Nesta quinta-feira (27), foi divulgado o Relatório de Direitos Humanos da Coreia do Norte. O levantamento foi feito pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sul e possui testemunho de 649 desertores norte-coreanos, ou seja, aqueles que saíram do país em busca de melhores condições de vida e liberdade.
Importação cultural
Bandeiras da Coreia do Sul e da Coreia do Norte (Foto: Reprodução/ Manuel Augusto Moreno/ Getty Images Embed)
As penas chocantes da Coreia do Norte não se aplicam apenas a crimes graves. Entre os relatos presentes no documento, o caso do jovem da província de Hwanghae do Sul, de 22 anos, chamou atenção. Ele foi executado em frente ao público por assistir e compartilhar mídias sul-coreanas. Entre elas estavam 70 músicas de K-Pop, gênero sul-coreano. A condenação foi baseada na lei adotada em 2020 que proíbe “ideologia e cultura reacionária”.
Esse não é um caso isolado, Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, vive de atos desesperados para conter o fluxo de informações externas incluindo filmes, literatura e redes sociais.
Liberdade e privacidade
O governo da Coreia do Norte também tem acesso aos celulares dos residentes, inspecionando de tempos em tempos, observando expressões usadas em ligações, gírias importadas e grafia: nada deve vir de outro país.
Coisas consideradas comuns no dia a dia do ocidente como os vestidos de noiva na cor branca, utilizar óculos de sol ou até beber um simples vinho numa taça, também é visto como violação de lei, por serem considerados costumes Sul-coreanos.
Os dois países vivem uma grande divisão política, a animosidade entre as nações é reconhecida mundialmente. Recentemente ataques com balões cheios de fezes e lixo foram jogados na Coreia do Norte pelos sul-coreanos. O governo da Coreia do Sul aposta em uma postura mais diplomática e não incentiva o ato dos ativistas. Cogitou até uma lei proibindo o envio desses balões, mas o projeto não avançou por ser considerado contra a liberdade de expressão dos cidadãos.