Gaza: Relatórios palestinos indicam que número de mortos supera 70 mil

Neste sábado (29), o número de mortos na Faixa de Gaza superou 70 mil, conforme dados das autoridades palestinas. Ao mesmo tempo, equipes de emergência continuam removendo destroços acumulados após meses de ofensivas contínuas. Além disso, representantes locais afirmam que muitos corpos ainda não foram localizados nem registrados oficialmente.

Desde a implementação do cessar-fogo, há aproximadamente seis semanas, equipes de resgate localizaram mais de 600 corpos. Entretanto, profissionais envolvidos nas buscas relatam entraves operacionais que dificultam a retirada integral dos escombros. Por esse motivo, analistas avaliam que o total de vítimas ainda deve aumentar de maneira significativa.

Resgates continuam e desaparecidos preocupam autoridades

No cenário atual, a Defesa Civil de Gaza estima que cerca de dez mil pessoas permanecem soterradas no território. Ainda segundo o órgão, essas vítimas morreram durante bombardeios realizados ao longo do conflito. Diante disso, equipes mantêm buscas mesmo diante da falta de maquinário e combustível.


Ataque retaliatório de Israel a Gaza (Foto: reprodução/Omar AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)


Além disso, o Ministério da Saúde informou a morte de mais de 350 palestinos após o início da trégua. De acordo com o comunicado, os óbitos ocorreram durante ações das forças israelenses. Ainda assim, o cessar-fogo segue oficialmente válido, apesar das denúncias frequentes.

Mortes de civis alimentam divergências e críticas

As autoridades da Faixa de Gaza divulgam os dados sem separar civis de integrantes do Hamas. Ainda assim, o Ministério da Saúde local sustenta que mulheres e crianças formam a maior parte das vítimas. Conforme o levantamento, mais de dez mil mulheres e aproximadamente 20 mil crianças morreram ao longo de dois anos de conflito.

Assim também, Israel reconhece a morte de civis palestinos durante o conflito armado. Porém, o governo israelense questiona a confiabilidade dos números apresentados pelo ministério local. Além disso, acusa o Hamas de operar em áreas civis e usar moradores como proteção estratégica.

Acordos recentes ampliam expectativas e tensões

No início de outubro, o Hamas libertou os últimos 20 reféns israelenses que permaneciam em poder do grupo. A medida integrou o acordo de cessar-fogo firmado com mediação internacional. Durante as negociações, o presidente dos Estados Unidos classificou o gesto como um marco simbólico. Paralelamente, Israel deu início à liberação de cerca de 1.968 prisioneiros palestinos, o que renovou expectativas de redução das tensões na região.


Israel anunciou ataques aéreos após o cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Posteriormente, Hamas e Israel anunciaram um acordo de paz referente à primeira fase da trégua. Dias depois, Trump alertou que Israel poderá retomar a região se houver descumprimento do acordo. Segundo ele, a Casa Branca apoiará ações severas diante de novas mortes em Gaza. Por fim, o presidente reforçou a exigência de cumprimento rigoroso dos termos acertados.

Carlos Eduardo Rosalba Padilha e a nova era da solução de conflitos empresariais: perícia e arbitragem contábil em destaque

O ambiente empresarial, de acordo com Carlos Eduardo Rosalba Padilha, vive uma profunda evolução no modo como conflitos societários e financeiros são conduzidos. Com operações cada vez mais complexas e riscos elevados, empresas buscam soluções técnicas, sigilosas e eficientes para tratar divergências, protegendo seus interesses e sua reputação no mercado.

Nesse contexto, mecanismos como perícia contábil, assistência técnica especializada e arbitragem financeira ganham protagonismo. A atuação profissional de referências como Carlos Padilha da Êxito Assessoria, Consultoria e Perícia Contábil Ltda. reforça essa tendência, trazendo solidez técnica e segurança jurídica para decisões estratégicas dentro e fora do Judiciário.

Perícia contábil, com Carlos Eduardo Rosalba Padilha: precisão a favor da justiça corporativa

A perícia contábil deixou de atuar apenas como ferramenta reativa em processos judiciais. Hoje, tem papel preventivo e estratégico, apoiando empresas na validação de operações, apuração de responsabilidades e mitigação de riscos financeiros.

Segundo especialistas como Carlos Padilha, o trabalho pericial traduz dados e informações financeiras em evidências claras, auxiliando na resolução de litígios e garantindo confiabilidade em disputas societárias, trabalhistas e contratuais. Em um cenário onde transparência é vital, perícias bem conduzidas se tornam essenciais para decisões assertivas.

Assistência técnica: suporte estratégico na defesa empresarial

Nos processos judiciais e arbitrais, a assistência técnica contábil se consolida como instrumento decisivo. Atuação técnica, análises profundas e contrapontos embasados fortalecem estratégias defensivas e garantem equilíbrio na produção de provas.

Mais do que apoio, trata-se de estratégia. A presença de profissionais qualificados assegura que informações relevantes não sejam negligenciadas e que os interesses do cliente sejam defendidos com rigor técnico e clareza argumentativa.

Arbitragem financeira: sigilo, agilidade e segurança

A arbitragem surge como resposta à morosidade judicial. No universo contábil e financeiro, o método permite que especialistas decidam conflitos com maior rapidez, confidencialidade e profundidade técnica.

Empresas que inserem cláusulas compromissórias em contratos demonstram governança avançada, planejamento e compromisso com soluções eficientes. Para o mercado, essa postura reforça credibilidade e maturidade corporativa.

Mercado em expansão e valorização da expertise técnica

Nos últimos anos, casos arbitrais envolvendo temas contábeis registraram crescimento contínuo. Além disso, há aumento expressivo na procura por profissionais com formação multidisciplinar, combinando contabilidade, finanças e direito empresarial.

Esse movimento reflete uma tendência clara: conflitos corporativos exigem cada vez mais análise técnica especializada, rigor investigativo e decisões baseadas em evidências.

O papel da Êxito Assessoria no fortalecimento do ambiente empresarial

Com atuação baseada em ética, precisão e visão estratégica, profissionais como Carlos Padilha oferecem suporte completo em perícia contábil, assistência técnica e arbitragem, contribuindo para a construção de um ambiente corporativo mais transparente, eficiente e seguro.

A Êxito Assessoria, Consultoria e Perícia Contábil Ltda. reúne competências multidisciplinares e experiência prática para apoiar negócios em momentos decisivos, impulsionando segurança institucional e confiança no processo decisório.

Paquistão e Afeganistão prorrogam cessar-fogo após confrontos e prometem novo diálogo

O Paquistão e o Afeganistão decidiram prolongar o cessar-fogo após uma reunião realizada em Istambul, nesta quinta-feira (30). O acordo veio depois de uma série de confrontos violentos na fronteira, os mais graves desde que o Talibã assumiu o controle de Cabul em 2021. Neste mês, os combates resultaram em mortes, ataques aéreos do Paquistão e no fechamento parcial da fronteira, usada para o comércio entre os dois países.

Turquia e Catar se colocaram à disposição para ajudar no diálogo

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Turquia, as partes concordaram em criar um mecanismo de monitoramento para garantir que o cessar-fogo seja respeitado. Caso alguma das partes descumpra o acordo, sanções poderão ser aplicadas. Uma nova reunião está marcada para o dia 6 de novembro, também em Istambul, onde serão definidos os detalhes de como esse sistema vai funcionar.

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, também confirmou o fim das negociações iniciais e disse que ambos os lados concordaram em seguir conversando em novos encontros. Ele afirmou que o Afeganistão busca relações pacíficas e respeitosas com o Paquistão, baseadas na não interferência nos assuntos internos de cada país.


Enquanto assinavam o cessar-fogo, o Talibã orquestra uma tentativa de participar da COP30 (Foto: reprodução/X/@bielferrigno)


Governo paquistanês ainda não fez uma declaração oficial

Os recentes confrontos tiveram início depois que o Paquistão lançou uma série de ataques aéreos dentro do território afegão, alegando que integrantes do Talibã paquistanês — grupo considerado uma das maiores ameaças à segurança do país — estariam escondidos em solo afegão. Segundo as autoridades paquistanesas, esses militantes vinham planejando e executando atentados contra suas forças de segurança, especialmente em regiões próximas à fronteira, o que teria motivado a resposta militar.

O governo do Afeganistão, por sua vez, reagiu com indignação, classificando os bombardeios como uma grave violação da soberania nacional e uma afronta às leis internacionais. As autoridades afegãs negaram abrigar membros do grupo extremista e afirmaram que o país não permite o uso de seu território para ações contra nações vizinhas. Além disso, o Talibã pediu respeito mútuo e cooperação.

A fronteira de 2.600 km entre os dois países é, há décadas, motivo de tensões e acusações mútuas, especialmente por causa da presença de grupos armados na região.

Israel e Hamas retomam negociações no Egito para definir retirada de tropas de Gaza

Delegações de Israel e do Hamas retomaram nesta terça-feira (7) as negociações indiretas no Egito, em Sharm El-Sheikh, com foco na criação de um mecanismo para a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza. O encontro acontece após a retomada inicial das conversas na segunda-feira (6), e é mediado por representantes do governo egípcio e do Catar.

O objetivo central do diálogo é encerrar quase dois anos de conflito, que já resultou em milhares de mortes e uma grave crise humanitária. Além da retirada militar, as negociações incluem a libertação de reféns e prisioneiros, em um esquema de troca que busca equilibrar interesses israelenses e palestinos.

Pressões diplomáticas e desafios humanitários

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que mantém influência nas negociações, afirmou que o Hamas está aceitando propostas significativas. O plano dos EUA inclui a retirada gradual das tropas, o desarmamento do Hamas e a formação de uma administração interina supervisionada por um corpo internacional, com vistas a estabilizar a região.

Apesar do avanço das negociações, ataques aéreos israelenses continuam sendo registrados em Gaza. Segundo a Defesa Civil local, pelo menos sete palestinos morreram em bombardeios recentes, destacando a urgência de um acordo que garanta proteção à população civil.


Faixa de gaza após o inicio do conflito entre Israel e Hamas (Foto:reprodução/Getty Imagens Embed/Omar Al- Qattaa) 

O Egito, anfitrião das conversas, enfrenta um dilema humanitário: permitir a passagem de refugiados ou reforçar o bloqueio na fronteira, equilibrando segurança e responsabilidade internacional. O Catar, por sua vez, desempenha papel diplomático estratégico, intermediando contatos entre as partes e oferecendo garantias de segurança.

Especialistas internacionais alertam que, mesmo com o avanço das negociações, o sucesso depende da implementação prática dos acordos, da confiança entre as partes e da manutenção de um corredor humanitário que permita ajuda essencial à população civil.

Caminhos para uma trégua duradoura

Analistas apontam que, para que a paz seja sustentável, é necessário que o acordo contemple:

  • Retirada coordenada das tropas israelenses;
  • Liberação equilibrada de reféns e prisioneiros;
  • Estabilização política com supervisão internacional;
  • Garantia de assistência humanitária imediata à população de Gaza.

O êxito das negociações em Sharm El-Sheikh pode ser um passo decisivo para reduzir tensões na região, mas a história recente demonstra que o caminho para a paz será lento e exigirá comprometimento contínuo de todas as partes. 

População de comunidades da Venezuela receberá treinamento militar para uso de arma de fogo

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira que militares irão até comunidades populares do país para ensinar civis a manusear armas de fogo. A medida ocorre em meio ao aumento da tensão com os Estados Unidos, que enviaram navios de guerra para o Caribe.

Segundo Maduro, essa será a primeira vez que soldados e quartéis irão diretamente aos bairros para realizar treinamentos com moradores que se inscreveram como voluntários da milícia — um grupo formado por civis armados. O anúncio foi feito durante uma cerimônia transmitida pela TV estatal.

Maduro durante cerimônia oficial transmitida pela tv estatal disse: “No próximo sábado, 20 de setembro, os quartéis, as Forças Armadas Bolivarianas, irão ao povo, às comunidades, para revisar e ensinar a todos que se alistaram, vizinhos e vizinhas, sobre o que é o manejo de armas de fogo”.

Preparação do exército contra invasões americanas

Além disso, as Forças Armadas da Venezuela iniciaram, na quarta-feira, três dias de exercícios militares na ilha de La Orchila, localizada a cerca de 65 km da costa. Essa é considerada a maior movimentação militar do governo desde agosto, quando os EUA enviaram uma frota naval para a região sob o argumento de combater o narcotráfico.

De acordo com Washington, três embarcações usadas para transporte de drogas já foram destruídas neste mês, em operações que resultaram em 14 mortes. O presidente americano, Donald Trump, acusa Maduro de envolvimento com o narcotráfico e chegou a oferecer US$ 50 milhões como recompensa por sua captura.


Estados Unidos desce o continente com uma ostensiva frota militar (Foto: Reprodução/X/@AnaliseGeopol)

Maduro é visto com maus olhos pelo hemisfério norte

Os Estados Unidos e várias democracias da Europa não reconhecem Maduro como presidente legítimo. Mesmo assim, ele afirmou que o país está pronto para se defender se necessário: “Não buscamos confronto, mas precisamos estar preparados”.

Para reforçar sua presença, os EUA enviaram também caças F-35 a Porto Rico, que se juntaram a sete navios de guerra e a um submarino nuclear. Maduro, por sua vez, acusa Washington de tentar impor um novo governo no país para explorar as enormes reservas de petróleo e gás natural da Venezuela.

EUA e Reino Unido comentam roteiro de paz entre Israel e Palestina

Nesta quinta-feira (18/09), O presidente dos EUA Donald Trump, ao lado do Primeiro-Ministro do Reino Unido Keir Starmer, concederam uma coletiva de imprensa para falar sobre alguns tópicos das suas conversas, entre eles foi focado o assunto sobre a guerra entre Israel e Palestina.

O presidente Trump lembrou sobre o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas para o território palestino. Além disso, voltou a exigir a libertação dos reféns israelenses mantidos pelos terroristas do Hamas. O presidente dos EUA também afirmou que discorda da decisão de Starmer de reconhecer o Estado Palestino. Na época, o premiê do Reino Unido e outros países como França, Austrália, Espanha e Portugal falaram que iriam reconhecer a Palestina como Estado soberano.

Presidente Trump e Primeiro-Ministro Starmer falam de roteiro de paz

Apesar de algumas discordâncias entre o premiê britânico e o presidente dos EUA, os dois concordam totalmente sobre a necessidade de um roteiro de paz entre Israel e Palestina. Os dois, sobretudo, concordam que já passou do momento de um verdadeiro acordo de paz ser concretizado.


Presidente Donald Trump e o Primeiro-Ministro Keir Starmer em encontro no Reino Unido (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)


Portanto, o plano de paz entre Israel e Palestina seria roteirizado pelos EUA e Reino Unido. O Primeiro-Ministro acredita, quanto antes a Palestina for reconhecida como Estado, irá viabilizar uma solução, o que está alinhado com a postura de resolução pacífica. O presidente Trump enfatizou que o reconhecimento deveria ocorrer apenas após a libertação dos reféns israelenses pelo Hamas e a implementação de um cessar-fogo. Trump também sugeriu um plano para Gaza, que inclui a reconstrução da região sob supervisão internacional, sem a presença do Hamas.

Guerra entre Israel e Palestina 

Como dito anteriormente, o ataque surpresa do grupo terrorista Hamas a Israel em 2023 matou 1.200 pessoas e 251 foram sequestradas para o território palestino. Em seguida, Israel declarou estado de guerra e iniciou uma ofensiva militar em Gaza. Já a Palestina contabilizou mais de 65.000 palestinos mortos, com centenas de milhares feridos e deslocados.


Soldados de Israel, tanques e carros em meio ao conflito (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)


O caminho da paz ainda é incerto, porém muitos países membros da ONU procuram formas para ocorrer. Israel busca desmantelar o Hamas, eliminar a liderança e infraestrutura do grupo militar, recuperar seus reféns mantidos na faixa de Gaza e estabelecer zonas de segurança, como o Corredor Morag, para prevenir ataques futuros. Logo, a Palestina busca formas de ser reconhecida como Estado soberano, cessar-fogo duradouro, libertação de presos, reconstrução de infraestrutura destruída pelos ataques israelenses e garantia de entrada de ajudas humanitárias de alimentos, remédios, água e combustível.

ONU aprova criação de Estado Palestino sem participação do Hamas

A Assembleia Geral da ONU adotou, nesta sexta-feira (12), por 142 votos a favor, 10 contra e 12 abstenções, uma resolução conhecida como “Declaração de Nova York” que respalda a criação de um Estado Palestino livre da participação do Hamas, excluindo o grupo terrorista do governo futuro. A proposta, apresentada por França e Arábia Saudita, marca um momento histórico, mas repleto de desafios diplomáticos e práticos.

O contexto histórico do conflito Israel-Palestina

O conflito entre israelenses e palestinos é centenário, remontando ao fim do Império Otomano, ao Mandato Britânico, à partilha proposta pela ONU em 1947, e à guerra que levou à criação de Israel em 1948. Após guerras, ocupações e tensões contínuas, os territórios da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental permanecem como pontos centrais das disputas. 


Manifestante mostra cartaz ilustrando dissolução do território palestino ao longo das décadas (Foto: reprodução/Beata Zawrzel/Getty Images Embed)


O Hamas, grupo islâmico-militar, venceu eleições legislativas em 2006 e assumiu o controle de Gaza em 2007, o que levou ao bloqueio israelense e a repetidos confrontos com Israel. Desde então, sua presença armada tem sido considerada um dos maiores obstáculos à paz duradoura e ao reconhecimento de um Estado Palestino viável.

A resolução da ONU e as posições dos envolvidos

A nova resolução, apoiada por 142 países, defende “passos tangíveis, com prazo e irreversíveis” para implementar a solução de dois Estados, onde o governo palestino — mais especificamente a Autoridade Palestina — assumiria o controle, contanto que o Hamas seja desarmado e não participe do governo. 


Resultado da votação que propôs a criação de um Estado Palestino (Foto: reprodução/Angela Weiss/Getty Images Embed)


Israel e Estados Unidos votaram contra, argumentando que a resolução deixa de lado negociações diretas, garante condições questionáveis de segurança e exige pré-condições vistas como inviáveis. O Hamas, por sua vez, rejeita sua exclusão do futuro Estado palestino e se recusa a abrir mão de seu arsenal, alegando ser legítimo representante político e militar em Gaza.

Por que um Estado Palestino ainda não saiu do papel?

A dificuldade em consolidar um Estado Palestino está ligada a uma série de fatores. As fronteiras nunca foram plenamente definidas, especialmente em relação à Jerusalém e aos assentamentos israelenses. A segurança é outro ponto sensível, já que Israel exige garantias contra ataques, enquanto palestinos exigem o fim da ocupação.

Além disso, há divisões políticas internas: a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia, enquanto o Hamas domina Gaza. Essa fragmentação dificulta negociações unificadas. O reconhecimento internacional também é desigual, e a viabilidade econômica e institucional do futuro Estado continua sendo um desafio.

Caminhos adiante

A resolução aprovada aumenta a pressão sobre Israel e seus aliados para aceitarem um processo com prazos definidos, enquanto cobra dos palestinos maior unidade política e a exclusão de grupos armados. Ainda que não tenha força vinculante imediata, o texto representa um sinal do desejo global por uma solução de dois Estados.

O verdadeiro teste será a capacidade das partes envolvidas de transformar o apoio diplomático em avanços concretos, conciliando segurança, soberania e representatividade política. Só assim será possível abrir caminho para um Estado Palestino reconhecido de fato e de direito.

Países sul-americanos declaram apoio aos EUA em conflito contra a Venezuela por narcotráfico

Nos últimos dias, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, intensificou as publicações em suas redes sociais com informações sobre o conflito envolvendo o governo Trump e a Venezuela. Algumas das postagens referem-se ao apoio de países sul-americanos a Donald Trump na guerra contra o narcotráfico na região. Argentina, Equador, Paraguai não só apoiaram a ofensiva estadunidense contra o governo venezuelano, como também classificaram o Cartel de Los Soles como organização terrorista.

Apoio aos Estados Unidos 

Em meados de agosto, o presidente do Equador, Daniel Noboa, emitiu um decreto que classificou o Cartel de Los Soles como um “grupo terrorista do crime organizado”, autorizando seu serviço de inteligência a mapear conexões com quadrilhas locais.  Poucos dias depois, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, assinou um decreto similar, referindo-se ao grupo como uma “organização terrorista internacional” e reforçando o compromisso do país em combater o crime transnacional. 


Carta do presidente do Paraguai, Santiago Peña, contra o Cartel de Los Soles (Foto: reprodução/X/@PresidenciaPy)

Na sequência, na última terça-feira (26), o presidente argentino Javier Milei, também, declarou o Cartel de Los Soles como organização terrorista, inserindo a organização no Registro Público de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo e seu Financiamento (RePET). O governo de Milei justificou a decisão com base em relatórios oficiais argentinos. Além de vincular o Cartel a outras redes criminosas regionais, apontou, também, o envolvimento do grupo com narcotráfico, contrabando e exploração ilegal de recursos naturais.


Publicação do Ministério de Segurança Nacional argentino sobre o Cartel de Los Soles (Foto: reprodução/X/@MinSeguridad_Ar)

Manifestações diversas

A escalada da tensão entre os EUA e o governo de Nicolás Maduro ganhou fortes contornos nas últimas semanas, com Washington intensificando sua presença militar no mar do Caribe. A declaração formal, chamando o Cartel de los Soles como organização terrorista internacional, veio acompanhada de sanções econômicas, confisco de bens e, principalmente, do envio de navios de guerra e milhares de soldados estadunidenses para patrulhar a região.


Declaração do secretário de Estado Marco Rubio, ao lado do presidente Donald Trump, sobre combate ao narcotráfico (Vídeo: reprodução/X/@RapidResponse47)

Contudo, o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, qualificou tudo como invenção, reiterando que o Cartel seria apenas uma narrativa forjada pelos adversários do país. No entanto, a oposição venezuelana, representada por María Corina Machado, comemorou o apoio dado aos EUA por países sul-americanos, acrescentando que esses movimentos são passos importantes para desmantelar o “sistema” que Nicolás Maduro teria formado.

A Guiana, por sua vez, emitiu uma nota expressando “profunda preocupação” com o narco terrorismo e com o papel que redes como o Cartel venezuelano de Los Soles teriam nesse contexto, ressaltando a necessidade de cooperação internacional para enfrentar essa ameaça. Em contrapartida, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que “o Cartel de Los Soles não existe; é uma desculpa fictícia usada pela extrema-direita para derrubar governos que não a obedecem”, mantendo uma posição crítica contra as ações dos EUA e seus aliados na região.

Lula recebe telefonema de Putin na manhã desta segunda-feira

O presidente russo Vladimir Putin telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta segunda-feira (18), para compartilhar informações sobre sua recente reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada na última sexta-feira (15) em Anchorage, Alasca. A duração da ligação foi de aproximadamente 30 minutos e tratou dos esforços conjuntos para a paz na Ucrânia, com destaque para a participação do Brasil e da China no grupo de amigos da paz.

Reunião entre Putin e Trump: avanços e desafios

O encontro entre Putin e Trump teve como principal objetivo manter um diálogo sobre possíveis soluções para o conflito na Ucrânia, que já dura três anos. Após a reunião, Putin declarou que o encontro foi avaliado como positivo e reconheceu os esforços de paz envolvendo o Brasil. No entanto, fontes indicam que a Rússia propôs condições que incluem a cessão do território de Donetsk e Lugansk e a aceitação de garantias de segurança para a Rússia, sem um cessar-fogo imediato. Essas propostas geraram preocupações entre líderes europeus e ucranianos, que temem concessões territoriais que possam enfraquecer a soberania da Ucrânia.


Encontro de Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage, Alasca (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images embed)


A posição do Brasil e os próximos passos

O presidente Lula agradeceu a ligação e expressou o desejo de uma resolução pacífica para o conflito. O Brasil, juntamente com a China, tem atuado como mediador, buscando uma solução que respeite a integridade territorial da Ucrânia e promova a estabilidade regional. Próximo passo será a reunião entre os presidentes Trump e Zelensky, marcada para hoje (18) em Washington, onde se espera discutir as propostas apresentadas e buscar um consenso que envolva todas as partes interessadas.

Expectativa pela paz

O telefonema entre Putin e Lula reflete o papel ativo do Brasil na busca por uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. Embora as negociações avancem, os desafios permanecem, especialmente em relação às propostas de concessões territoriais. A comunidade internacional observa atentamente os próximos passos, aguardando um acordo que garanta a paz duradoura e respeite a soberania dos países envolvidos.

Israel aprova expansão e redesenha fronteiras da Cisjordânia

Israel deu um passo significativo para avançar com o polêmico projeto de assentamento E1, na Cisjordânia ocupada, ao aprovar a construção de 3.401 novas unidades habitacionais. O plano de Israel, travado por décadas devido à oposição global, prevê a ligação de Jerusalém ao assentamento de Maale Adumim, criando uma faixa contínua de construções israelenses que cortaria o território palestino ao meio. Analistas apontam que a medida inviabilizaria a criação de um Estado palestino contíguo e comprometeria a possibilidade de Jerusalém Oriental tornar-se sua capital no futuro

Assentamento em território palestino

A aprovação ocorreu nesta quinta-feira (14) e deve receber sinal verde definitivo já na próxima semana. O projeto é visto por autoridades israelenses como parte de uma estratégia mais ampla de consolidação da soberania sobre a Cisjordânia, território ocupado desde 1967. Ao mesmo tempo, líderes palestinos classificam a iniciativa como uma ação sistemática para anexar terras, alterar a demografia local e impor realidades irreversíveis no terreno.

O proposta do E1 enfrenta críticas contundentes de organizações de direitos humanos e da comunidade internacional. A entidade israelense Paz Agora alertou que o avanço representa um “ponto de não retorno” para a solução de dois Estados, defendida em diversas resoluções da ONU. Segundo especialistas, a implementação do projeto isolaria comunidades palestinas, aumentaria as tensões e aprofundaria o ciclo de violência na região.

Embora os assentamentos israelenses na Cisjordânia sejam considerados ilegais pela lei internacional, mudanças na política externa dos Estados Unidos enfraqueceram o consenso sobre o tema. Durante o governo Trump, Washington abandonou a posição histórica de que as construções violavam o direito internacional, e a administração Biden manteve a orientação. Esse cenário tem sido interpretado por críticos como um sinal verde tácito para a expansão territorial.


Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursa diante de um mapa do Vale do Jordão (Foto: reprodução/Menahem Kahana/Getty Images Embed)


Aumentoda da instabilidade territorial

O anúncio ocorre em um momento de instabilidade, marcado pelo conflito em Gaza e pelo aumento da violência entre colonos israelenses e palestinos. Para diplomatas e observadores, a decisão de retomar o E1 amplia o risco de colapso das negociações de paz e aprofunda a divisão territorial e política.

Com a expectativa de aprovação final nos próximos dias, o projeto E1 pode redefinir o mapa da Cisjordânia e colocar novos obstáculos a qualquer acordo futuro, consolidando uma realidade que muitos consideram incompatível com a coexistência pacífica entre dois Estados.