Bolsonaro gera pedido de exames para todos os presos

O pedido do Governo do Distrito Federal para que o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse submetido a uma avaliação médica antes de uma eventual prisão na Papuda desencadeou uma reação política imediata. Parlamentares da Câmara Legislativa decidiram solicitar que todos os detentos do sistema prisional passem por exames semelhantes, argumentando que a preocupação com a saúde dos presos deve ser um direito universal, e não um privilégio reservado a figuras públicas.

Pedido por Bolsonaro gera onda de cobranças

Na última quinta-feira, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal solicitou que todos os detentos das unidades prisionais do Distrito Federal passem por avaliação médica. O impulso para essa iniciativa veio após o governo local pedir ao Supremo Tribunal Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse submetido a exame para checar se sua condição de saúde é compatível com as instalações da prisão no Complexo da Papuda.

O ofício, assinado pelo deputado distrital Fábio Felix (PSOL) e enviado à Secretaria de Administração Penitenciária, destacou preocupações com as elevadas taxas de mortalidade e a prevalência de doenças no sistema prisional do Distrito Federal. O deputado considerou relevante a realização do exame médico para Bolsonaro, mas enfatizou que aplicá-lo apenas a ele poderia representar uma violação do princípio constitucional da igualdade perante a lei, reforçando que todos os presos devem receber o mesmo tratamento.


Pedido para Jair Bolsonaro pode desencadear nova polêmica (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Debate sobre igualdade chega às prisões

O governo justificou o pedido ao STF com base em informações clínicas, incluindo cirurgias abdominais realizadas por Bolsonaro, atendimentos médicos anteriores e complicações de saúde ocorridas durante a prisão domiciliar. O documento da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária ressaltou a necessidade de avaliar se o quadro de saúde do ex-presidente seria compatível com o apoio médico e nutricional disponível nas prisões da capital.

O relator do processo no STF, ministro Alexandre de Moraes, determinou a retirada do pedido da tramitação, alegando que a solicitação não era pertinente para a ação penal em curso.

 

STF desconsidera requerimento relativo à ‘compatibilidade’ de estado de saúde de Bolsonaro a prisões do DF

O relator do processo da trama golpista e ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, alegou nesta quinta-feira (6) impertinência do pedido do governo do Distrito Federal para que o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse submetido a avaliação médica no intuito de averiguar a “compatibilidade” de seu quadro clínico com a estrutura prisional da capital federal. Com isso, a solicitação será retirada dos autos da ação penal do núcleo 1 do processo.

Moraes argumentou que o momento processual do pedido não foi o adequado, já que Bolsonaro ainda não recebeu condenação definitiva. Futuramente, no momento oportuno, o governo do DF poderá encaminhar novamente o requerimento.

DF pede avaliação clínica de Bolsonaro

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) demandou ao STF ontem (5) que Jair Bolsonaro passe por uma consulta médica para avaliar se o condenado por tentativa de golpe de Estado está apto para alocação em alguma das unidades prisionais da unidade federativa.

Na demanda, a Seape cita a possível incapacidade do sistema carcerário da região em conceder o devido atendimento médico ao ex-presidente, que desde a facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018, já passou por nove cirurgias abdominais. O órgão indica também a piora de saúde a partir de agosto, quando foi decretada sua prisão domiciliar.


Globo News repercute decisão de Moraes (Vídeo: reprodução/Instagram/@globonews)


A Seape justificou a antecipação do pedido pela proximidade do julgamento dos recursos dos réus do núcleo 1 da trama golpista, podendo levar à eventual prisão definitiva de Jair Bolsonaro.

Ex-presidente ainda aguarda condenação definitiva

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão no final de setembro por liderar uma tentativa de golpe de Estado, com base em planos apreendidos, diálogos documentados e a delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

Antes disso, ele já estava em prisão domiciliar, decretada pelo STF, sob justificativa de desrespeito a medidas cautelares impostas em julho, assim como tentativa de interferência no proceso e risco de fuga.

Cerca de um mês depois, em 22 de outubro, a decisão da condenação foi publicada no Diário da Justiça, abrindo o prazo para recursos. Cinco dias depois, Bolsonaro e mais seis réus do núcleo 1 da trama golpista (apontados como autores intelectuais da tentativa de golpe) entraram com o recurso dos embargos de declaração, destinado ao esclarecimento de omissões ou contradições do acórdão de julgamento. Eles pediram, entre outras questões, revisão de pena e invalidade da delação de Mauro Cid.

Os recursos começam a ser julgados amanhã (7), tendo a Primeira Turma da Corte, responsável pelo caso, o prazo de uma semana para depositar os votos. Caso negado, um segundo e último recurso poderá ser movido, determinando-se, após isso, o trânsito em julgado, que torna a condenação definitiva. Só depois o local de detenção de Jair Bolsonaro será escolhido e o pedido da Seape/GDF poderá ser feito e analisado.

Governo do Distrito Federal solicita que Moraes avalie se Bolsonaro pode cumprir pena na Papuda

O governo do Distrito Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um ofício solicitando que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja submetido a uma avaliação médica, com objetivo de determinar se está apto a cumprir sua eventual detenção no Complexo Penitenciário da Papuda.

O pedido foi encaminhado para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) e assinado pelo secretário Wenderson Souza e Teles. No documento, é declarado que a avaliação médica seja realizada por uma equipe médica especializada, a fim de avaliar seu quadro clínico e compatibilidade com a assistência médica e nutricional do complexo penitenciário.

Justificativa da solicitação

A solicitação da Seape ocorreu devido à proximidade do julgamento dos recursos das defesas dos réus em relação às penas pela trama golpista, que deve ocorrer entre 7 e 14 de novembro, no plenário virtual. No julgamento, os recursos do ex-presidente e mais sete réus devem ser julgados pela primeira turma do STF, composta por Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.


Ofício foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Getty Images Embed/EVARISTO SA)


No ofício, o secretário reforça o quadro clínico de Bolsonaro, relembrando que o mesmo já passou por cirurgias abdominais durante os últimos meses. “Registra-se, ainda, que, em 16/09/2025, foi necessária a realização de escolta emergencial de Jair Messias Bolsonaro ao Hospital DF Star”, ressaltou o documento.

Condenação do ex-presidente

No dia 11 de setembro, a primeira turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete réus pela trama golpista. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, com início da detenção em regime fechado devido a pena superar 8 anos. Contudo, a prisão de Bolsonaro não ocorreu de forma imediata, pois sua defesa ainda poderia recorrer antes do início da pena.

Portanto, a definição da prisão onde Bolsonaro deve cumprir sua pena só será feita após o fim do julgamento dos recursos. Uma das possibilidades é de que o ex-presidente cumpra prisão na Papuda e por isso foi solicitado a avaliação médica ao STF.

Até o momento, Bolsonaro segue cumprindo prisão domiciliar desde agosto em Brasília, por conta de uma investigação que apura as ações de seu filho e deputado, Eduardo Bolsonaro, contra autoridades do Brasil nos Estados Unidos.

O Complexo Penitenciário da Papuda é o presídio de máxima segurança no Distrito Federal, composto por cinco unidades prisionais. Entre as unidades, há o Centro de Detenção Provisória (CDP) – onde ficam os internos que aguardam sentença -, e dentro do mesmo, existe uma ala feita especificamente para abrigar presos considerados vulneráveis por correrem maior risco dentro da prisão, como idosos, políticos, policiais e ex-policiais.

Apagão nacional deixa 25 estados e o DF sem energia durante a madrugada

Um apagão atingiu 25 estados e o Distrito Federal na madrugada desta terça-feira (14), deixando milhões de brasileiros sem energia elétrica por cerca de uma hora e meia. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o problema começou por volta de 0h30, após um incêndio em um reator da subestação de Bateias, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). O fogo provocou a interrupção de cerca de 10 mil megawatts de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN). O fornecimento foi restabelecido em todas as regiões até 2h30.

Incêndio no Paraná causou desligamento em série

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o incêndio na subestação paranaense provocou o desligamento de toda a estrutura de 500 kV, rompendo temporariamente a ligação entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. No momento da falha, o Sul exportava cerca de 5 mil megawatts de energia para o restante do país. A interrupção forçou a atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), que reduz o fornecimento de forma controlada para evitar sobrecarga no sistema.


Apagão deixa o caos em alguns estados (Vídeo: reprodução/Youtube/GZH)

Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco registraram falta de energia por períodos que variaram entre 10 minutos e uma hora. Aeroportos, hospitais e serviços essenciais acionaram geradores de emergência para manter o funcionamento. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o incidente foi um problema técnico pontual e destacou que o sistema respondeu “com eficiência e segurança”. Segundo ele, a rápida recomposição evitou danos maiores à rede elétrica nacional.

Governo e Aneel vão investigar causas do apagão

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que uma equipe de fiscalização foi enviada ao local para investigar as causas do incêndio e possíveis falhas de operação. Um relatório técnico detalhado deve ser apresentado até sexta-feira (17). Apesar da gravidade do ocorrido, o ONS ressaltou que o tempo de recomposição foi inferior ao de apagões anteriores, como o registrado em 2023.

Ainda assim, o episódio reacende o debate sobre a segurança do sistema elétrico nacional, que depende de uma complexa rede interligada de usinas e subestações. O governo federal convocou uma reunião emergencial com as concessionárias e o ONS para discutir medidas de prevenção. A expectativa é reforçar protocolos de segurança e revisar planos de contingência para evitar novas interrupções de grande porte.

Polícia notificará TikTok após menina de 8 anos morrer em “desafio do desodorante”

A Polícia Civil pretende notificar oficialmente a rede social TikTok no caso da morte de Sarah Raíssa Pereira, de 8 anos, ocorrida em Ceilândia, no Distrito Federal. A principal hipótese investigada é de que a menina teria inalado spray aerossol ao participar do chamado “desafio do desodorante”. Sarah Raíssa Pereira de Castro deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na última quinta-feira (10) e morreu no domingo (13).

O que se sabe sobre a morte

O delegado Walber Lima, responsável pela investigação, declarou nesta segunda-feira (14) que o celular da vítima será encaminhado para perícia. Também foi informado que os dados salvos no celular da vítima podem auxiliar a polícia a identificar a origem do vídeo.


Polícia deve notificar Tiktok (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

“Vamos ter que oficiar a rede social da qual ela teve acesso ao vídeo para saber e ter mais informações acerca do criador do conteúdo”, afirmou.

A investigação busca descobrir quem foi o autor do “desafio do TikTok” e também quem teria encaminhado o conteúdo para a criança.

Os responsáveis pela criação e divulgação do desafio podem ser responsabilizados por homicídio duplamente qualificado, infração que prevê pena de até 30 anos de prisão.


Polícia Civil vai notificar a rede social TikTok (Foto: reprodução/Freepik)

Riscos do “desafio do desodorante”

O chamado “desafio do desodorante” envolve a inalação do produto por um longo período, uma prática que vem sendo replicada por crianças e adolescentes em vídeos publicados nas redes sociais, muitos deles com grande alcance.

Especialistas alertam para os riscos graves dessa ação, destacando que o aerossol, ao ser inalado, pode atingir rapidamente os brônquios e comprometer a oxigenação do corpo.

Os exames realizados no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) indicam que a causa da morte foi, possivelmente, a inalação do desodorante.

O laudo cadavérico, elaborado pelo Instituto Médico Legal (IML), já foi finalizado e será examinado pelos investigadores.

Sarah Raíssa foi sepultada nesta segunda-feira (14).

Doses de vacina da dengue tem público-alvo ampliado temporariamente

O Ministério da Saúde ampliou temporariamente o público-alvo da vacinação contra a dengue, e indicou que os estados e o Distrito Federal façam remanejamento das doses para novos municípios. A decisão é uma maneira de não desperdiçar doses com data de validade próxima.

Quem pode se vacinar nesse momento?

A vacina é normalmente oferecida pelo SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em municípios que registram maior incidência da doença. Na nova recomendação temporária, as doses com dois meses para vencer, a aplicação foi estendida para pessoas de 6 a 16 anos. Com a validade de apenas um mês, o público pode ser ampliado para 4 a 59 anos, 11 meses e 29 dias de idade.

“Ressaltamos que essa é uma medida de caráter temporário, aplicável exclusivamente às vacinas com curto prazo de validade”
Ministério de Saúde 

Baixa procura preocupa autoridades

O governo distribuiu ao menos 6,5 milhões de vacinas contra a dengue, porém menos de 4 milhões foram aplicadas. Dados afirmam que cerca de 1,3 milhões de adolescentes que tomaram a primeira dose não voltaram para a segunda. Isso explica o estoque de doses perto do vencimento e a campanha ampliada.


Divulgação de reabastecimento nas redes sociais do Ministério de Saúde (Vídeo:: reprodução/Instagram/@minsaude)


A dengue no Brasil 

A dengue é uma doença transmitida por um mosquito, o “Aedes aegypti”. Os principais sintomas são febre alta, dores no corpo, manchas vermelhas e nos casos graves, hemorragias. A melhor forma de prevenção é o combate ao mosquito e o cuidado em ambientes onde eles se criam, como águas paradas. 

Nas primeiras semanas de 2025, o número de casos de dengue no Brasil é quase 60% menor em relação ao início de 2024, de acordo com os dados do “painel de monitoramento das arboviroses” do Ministério da Saúde.

A vacinação é uma das maneiras para combater a dengue. Em 2024, devido às mudanças climáticas, a doença teve aumento de casos em todo mundo e então, novas campanhas foram levantadas. O Ministério da Saúde tem investido também na produção de uma vacina brasileira pelo Butantan.