Nicki Minaj discursa na ONU com apoio do governo Trump

Nicki Minaj foi convidada a discursar na Organização das Nações Unidas, em Nova York, para falar sobre a situação de cristãos na Nigéria. A presença da artista chamou atenção por unir cultura pop, temas de política internacional e o apoio direto do governo americano, o que rapidamente virou assunto nas redes e na imprensa.

O convite foi feito pelo embaixador dos Estados Unidos na ONU, Michael Waltz, que destacou a capacidade da cantora de mobilizar diferentes públicos e trazer visibilidade para temas pouco discutidos. A participação de Nicki acontece em um momento em que o governo Trump tenta reforçar sua agenda de liberdade religiosa e reafirmar o papel dos EUA na proteção de minorias em regiões marcadas por conflitos.

A aproximação com o governo e as primeiras polêmicas

A relação entre Nicki Minaj e o governo Trump ganhou força depois que a cantora agradeceu publicamente ao presidente por uma mensagem sobre liberdade religiosa. Ela afirmou sentir gratidão por viver em um país onde pode exercer sua fé livremente, o que gerou grande repercussão e aproximou a artista de representantes do governo.

Após essa troca, Michael Waltz convidou Nicki para visitar a missão americana na ONU. Ele apresentou dados sobre casos de violência contra cristãos na Nigéria e explicou as ações que os Estados Unidos dizem adotar para pressionar autoridades locais. A conversa levou ao convite oficial para que a cantora discursasse na sede da organização.

A aproximação dividiu opiniões. Muitos seguidores apoiaram a decisão, mas outros criticaram a postura da artista. Parte do público lembrou que Nicki já relatou ter vivido sem documentação regular nos Estados Unidos durante a infância, e viu contraste entre essa experiência e algumas políticas migratórias do governo Trump. Também houve quem reagisse ao fato de ela compartilhar conteúdos considerados conservadores, o que aumentou o debate entre seus fãs.

Mesmo com as críticas, Nicki Minaj manteve sua posição. Ela afirmou que quer usar sua influência para dar visibilidade a temas ligados à fé e que não pretende recuar diante das polêmicas. Para a cantora, discutir liberdade religiosa em um espaço internacional como a ONU é fundamental e faz parte do papel que acredita exercer como figura pública.


A rapper e cantora, Nicki Minaj (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

O impacto do discurso e a presença no debate internacional

A presença de Nicki Minaj na ONU levantou discussões sobre o uso de celebridades em temas diplomáticos. Especialistas reconhecem que figuras do entretenimento ajudam a dar visibilidade a assuntos pouco comentados, mas alertam para o risco de simplificar questões complexas. Mesmo assim, a participação de artistas em debates globais se tornou comum em ações que buscam maior engajamento.

Para o governo Trump, a presença da cantora reforça o discurso de que os Estados Unidos defendem a liberdade religiosa. Ao levar uma artista com alcance mundial para um evento desse porte, a administração aumenta a atenção sobre suas ações e se aproxima de um público jovem que acompanha a carreira de Nicki Minaj.


Nicki Minaj (Foto: reprodução/Dimitrios Kambouris/Getty Images Embed)


Analistas lembram que a perseguição religiosa na Nigéria envolve fatores históricos, sociais e regionais profundos, como conflitos internos, disputas territoriais e atuação de grupos armados. Ainda assim, a presença de Nicki pode incentivar mais pessoas a buscar informações sobre o tema e acompanhar o trabalho de organismos internacionais.

O discurso da cantora também pode influenciar como outras celebridades participam de debates públicos. Ao assumir uma posição clara e se envolver diretamente em um evento diplomático, Nicki abre espaço para que mais artistas sigam o mesmo caminho. Ao mesmo tempo, essa movimentação reacende a discussão sobre até que ponto figuras da cultura pop devem se envolver em assuntos sensíveis e como isso afeta o cenário político.

Juristas e autoridades divergem sobre a “Lei Antifacção” e o combate ao crime organizado

O projeto de lei conhecido como Lei Antifacção, apresentado pelo governo federal ao Congresso Nacional, reacendeu um intenso debate sobre os rumos da segurança pública no Brasil. Criada com o objetivo de fortalecer o enfrentamento às organizações criminosas, a proposta original foi modificada pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), e passou a incluir medidas consideradas mais duras — entre elas, a equiparação de facções ao crime de terrorismo.

O texto altera a Lei nº 13.260/2016, conhecida como Lei Antiterrorismo, e prevê penas mais severas, maior integração entre órgãos de segurança e ampliação dos instrumentos de bloqueio de bens. Segundo Derrite, a intenção é “dar ferramentas mais eficazes ao Estado para combater o poder paralelo das facções”, que têm expandido suas redes de influência dentro e fora dos presídios.

O governo federal, contudo, vê o novo formato com cautela. O Ministério da Justiça argumenta que a equiparação entre facção e terrorismo pode trazer riscos jurídicos e diplomáticos, além de abrir margem para interpretações equivocadas sobre movimentos sociais.

O projeto está na pauta de terça-feira (11) da Câmara. À noite, o relator se reuniu com o presidente Hugo Motta, do Republicanos. No fim do encontro, Motta disse, em rede social, que intermediou uma conversa entre Derrite e o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para garantir que a PF manterá as atribuições nas investigações contra o crime organizado.

Críticas de juristas e especialistas

Juristas e entidades de direitos humanos se posicionaram contra o texto modificado, alegando que a proposta pode violar garantias constitucionais. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por exemplo, destacou que o conceito de terrorismo é tipificado de maneira restrita em tratados internacionais e não deve ser ampliado para abarcar crimes comuns, ainda que graves.


STF reunido em sessão (Foto: reprodução/Evaristo SA/Getty Images Embed)


A advogada criminalista Soraia Mendes alertou que o projeto, da forma como está, “mistura política criminal com ideologia”, o que pode gerar abusos na aplicação da lei. Já o ex-secretário de segurança José Vicente da Silva Filho defendeu parte das mudanças, afirmando que o combate ao crime organizado exige “mecanismos rápidos, eficientes e integrados entre União e estados”.

No Congresso, o tema divide bancadas. Parlamentares da base governista pedem ajustes para manter o foco no fortalecimento da inteligência policial e na desarticulação financeira das facções, enquanto a oposição apoia o texto endurecido, argumentando que a violência crescente exige medidas excepcionais.

Desafio: combater o crime sem violar direitos

Nos últimos anos, o avanço de facções em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará evidenciou a necessidade de uma legislação mais robusta para lidar com o crime organizado. A “Lei Antifacção” surge nesse contexto, tentando equilibrar eficiência punitiva e garantias democráticas.

Especialistas em segurança pública defendem que o enfrentamento ao crime deve combinar repressão com políticas sociais e reestruturação do sistema prisional. “O poder das facções nasce do abandono do Estado em comunidades vulneráveis”, explica o sociólogo Michel Misse, da UFRJ.

O debate, portanto, vai além das penas: envolve como o Estado brasileiro enxerga a criminalidade e define seus limites de atuação. Entre o rigor penal e a proteção das liberdades civis, o desafio será aprovar um texto que uma as duas dimensões sem comprometer a legalidade democrática.

Israel autoriza envio de ajuda humanitária a Gaza em meio a agravamento da fome

As autoridades israelenses anunciaram nesta sexta-feira (25) a autorização para novos lançamentos aéreos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A operação está sendo coordenada pelas Forças Armadas de Israel e pelo COGAT (Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios), agência responsável pelo controle de entrada de assistência no território palestino. Segundo os israelenses, a liberação da ajuda deve ocorrer nos “próximos dias”, com apoio logístico da Jordânia e dos Emirados Árabes Unidos.

Fome e bloqueio: civis e funcionários da ONU relatam desespero

Apesar da promessa de novos lançamentos, a crise humanitária em Gaza já atinge níveis alarmantes. Desde o agravamento do conflito entre Israel e o grupo Hamas, a população civil da Faixa de Gaza enfrenta severas restrições ao acesso a alimentos, água e medicamentos. O cerco imposto por Israel dificulta significativamente a chegada e distribuição de suprimentos essenciais.

Entidades internacionais e agências de direitos humanos acusam o governo de Benjamin Netanyahu de bloquear sistematicamente a entrada de ajuda humanitária no território. Relatos indicam ainda que funcionários da ONU também têm enfrentado escassez de alimentos e condições precárias para exercer suas funções.


Moradores de Gaza se reúnem em torno de entidade beneficente na tentativa de conseguir alimentos, após dias de fome sob o bloqueio de Israel (Foto: reprodução/Khames Alrefi/Getty Images embed)


OMS responsabiliza bloqueio israelense por fome em Gaza

Na última quarta-feira (23), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que centros de distribuição de comida em Gaza se transformaram em alvos de violência, o que agrava ainda mais a crise. Ele responsabilizou o bloqueio imposto por Israel como o principal fator da fome generalizada no território.

A nova autorização de ajuda representa um passo diante da pressão internacional, mas continua longe de resolver a situação. Enquanto o envio de suprimentos não se concretiza, milhares de civis palestinos permanecem em estado de emergência, com fome e sem perspectivas de alívio imediato. A liberação anunciada é um gesto simbólico, mas a resolução duradoura da crise dependerá do fim dos bloqueios e de uma resposta humanitária contínua e efetiva. Sem garantias de acesso seguro e regular à ajuda, o sofrimento da população de Gaza tende a se prolongar, deixando cicatrizes profundas e duradouras no território.

Caso Rubens Paiva: STF formou maioria para discutir se a Lei da Anistia se aplica a “crimes permanentes”

Na última sexta-feira (14) os ministros do STF decidiram analisar se a Lei da Anistia contempla os crimes de ocultação de cadáver cometidos durante a ditadura militar que permanecem sem solução até hoje. A deliberação foi em plenário virtual e os ministros têm até amanhã, sexta-feira (21), para se manifestarem. O relator é o ministro Alexandre de Moraes, alcançou maioria dos ministros para julgar a ação e analisa o caso do ex-deputado federal Rubens Paiva e seu desaparecimento forçado. 

Além do ministro Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Nunes Marques foram favoráveis para julgar esta ação que envolve a morte de Paiva e de outras duas vítimas: Mário Alves de Souza Vieira, fundador do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário) e de Helber José Gomes Goulart, militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN). Crimes permanentes são aqueles que envolvem graves violações aos direitos humanos, como tortura e desaparecimento forçado, por exemplo. Os efeitos destes crimes persistem ao longo do tempo, afetando, continuamente, as vítimas e seus familiares.

A discussão é se os acusados pela prática destes crimes podem ser processados e punidos mesmo após anistiados pela Lei de Anistia de 1979. Caso seja favorável, a decisão, abrirá precedentes para julgamento de casos semelhantes.

Repercussão geral

O ex-deputado federal Rubens Paiva teve seu desaparecimento forçado em 1971, durante a ditadura militar brasileira e nunca mais foi encontrado. 


Ex-deputado federal Rubens Paiva (Foto: reprodução/Arquivo pessoal)

Apesar da ação do STF estar voltada para os casos de Paiva, Vieira e Goulart ela tem repercussão geral, ou seja, vai além destes casos, impactando diversos outros parecidos em todo o país. Isto é válido para evitar que o STF analise cada caso individualmente, podendo aplicar a decisão em outros processos da mesma natureza. 

Necessidade da discussão 

O ministro Alexandre de Moraes defendeu a necessidade de se rediscutir a anistia brasileira para crimes cometidos durante a ditadura militar, inclusive, porque outros países da América Latina estão promovendo debates sobre esta legitimidade. Entre eles, Argentina e Chile. 

Outro ponto levado em consideração pelo ministro são os crimes cometidos por agentes públicos a pretexto de combater os dissidentes e que nestes países, também, estão sendo revistos.

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, a Lei da Anistia levou à  “impunidade para agentes públicos que praticaram atos de extrema gravidade contra a vida e a liberdade”. 

 A decisão desta ação, a ser deliberada pelos ministros do STF até sexta-feira (21), pode ter um impacto significativo nas discussões sobre justiça e reparação histórica no Brasil.

Papa Francisco critica políticas de deportações em massa

O Papa Francisco criticou as políticas de deportações em massa, expressando uma profunda preocupação com as medidas do presidente dos EUA, Donald Trump. Em sua carta aos bispos norte-americanos, disse que essas ações representam uma crise que ameaça a dignidade humana. Também pediu aos fiéis que rejeitem narrativas discriminatórias contra imigrantes e refugiados.

Defesa da dignidade humana

No documento, o Papa reforçou a necessidade de ver os imigrantes e refugiados como pessoas em busca de dignidade, não como ameaças à segurança. “Nenhum ser humano deve ser reduzido a um problema a ser eliminado. Precisamos de soluções que respeitem a dignidade e os direitos de todos”, escreveu. Ele destacou que a migração é um fenômeno humano e que respostas rígidas, baseadas apenas na força, não resolvem os desafios envolvidos.


Papa Francisco preside a Missa no domingo (26), na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: reprodução/Franco Origla/Getty Images Embed)


Em outros momentos, Francisco já havia se manifestado contra barreiras físicas e políticas migratórias que fossem restritivas. Novamente o Papa Francisco critica as políticas de deportações em massa, enfatizando a importância de acolher aqueles que fogem das guerras, da fome e de perseguições.

Reações e impactos

Os debates sobre imigração continuam sendo um dos temas mais polêmicos nos EUA e a fala do Papa pode influenciar a postura de líderes religiosos e políticos ao redor do mundo. Especialistas indicam que a crítica do pontífice pode gerar impacto significativo entre os fiéis católicos que apoiam o presidente.

O posicionamento do Papa Francisco gerou uma forte reação nos círculos conservadores dos EUA. Os aliados de Trump argumentam que as políticas de deportação adotadas visam proteger os empregos de cidadãos norte-americanos e reforçar a segurança do país. O presidente Trump não se pronunciou ainda, no entanto, membros de sua administração criticaram o vaticano pelo envolvimento em questões políticas do país.

Brasil exige dignidade nas deportações de cidadãos pelos EUA

Após a chegada de 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos em condições consideradas indignas, o governo brasileiro, representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que buscará assegurar que futuras deportações atendam a requisitos mínimos de dignidade e respeito aos direitos humanos.

Em reunião no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros discutiram estratégias para tratar do tema com as autoridades norte-americanas, enfatizando a necessidade de um tratamento mais humano aos deportados.

Governo brasileiro reage a condições de deportação

No último fim de semana, um voo proveniente dos Estados Unidos trouxe 88 brasileiros deportados que desembarcaram em Manaus algemados nas mãos e nos pés, situação que gerou descontentamento no governo brasileiro. Além das algemas, os deportados relataram falta de ar-condicionado e restrições ao uso do banheiro durante o voo, fatores que agravaram o desconforto durante a viagem.


Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania considerou a situação uma violação à lei (Vídeo: reprodução / YouTube / Domingo Espetacular)

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil deseja que as deportações sejam realizadas com dignidade, respeitando os direitos humanos e garantindo o bem-estar dos passageiros durante a viagem. Segundo Vieira, o governo brasileiro está em contato com as autoridades dos Estados Unidos para discutir a situação e estabelecer padrões mínimos de respeito a esses cidadãos.

Posicionamento do governo e medidas futuras

A questão das deportações foi pauta de uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros. O encontro serviu para alinhar a postura do Brasil diante dos EUA e reforçar a necessidade de respeito aos cidadãos brasileiros.

Mauro Vieira também destacou que o governo não pretende utilizar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para repatriação de brasileiros deportados, uma medida que chegou a ser cogitada em gestões anteriores. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores e a Polícia Federal monitoram os casos de deportação para garantir que as condições de retorno sejam apropriadas.

O ministro ressaltou que, apesar de o Brasil reconhecer o direito dos EUA de deportar imigrantes em situação irregular, isso não isenta o país de garantir um tratamento humanizado durante o processo. O governo brasileiro continuará pressionando por mudanças na forma como essas deportações são conduzidas e buscará reforçar o apoio consular para os cidadãos afetados.

Meta responde AGU sobre retirada de checagem de fatos

Durante esclarecimento para Advocacia-Geral da União (AGU), Meta indicou que suas mais recentes mudanças acontecerão somente nos Estados Unidos, tendo como comprometimento a liberdade de expressão, os direitos humanos e a transparência.

No início do mês, a empresa responsável por redes sociais como o Facebook, Instagram, e WhatsApp, relatou a retirada da checagem de fatos em suas plataformas, o que poderá disseminar, ainda mais, as fake news.


Mark Zuckerberg anuncia fim da verificação de fatos nas plataformas da Meta (Vídeo: reprodução/Instagram/@meta)


Questionamentos da AGU

A Advocacia-Geral da União indagou como a empresa comprovaria o combate de crimes como racismo e homofobia em suas plataformas, que é um preceito legal; depois que o CEO , Mark Zuckerberg, informou que o programa de verificação de fatos será finalizado.

Com as mudanças das plataformas da Meta, comportamentos que antes eram intolerados, agora podem ser realizados nas plataformas. Entre os exemplos está postar xingamento em publicações que falam sobre os direitos de pessoas transgêneros, e relacionar a comunidade LGBTQIA+ a doenças mentais.

A preocupação da AGU é com a violação de normas que asseguram direitos essenciais do povo brasileiro, permitindo a Conduta de Ódio.

Na próxima quinta-feira (16), será realizada uma audiência pública com a participação de agências de checagem de dados, especialistas, entidades da sociedade civil e órgãos do governos, a fim de debater a nova política da empresa.

Esclarecimentos da Meta

O G1 acessou o documento que a Meta encaminhou a AGU quanto ao cumprimento legal. Segundo a empresa, a retirada do programa de verificação ocorrerá somente nos Estados Unidos, onde será testado um sistema de notas da comunidade, similar ao utilizado pelo X (antigo Twitter).

A empresa continua tendo como foco a segurança e privacidade de seus usuários, levando a sério a sua parte na extinção de quaisquer abusos que possam ocorrer em suas plataformas, além de estar comprometida com os direitos e a liberdade de expressão.

Mesmo com as mudanças da “Conduta de Ódio”, a companhia conta que características como etnia, raça, deficiência, religião, nacionalidade, orientação sexual e identidade de gênero continuarão sendo protegidas, e que conteúdos incentivadores de violência e ameaças plausíveis à segurança pública e pessoal serão retiradas.

Postagem com desinformação que possam ocasionar danos físicos, ou interferência direta em processos políticos, como eleições, serão excluídas.

Lázaro Ramos se posiciona sobre afastamento de Silvio Almeida por denúncia de assédio

Indignado, Lázaro Ramos publicou em sua rede Instagram, na sexta-feira (06/09), sobre a acusação de assédio sexual recebida pela ONG Me Too Brasil contra Silvio Almeida, que nega ter cometido tal ato.

Na postagem, todo seu repúdio foi publicado em artes com letras brancas e fundo preto. Em uma de suas falas, ele fala sobre a coragem de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, e demais mulheres que tiveram coragem de levar a denúncia a frente. “Precisamos de rigorosa apuração e justiça. E em primeiro lugar, quero deixar meu apoio total e irrestrito à ministra Anielle Franco e a todas as mulheres que tiveram a coragem de expor uma denúncia de assédio sexual. Reforçar que a luta pelo direito das mulheres é uma luta de todos nós. Especialmente, nós, homens”, declarou Lázaro.

Além do apoio total de seus seguidores, que lotaram a postagem com comentários, famosos como Luciano Huck respaldou dizendo “Posicionamento de quem sabe o que e sobre o que está falando. Necessário”. A atriz e poetisa Elisa Lucinda escreveu “Sim, estou desolada”.

Lázaro ainda fez reflexões sobre machismo estrutural reconhecendo que “todas as mulheres estão sujeitas a sofrer violência simplesmente por serem mulheres”. Finalizando sua postagem, ele reconhece a importância e, ao mesmo tempo, a dificuldade de falar sobre o tema, sem reforçar o que pessoas pretas já sofrem o sistema.  É preciso estarmos vigilantes para não nos igualarmos a um sistema que massacra nossa existência e diante de uma situação que também é política, tudo isso sem esquecer da exposição à qual uma mulher e ativista negra foi colocada diante de uma situação como esta”, finalizando sua postagem.


Lázaro Ramos se manifesta sobre demissão do Ministro dos Direitos Humanos (Reprodução/Instagram/@olazaroramos)


Anielle Franco é possível vítima do ex-ministro

No início da sexta-feira (06/09) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu Silvio Almeida do cargo de ministro de Direitos Humanos, após pesar sobre ele denúncias sobre assédio sexual recebidas pela ONG Me Too Brasil.

Conforme a ONG, as vítimas foram atendidas por meio dos canais próprios e receberam todo acolhimento cabível, psicológico e jurídico. O documento publicado pela organização ressalta a dificuldade que as vítimas encontram de levar a denúncia adiante, principalmente quando se trata de pessoas públicas e influentes.


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Ministra Anielle Franco (Foto: reprodução/Getty Images Embed/ EVARISTO SA)


A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, segundo apuração da CNN e do portal Metrópoles, seria uma das vítimas. Por sua vez, a ministra se pronunciou em redes sociais a necessidade de reconhecer a gravidade do caso e ressaltou a ação contundente do presidente Lula. Ainda em sua postagem, ela agradece todas as mensagens de apoio e declara: “Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”.

Me too Brasil

Existente em vários países, a Me too é um movimento contra o assédio e o abuso sexual. Funciona como um canal de denúncia para casos de violência sexual, com apoio jurídico, psicológico, médico e socioassistencial.

A Me Too Brasil é inspirada no movimento fundado por Tarana J. Burke, uma ativista norte-americana, que sofreu abusos durante a infância e adolescência. Aqui no Brasil funciona com dois canais de atendimento: via WhatsApp +551199639-1212 ou por mensagem através no site metoobrasil.org.br

Matéria por Thelma Vidales (Lorena R7)

ONU denuncia abuso de força e detenções arbitrárias na Venezuela pós-eleições

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, expressou preocupação com o aumento de detenções arbitrárias e o uso desproporcional da força na Venezuela desde as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. De acordo com Türk, essas ações têm contribuído para um clima de medo no país, onde mais de 2,4 mil pessoas foram presas após o anúncio da reeleição de Nicolás Maduro.

Mortes e Prisões Marcam Resposta do Governo

Conforme relatado pela ONU, muitas dessas detenções envolvem acusações de incitação ao ódio ou violação da legislação antiterrorismo. Além disso, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou que pelo menos 25 pessoas morreram e 192 ficaram feridas em protestos que eclodiram após a divulgação dos resultados eleitorais. A repressão violenta foi amplamente criticada por organizações de direitos humanos, que veem nas ações do governo uma tentativa de silenciar a oposição.

Os protestos ocorreram em diversas cidades venezuelanas, incluindo Caracas, e envolveram tanto bairros pobres quanto áreas tradicionalmente chavistas. A oposição, liderada por figuras como Edmundo González Urrutia, contesta a legitimidade da vitória de Maduro, alegando fraude eleitoral. O Centro Carter, um dos poucos observadores internacionais presentes, afirmou que as eleições não atenderam aos padrões de imparcialidade democrática.


Policial joga bomba de gás lacrimogêneo contra manifestantes na Venezuela (Yuri CORTEZ/AFP)

ONU e TPI Mantêm Pressão Internacional

A situação na Venezuela atraiu a atenção não só da ONU, mas também do Tribunal Penal Internacional (TPI). Karim Khan, procurador-geral do TPI, confirmou que seu escritório recebeu diversos relatos de violência contra manifestantes. Khan afirmou que está monitorando de perto os eventos no país e poderá abrir investigações se houver evidências suficientes de crimes contra a humanidade.

Volker Türk pediu a libertação imediata de todos os detidos de forma arbitrária e a garantia de julgamentos justos para os acusados. Ele destacou que o uso desproporcional da força e ataques a manifestantes, especialmente por apoiadores armados do governo, não devem ser tolerados. Além disso, Türk expressou preocupações sobre possíveis novas legislações que poderiam restringir ainda mais o espaço cívico e democrático na Venezuela.

Apesar das pressões internacionais, o governo de Maduro continua a descrever os protestos da oposição como atos de terrorismo. Tarek William Saab, em declarações recentes, comparou a situação no país à guerra na Ucrânia, acusando os Estados Unidos de financiarem uma tentativa de golpe contra um governo legitimamente eleito. A retórica agressiva do governo indica que, por enquanto, pouco deve mudar na abordagem adotada para lidar com a oposição interna.

Forças israelenses exumam corpos em Gaza à procura de reféns

O cemitério de Khan Younis, no sul de Gaza, sofreu extensos danos pelas forças israelenses que, desde a última segunda-feira (15), exumam corpos em busca dos restos mortais de pessoas feitas reféns pelo Hamas. As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram à CNN a realização dessas ações, visando devolver os corpos às suas famílias. 

Israel admite ações em cemitério palestino

Na última quinta-feira (18), um porta-voz das IDF informou à CNN que a identificação dos reféns é conduzida por profissionais, respeitando a dignidade dos falecidos. Se identificado como não sendo um dos reféns, o corpo é devolvido com dignidade e respeito aos familiares.



A busca é por 27 corpos de reféns executados pelo Hamas, e Israel acredita que 132 reféns ainda continuam em territórios palestinos, dos quais 105 estariam vivos. O porta-voz acrescentou que, se o Hamas não tivesse tomado homens, mulheres, crianças e bebês como reféns, a operação nos cemitérios da Faixa de Gaza não seria necessária.

Ação gera revolta dos palestinos 

A ação das forças israelenses tem gerado revolta nas redes sociais, com vídeos mostrando os danos aos túmulos, sepulturas abertas e os restos mortais expostos, e alguns palestinos denunciando a ação como roubo dos cadáveres pelos militares. Segundo o direito internacional, se comprovado que foi um ataque às sepulturas, a operação no cemitério poderia se configurar como um crime de guerra.

Não é a primeira vez que o exército de Israel é acusado de danificar cemitérios em território palestino. Em dezembro de 2023, os militares avançaram ao norte da Faixa de Gaza e destruíram pelo menos seis cemitérios da região. Na época, Israel não deu nenhum parecer sobre os atos. Segundo o The New York Times, uma base militar possivelmente foi instalada pelos militares israelenses em um dos cemitérios destruídos.