Furacão Melissa chega à Jamaica e ameaça mais de 1,5 milhão de pessoas

O Furacão Melissa, de categoria 5, atingiu a Jamaica nesta terça-feira (28) e deve afetar mais de 1,5 milhão de pessoas, representando mais da metade da população do país. Com ventos que podem ultrapassar 300 km/h, o furacão traz consigo a ameaça de inundações catastróficas e deslizamentos de terra. Mais de 800 abrigos foram montados para receber as pessoas que vivem nas áreas mais vulneráveis, enquanto as autoridades locais se preparam para os danos significativos que a tempestade pode causar.

A tempestade se intensificou rapidamente, ganhando força e tornando-se a mais potente do ano. Especialistas alertam que, além dos ventos fortes, a combinação de chuvas intensas e marés altas pode resultar em alagamentos em áreas costeiras e na parte interior da ilha. O governo jamaicano, em parceria com organizações internacionais, mobilizou equipes de resgate e reforçou a infraestrutura dos abrigos para garantir a segurança dos cidadãos.

Preparativos e evacuação de áreas afetadas

A população foi orientada a se abrigar em locais seguros, enquanto as autoridades monitoram a evolução do furacão e a possível necessidade de novas evacuações. As autoridades da Jamaica ativaram planos de emergência e começaram a evacuar áreas de risco desde a noite de segunda-feira (27). A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) alertou sobre a gravidade do impacto e a necessidade de uma resposta rápida para evitar mais vítimas.


Publicação de CNN Brasil (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

As cidades mais próximas à costa e regiões montanhosas estão especialmente vulneráveis às fortes chuvas e ventos do furacão. Apesar dos esforços de evacuação, a OMM (Organização Meteorológica Mundial) emitiu alertas sobre os riscos elevados de deslizamentos de terra, além de inundações repentinas em várias partes da ilha.

Projeção do impacto e futuro do furacão

Melissa já deixou um rastro de destruição no Caribe, com sete mortes confirmadas até o momento, incluindo vítimas no Haiti e na República Dominicana. A tempestade, que se intensificou rapidamente, foi classificada como a mais forte do ano e deve continuar a ameaçar a região até atingir Cuba nas próximas horas.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC), a pressão central da tempestade diminuiu ligeiramente, sinalizando que Melissa pode se intensificar ainda mais, causando danos ainda maiores. Com marés de tempestade previstas para atingir até quatro metros de altura e chuvas intensas, a tempestade é considerada a pior a atingir a Jamaica neste século, conforme afirmou Anne-Claire Fontan, especialista da OMM. O furacão também deve causar sérios danos à infraestrutura local e complicar os esforços de resgate e recuperação nos próximos dias.

Cubanos ultrapassam venezuelanos e lideram pedidos de refúgio no Brasil em 2025

Em 2025, os cubanos lideram os pedidos de refúgio no Brasil pela primeira vez em uma década. De janeiro a março, foram registradas 9.467 solicitações de cidadãos de Cuba, frente a 5.794 dos venezuelanos, conforme dados do Painel da Migração, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Desde 2015, os venezuelanos figuravam como maioria nos pedidos.

A entrada no território brasileiro ocorre principalmente pelas fronteiras ao Norte: Bonfim (RR), na divisa com a Guiana, e Oiapoque (AP), vizinha à Guiana Francesa. A crise econômica e social em Cuba, agravada por apagões e escassez de alimentos, impulsiona o êxodo. Em Roraima, foram 7.506 pedidos de refúgio só neste início de ano.

Refúgio, migração e novas rotas

Nem todos os cubanos chegam ao Brasil com intenção de permanência. Parte utiliza o país como rota de passagem para outros destinos como Uruguai e Estados Unidos. No entanto, as barreiras migratórias e as deportações em massa promovidas pelos norte-americanos alteraram os planos de muitos.

Enquanto isso, o Brasil se torna alternativa viável, ainda que temporária. Casos como os de Yanniuris Córdoba e Anireisy Calderon, migrantes que chegaram a Boa Vista em busca de trabalho. Ambas enfrentaram a dura realidade cubana e decidiram migrar para sustentar suas famílias.

No meu país, a situação é muito ruim. Lá não há água, não há trabalho. Às vezes acordo triste e tudo isso porque é difícil estar longe da minha filha, da minha mãe. Eu nunca tinha me separado, mas a situação do país me obrigou.

Yanniuris, de 26 anos.

Cubanos lidera pedidos de refúgio em território brasileiro (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Emprego e permanência no país

O mercado formal começa a absorver parte desses imigrantes. Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil contratou mais de 5 mil cubanos. Paraná, Santa Catarina e São Paulo lideraram as admissões. Em Roraima, o número de contratados saltou 1700% em comparação a 2022.

Mesmo com dificuldades, muitos buscam regularizar a documentação e seguir para outras regiões do país, como Curitiba, onde esperam novas oportunidades e o reencontro com familiares. O Brasil, nesse contexto, se consolida como ponto estratégico para os que fogem da crise cubana.

Cenários migratórios na Europa e América do Sul

Portugal e Argentina enfrentam debates sobre imigração. Em Portugal, o número de imigrantes triplicou na última década, atingindo 14% da população, o que intensificou o discurso anti-imigração. Já na Argentina, o presidente Javier Milei anunciou um decreto que deverá restringir a entrada e permanência de estrangeiros, além de cobrar pelo uso de serviços públicos por imigrantes em situação irregular, inclusive exigindo seguro saúde de turistas.

Justiça dos EUA impede Trump de alterar status de 530 mil latinos

Nesta segunda-feira (14), a Justiça dos EUA atestou que o governo Trump não pode cancelar o status legal de mais de 530 mil imigrantes da Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela. A medida anulada entraria em vigor na próxima quinta-feira (24), e permitiria a deportação desses imigrantes residentes nos Estados Unidos.


Justiça dos EUA impede Trump de alterar status de imigrantes no país (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

A decisão foi tomada por uma juíza federal do distrito de Boston, e retrata uma nova adversidade para o governo Trump, que está cumprindo sua promessa de realizar a maior deportação em massa da história do país estadunidense.

Deportação no governo Trump

No mês passado, o governo havia dito que estava trabalhando para revogar o status legal de 532 mil imigrantes, que entraram legalmente no país, através de um programa especial lançado em outubro de 2022 pelo ex-presidente, Joe Biden.

O programa de Biden havia garantido que até 30 mil migrantes entrassem nos Estados Unidos mensalmente, advindos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, devido seu histórico negativo com os direitos humanos.

O asilo era concedido durante dois anos, que recebiam visto de residência estadunidense, e entraram no país de avião.

Revogação do governo atual dos EUA

Segundo a decisão judicial, o governo Trump atuou para que houvesse uma interpretação errônea da lei de imigração, ao averiguarem a expulsão frenética das pessoas que não possuem cidadania e entraram ilegalmente no país, mas não dos que autorização para estarem lá.

Trump havia proposto que os imigrantes perdem sua proteção legal, garantida pelo país, e entrassem em rota de deportação. Até o presente momento, o governo não se manifestou a respeito da decisão contrária da justiça dos EUA.

O governo atual dos Estados Unidos segue deportando imigrantes, e o presidente inclusive disse em março que logo iria decidir sobre retirar o status de garantia condicional que cerca de 240.000 ucranianos possuem, pois fugiram para os EUA durante o confliito entre Rússia e Ucrânia.

EUA não aumentará tarifas sobre Cuba, Coreia do Norte e Rússia

Em contrapartida, à guerra comercial que vem ocorrendo ao redor do globo, em especial após as taxas altíssimas impostas pelos Estados Unidos desde o início do segundo mandato de Donald Trump, foi anunciada uma “taxa recíproca” pela Casa Branca, e países como Belarus, Cuba, Coreia do Norte e Rússia estão fora das altas tarifas imposta pelos EUA.

Tarifas dos EUA

Foi imposto pelo país uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos importados, podendo variar entre países. A China, por exemplo, apesar de ser o país que mais fornece produtos para o país, recebeu uma taxação de 54% sobre todos os produtos exportados.

Segundo o presidente estadunidense, a decisão ocorreu para que os Estados Unidos não permaneçam com uma “política de rendição econômica unilateral” mediante a guerra econômica que vem ocorrendo.

A Casa Branca inclusive compartilhou uma série de elogios feitos sobre as tarifas, onde é dito que os trabalhadores estadunidenses se irão se beneficiar após passarem anos de abuso com seus parceiros comerciais, como a China.

Trump explanou que será aplicada uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os EUA, mas que outros países receberiam taxas mais altas. Nesta lista de “tarifas recíprocas”, alguns países não aparecem, como Cuba, Coreia do Norte e Rússia.

Em resposta às altas tarifas dos EUA, diversos países estão reavaliando sua relação com o país, como a união que China, Coreia do Sul e Japão estão formando, a “PL da reciprocidade” que está sendo analisada no Brasil, e o Canadá, que irá tarifar em 25% os produtos estadunidenses


Canadá impõe nova tarifa sobre os Estados Unidos (Vídeo: reprodução/X/@hassinhadi)

Porque da não taxação

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, informou à Fox News que a taxação não foi aplicada para países como Belarus e Rússia, pois não havia uma comercialização direta com os países, e que estes são sob sanções.

Contudo, durante a avaliação anual de ameaças, as agências de inteligência dos EUA disseram que as principais ameaças potenciais de Estados-nação para o país são a China, Coreia do Norte, Irã e Rússia. Inclusive, o presidente Trump já ameaçou tomar novas medidas comerciais sobre Moscou.

Após apagão histórico de quatro dias, Cuba recupera energia para mais de 70% da população

Após colapso na Central Termelétrica Antonio Guiteras, o fornecimento de energia da ilha caribenha foi comprometido desde a sexta-feira (18). Nesta segunda-feira (21) Cuba também sofreu com a passagem do furacão Oscar, milhões de pessoas enfrentam os danos, além da falta de eletricidade.

Retorno gradual

Ainda na segunda-feira (21), a energia havia retornado para pelo menos 36% da população. No mesmo dia, o ministro das Minas e Energia, Vicente de la O Levy, afirmou que a normalização para a maioria da população ocorreria à noite, e que na terça-feira (22) ocorreria a normalização.

O ministro afirmou:

O último cliente poderá receber o serviço na terça-feira.”

Após o colapso da central elétrica, a ilha ficou sem energia para quase toda a população. O retorno começou no sábado (19), porém o sistema voltou a entrar em colapso. Houve relatos de comida apodrecendo nas geladeiras e outros danos para a população.

Nesta terça-feira (22), mais de 70% da população teve a energia reestabelecida. Desde o domingo (20) grande parte da capital Havana já possuía o fornecimento reestabelecido.


Crise de energia causa prejuízos para a população cubana (Reprodução/ X/ @pmanzo70)

O que aconteceu

O colapso do fornecimento de energia ocorreu porque a ilha possui uma infraestrutura de energia obsoleta e aumento na demanda da população. A normalização está sendo possível com esforços para reestruturar a cobertura. Com a passagem do furacão Oscar, a situação foi agravada e os esforços para a recuperação tiveram que ser redobrados.

Cuba tem enfrentado uma crise econômica sem precedentes. A população vive dificuldades para obter alimentos e medicamentos. O país atualmente está sob um embargo liderado pelos Estados Unidos, o que dificulta a disponibilidade de recursos para a infraestrutura. Apagões menores são constantes em toda a ilha, situação que já foi motivo de protestos por parte da população contra o regime atual.

O presidente do país, Miguel Díaz-Canel, chegou a alertar a população sobre agitações e protestos, indicando que poderiam haver processos e prisões nesses casos.