EUA retiram tarifa extra de 40% e aliviam pressão sobre exportações brasileiras

A decisão do governo dos Estados Unidos de retirar a tarifa adicional de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros trouxe um novo horizonte para a relação comercial entre os dois países. A medida, anunciada em Washington e com efeito retroativo ao dia 13 de novembro, beneficia diretamente setores como café, frutas, cacau, carnes e derivados, duramente atingidos pelo chamado “tarifaço” aplicado anteriormente por Donald Trump.

Quando o tarifaço começou e agora os EUA voltaram atrás

O chamado “tarifaço” imposto por Trump ao Brasil ganhou repercussão internacional em julho, quando o governo norte-americano anunciou uma taxa total de 50% para diversos produtos brasileiros. A medida era parte de uma política mais ampla de proteção econômica. A resposta do governo brasileiro veio pouco depois, por meio da regulamentação da chamada Lei da Reciprocidade Econômica, que estabeleceu parâmetros para retaliações comerciais em casos de tarifas consideradas abusivas.

A reversão ocorre após semanas de negociações diretas entre Washington e Brasília. Para analistas, o retrocesso não se trata de uma mudança ideológica, mas de uma tentativa de aliviar tensões diplomáticas e evitar retaliações econômicas brasileiras que poderiam afetar setores estratégicos dos EUA.


 

Donald Trump (Vídeo: reprodução/ X / @CNNBrasil)


Durante o período de maior fricção política, a reação internacional também foi intensa. Figuras como Hillary Clinton chegaram a criticar abertamente o tarifaço.

Impacto no agronegócio brasileiro 

Com a retirada da tarifa adicional, articulações dentro do governo brasileiro apontam para uma rápida retomada do fluxo exportador. Setores de frutas, café e proteínas animais devem sentir o alívio imediatamente. Em ocasiões anteriores, a InMagazine já havia noticiado movimentos do governo para mitigar perdas significativas às exportações brasileiras.

Especialistas avaliam que a decisão norte-americana é positiva, mas não encerra o clima de incerteza. Temas como reciprocidade e proteção industrial devem continuar no radar das relações bilaterais. Ainda assim, o recuo dos EUA representa um passo importante para restabelecer previsibilidade ao comércio internacional, e, principalmente, para fortalecer a posição do agronegócio brasileiro no mercado global.

Presidente Yoon Suk-yeol sofre impeachment na Coreia do Sul

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul destituiu definitivamente o presidente Yoon Suk-yeol de suas funções presidenciais. Por unanimidade, os oitos juízes da mais alta Corte do país, na manhã desta sexta-feira (04), horário local, mantiveram a moção de  impeachment de Suk-yeol, afastado desde dezembro de 2024 após tentativa de instauração de Lei Marcial no país. 

A decisão foi lida pelo presidente do Tribunal, juiz Moon Hyung-bae e tem efeito imediato, ou seja, no caso de Yoon Suk-yeol, a partir desta data, ele não pode exercer mais as funções de presidente do país e nem recorrer da decisão. 

Em sua fala, Hyung-bae, destacou: 

“Yoon cometeu uma grave traição à confiança do povo, que são os membros soberanos da república democrática”. Juiz Moon Hyung-bae

Após saber da decisão, Yoon Suk-yeol, pediu desculpas ao povo sul coreano por “não conseguir corresponder aos amados cidadãos (do país)”. 


Impeachment de Yoon Suk-yeol (Vídeo: Reprodução/Youtube/@
CNNbrasil)




O primeiro-ministro, Han Duck Soo, permanece no cargo de presidente interino da Coreia do Sul. Novas eleições à presidência do país estão previstas para a primeira semana de junho (2025). 

O  impeachment de Yoon Suk-yeol foi comemorado pela oposição e por grande parte da população sul coreana que saiu às ruas para acompanhar o julgamento e a decisão proferida pelo Tribunal Constitucional. 

Imposição da Lei Marcial 

O então presidente sul coreano, Yoon Suk-yeol, na noite de 03 de dezembro de 2024, horário local, em um discurso televisionado, impôs de forma repentina a “Lei Marcial” no país alegando combater “forças anti estatais”. Esta atitude fez com que parlamentares se reunissem, às pressas, na Assembleia Nacional, a fim de barrar a decisão de Suk-yeol

Enquanto ocorria a votação no parlamento, milhares de sul-coreanos foram às ruas em manifestação contra a imposição da Lei Marcial e para pressionar o parlamento sul coreano a cassar os direitos políticos do então presidente. 

Em menos de seis horas após a imposição da Lei Marcial, em 04 de dezembro (2024), uma moção para a revogação da referida Lei foi aprovada, fazendo com que Yoon Suk-yeol, também, voltasse atrás em seu decreto. No entanto, um caos político já havia se instaurado no país, com a população sul coreana manifestando-se a favor do impeachment de Suk-yeol 


Manifestação a favor do impeachment de Yoon Suk-yeol (Foto: Reprodução/ANTHONY WALLACE/Getty Images Embed)


A Assembleia Nacional, em 14 de dezembro (2024), votou pelo afastamento de Yoon Suk-yeol de suas funções presidenciais. Cabendo recurso. Na mesma época promotores da capital Seul, indiciaram Suk-yeol pelo crime de insurreição. 

De dezembro (2024), até a data de hoje, o futuro de Yoon Suk-yeol na presidência da Coreia do Sul era incerto. Contudo, nesta data, a votação unânime a favor do  impeachment o afasta em definitivo de suas funções presidenciais. 

Yoon Suk-yeol continuará respondendo pelo crime de insurreição. Na Coreia do Sul, este crime não tem impunidade e a pena prevista é de prisão perpétua ou pena de morte. 

Importante ressaltar que devido aos desdobramentos das ações adotadas por Yoon Suk-yeol em dezembro de 2024, autoridades sul-coreanas prenderam o presidente em 03 de janeiro (2025). Sua soltura ocorreu no mês passado, no dia  07 de março (2025). 

O que é a Lei Marcial 

A Lei Marcial na Coreia do Sul consta no 7º  artigo da Constituição do país e pode ser decretada em tempos de guerra, quando a segurança do país está ameaçada ou em situação de emergência nacional. 

Imposta pelo então presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol. a Lei Marcial, entre outras medidas proibitivas, visava impedir todas as atividades políticas, incluindo as atividades exercidas pela Assembleia Nacional, por partidos políticos, além de proibir manifestações e protestos e o direito de controle da mídia. 


Manifestantes sul coreano protestam contra a imposição da Lei Marcial no país (Vídeo; reprodução/Youtube/@uol)

Segundo Suk-yeo, seus adversários políticos estavam trabalhando a favor de regimes comunistas e a imposição da Lei Marcial por ele no país era necessária para barrar essas forças que, segundo ele, queriam derrubar o seu governo. 

No entanto, a oposição, viu a tentativa de Yoon Suk-yeol como uma forma de aumentar os seus poderes no governo e implementar uma ditadura no país. 

Advogados do presidente sul-coreano estarão presentes no julgamento de impeachment

Os advogados do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, comparecerão à primeira audiência do julgamento de impeachment no Tribunal Constitucional, marcada para esta sexta-feira (27), no horário local. O processo foi iniciado pelo parlamento devido à imposição temporária de lei marcial pelo presidente no início deste mês.

Reação interna e repercussões internacionais

O presidente Yoon Suk Yeol se recusou a atender aos pedidos do Tribunal Constitucional para apresentar documentos relacionados ao caso, além de desconsiderar convites de investigadores em uma investigação criminal sobre a imposição da Lei Marcial em 3 de dezembro. Esse comportamento gerou críticas inclusive de membros de sua própria base política.

A medida repentina de decretar a Lei Marcial surpreendeu a opinião pública, abalou os mercados financeiros e prejudicou as relações com aliados estratégicos, como os Estados Unidos e países da Europa, que viam Yoon como um parceiro confiável nas questões internacionais envolvendo China, Rússia e Coreia do Norte.

A crise política se agravou nesta semana, quando o Partido Democrático da oposição anunciou a intenção de impeachment do primeiro-ministro Han Duck-soo, que exerce a função de presidente interino, após sua recusa em cumprir a convocação para nomear três juízes para o Tribunal Constitucional. O parlamento se reunirá na tarde de sexta-feira, e o Partido Democrático informou que apresentará uma moção de impeachment contra Han.

A defesa de Yoon no julgamento será conduzida por dois advogados: um ex-promotor e um ex-porta-voz do Tribunal Constitucional, conforme informou Seok Dong-hyeon, advogado do presidente. A votação sobre o impeachment do primeiro-ministro Han Duck-soo ocorrerá simultaneamente à primeira audiência do Tribunal Constitucional, que decidirá o futuro de Yoon, determinando se ele será reintegrado ao cargo ou removido definitivamente. O tribunal tem até 180 dias para tomar sua decisão. Se Yoon for removido, uma nova eleição presidencial deverá ser convocada dentro de 60 dias.

Relembre o caso

Em 3 de dezembro, o presidente da Coreia do Sul decretou a lei marcial após uma série de protestos e manifestações em grande escala que começaram a ganhar força no país. A medida foi uma resposta à crescente instabilidade política e social, gerada por questões internas, como a falta de consenso em torno de reformas e projetos de lei importantes.


Exército invade Parlamento na Coreia do Sul após presidente declarar Lei Marcial (Vídeo:Reprodução/Youtube/Folha de São Paulo)


O governo de Yoon enfrentava uma oposição acirrada, especialmente do Partido Democrático, que pressionava por investigações mais profundas sobre sua administração. A decisão de implementar a lei marcial foi vista como uma tentativa de restaurar a ordem, mas gerou uma série de críticas, tanto internas quanto externas, devido à sua natureza abrupta e ao risco de escalada de tensões no país.

A imposição da lei marcial também se deu em um contexto de crescente polarização política e uma crise de confiança nas instituições governamentais. Yoon Suk Yeol justificou a medida como uma forma de garantir a segurança pública e de prevenir o agravamento da situação, mas a ação foi amplamente interpretada como uma tentativa de consolidar poder e reduzir a pressão de seus opositores.

Parlamento sul-coreano aprova impeachment do presidente Yoon Suk-yeol

Na madrugada deste sábado (14), a Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprovou o impeachment do presidente Yoon Suk-yeol, após polêmica com a declaração de lei marcial, revogada menos de duas semanas depois. A decisão do parlamento sul-coreano reflete uma intensa crise política no país, marcada por tensões entre o poder Executivo e Legislativo.

Consequências do impeachment

A crise que gerou o impeachment do presidente sul-coreano iniciou-se em 03 de dezembro, quando Yoon decretou lei marcial, substituindo a legislação civil por leis militares, além de fechar a Assembleia Nacional do país e colocar os setores de imprensa sob o controle governamental.


Oposição apresenta pedido de impeachment de Yoon (Foto: reprodução/Yonhap News Agêncy)

Han Duck Soo, primeiro-ministro, assumiu a presidência. O Tribunal Constitucional tem agora o prazo de seis meses para confirmar ou rejeitar o impeacheament, durante esse período Yoon permanecerá afastado. A votação contou com 204 dos 300 deputados a favor do impeachment. Caso o impeachment de Yoon seja confirmado, deverão ser convocadas novas eleições presidenciais em até 60 dias.

Crise política

A situação política da Coreia do Sul, resultou em uma queda significativa na popularidade de Yoon, atingindo 11% e gerou renúncias dentro do próprio partido PPP (Partido do Poder Popular). Yoon foi eleito em maio de 2022, enfrentando desafios como a redução do custo de vida e combate às desigualdades. No entanto, seu governo foi marcado por diversas acusações de corrupção e perda de apoio popular, gerando uma crise política e tensões após decreto da lei marcial.

O atual cenário político sul-coreano, enfatiza a fragilidade institucional do país e a importância de preservar os princípios democráticos em momentos de instabilidade. O desfecho do processo de impeachment será determinante para o futuro político da Coreia do Sul e para a restauração da confiança pública.

Presidente sul-coreano pede desculpas por lei marcial em meio a crise política

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, pediu desculpas publicamente após ter declarado a lei marcial na última terça-feira (03). Yoon reconheceu o impacto negativo que a ação causaria. Foi a primeira vez que a medida foi adotada no país desde a democratização em 1987. A ação do presidente foi condenada como uma violação da democracia, gerando manifestações populares, além de abrir caminho para um processo de impeachment, intensificando ainda mais a crise no país.

Reações após o decreto-lei marcial

O presidente sul-coreano justificou que a lei marcial era necessária para “proteger a democracia liberal”. A medida foi vista como um esforço desesperado do presidente Yoon para se manter no poder.

O decreto proibiu as atividades políticas e manifestações, além de colocar a mídia sob controle do Estado, gerando ainda mais tensões no país. A oposição, que lidera o parlamento sul-coreano, anulou o decreto do presidente na madrugada seguinte, contando também com protestos organizados por milhares de cidadãos e confrontos com as forças de segurança.


Manifestações em Seul após o presidente Yoon Suk-yeol declarar lei marcial (Foto: Reprodução/Instagram/@publico.pt)

Crise política e futuro do presidente Yoon Suk-yeol

Com uma aprovação pública, atingindo apenas 13%, Yoon Suk-yeol enfrenta um processo de impeachment liderado pela oposição. Para sua destituição, são necessários dois terços dos votos legislativos. Em discurso recente, Yoon admitiu que a sua decisão gerou ansiedade e transtornos, mas reafirmou que o futuro de sua presidência está nas mãos de seu partido.

Se o impeachment for aprovado, o caso será submetido à Corte Constitucional que decidirá se Yoon será removido definitivamente do cargo. Caso isso aconteça, novas eleições presidenciais deverão ser convocados em até 60 dias. A crise política na Coreia do Sul, ressalta as dificuldades de liderança do presidente e o desafio contínuo da consolidação democrática na Coreia do Sul.

Crise na Coreia do Sul: presidente enfrenta impeachment após tentativa de lei marcial

A Coreia do Sul mergulhou em uma das maiores crises políticas das últimas décadas após o presidente Yoon Suk Yeol decretar e, horas depois, revogar a lei marcial. A medida, descrita por ele como necessária para conter “forças antiestatais”, foi rejeitada pelo Parlamento e gerou uma onda de protestos. Agora, Yoon enfrenta pressão popular e política para renunciar, com parlamentares oposicionistas acusando-o de traição.

Com uma taxa de aprovação de apenas 20% e envolvido em suspeitas de corrupção, o presidente vê seu governo em colapso. A oposição, fortalecida por sua maioria parlamentar, não apenas rejeitou a lei marcial, como também avança com investigações contra a primeira-dama.


A crise — (Vídeo: Reprodução / YouTube / BBC NEWS)

Desenvolvimento

A decisão de decretar a lei marcial colocou em xeque a governabilidade de Yoon. O decreto restringia direitos civis, limitava a atuação da imprensa e substituía a legislação regular por regras militares. Em reação, 190 membros da Assembleia Nacional votaram pela suspensão imediata, obrigando o presidente a recuar.

Do lado de fora do Parlamento, manifestantes comemoraram a revogação como uma vitória democrática. “A Coreia do Sul, como nação, se esquivou de um tiro, mas o presidente Yoon pode ter dado um tiro no próprio pé”, afirmou Danny Russel, do Asia Society Policy Institute.

No entanto, o impacto da decisão foi devastador para o governo. Além do desgaste político, a medida reforçou as críticas de que Yoon, no cargo desde 2022, não tem capacidade para administrar o país.

Corrupção e crise política

Desde o início de seu mandato, o governo Yoon é alvo de denúncias de corrupção, incluindo suspeitas envolvendo a primeira-dama, gravada recebendo presentes ilegais. O Partido Democrático, maior legenda de oposição, utiliza as investigações como trunfo para enfraquecer ainda mais a imagem do presidente.

A derrota nas eleições parlamentares de abril também contribuiu para o isolamento de Yoon. Com a maioria na Assembleia Nacional, a oposição conseguiu rejeitar propostas de orçamento e cortar mais de R$ 17 bilhões em gastos governamentais.

Um futuro incerto

A tentativa de Yoon de associar seus opositores a “forças pró-Coreia do Norte” não encontrou respaldo nem mesmo em seu próprio partido, que pediu a suspensão da lei marcial. Agora, com o risco de um impeachment iminente, sua permanência no cargo parece cada vez mais difícil

Espanha: Enchentes devastadoras afetam regiões inteiras

Após as enchentes devastadoras em Valência, Espanha, que deixaram mais de 150 mortos e inúmeras pessoas desabrigadas, moradores acusam o governo de demorar a emitir alertas sobre o perigo iminente. A Defesa Civil enviou o primeiro aviso de emergência apenas na noite de terça-feira, quando chuvas intensas já causaram inundações significativas há quase dois dias. As autoridades de Valência justificaram a demora, alegando que o sistema de alerta segue protocolos específicos, mas prometeram melhorias após as críticas pela resposta lenta. Especialistas também apontaram a necessidade de melhorias no gerenciamento de desastres locais.

Situação aérea também se encontra com dificuldade

Segundo o site O Hoje, mais de 50 voos foram cancelados ou sofreram longos atrasos, e muitos outros foram desviados, e em Tarragona, a quase 250 km de Valência, o leito do rio transbordou, agravando ainda mais a situação. As equipes de resgate estão focadas em áreas mais críticas, como garagens subterrâneas e porões, e devido às inundações, o número de mortes subiu para 222, ainda segundo o site.


Rainha Letícia, com barro no rosto (Foto: reprodução / TV Globo/ site G1)

No domingo (3) moradores jogaram lama contra as autoridades, a rainha Letícia, com barro no rosto, chorou ao ver os estragos, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, foi retirado do local por razões de segurança.

Entenda o fenômeno climático que atinge a Espanha

A tempestade que devastou a Espanha recentemente foi intensificada por uma combinação de fatores meteorológicos e problemas estruturais. O fenômeno DANA (Depressão Isolada em Níveis Altos), responsável pelas chuvas extremas, causou uma precipitação intensa e concentrada, característica dessas formações. A rápida elevação dos rios e a saturação dos solos provocaram enchentes graves, especialmente em áreas urbanizadas sem drenagem adequada. Além disso, o atraso no sistema de alerta de emergência impediu que muitos moradores tivessem tempo para se proteger. Esses fatores, junto com a urbanização crescente em áreas vulneráveis, contribuíram para a severidade da catástrofe​​.


Haiti volta a passar por crise política após renúncia de seu primeiro-ministro


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Gangue liderada por Jimmy ‘Churrasco’ Cherizier (foto: reprodução/Getty Images Embed)


Renúncia do primeiro-ministro

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, anunciou na última segunda-feira 11 de março que renunciaria ao seu cargo. Sem poder voltar ao país por estar sob ameaça das gangues que o dominam no momento. O líder de uma desses grupos é Jimmy Churrasco, que diz que caberá ao povo do Haiti escolher o governante.

Com o ocorrido, a situação do Haiti piorou significativamente e o país agora vive uma crise política, humanitária e de segurança. O país então decretou estado de emergência e toque de recolher em sua capital Porto Príncipe depois de uma penitenciária ser atacada por gangues armadas. A situação fez com que milhares de detentos fugissem e 10 pessoas foram mortas durante o ataque.

Após renunciar à sua posição, o ex-primeiro-ministro deixou suas atribuições no cargo em responsabilidade de um conselho de transição instaurado pela Comunidade do Caribe (Caricom). Porém, existe uma disputa em relação ao poder no país, que fica entre o poder político e o poder das gangues armadas que atualmente prevalecem.  


Ariel Henry (foto: reprodução/Getty Images Embed)


Gangues tomaram o poder

Ariel Henry foi impedido pelas gangues de voltar ao país. As mesmas atacaram o aeroporto da capital para impedir que ele voltasse, o fazendo ficar em Porto Rico. Se engana quem pensa que as gangues tomaram repentinamente o poder no país, elas já começaram a se formar na década de 1990, como um braço armado de baixo custo para exercer para líderes políticos no cenário de frágeis instituições políticas.

Segundo o professor haitiano de Governo e Relações Internacionais na Universidade da Virgínia, Robert Fatton Jr: “As gangues começaram a ganhar autonomia nos últimos três anos, e agora são um poder por si só”. Ele afirma que a autonomia desses grupos atingiu um ponto crítico. E que agora elas são capazes de impor certas condições ao próprio governo.

O Haiti não tem exército permanente ou força policial nacional adequada há décadas. Além disso, nem intervenções da Organização das Nações Unidas (ONU), até mesmo com a ajuda e liderança do Brasil e Estados Unidos em algumas delas não foram suficientes para estabelecer instituições políticas fortes no Haiti. Com isso, líderes haitianos passaram a usar civis armados como ferramentas para exercer o poder. Até mesmo políticos passaram a usar as gangues para exercer seu poder em meio à crise.