrospecto positivo, o Brasil chega ao Mundial em meio a um processo de renovação. O técnico tem apostado na mescla entre nomes experientes, como o capitão Lucarelli, e jogadores mais jovens que vêm ganhando espaço em competições recentes. Essa combinação busca preparar uma nova geração para assumir protagonismo, ao mesmo tempo em que mantém a equipe competitiva diante das principais seleções do cenário internacional.

 Momento da seleção chinesa

Sob o comando do técnico Wu Sheng, a China vem apostando em um estilo de jogo coletivo, reforçando a disciplina no bloqueio e a consistência no sistema defensivo. Embora não conte com grandes nomes reconhecidos no cenário mundial, a equipe aposta em sua força física, sobretudo na altura de seus atletas, para equilibrar o nível do jogo contra adversários mais experientes. Essa característica vem sendo aprimorada ao longo dos últimos anos e pode ser uma arma para surpreender.


China busca surpreender o Brasil na estreia (Foto: reprodução/Instagram/@jiangchuan02)

Entre os jogadores que mais se destacam, dois nomes merecem atenção especial: o oposto Jiang Chuan, principal referência no ataque e maior pontuador da equipe, e o jovem ponteiro Zhang Jingyin, que desponta como promessa e já vem assumindo papel de protagonismo. A presença desses atletas, aliada ao trabalho coletivo, faz da China um adversário que, mesmo sem o status de favorito, pode oferecer riscos ao Brasil logo na estreia.

Xi Jinping cobra BRICS contra protecionismo à China

Durante a cúpula virtual dos BRICS, realizada nesta segunda-feira (08), o presidente da República Popular China, Xi Jinping, destacou a urgência de que as nações integrantes do bloco fortaleçam o sistema de comércio multilateral e resistam a todas as formas de protecionismo. O alerta surge em um contexto global de tarifas elevadas, especialmente por parte dos Estados Unidos, que ameaçam equilibrar o comércio internacional.

O presidente chinês ressaltou ainda que os países do grupo devem se apoiar em suas vantagens comparativas e aprofundar a cooperação em áreas estratégicas como comércio, finanças e tecnologia. Segundo ele, uma união mais próxima entre os líderes dos BRICS pode gerar mais confiança, melhores opções e resultados práticos para enfrentar os desafios externos.

Brasil na liderança e os desafios do protecionismo

A iniciativa defendida por Xi Jinping ganha ainda mais relevância neste momento em que o Brasil exerce a presidência rotativa do bloco. Sob a condução do governo brasileiro, os BRICS têm buscado fortalecer o diálogo interno e adotar medidas que reforcem a ideia de multilateralismo como caminho para o equilíbrio global. A posição de liderança coloca o país em um papel estratégico, tanto como articulador político quanto como voz ativa na defesa de um comércio internacional mais justo e inclusivo.


Em um cenário difícil comercialmente, o Brasil tem papel fundamental (Foto: reprodução/Instagram/@aquifofoqueira)

A crescente utilização de tarifas e barreiras comerciais como instrumentos de pressão diplomática, em especial por grandes potências, vem evidenciando as fragilidades de um sistema que se mostra cada vez mais restritivo e unilateral. Esse cenário gera incertezas para economias emergentes, que dependem do livre fluxo de bens, serviços e investimentos para sustentar crescimento e inovação. Diante disso, os BRICS têm se mobilizado para elaborar respostas conjuntas capazes de reduzir os impactos do protecionismo e criar alternativas que favoreçam tanto a integração entre seus membros quanto a diversificação de parceiros no comércio global.

Cooperação entre emergentes como resposta global

A proposta de Xi também reforça a ideia de que, para resistir à volatilidade geopolítica e às pressões protecionistas, os países do BRICS precisam intensificar a solidariedade econômica e trocar experiências. Esse movimento aponta para um futuro onde a cooperação entre os emergentes seja o maior trunfo para equilibrar o poder econômico global e influenciar decisões multilaterais.

China exibe novo arsenal em desfile militar com a presença de Putin, Kim Jong-un e Dilma 

A China expôs seus novos armamentos em um desfile na Praça da Paz Celestial, em Pequim, nesta terça-feira (03). Mísseis antinavios, drones submersíveis, escudo antimíssil, tanques e mais de 10 mil soldados fizeram parte do espetáculo que comemora os 80 anos da rendição do Japão aos aliados na Segunda Guerra Mundial. Líderes mundiais como Putin e Kim Jong-un, além da presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff estiveram presentes.

Potência Militar

O governo de Xi Jinping tem como ponto central o investimento militar. Desde 2013, o líder chinês mobilizou fundos para modernizar o Exército de Libertação Popular (ELP), saindo de coadjuvante na Ásia para se igualar, em alguns pontos, com as Forças Armadas dos Estados Unidos. Sem envolvimento direto em conflitos desde o com o Vietnã em 1979, Pequim passou a fabricar e aperfeiçoar sua própria tecnologia de guerra. 


Novos armamentos chineses exibidos em grande desfile militar de comemoração aos 80 anos da vitória sobre o Japão (reprodução/Lintao Zhang/Getty Images Embed)


Na exibição do renovado arsenal de guerra, o exército chinês apresentou armas de nova geração como:

  • Drone submarinos AJX002: equipamentos não tripulados semelhantes a torpedos; 
  • Escudo antimíssil HQ – 29: pode interceptar mísseis a 500 quilômetros de altitude;
  • Mísseis antinavio YJ – 20: capazes de causar danos críticos a grandes embarcações;
  • Laser de defesa aérea: arma de energia direcionada que deve ser montado em navios de guerra.

União Geopolítica

O presidente Xi Jinping convidou líderes mundiais para assistir a comemoração do fim da Segunda Guerra, estavam lá: Vladimir Putin, da Rússia; Narenda Modi, da Índia; e Kim Jong-un, da Coréia do Norte. Além dos mais conhecidos, lideranças do Irã, Paquistão, Cuba e outros países aliados marcaram presença. O Brasil foi representado por Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do Governo Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, presidente do Banco dos Brics. 


Vladimir Putin, Xi Jinping e Kim Jong-un durante o desfile militar chinês em Pequim
(reprodução/ALEXANDER KAZAKOV/POOL/AFP/Getty Images Embed)


Nesta segunda-feira (1), Putin e Modi já haviam se reunido com Xi Jinping em cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), bloco de segurança regional. Durante o evento, que contava com mais de 20 países, o líder chinês fez críticas implícitas ao presidente dos EUA, Donald Trump, e sua política tarifária, além de difundir o desejo da criação de uma nova ordem mundial que prioriza a economia e a segurança dos países do ‘Sul Global’, como o Brasil e os outros componentes do BRICS. 

China elabora chip 6G de comunicação sem fio ultrarrápida

Nesta quarta-feira (27), uma equipe de pesquisadores da cidade de Hong Kong e das Universidades de Pequim publicaram na revista “Nature” a criação do primeiro chip de comunicação sem fio de banda completa e com alta velocidade, tendo como base a tecnologia de integração optoeletrônica adaptativa.

O chip 6G da China

O chip desenvolvido pela China é do tamanho de uma unha, sendo capaz de gerir recursos que incluem desde micro-ondas e Sub-6GHz, até ondas milimétricas e tera-hertz, transmitindo a mais de 120 Gbps. Com tal potência, não é preciso utilizar equipamentos separados para atingir determinada caixa de frequência, superando assim os dispositivos eletrônicos tradicionais por não ter tal limitação.

Sobre o chip ter ultrapassado o que conhecemos hoje, o professor da Universidade de Pequim, Wang Xingjun, disse que a rede 6G precisa aguentar as aplicações sensíveis de largura de banda e latência da era da Internet das Coisas que estamos adentrando, como a Realidade Virtual e as fábricas inteligentes. Além disso, será necessário ter cobertura em ambientes diferenciados e complexos, como o fundo do mar, áreas remotas e o espaço.


Chip 6G desenvolvido pela China visa garantir sinal em lugares complexos para maior alcance em áreas com sinal baixo (Foto: Reprodução/Freepik)

Impactos nas redes de comunicação

Wang Cheng, professor da Universidade de Hong Kong, comentou que a tecnologia utilizada vai muito além de simplesmente transmitir dados em alta velocidade, ela é a solução de reconfiguração de uma banda completa, que será capaz de garantir o funcionamento de redes sem fio que se baseiam em IA mais inteligentes e flexíveis, tendo uma capacidade de mudar todo o cenário comunicacional.

Xingjun focou no avanço de uma base de hardware para uma rede guiada nativamente por uma Inteligência Artificial, sendo capaz de mudar os parâmetros de comunicação através de algoritmos internos, e de adaptar-se a ambientes eletromagnéticos difíceis.

O chip também deverá aguentar sistemas que estejam integrados com comunicação e sensoriamento, fazendo com que estações-base e veículos transmitam dados e averíguem o ambiente ao seu redor.