Crise na Coreia do Sul: presidente enfrenta impeachment após tentativa de lei marcial

A Coreia do Sul mergulhou em uma das maiores crises políticas das últimas décadas após o presidente Yoon Suk Yeol decretar e, horas depois, revogar a lei marcial. A medida, descrita por ele como necessária para conter “forças antiestatais”, foi rejeitada pelo Parlamento e gerou uma onda de protestos. Agora, Yoon enfrenta pressão popular e política para renunciar, com parlamentares oposicionistas acusando-o de traição.

Com uma taxa de aprovação de apenas 20% e envolvido em suspeitas de corrupção, o presidente vê seu governo em colapso. A oposição, fortalecida por sua maioria parlamentar, não apenas rejeitou a lei marcial, como também avança com investigações contra a primeira-dama.


A crise — (Vídeo: Reprodução / YouTube / BBC NEWS)

Desenvolvimento

A decisão de decretar a lei marcial colocou em xeque a governabilidade de Yoon. O decreto restringia direitos civis, limitava a atuação da imprensa e substituía a legislação regular por regras militares. Em reação, 190 membros da Assembleia Nacional votaram pela suspensão imediata, obrigando o presidente a recuar.

Do lado de fora do Parlamento, manifestantes comemoraram a revogação como uma vitória democrática. “A Coreia do Sul, como nação, se esquivou de um tiro, mas o presidente Yoon pode ter dado um tiro no próprio pé”, afirmou Danny Russel, do Asia Society Policy Institute.

No entanto, o impacto da decisão foi devastador para o governo. Além do desgaste político, a medida reforçou as críticas de que Yoon, no cargo desde 2022, não tem capacidade para administrar o país.

Corrupção e crise política

Desde o início de seu mandato, o governo Yoon é alvo de denúncias de corrupção, incluindo suspeitas envolvendo a primeira-dama, gravada recebendo presentes ilegais. O Partido Democrático, maior legenda de oposição, utiliza as investigações como trunfo para enfraquecer ainda mais a imagem do presidente.

A derrota nas eleições parlamentares de abril também contribuiu para o isolamento de Yoon. Com a maioria na Assembleia Nacional, a oposição conseguiu rejeitar propostas de orçamento e cortar mais de R$ 17 bilhões em gastos governamentais.

Um futuro incerto

A tentativa de Yoon de associar seus opositores a “forças pró-Coreia do Norte” não encontrou respaldo nem mesmo em seu próprio partido, que pediu a suspensão da lei marcial. Agora, com o risco de um impeachment iminente, sua permanência no cargo parece cada vez mais difícil

Yoon Suk-yeol, presidente da Coreia do Sul, revoga lei marcial após pressão do parlamento

Nesta terça-feira (3), Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul, havia decretado lei marcial com a justificativa de proteger o país de ações pró-Coreia do Norte. Após o anúncio da medida, houve um grande movimento de parlamentares e da sociedade contra a imposição. A Assembleia Nacional realizou uma sessão de emergência onde considerou o ato inconstitucional e inválido. Após as reações, seis horas após o decreto, Yoon Suk Yeol realizou um pronunciamento onde diz ter revogado a medida.

Motivações para a medida

Membros da oposição ao governo acreditam que a medida foi tomada com o objetivo de permitir que o presidente tenha controle total da Assembleia Nacional, onde atualmente as forças opositoras possuem participação relevante.


As forças armadas sul-coreanas chegaram a ser mobilizadas, de acordo com relatos (Foto: reprodução/ X/ @TretaNewsBR)

De acordo com o presidente, a razão do decreto seria a suposta presença de apoiadores e de infiltrados favoráveis ao regime da Coreia do Norte. A lei marcial serviria para evitar a influência do regime contra o qual a Coreia do Sul está tecnicamente em guerra desde os anos 1950.

A medida recebeu forte pressão contrária, incluindo de aliados do governo e membros do partido de Yoon Suk Yeol. Após a lei marcial ser considerada inválida, a Assembleia Nacional começou a pressionar o presidente para que a seja revogado o decreto.

Desdobramentos

As ações do presidente sul-coreano pegaram de surpresa diversas lideranças. A Coreia do Sul é historicamente um aliado forte dos Estados Unidos e da OTAN. O vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, chegou a declarar que o governo americano está observando o cenário com bastante preocupação. Ainda de acordo com o vice-secretário, a situação seria o momento mais crítico da política sul-coreana desde a década de 1980.


Governo sul-coreano tem atravessado crises de popularidade (Foto: reprodução/ X/ @choquei)

O governo de Yoon Suk Yeol tem sido considerado impopular. O atual presidente foi eleito por uma margem apertada de aproximadamente 1% em relação ao adversário. Ele ganhou notoriedade após atuar como promotor e lidar com casos relevantes na carreira. O governo, que foi eleito em 2022, tem atravessado crises e acusações de corrupção.

Coreia do Sul tem onda de protestos, após presidente decretar lei marcial

Nesta terça-feira (3), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, decretou lei marcial para conter o que chamou de “elementos pró-Coreia do Norte”. O objetivo do presidente seria de usar do aparato para realizar ações contra apoiadores do regime norte-coreano no país. Yoon Suk-yeol acusou a oposição de estar alinhada com a Coreia do Norte, com objetivo de inviabilizar o seu governo. Uma onda de protestos com a participação de milhares de pessoas foi percebida, após o anúncio do decreto.

Medida inesperada

Antes do decreto, o presidente Yoon Suk-yeol já vinha tendo alguns embates com a oposição ao governo. Após a rejeição a uma proposta de orçamento do governo e moções de impeachment contra promotores, o presidente realizou críticas severas. Ele mesmo também havia sido promotor antes da presidência.

A medida foi anunciada como uma tentativa de conter o apoio à Coreia do Norte, porém membros da oposição acreditam que a medida, na verdade, teria o objetivo de permitir que Yoon Suk Yeol tenha controle total da Assembleia Nacional.


Pronunciamento durante Assembleia Nacional da Coreia do Sul, considerando o decreto como inválido (Foto: reprodução/ X/ @updatechart)

O apoio à decisão não foi unânime, nem entre os membros da base aliada e nem no partido de Yoon Suk Yeol. Mesmo com a presença das forças especiais da polícia para conter os manifestantes que estavam em frente à Assembleia Nacional, os deputados conseguiram realizar uma sessão de emergência, na qual consideraram o decreto como inválido. De acordo com o líder da oposição, Lee Jae-Myung, quem seguir o decreto, descumprirá a lei da Coreia do Sul.

O presidente realizou um pronunciamento inesperado para a população, quando anunciou o decreto.

“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestado pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional livre”.

– Yoon Suk-yeol

Lei marcial

Lei marcial é uma determinação, em que o chefe de Estado suspende todas as leis democráticas de um país por leis militares. Todos os direitos e garantias estabelecidos em um regime democrático deixam de ter validade, enquanto durar a determinação.

A lei marcial também prevê maior autoridade para as forças armadas, que passam a tomar decisões em nome do país, havendo também a suspensão das instituições democráticas e do Congresso.

Coreia do Norte destrói vias de acessos a seu maior inimigo

As Coreias do Norte e do Sul vivem um conflito silencioso que, por vezes, dá sinais de que continua em vigor. A Coreia do Norte explodiu nesta terça-feira (15), estradas e ferrovias que ligavam os dois países, em uma represália às acusações de que a Coreia do Sul teria enviado drones para espiar a capital Pyongyang. Em resposta, o vizinho do sul disparou tiros de alerta.

Escalada nas tensões

As imagens das explosões foram captadas pelas câmeras de segurança da extremamente vigiada fronteira entre o Norte e o Sul. Desde que o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-Un declarou que a Coreia do Sul é o seu principal inimigo, notam-se mais demonstrações como essa, antagonizando o Tigre Asiático. O líder supremo da Coreia do Norte também prometeu romper relações com o país e abandonar a busca por uma unificação pacífica na Península Coreana.

O vídeo fornecido pelo Exército da Coreia do Norte mostra uma nuvem de fumaça branca e cinza provinda da explosão na estrada da cidade de Kaesong, localizada na província de Hwanghae do Norte. Outro vídeo mostra fumaça vindo de uma estrada costeira perto da fronteira leste.

Segundo a declaração feita pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sul, responsável por tratar dos assuntos do vizinho ao norte, as detonações violam os acordos entre as duas nações e condenou as medidas “altamente anormais” e “regressivas” tomadas pelo governo norte-coreano.


As recentes demonstrações do Norte afastam a possibilidade de uma solução pacífica entre o conflito das duas Coreias (Foto: Reprodução/Jung Yeon-Je/AFP/Getty Images embed)


Segundo analistas, é improvável que Kim Jong-Un faça um ataque em larga escala como forma de prevenir uma retaliação por parte das forças armadas da Coreia do Sul, que conta com o apoio dos Estados Unidos, e possui poderio militar muito superior. A Coreia do Norte tem um histórico de realizar destruições coordenadas no próprio território como uma mensagem política. Como em 2020, quando Kim Jong-Un mandou explodir um edifício de escritórios vazio construído pela Coreia do Sul como resposta aos protestos de cidadãos sul-coreanos contra o regime no Norte. 

Rússia cita acordo com a Coreia Norte

Em meio ao conflito com a Ucrânia, o presidente Vladimir Putin reservou um tempo para se envolver na tensão norte e sul-coreana. Seu ministro das Relações Exteriores, Andrey Rudenko, acusou a Coreia do Sul de fazer provocações nos últimos dias, aumentando assim a tensão entre os dois países. Ele usou da oportunidade para relembrar que a Rússia e a Coreia do Norte possuem um acordo que prevê assistência militar mútua no caso de algum dos dois países ser atacado.


Putin e Kim mantém aliança estratégica contra seus rivais (Foto: reprodução/Vladimir Smirnov/Pool/AFP/Getty Images embed)


Em visita oficial ao Irã, o diplomata enfatizou que o cenário entre as duas Coreias é “muito perigoso” e que Seul deve parar com as provocações e que levassem “muito a sério as advertências do país vizinho”. Na última sexta-feira (11), a Coreia do Norte alegou que a Coreia do Sul enviou drones para Pyongyang com folhetos de propaganda contra a ditadura comunista. De acordo com o ditador, isso aconteceu pelo menos três vezes na última semana. 

O acordo entre Rússia e Coreia do Norte inclui cláusula de assistência mútua em caso de agressão, tanto que a Ucrânia afirmou que viu soldados norte-coreanos lutando no conflito que mantém desde 2022 com os russos. O regime norte-coreano afirma que o acordo com o Kremlin está em conformidade com o direito internacional, a carta fundadora da ONU e a legislação de ambas as nações. A assinatura deste documento é causa de preocupação tanto para os Estados Unidos quanto para a Coreia do Sul.


250 lançadores de mísseis com capacidade nuclear são entregues na Coreia do Norte

No último domingo, (4), foi realizada uma cerimonia para o anúncio e a entrega de 250 lançadores de mísseis de nível nuclear. Kim Jong-un havia mostrado, ultimamente, o seu interesse em aumentar as forças nucleares, para que em caso de ameaça, por parte da Coreia do Sul, seu país possa responder possíveis ataques do vizinho. Outro motivo exposto pelo ditador, foram as “ameaças percebidas” vindas dos Estados Unidos, por isso trazendo a necessidade de reforçar o arsenal do país.


Vídeo informativo sobre os novos lançadores (Vídeo: Reprodução/Youtube/Folha de São Paulo)

Informações dos lançadores

De acordo com a Agência Central de Notícias do país, estes lançadores foram feitos recentemente pelas fábricas da própria Coreia do Norte, sendo inicialmente produzidas para funcionar como arma de mísseis “táticos”, algo que se torna contraditório pela força que os mesmos possuem.

Kim Jong-un afirmou que os novos lançadores inaugurados, trazem para o país mais eficiência e rapidez na operação das armas nucleares, principalmente contra ameaças de outros países, com ele tendo citado a Coreia do Sul, como principal ameaça.

Outro provável motivo nesta tentativa de aumentar o poder de fogo, é mostrar para os Estados Unidos que a Coreia do Norte é uma potência armamentista, após ter recebido algumas sanções em seu programa nuclear. Alguns especialistas afirmaram que pode ser também uma estratégia do país para aumentar as tensões em um ano de eleições norte-americanas.

Cerimônia de anúncio

Kim Jong-un falou sobre um longo confronto com os Estados Unidos e quer aumentar cada vez seu poder de fogo, em meio a esse confronto dito por ele.

Seria nossa escolha buscar diálogo ou confronto, mas nossa lição e conclusão dos últimos 30 anos… é que o confronto é pelo qual devemos estar mais completamente preparados”

Kim Jong-un, na cerimônia de apresentação.

Kim completou dizendo que esta rivalidade não é algo de momento, acrescentando que as próximas gerações devem se preparar para continuar e que isso faz com que seja preciso um cuidado maior com a defesa do país.

Rosé, do BLACKPINK, assume papel de embaixadora global da PUMA

Em junho deste ano, a celebridade do K-Pop Rosé, do grupo BLACKPINK, foi anunciada como a mais recente embaixadora global da PUMA. Ela já participou de sua primeira campanha para a marca, posando nas ruas de Seul, na Coreia do Sul, com o clássico tênis PUMA Palermo.

O modelo foi originalmente lançado nos anos 80 e reintroduzido em 2023 como parte do programa “Rewrite the Classics” da PUMA, que visa resgatar silhuetas emblemáticas da marca para uma nova geração.


Publicação da PUMA divulgando Rosé como estrela campanha da marca (Foto: reprodução/Instagram/@pumasportystyle)


Maria Valdes, diretora de produtos da PUMA, reconheceu a influência de Rosé na música, moda e cultura, enfatizando que a cantora irá contribuir para reinventar os clássicos da marca com sua visão singular. A diretora também mencionou que Rosé será uma representante para outras linhas icônicas da categoria Sportystyle da PUMA, como os modelos “Speedcast” e “Mostro”.

BLACKPINK


BLACKPINK no festival de música Coachella (Foto: Emma McIntyre/Getty Images Embed)

Desde sua estreia em 2016, o BLACKPINK tem sido um sucesso indiscutível. Ao longo de sua trajetória, Rosé, Lisa, Jennie e Jisoo lideraram as paradas musicais, lotaram arenas ao redor do mundo e fizeram história como o primeiro grupo feminino de K-Pop a se apresentar no Coachella, sendo também as primeiras artistas asiáticas como atração principal do festival.

Rosé

Rosé é reconhecida mundialmente por sua aura de estrela do K-Pop, desde cedo demonstrando interesse pela música. Aprendendo piano e mais tarde guitarra, desenvolveu uma paixão profunda pelo canto e composição.

Seu álbum de estreia “R”, lançado em 2021 com o single principal “On the Ground”, quebrou recordes de visualizações de videoclipes nas primeiras 24 horas no YouTube para uma artista solo de K-Pop. Vencedora dos prêmios “Hanteo Music Award” e “Mnet Asian Music Award”, ela fez história ao alcançar o topo da Billboard Global 200 tanto como solista, quanto como integrante do BLACKPINK.

Coreia do Norte lança mísseis balísticos, dizem autoridades sul-coreanas

A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos nesta segunda-feira (1) em direção do mar do Japão. Um dos mísseis teria explodido durante o voo, segundo as Forças Armadas sul-coreanas. Um dia antes, outro míssil foi registrado com o lançamento em direção ao Leste. 

O primeiro míssil balístico de curto alcance teria sido lançado às 5h05 (hora local) no domingo (30), enquanto o segundo havia sido lançado cerca de dez minutos depois, de acordo com o Estado-Maior Conjunto (EMC) sul-coreano. Segundo a organização militar, o míssil balístico de curto alcance voou cerca de 600km e o segundo percorreu 120 km.


Localização do Mar do Japão (Foto: reprodução/Wikinews/Phoenix7777)

Lee Sung-jun, porta-voz da EMC, disse que o segundo míssil parecia ter um voo anormal no estágio inicial e acabou explodindo. Pela trajetória do projétil, tudo indica que os destroços caíram sobre a própria Coreia do Norte. 

As nossas Forças Armadas reforçaram a vigilância e preparação para possíveis novos lançamentos”, afirmou a EMC.

Pronunciamentos da Coreia do Sul

Condenamos veementemente o lançamento de mísseis da Coreia do Norte como uma provocação que ameaça seriamente a paz e a estabilidade na Península Coreana”, afirmou o Estado-Maior Conjunto num comunicado, que acrescentou que partilhou informações sobre os mísseis com as autoridades japonesas e norte-americanas.

Os militares sul-coreanos manterão a sua capacidade e postura para responder esmagadoramente a qualquer provocação, ao mesmo tempo que monitoram de perto as diversas atividades da Coreia do Norte sob uma forte postura de defesa conjunta Coreia do Sul – EUA”.

Pronunciamentos da Coreia do Norte

No domingo, a Coreia do Norte criticou um exercício militar que a Coreia do Sul estava fazendo em conjunto do Japão e dos Estados Unidos, realizado no mês passado. Eles alertaram que daria uma “resposta esmagadora” sobre tais exercícios. 

O país havia divulgado, na semana passada, que conduziu com sucesso um importante teste destinado a desenvolver mísseis com múltiplas ogivas, o que a Coreia do Sul alegou ser um “engano” para mascarar um lançamento fracassado. 

A agência oficial norte-coreana KCNA, até o momento, não confirmou os lançamentos dos mísseis disparados nesta semana.

Coreia do Norte é acusada de executar homem por ouvir K-pop

Nesta quinta-feira (27), foi divulgado o Relatório de Direitos Humanos da Coreia do Norte. O levantamento foi feito pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sul e possui testemunho de 649 desertores norte-coreanos, ou seja, aqueles que saíram do país em busca de melhores condições de vida e liberdade.

Importação cultural


Bandeiras da Coreia do Sul e da Coreia do Norte (Foto: Reprodução/ Manuel Augusto Moreno/ Getty Images Embed)


As penas chocantes da Coreia do Norte não se aplicam apenas a crimes graves. Entre os relatos presentes no documento, o caso do jovem da província de Hwanghae do Sul, de 22 anos, chamou atenção. Ele foi executado em frente ao público por assistir e compartilhar mídias sul-coreanas. Entre elas estavam 70 músicas de K-Pop, gênero sul-coreano. A condenação foi baseada na lei adotada em 2020 que proíbe “ideologia e cultura reacionária”.

Esse não é um caso isolado, Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, vive de atos desesperados para conter o fluxo de informações externas incluindo filmes, literatura e redes sociais.

Liberdade e privacidade

O governo da Coreia do Norte também tem acesso aos celulares dos residentes, inspecionando de tempos em tempos, observando expressões usadas em ligações, gírias importadas e grafia: nada deve vir de outro país.

Coisas consideradas comuns no dia a dia do ocidente como os vestidos de noiva na cor branca, utilizar óculos de sol ou até beber um simples vinho numa taça, também é visto como violação de lei, por serem considerados costumes Sul-coreanos.

Os dois países vivem uma grande divisão política, a animosidade entre as nações é reconhecida mundialmente. Recentemente ataques com balões cheios de fezes e lixo foram jogados na Coreia do Norte pelos sul-coreanos. O governo da Coreia do Sul aposta em uma postura mais diplomática e não incentiva o ato dos ativistas. Cogitou até uma lei proibindo o envio desses balões, mas o projeto não avançou por ser considerado contra a liberdade de expressão dos cidadãos.

Pacto de defesa: Rússia e Coreia do Norte unem forças e preocupam Casa Branca

Nesta quarta-feira (19), os líderes da Coreia do Norte e da Rússia assinaram um acordo com promessa de defesa mútua em caso de ataque. Um dia depois, a Casa Branca se posicionou classificando a união como preocupante, mas não surpreendente.

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, respondeu à mídia que toda essa articulação é puro “desespero” do país Russo, já que passa uma ideia de que precisa de ajuda na guerra contra a Ucrânia. Desde o início do conflito, a Rússia sofre sanções de diversos países.

Estamos falando sobre isso e alertando sobre um relacionamento de defesa crescente entre esses dois países há muitos meses por meio de uma série de informações de inteligência que divulgamos”, disse o porta-voz.

Temos compartilhado informações publicamente sobre como a RPDC (Coreia do Norte) tem permitido a guerra da Rússia na Ucrânia e sobre suas transferências de armas. Obviamente, é algo que levamos a sério”, afirmou.

Fornecimento de armas e declarações de Putin

Entre os benefícios do acordo russo e norte-coreano, o presidente do país oriental, Vladimir Putin, fez questão de afirmar que a Rússia pode fornecer armamentos para os norte-coreanos. Um tipo de resposta aos países ocidentais que fornecem recursos para a Ucrânia.

Putin também alegou que se a aliada do EUA, Coreia do Sul, resolver fornecer armas para os ucranianos, estará comentando um grande erro e que Moscou irá responder de maneira severa.

Relações além do ocidente


Jhon Kirby, porta-voz da Casa Branca (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)


Kirby destaca as relações Indo-Pacífico que o Estados Unidos vem alimentando durante os três anos de governo Biden. Algo que para Putin significa que “A Otan já está se ‘mudando’ para lá [Ásia] como se fosse um local de residência permanente. Isso, é claro, cria uma ameaça a todos os países da região, incluindo a Federação Russa“. O presidente russo ainda terminou o discurso com uma ameaça dura, “Somos obrigados a responder a isso e o faremos“, disse.

Entre as articulações para unir os países desse eixo, John lembra do acordo trilateral, conhecido como AUKUS, onde EUA, Japão e a Coreia do Sul, se uniram para fornecer submarinos movidos a energia nuclear à Austrália, e o laço estreito com a Filipinas.

Coreia do Norte confirma ataques com balões de fezes e lixo à Coreia do Sul

Nesta quarta-feira (29), os ataques com balões cheios de lixo como sapatos velhos, garrafas plásticas e fezes, continuaram a ser enviados à Coreia do Sul. Segundo os militares, entre ontem (28) e hoje, foram detectados pelo menos 250 balões chegando ao país.

O envio não é um ato isolado

O governo norte-coreano se pronunciou, colocando em cheque que mais dezenas de ataques do mesmo porte podem ser esperados através da cidade de Pyongyang, uma das mais antigas da Coreia do Norte.

Kim Yo-Jong, irmã de Kim Jong-Un, líder do país, completou a fala na mídia estatal KCNA, dizendo que a Coreia do Sul é “vergonhosa e descarada” por criticar o envio dos artefatos, enquanto defende a liberdade de expressão dos seus residentes.


Kim Yo-Jong, irmã de Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte (Foto/Reprodução/ Bloomberg/Getty Images embed)


Retaliação

Os dois países vivem uma grande divisão política, a animosidade entre as nações é reconhecida mundialmente. O país da metade sul da península coreana não fica para trás. Nos últimos anos, chegaram aos norte-coreanos balões com artefatos diferentes: panfletos promovendo informações negativas sobre o governo de Kim Jong-Un, cartões de memórias com músicas do tradicional gênero K-pop (já que o ritmo é proibido na Coreia do Norte), remédios e outros objetos para desfazer do regime que tenta garantir a lealdade e a conformidade ideológica da população a todo custo.

Mas, diferente do Norte, o governo da Coreia do Sul aposta em uma postura mais diplomática e não incentiva o ato dos ativistas. Cogitou até uma lei proibindo o envio desses balões, mas o projeto não avançou por ser considerado contra a liberdade de expressão dos cidadãos. A visão estatal é que tais atos não levam à pacificação.

Recomendação sul-coreana

o comunicado oficial da Coreia do Sul, emitido pelos militares diz que “Estes atos da Coreia do Norte violam claramente o direito internacional e ameaçam seriamente a segurança do nosso povo”.

A recomendação do governo é que os moradores liguem para a polícia imediatamente e não se aproximem, dada a postura rígida da Coreia do Norte, para evitar danos a integridade física dos sul-coreanos.