Relator propõe ampliar para 12 kg o limite gratuito de bagagem de mão em voos domésticos

O relator da proposta de lei que regulamenta a gratuidade da bagagem de mão em voos domésticos, o deputado Neto Carletto (Avante-BA), propôs nesta terça-feira (28) elevar de 10 kg para 12 kg o limite permitido para bagagem de mão gratuita. 

O projeto de lei (PL) já aprovado no Senado Federal e agora em tramitação na Câmara, define que o passageiro poderá levar sem custo adicional uma mala de mão acomodável no compartimento superior da aeronave, além de um item menor, como mochila ou bolsa sob o assento.

Motivações e impacto para os passageiros

Segundo especialistas em direito do consumidor, a medida aparece como um contrapeso às decisões de algumas companhias aéreas que passaram a cobrar pela bagagem de mão, provocando insatisfação no público e questionamentos regulatórios. 

Com o aumento do limite para 12 kg, espera-se que os passageiros em voos domésticos no Brasil ganhem maior flexibilidade e menor risco de cobranças extras por bagagem de mão. Para o relator, trata-se de “um aceno aos consumidores”, embora haja ressalvas sobre o impacto operacional para as empresas aéreas.


Projeto de lei é aprovado no senado (Vídeo: reprodução/X/@BandJornalismo)

Desafios para as companhias aéreas e operação

As empresas aéreas argumentam que o peso e volume da bagagem de mão afetam diretamente o planejamento de carga, tempo de embarque e segurança. A proposta de 12 kg, embora moderada, será objeto de negociações no plenário sobre parâmetros como tamanho, volume e localização dos compartimentos da aeronave.

Além disso, mesmo com a gratuidade, haverá necessidade de clarificar nas regras como: quais os critérios exatos para definir que a bagagem cabe no compartimento superior, se haverá fiscalização mais rígida do peso/limites e se haverá tolerância para variações e qual será o impacto em tarifas e se as aéreas repassarão custos adicionais aos passageiros de outras formas.

Tramitação e expectativa de votação

O PL tem sido tratado em regime de urgência, o que acelera a votação tanto na Câmara quanto nas comissões responsáveis. Analista da CNN Brasil, Isabel Mega, informou que o relator já incluiu o aumento para 12 kg como parte das alterações vetadas ao texto originário. 

Caso aprovado, a lei deverá definir prazos para adaptação das companhias aéreas e das agências reguladoras, entre elas a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)  para ganhar eficácia prática. Para os passageiros, o cenário é otimista: a gratuidade da bagagem de mão desde que confirmada pode reduzir custos, tornar mais transparente o preço das passagens e evitar surpresas no momento do embarque.

Procon-SP cobra explicações de companhias aéreas por tarifas sem bagagem de mão

Desde terça-feira (14), as companhias aéreas Latam e GOL adotaram um novo modelo tarifário para viagens nacionais e internacionais, que possibilita ao passageiro levar uma bolsa ou mochila pequena localizada embaixo do assento à frente.

O Procon de São Paulo (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) questionou a medida com o intuito de saber mais detalhadamente sobre esse novo modelo, com o objetivo de analisar e constatar se não fere o Código de Defesa do Consumidor.

As novidades do novo modelo

Uma das principais vantagens deste novo modelo tarifário implementado pelas companhias aéreas é a possibilidade de despachar uma bagagem e de levar uma mala de mão que geralmente não vai com o passageiro, mas sim na cabine superior da aeronave. Outro ponto positivo do novo modelo proposto pelas companhias aéreas é o preço mais baixo para passageiros sem bagagem extra, que pagam apenas pela bagagem de mão, tornando o preço da viagem mais acessível.

Há quem enxergue também isso como uma maior transparência, visto que o consumidor poderá saber exatamente pelo que está pagando, diferenciando a tarifa básica de serviços extras com mais clareza. Entretanto, os pontos negativos da mudança são a não marcação de assento e a impossibilidade de reembolso ou despacho de malas, que deve ser pago à parte do pacote de passagens.


 

 

Procon-SP difundindo reportagem da Globonews acerca do novo modelo das companhias aéreas(Vídeo: reprodução/Youtube/@TvProcon-SP)

Preocupação do Procon

O Procon de São Paulo solicitou às companhias aéreas esclarecimentos mais detalhados sobre o novo modelo de tarifas, diante de indícios de que ele possa violar o Código de Defesa do Consumidor. Além disso, surgiram questionamentos sobre a segurança durante os voos: com a limitação do uso dos compartimentos superiores, há o risco de acúmulo de bagagens, o que poderia dificultar a evacuação rápida da aeronave em caso de emergência.

Também foi pedido que as empresas apresentem estudos sobre os possíveis impactos à saúde dos passageiros, já que a impossibilidade de esticar as pernas devido à presença de volumes à frente pode causar desconforto ou problemas físicos.

 

Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu que cachorros tem o mesmo valor de bagagem comum em caso de perda

Nesta quinta-feira (16), o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) publicou uma decisão favorável à companhia aérea Iberia. Nela, a Justiça afirma que, em caso de perda do cão durante o transporte, a companhia deve tratar como se fosse uma bagagem comum perdida, e na hora de indenizar, valores como tais.

Esta resolução foi discutida e publicada por conta de uma disputa da Iberia com uma passageira cuja cadela de estimação fugiu enquanto era levada para o avião em voo de Buenos Aires para Barcelona.

Decisão da Justiça da União Europeia

O caso citado acima ocorreu quando chegaram ao Aeroporto de Barcelona (El Prat), portanto está nas mãos da justiça espanhola. Ela examinou o pedido de indenização e decidiu encaminhar uma questão preliminar ao Tribunal de Justiça da União Europeia, que decidiu que o conceito de “bagagem”, no sentido da Convenção de Montreal, inclui animais de estimação que viajam com os passageiros. Mona, conforme chamada por sua dona, Grisel Ortiz, a cadela correu pela pista do aeroporto enquanto era perseguida por três vans, porém acabou escapando. Ortiz criou uma página na rede social Facebook para tentar conseguir informações sobre o paradeiro de Mona e, ainda, ofereceu uma recompensa em dinheiro pela devolução do cão, porém nunca mais foi encontrada.


Imagem de uma moça e sua cadela no aeroporto (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)

A companhia Iberia alega que, durante o check-in, a passageira Ortiz não fez a declaração especial de interesse ou valor, opção oferecida no check-in de bagagem especial e que tem um custo. Isto é, por conta das regras que limitam bagagens comuns a até 8 kg. Mona, que tinha um peso maior, teve que viajar no porão. A companhia assumiu a responsabilidade e aceitou pagar uma indenização, entretanto, pelos fatos comentados acima, e pelo cachorro ser considerado o mesmo valor de uma bagagem comum, ela considera pagar um valor menor do que os 5000 Euros que Grisel Ortiz solicita na justiça pelos danos morais.

Mais informações sobre o caso

Para concluir, o advogado de Grisel Ortiz continua confiante e afirma que confia que os juízes espanhóis tenham mais sensibilidade ao que ele chama de “realidade da nossa sociedade”. E Carlos Villacorta explica que um caso como esse tem um efeito que vai além de uma perda de bagagem comum, a perda de um cão pode causar danos psicológicos e até psiquiátricos que, segundo esta sentença, nunca poderão ser compensados.


Mona (imagem) se perdeu de sua tutora durante voo e nunca foi encontrada (Foto: reprodução/O Globo)

O caso ocorreu em 22 de outubro de 2019, vai completar 6 anos na próxima quarta-feira. Grisel Ortiz quase não tem mais esperanças de rever sua cadela Mona, porém acredita que ao menos a justiça espanhola possa indenizar com um valor justo minimamente por sua perda.

 

Avião da Iberia sofre grave dano após colisão com pássaro

Neste domingo (3), um Airbus A320 da companhia aérea Iberia, da Espanha, precisou realizar um pouso de emergência após a aeronave colidir com um pássaro logo após a decolagem. Segundo a companhia, ninguém a bordo ficou ferido. O avião, que fazia o trajeto entre Espanha e Paris, teve uma parte considerável do bico destruído com o impacto.

Desenrolar do acidente

Segundo o FlightRadar24 – site especializado no monitoramento de voos – o avião da Iberia retornou ao Aeroporto Adolfo Suárez, em Barajas (Madri), apenas um minuto após a decolagem. Apesar de a aeronave ter sofrido danos na parte frontal devido à colisão com aves, a companhia informou que não houve qualquer dificuldade durante o pouso de emergência. Assim, apesar da gravidade da ocorrência, nenhum passageiro ficou ferido. Alguns, inclusive, registraram o momento do pouso em suas redes sociais.


Foto destaque: Aeronave da Iberia com parte do bico destruída com o impacto (reprodução/G1.com)

Pousos forçados da Iberia

Embora os eventos sejam completamente distintos, não é a primeira vez que uma aeronave da Iberia precisa realizar um pouso de emergência. Em abril deste ano, um Airbus A330, que fazia o trajeto Madri – San Juan, foi obrigado a pousar após uma nave da SpaceX explodir minutos após o lançamento, provocando uma chuva de fragmentos que não se desintegraram totalmente na atmosfera. Felizmente, o avião conseguiu chegar a San Juan sem intercorrências ao longo do voo.

Reputação da companhia europeia

Na lista das companhias aéreas mais seguras de 2025, a Iberia ocupa a 16ª posição, sendo considerada uma empresa sólida e confiável. A companhia acumula décadas sem registros de acidentes fatais; o último ocorreu em 1985, envolvendo um Boeing 727 que colidiu com outro avião, resultando em 93 vítimas. O site AirlineRatings classificou a Iberia e a Iberia Express com nota máxima em segurança. A TAP Air Portugal segue liderando o ranking europeu como a companhia aérea mais segura do continente.

Companhias aéreas podem negar transporte de animais de suporte emocional, decide STJ

A Quarta Turma do STJ determinou nesta terça-feira (14) que as companhias aéreas podem proibir o transporte de animais de suporte emocional na cabine dos aviões. Para o Superior Tribunal de Justiça, cada companhia tem liberdade para definir suas próprias regras, garantindo segurança e padronização nos serviços prestados.

Sem uma legislação específica sobre o tema, cabe às próprias empresas definir as condições para esse tipo de embarque. Portanto, as companhias podem estabelecer critérios como peso, altura e exigência de transporte dos animais em caixas apropriadas, tanto em voos nacionais quanto internacionais. Além disso, o STJ afirmou que animais de suporte emocional não equivalem a cães-guia, que recebem treinamento rigoroso e têm identificação oficial.

Animais de suporte: como o STJ decidiu

A questão começou quando uma mulher e seu filho, saindo de São Paulo, ambos com problemas psiquiátricos, solicitaram autorização judicial para viajar definitivamente para a Itália com seus cães de suporte emocional. O pedido foi analisado pela Justiça, que permitiu que os animais, de pequeno porte, embarcassem na cabine do avião.

Durante a viagem, realizada sem incidentes, passageiros e tripulantes elogiaram o comportamento dos cães. Entretanto, apesar da autorização judicial, uma das companhias aéreas recorreu da decisão, levando o caso para a segunda instância. Em contrapartida, o tribunal manteve o direito ao transporte dos cães, mas a empresa levou a disputa ao Superior Tribunal de Justiça, que decidiu a favor da empresa.


Com decisão do STJ, companhias aéreas poderão definir normas para embarque de animais de suporte emocional (reprodução/Instagram/@ciaufpb)


O que são animais de suporte emocional

Os animais de assistência emocional (Esan) são companheiros que auxiliam pessoas com transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão e estresse. De fato, eles oferecem suporte emocional, ajudando a estabilizar o bem-estar do tutor. Além disso, diversas espécies podem fornecer suporte emocional, incluindo cães, gatos, coelhos e até tartarugas, proporcionando conforto e segurança por meio da convivência e do vínculo afetivo.

Nos Estados Unidos e em outros países, a presença de animais de apoio emocional em espaços públicos é amplamente aceita e regulamentada. Afinal, leis específicas garantem que passageiros possam viajar com seus animais sem custos adicionais, assegurando o direito ao suporte emocional durante deslocamentos aéreos e terrestres.

Animais de serviço e animais de suporte emocional

Os animais de apoio emocional se diferenciam dos animais de serviço, que passam por treinamento especializado para desempenhar funções específicas. Um exemplo clássico são os cães-guia, preparados para auxiliar pessoas com deficiência visual em suas atividades diárias, garantindo segurança e autonomia.

Por outro lado, os animais de apoio emocional não exigem treinamento formal, mas desempenham um papel essencial no suporte a indivíduos com transtornos psicológicos. Sua presença contribui para o tratamento recomendado por profissionais de saúde mental, proporcionando estabilidade emocional ao tutor em momentos de crise.