Confronto entre poderes: Trump quer ampliar deportações e critica juízes liberais

Em uma declaração contundente que reacende o debate sobre as táticas de fiscalização de fronteiras e imigração nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump defendeu veementemente as ações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), alegando que os esforços de deportação e aplicação da lei “não foram longe o suficiente”. A manifestação ocorreu durante uma entrevista à rede de televisão americana CBS, divulgada no domingo (2), onde o líder norte-americano não apenas apoiou as operações, mas também atribuiu a alegada insuficiência destas ações à interferência do judiciário.

A crítica presidencial concentrou-se nos juízes, a quem ele se referiu como “juízes liberais que foram nomeados por Joe Biden e Barack Obama”, insinuando que nomeações feitas por seus antecessores democráticos estariam ativamente prejudicando as políticas de imigração de sua administração. Essa afirmação coloca o Executivo em rota de colisão direta com o Judiciário e a oposição, ao sugerir um viés político na aplicação da lei.

Endosso a ‘Táticas Duras’ e Rotulação de Imigrantes

Questionado diretamente sobre se se sentia à vontade com as “táticas duras” empregadas nas operações do ICE, o presidente Trump respondeu afirmativamente, sustentando uma linha discursiva que frequentemente associa imigrantes indocumentados à criminalidade. Segundo ele, muitos dos imigrantes-alvo são “assassinos e criminosos” que foram “expulsos de seus países”.

No entanto, quando confrontado pelo entrevistador com a realidade de que muitos deportados são trabalhadores comuns, como jardineiros e operários da construção civil, e não criminosos violentos, Trump interrompeu a conversa com uma réplica incisiva: “jardineiros que são criminosos”. Tal postura reforça a política de tolerância zero e a ampliação do escopo das deportações, que priorizam a remoção de qualquer imigrante em situação irregular, independentemente de seu histórico criminal.


Discurso de Trump sobre a imigração ilegal na 80ª assembleia-geral das nações unidas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


 

Imigrantes retidos sofrem maus-tratos nos EUA

Centros de detenção para imigrantes no sul da Flórida estão no centro de novas denúncias feitas pela Human Rights Watch (HRW). Em relatório divulgado na terça-feira (22), a organização aponta violações graves de direitos humanos, incluindo maus-tratos, insalubridade e falta de assistência médica.

Os relatos vieram de detentos, ex-detentos, familiares e advogados, e foram confirmados por documentos oficiais do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE). Os abusos ocorrem em três unidades: Krome, BTC e Centro de Detenção de Miami.

Refeições com algemas

Um dos episódios mais chocantes relatados envolve homens obrigados a comer com as mãos algemadas para trás. “Tivemos que nos curvar e comer com a boca, como cães”, relatou Harpinder Chauhan, detido durante uma checagem migratória.


Matéria do Jovem Pan News (Vídeo: reprodução/Youtube/JP News)

Além disso, mulheres foram mantidas em alas masculinas, com banheiros visíveis a outros presos. A superlotação obriga detentos a dormirem no chão, próximos a vasos sanitários, sob luz constante.

Falta de higiene e punições

Os entrevistados denunciam celas lotadas, ausência de sabão, colchões ou roupas de cama. Muitos dormem sobre o cimento frio. Doentes crônicos, como diabéticos e portadores de HIV, dizem não receber cuidados adequados.

Pedidos de ajuda médica, segundo o relatório, muitas vezes resultam em isolamento. “Se você chora ou reclama, eles te punem”, contou uma mulher detida.

Detenções aumentam com política de Trump

O número de imigrantes presos na região cresceu 111% desde janeiro. A HRW alerta que a política de “deportações em massa” do governo Trump tem pressionado ainda mais o sistema, agravando as violações.

Segundo o relatório, muitos dos detidos não possuem antecedentes criminais graves e foram presos durante fiscalizações rotineiras. A falta de estrutura e pessoal nos centros contribui para o caos nas unidades.

Além disso, a recente inauguração de um novo presídio migratório na região dos Everglades, apelidado de “Alcatraz dos Jacarés”, gerou críticas por parte de organizações de direitos humanos, que apontam o local como mais um símbolo do endurecimento das políticas migratórias nos EUA.


Governo Trump defende ações de expulsão de imigrantes e contesta decisão judicial

Autoridades dos Estados Unidos defenderam neste domingo (13), as ações do presidente Donald Trump para deportar imigrantes ilegais do país. Uma dessas operações aconteceu em uma fazenda na Califórnia e terminou com a morte de um trabalhador. Trump prometeu expulsar milhões de pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e tem feito fiscalizações em locais de trabalho, como fazendas, que antes eram pouco afetadas durante seu primeiro mandato.

Contestação à decisão judicial

Kristi Noem, chefe do Departamento de Segurança Interna, e Tom Homan, responsável pela política de fronteiras de Trump, disseram que o governo vai contestar a decisão de um juiz federal tomada na sexta-feira (11). O juiz proibiu que o governo prenda imigrantes apenas por causa da aparência ou origem e que negue a eles o direito de falar com um advogado.

Em entrevistas à Fox News e à NBC, Noem criticou o juiz, que foi indicado pelo ex-presidente democrata Joe Biden, e negou que o governo tenha usado essas práticas.

No programa “State of the Union” da CNN, Homan explicou que a aparência da pessoa pode ajudar a formar uma suspeita, junto com outros fatores, de que ela está no país sem autorização. Com base nisso, os policiais federais podem parar essa pessoa para investigação.


Prisão de mais de 300 imigrantes ilegais em fazendas de maconha na Califórnia (Vídeo: reprodução/X/@DiretoDaAmerica)

Debate sobre perfil racial

Durante uma operação em uma fazenda de cannabis no sul da Califórnia na sexta-feira (11), 319 pessoas que estavam ilegalmente nos Estados Unidos foram detidas, e os agentes federais encontraram 14 menores imigrantes, segundo Kristi Noem. Um trabalhador morreu durante a ação. De acordo com a United Farm Workers, vários trabalhadores ficaram feridos na batida, e um deles morreu por causa dos ferimentos.

Homan disse à CNN que a morte do trabalhador rural foi uma tragédia, mas que os agentes do ICE estavam cumprindo seu dever ao executar mandados de busca criminal.

O senador americano Alex Padilla afirmou na CNN que os agentes federais estão usando perfil racial para prender pessoas. Padilla, democrata da Califórnia e filho de imigrantes mexicanos, foi retirado à força de uma coletiva de imprensa de Kristi Noem em Los Angeles, em junho, e algemado depois de tentar fazer uma pergunta.

O político disse que conversou com a United Farm Workers (UFW) sobre a morte do trabalhador rural durante a operação do ICE. Segundo ele, uma meta maior de detenções, estabelecida pelo governo Trump no fim de maio, levou a fiscalizações mais duras e arriscadas.

Prefeita de Los Angeles declara resistência à ação de Trump contra proteção à imigrantes

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, moveu um processo contra as autoridades de Los Angeles por conta das políticas adotadas de proteção aos imigrantes. A prefeita Karen Bass disse que a cidade californiana não cederá à intimidação do republicano. A declaração ocorreu nesta terça-feira (1).

Este é essencialmente um ataque total contra Los Angeles. O processo é uma tentativa de anular a vontade da cidade, exigindo a suspensão de uma política de longa data para proteger os imigrantes de Los Angeles“, afirmou a prefeita de Los Angeles em uma coletiva na Prefeitura. Bass ainda reiterou que não se intimidar com as táticas do presidente e disse que sempre protegerá os habitantes da cidade contra atos “injustificados” e “cruéis” do governo Trump.

A ação movida

A declaração da prefeita aconteceu ao passo que o governo Trump tenta aumentar o ritmo das operações de deportação na Califórnia, estado de maioria democrata, que define Los Angeles como uma “cidade-santuário” para os imigrantes.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Reprodução/Saul Loeb/AFP/Getty Images Embed)


O Departamento de Justiça dos Estados Unidos moveu uma ação no tribunal federal de Los Angeles em que alega violação da lei federal. A acusação tem como base as políticas do estado da Califórnia, que impedem a utilização de recursos da cidade para ajudar em processos de fiscalização da imigração ou na coleta de dados que informam a situação de cidadania dos habitantes. As políticas, segundo o Departamento de Justiça, “interferem com a aplicação das leis de imigração do governo federal”.

Manifestações em Los Angeles

A ação foi movida semanas depois do presidente Trump enviar tropas da Guarda Nacional da Califórnia para cercear protestantes em Los Angeles que reivindicavam o fim dos processos de deportação.


Cenas de um protesto contra operações de imigração que aconteceu em Los Angeles no começo do mês de junho (Foto: reprodução/X/@nypost)

Os protestos aconteceram em uma parte pequena da cidade. Apesar disso, foram registrados alguns casos de saques, destruição de propriedades e agressões contra autoridades.

Após críticas de Elon Musk, Trump diz que pode deportá-lo

Ao ser indagado por um repórter nesta terça-feira (1), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que pode deportar Elon Musk, seu antigo aliado político. O presidente disse ser necessário verificar e, se preciso, colocar o DOGE contra Musk. O DOGE, Departamento de Eficiência Governamental, tem por objetivo controlar os gastos do governo, e assim que tomou posse do país, Trump anunciou com felicidade o papel de Musk em seu governo.


Trump ameaça deportar Elon Musk após críticas ao seu governo (Vídeo: reprodução/X/@sputnik_brasil)

Trump falou com a imprensa antes de ir para a inauguração de um centro de detenção remoto para imigrantes na Flórida, intitulado “Alcatraz do Jacaré”, ao mesmo tempo em que cobra parlamentares para apresente um extenso projeto de lei cujo objetivo seja aumentar as deportações no país.

Desavenças entre Trump e Elon Musk

No dia 30 de maio, Musk deixou a presidência do DOGE de forma amigável, com Trump elogiando o bilionário e vice-versa. Em contrapartida, desde então eles vem trocando indiretas e farpas nas redes sociais.

Trump estava pressionando o Congresso dos Estados Unidos para que um projeto de lei a respeito de cortes de gastos, energia, fronteira e impostos fosse aprovado. O projeto foi altamente criticado por Musk, tendo chamando-o de “abominação”, e tendo falado mais de uma vez os malefícios de sua aprovação, como o aumento do “déficit orçamentário” e do trabalho da equipe que comandou durante o período que presidiou enquanto presidiava o DOGE.

Ao ser perguntado sobre o dono da Tesla por repórteres ao receber o chanceler alemão, Friedrich Merz, na Casa Branca, o presidente dos EUA comentou estar muito decepcionado com ele, e que não sabia se o relacionamento que tinham seria mantido. Segundo Trump, Elon tinha conhecimento do projeto e não tinha problema algum com ele antes de sair do governo estadunidense.

Em resposta, Elon desmentiu Donald, afirmou que nunca viu o projeto e também que, se não fosse por ele, Trump nunca teria sido eleito o presidente dos Estados Unidos.

Deportação de Elon Musk

O dono do X (antigo Twitter) se tornou um cidadão estadunidense no início dos anos 2000, tendo nascido em Pretória, uma das três capitais oficias da África do Sul.

Depois de Elon Musk ter feito novas críticas ao projeto de lei de corte de impostos e gastos, além de ter garantido que puniria os parlamentares que apoiassem o projeto, Trump informou que poderia cortar recursos para a Tesla, declarando que talvez o bilionário receba mais subsídios que o necessário.

Segundo aliados, uma reconciliação entre o presidente e o CEO é pouco provável e não deve ser esperada.

103 brasileiros deportados dos EUA chegam ao Brasil

No sábado (24) desembarcaram no Aeroporto Internacional de Fortaleza um grupo de 103 brasileiros deportados dos Estados Unidos, conforme informou o Governo Federal. Três dos repatriados tinham pendências com a Justiça do Brasil e foram colocados sob custódia da Polícia Federal. Do total, 76 seguiram viagem até o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, a bordo de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). O grupo era composto por 90 homens e 13 mulheres.

A recepção foi organizada por meio de uma ação conjunta liderada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, com apoio de outros órgãos federais, como os ministérios da Saúde, do Desenvolvimento e Assistência Social, das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública, além da Defesa.

Acolhimento dos deportados

De acordo com o Governo Federal, a iniciativa tem como objetivo assegurar um acolhimento humanitário aos brasileiros repatriados, oferecendo suporte logístico para que possam retornar às suas cidades de origem, entrar em contato com familiares e, se necessário, contar com abrigo temporário.


Deportados dos EUA chegam ao Brasil (Vídeo: reprodução/Youtube/Jovem Pan News)

Visto que, no primeiro voo com repatriados deste ano, ocorrido em 24 de janeiro, autoridades brasileiras expressaram preocupação ao se depararem com o uso de algemas e com relatos de maus-tratos e condições degradantes enfrentadas pelos deportados. Em resposta, foi formada uma força-tarefa com o objetivo de oferecer um acolhimento mais digno e humanizado aos brasileiros que retornam ao país nessa situação.

Durante a chegada, foram distribuídos kits de higiene, alimentos e prestado atendimento psicossocial. Além disso, os repatriados receberam orientações sobre como acessar serviços públicos essenciais, como o Sistema Único de Assistência Social (Suas), o Sistema Único de Saúde (SUS), a Defensoria Pública da União e serviços consulares.

Grupos em situação de maior vulnerabilidade, como idosos, pessoas com deficiência e integrantes da comunidade LGBTQIA+ são acompanhados com atenção especializada.

Deportação continua nos EUA

A maioria dos brasileiros repatriados veio dos Estados Unidos, país que passou a adotar políticas migratórias mais rigorosas desde janeiro, quando Donald Trump assumiu a presidência. Entre os meses de fevereiro e maio, o Brasil recebeu um total de 783 cidadãos deportados, a maior parte proveniente dos Estados Unidos.

Dados do Departamento de Segurança Interna dos EUA indicam que, desde o início do governo Trump, mais de 142 mil imigrantes em situação irregular foram deportados ao todo.

Governo Trump realiza primeira viagem de autodeportação de imigrantes

Nesta segunda-feira (19), foi feito o primeiro voo de autodeportação de imigrantes ilegais, partindo dos Estados Unidos, rumo à Honduras e Colômbia. De acordo com um comunicado do governo, 64 pessoas foram levadas de volta à seus países de origem. Essa ação é uma iniciativa do governo Trump, que visa incentivar os imigrantes ilegais no país a voltarem para sua nação originária, para que assim, possam obter documentos legais.

A autodeportação

Foi feita a primeira viagem de imigrantes dos Estados Unidos, que se autodeportaram de volta para seus países de origem. O voo partiu de Texas, nos EUA, e levou 64 pessoas para Honduras e Colômbia, como foi informado pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (19).

Hoje, o DHS realizou seu primeiro voo do Projeto Volta ao Lar, com 64 pessoas que voluntariamente decidiram se autodeportar para seus países de origem, Honduras e Colômbia”, disse o DHS, em comunicado.

Segundo o anúncio, os imigrantes, que saíram dos EUA por conta própria, receberam de ajuda o valor de US$ 1 mil (R$5,6 mil), e ainda possuem a possibilidade de poder voltar aos Estados Unidos, de maneira legal.


Imigrantes saindo do aeroporto em que chegaram, em Honduras (Foto: reprodução/ORLANDO SIERRA/AFP/Getty Images Embed)


Dos 64 imigrantes que retornaram à seus países de origem, 38 foram pra Honduras. Essas pessoas irão aproveitar de um programa governamental chamado “Irmão, Irmã, Volte para Casa”, que inclui um dinheiro extra no valor de US$ 100 para maiores de idade, vouchers de alimentação e também um incentivo para buscar emprego. Os outros 26 imigrantes colombianos também possuem serviços sociais para auxiliá-los.

As medidas de Trump

Desde sua segunda campanha presidencial, o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha como sua principal pauta a deportação de imigrantes ilegais no país. Quando assumiu o cargo, começou a pôr em prática as medidas para mandar os imigrantes de volta à suas origens.


Foto de Donald Trump (Foto: reprodução/Nathan Posner/Anadolu/Getty Images Embed)


Uma das medidas foi criar um projeto que apresenta uma escolha aos migrantes: deixar os Estados Unidos de maneira voluntária, contando com apoio e assistência financeira do governo, ou permanecer e sofrer pressão do governo.

Essa pressão está ligada à multas, encarceramento e até expulsão do país. Essas medidas de Trump visam acelerar a expulsão dos imigrantes ilegais, principalmente com um custo inferior ao de voos de deportação normais.

Trump anuncia programa que irá pagar US$1.000 a imigrantes ilegais que decidirem deixar os EUA

Nesta segunda-feira (05) foi anunciado pelo governo do presidente americano Donald Trump o lançamento de um programa que fará um pagamento no valor de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 5.658 na cotação atual) para imigrantes com situação irregular que decidirem deixar os Estados Unidos de maneira voluntária. Aqueles que aceitarem a autodeportação receberão também assistência para a viagem e seus nomes serão retirados da lista de detenção da agência de imigração americana.

A autodeportação

Em uma entrevista à Fox News, a secretária assistente do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughin afirmou que a passagem para o país de origem dos imigrantes será totalmente custeada pelo governo americano. Em entrevista, a secretária de segurança interna, Kristi Noem, comenta sobre o novo programa implementado nos EUA.

Se você está aqui (nos EUA) ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O DHS (Departamento de Segurança Interna) agora oferece assistência financeira para viagens a imigrantes ilegais e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home.

Já a quantia de US$ 1.000 será paga individualmente por cidadão aprovado no programa que garantir ter chegado ao seu país de origem. O governo estima um prazo de 21 dias para concluir a viagem de retorno ao país natal do imigrante. 


Em vídeo, o presidente dos EUA Donald Trump explica sobre o lançamento da Autodeportação (Vídeo: Reprodução/X/@BrasilParalelo)

Estimativa do governo

O primeiro registro da utilização do programa de autodeportação foi de um imigrante residente de Chicago. O imigrante era natural de Honduras e foi o primeiro a utilizar o serviço para retornar ao seu país. 

Com a chegada deste novo programa, o governo dos EUA prevê uma economia de 70% com custos de deportação, que atualmente possui um custo médio de US$ 17.121 (aproximadamente R$ 96,9 mil na cotação atual).

Embora o programa esteja em seus primeiros estágios nos EUA, outros países da Europa já utilizam o mesmo, chamando-o de programa de retorno voluntário. Um exemplo a ser citado é o Reino Unido, que paga a quantia de 3 mil libras (cerca de R$ 22,5 mil na cotação atual) para aqueles que forem aprovados. No entanto, existe uma regra que o imigrante que deixar o país não pode regressar em seu território nos próximos 5 anos.

Agentes de Trump prendem imigrantes ilegais em suas casas, em Chicago

Agentes do Serviço de Imigração e do Controle de Alfândega (ICE) estão indo de porta em porta para prender imigrantes ilegais na cidade de Chicago, nos Estados Unidos. A ação, que teve início no domingo (26), é resultado de uma operação nacional do governo Trump, que envolve também outras agências federais da cidade.

De acordo com Tom Homan, responsável pelo controle de imigração da Casa Branca, em entrevista à CNN, a operação realizada na cidade é voltada para criminosos. Homan citou, como exemplo, integrantes de gangues venezuelanas. 


Agentes de Trump realizam operações em Chicago (Vídeo: reprodução/ Youtube/ Folha de SP)

Em nota, a agência federal comunicou que as prisões realizadas foram feitas para cumprir a lei de imigração dos EUA e para preservar a segurança nacional. As operações também contaram com a cooperação do FBI; do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF); da agência antinarcóticos (DEA) e do Serviço de Delegados dos EUA.

Políticas anti-imigração de Donald Trump 

As operações registradas no estado de Illinois fazem parte das políticas anti-imigração do governo do republicano. Donald Trump, que está no seu mandato há uma semana, começou a aplicar as ações desde o primeiro dia em que tomou posse do cargo executivo. 

As ações se estenderam também para os estados da Geórgia, da Califórnia e do Texas. Em Austin, a Administração de Repressão às Drogas declarou estar ajudando o Departamento de Segurança Interna, no cumprimento da aplicação da lei de imigração dos EUA. Segundo o balanço diário do ICE, no domingo, foram registradas 2.373 prisões.

Brasileiros deportados 

A deportação dos imigrantes em situação ilegal nos EUA foi iniciada na sexta-feira (24). Entre os grupos expulsos do país, 88 brasileiros também foram deportados. Eles chegaram em Manaus na última sexta-feira com algemas nas mãos e nos pés.

Os brasileiros relataram casos de violência e humilhação por agentes de imigração, durante voo de volta para o Brasil. De acordo com a Polícia Federal, o uso de algemas faz parte do protocolo padrão da imigração americana em voos com deportados. O Itamaraty se pronunciou e afirmou que cobrará explicações ao governo americano, pela situação dos brasileiros deportados ao chegarem no Brasil.



Donald Trump pretende oferecer dinheiro para imigrantes saírem dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em entrevista exibida na terça-feira (15) que pretende lançar programa para estimular imigrantes a voltarem para seus países de origem. A medida forneceria dinheiro e uma passagem de avião a qualquer pessoa que viva em situação ilegal nos EUA e que escolha se deportar “voluntariamente”.

O presidente americano afirmou que o “programa de autodeportação” que promete implementar fornece não só uma assistência financeira aos imigrantes, mas também a perspectiva de retornar legalmente ao país no futuro.

Vamos lhes dar algum dinheiro e uma passagem de avião, e depois vamos trabalhar com eles. Se forem bons, se os quisermos de volta, vamos trabalhar com eles para trazê-los de volta o mais rápido possível.”

Trump deu poucos detalhes sobre o plano e ainda não há data para implementação.

O republicano disse à Fox que o programa é destinado aos imigrantes ilegais “bons”. Segundo ele, o governo está focado em expulsar “assassinos” dos Estados Unidos.

CBP Home

Na segunda-feira (14), o governo Trump lançou o aplicativo “CBP Home”. A plataforma permite a “autodeportação” de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.


A Embaixada dos EUA recomendou através do Instagram que imigrantes baixem o CBP Home para “evitar as penalidades associadas à permanência ilegal no país.” (Vídeo: reprodução/Instagram/@embaixadaeua)


Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), o app possibilita que imigrantes comuniquem voluntariamente  ao governo a intenção de deixar o país.

A secretária do DHS, Kristi Noem, enfatizou que a plataforma é importante para estrangeiros que possuem o intuito de retornar de forma legal ao país futuramente. O DHS também informou que essa medida ajudará na economia 

Não só é mais seguro, como também economiza o dinheiro dos contribuintes americanos e valiosos recursos da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e da Imigração e Controle de Alfândega (ICE), permitindo que se concentrem em estrangeiros criminosos perigosos”

Pressão contra imigrantes

Donald Trump prometeu deportar um número recorde de imigrantes sem documentos que vivem nos Estados Unidos.


Imigrantes deportados dos Estados Unidos entram em avião (Foto: Karoline Leavitt/Casa Branca)

O presidente utilizou recursos presentes na legislação americana para aumentar o número de prisões e deportações. O governo também pressiona imigrantes a facilitarem suas próprias deportações.