O ator Charlie Sheen, conhecido pelo sucesso em séries como “Two and a Half Men”, revelou um episódio pessoal e delicado em seu novo livro de memórias, O Livro de Sheen, que chega às livrarias este mês. Em um dos trechos mais comentados da obra, Sheen conta que decidiu fazer uma lipoaspiração após ter sido chamado de “gordo” por uma garota de programa durante as filmagens de um longa em Toronto, no ano 2000.

Segundo o ator, a mulher chegou a bater em sua barriga e o insultou, uma atitude que o deixou “devastado e indignado”. Ainda abalado, Sheen procurou um cirurgião plástico em Los Angeles e realizou o procedimento. Ele afirma que, na época, o ganho de peso ocorreu em um período de sobriedade, após abandonar o uso de substâncias estimulantes.

Prefiro estar um pouco mole e vivo do que magérrimo e morto.”

Escreveu o ator no livro, ao refletir sobre o processo de recuperação e os desafios de manter o corpo sob os holofotes de Hollywood.

Especialista comenta os riscos

Para comentar o caso, a cirurgiã plástica Heloise Manfrim, membro de instituições como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a Associação Brasileira de Lipedema (ABL), explicou os principais riscos e cuidados relacionados à lipoaspiração especialmente em pacientes com sobrepeso

As mudanças bruscas não são o maior problema. O real risco está na obesidade, que é uma comorbidade séria e aumenta as chances de complicações em uma cirurgia”, afirma a médica.

Ela destaca que pacientes com obesidade enfrentam um risco aumentado de problemas cardiovasculares, trombose e outras complicações durante e após cirurgias plásticas. Segundo Heloise, realizar o procedimento em um “momento inflamado” do corpo pode ser particularmente perigoso.

Lipo não emagrece: mito perigoso

Outro ponto crucial abordado pela especialista é a confusão comum entre lipoaspiração e perda de peso. “A lipoaspiração não é um método de emagrecimento. Ela pode reduzir medidas, sim, mas não substitui mudança de estilo de vida”, alerta.

A médica reforça que, em pacientes que não adotam hábitos saudáveis após a cirurgia, a gordura tende a se redistribuir de forma perigosa no corpo, acumulando-se principalmente na região visceral, que é altamente inflamatória e pode causar problemas de saúde mais sérios.

Exames e preparação são fundamentais

Heloise também explicou que a preparação para a lipoaspiração exige uma avaliação completa do paciente.

‘”Solicitamos, em média, 60 exames laboratoriais, além de avaliações com cardiologista e anestesista. Isso é essencial para reduzir riscos e identificar processos inflamatórios antes da cirurgia”, explica.

Ela reforça que tratar o paciente previamente, desinflamar o organismo e garantir um bom estado de saúde são passos fundamentais para o sucesso da cirurgia.