Justiça Eleitoral de SP condena Pablo Marçal pela segunda vez

O ex-candidato a prefeito da cidade de São Paulo, Pablo Marçal, foi condenado neste domingo, 27 de abril. Com a ação deste domingo, Marçal é condenado pela segunda vez pela Justiça Eleitoral de São Paulo, a primeira condenação ocorreu no dia 21 de abril de 2025. Em ambas as sentenças, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, determinou a inelegibilidade de Marçal por oito anos.

Diferenças entre as condenações

Mesmo diante da nova condenação, Marçal afirmou que a decisão é temporária e que acredita na reversão do processo, sustentando que sua campanha cumpriu todas as exigências legais. As duas decisões, no entanto, apresentam diferenças importantes. Na primeira condenação, o empresário foi apenas declarado inelegível. Já na sentença mais recente, além de manter os oito anos de inelegibilidade, foi aplicada uma multa de R$ 420 mil pelo descumprimento de uma liminar eleitoral.


Sede do Tribunal Eleitoral de São Paulo (Foto: reprodução/X/@mendes_ande)

De acordo com especialistas, como a advogada Isabel Mota, as penas de inelegibilidade não se acumulam. Mesmo que existam várias condenações, o tempo de inelegibilidade continua o mesmo e é contado a partir da eleição em questão.

As acusações também diferem entre os processos. Em abril, Marçal foi condenado por abuso de poder político e econômico, uso indevido dos meios de comunicação e captação ilícita de recursos. A Justiça entendeu que ele oferecia apoio político a candidatos a vereador em troca de doações financeiras. A estratégia era pedir um pix de R$ 5 mil para sua campanha em troca de vídeos de apoio gravados e divulgados nas redes sociais. Marçal admitiu ter gravado o material, mas alegou que, após orientação de sua equipe jurídica, interrompeu a prática antes que fosse concretizada.

Última decisão tomada pela Justiça Eleitoral

Na decisão deste domingo, a condenação veio por abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e gastos ilícitos. A Justiça aponta que Marçal montou um esquema para treinar colaboradores a produzir e divulgar cortes de vídeos nas redes sociais. Esses colaboradores eram remunerados conforme a quantidade de visualizações alcançadas, dificultando a fiscalização sobre a origem dos recursos. Também foi registrada a distribuição de brindes, como bonés, para incentivar a divulgação da campanha.

As ações foram movidas por diferentes autores. A primeira foi apresentada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Guilherme Boulos e a coligação Amor por São Paulo, que reúne o PSOL e o PDT. A segunda foi movida pelo PSB da deputada Tabata Amaral, também candidata à prefeitura. A campanha de Tabata considerou a decisão da Justiça como uma medida importante para garantir a lisura do processo eleitoral e impedir práticas irregulares durante as campanhas.

Marido de deputada estadual é preso após ser encontrado com dinheiro na cueca

Nessa segunda-feira (9), o empresário Renildo Lima foi preso após ser encontrado com R$ 500 mil em dinheiro vivo. O marido da deputada federal Helena da Asatur, do MDB, tinha uma parte desse dinheiro em sua cueca. Ele e outros cinco suspeitos foram presos, entre elas uma advogada e dois policiais do BOPE, que faziam segurança particular.

Segundo a Polícia Federal, os suspeitos estavam em dois carros diferentes, sendo presos após uma denúncia sobre compra de votos em Roraima. Os dois policiais que faziam segurança particular estavam de folga. A Polícia Militar de Roraima acompanhará o caso.

A deputada e mulher de Renildo Lima fez comentário nas redes sociais dizendo: “Acreditar que movimentar o próprio dinheiro é sinônimo de compra de votos é pura ignorância. Agora, devemos fechar as empresas em período eleitoral? Só o que faltava.”

Em menos de uma semana, a Polícia apreendeu mais de R$ 2 milhões em dinheiro relacionados a crimes eleitorais no estado de Roraima.

Liberdade aos envolvidos

Embora tenham sido presos, nesta terça-feira (10), na audiência de custódia, a justiça concebeu liberdade a Ronildo Lima e aos cinco suspeitos. O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a prisão preventiva do empresário ou dinheiro para fiança, porém a justiça não acatou.

No pedido, o MPE evidenciou a gravidade do fato, por se tratar de um grande valor em espécie com anotações e materiais de campanha de candidatos. Além disso, havia também troca de mensagem entre candidatos de outras cidades, o que representaria crime eleitoral.

Na audiência, aplicou algumas medidas a Renildo, como ficar em casa à noite entre 18h e 8h; comparecer bimestralmente em juízo e quando for intimado; informar a justiça qualquer viagem acima de 8 dias, e pedir permissão para qualquer viagem internacional. A única que precisou pagar fiança de R$ 5 mil foi a advogada.

Nota da deputada Helena da Asatur

A deputada federal Helena Lima esclarece que o empresário e seu marido, Renildo Lima, participou de audiência de custódia realizada na terça-feira (10), na qual foi comprovada a legalidade dos recursos sob sua responsabilidade e o destino correto do dinheiro. Com base nas informações apresentadas, o juiz considerou a prisão em flagrante arbitrária.

A deputada reitera que sempre confiou no esclarecimento dos fatos e na Justiça, acreditando que a verdade prevaleceria.

Como representante de Roraima, a deputada Helena Lima seguirá focada em seu trabalho e no compromisso com o desenvolvimento do estado e a defesa dos interesses da população.”

Ronildo Lima com sua mulher Helena da Asatur (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Decisão do juíz

Em sua decisão, o juiz eleitoral Breno Jorge Coutinho, responsável pelo caso, avaliou a situação, as provas e chegou a conclusão de que “verifica-se que há prova da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria“.

Entretanto, o juíz afirma que a liberdade dos suspeitos não atrapalharia a investigação, e que as medidas cautelares.