Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra em órgãos públicos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na segunda-feira (17), em Brasília, a lei que proíbe o uso de linguagem neutra em órgãos públicos de todo o país. A decisão, publicada no Diário Oficial da União, determina que a administração pública passe a adotar padrões de comunicação mais simples e diretos, com o argumento de que isso vai facilitar a compreensão das informações oferecidas ao cidadão.

Logo após a publicação, a medida passou a fazer parte da Política Nacional de Linguagem Simples, uma iniciativa criada pelo governo para reduzir a dificuldade que muitas pessoas enfrentam ao tentar entender comunicados, formulários e orientações de serviços federais, estaduais e municipais. Segundo o Planalto, a mudança quer garantir que todo brasileiro consiga interpretar as informações oficiais sem precisar de explicações adicionais.

O que muda para a população?

A partir de agora, todos os órgãos públicos precisam seguir regras específicas ao produzir conteúdos destinados à população. O governo orienta que os textos tenham frases curtas, voz ativa e explicações claras, evitando termos complicados ou jargões técnicos que façam o leitor perder tempo tentando entender o significado.


Presidente Lula (Foto: reprodução/Mauro Pimentel/Getty Images Embed)


A ideia é que qualquer pessoa, mesmo com pouca familiaridade com documentos oficiais, consiga interpretar o que está sendo pedido logo na primeira leitura. Além disso, os órgãos poderão usar tabelas, listas e exemplos sempre que isso ajudar no entendimento. Outro ponto importante é que toda comunicação deve seguir as regras tradicionais da língua portuguesa, sem o uso de variações neutras como “todes” ou “elu”. Essa parte da lei foi a que mais gerou debate, já que envolve questões de identidade, inclusão e representatividade.

Como a lei será implementada e quem deve fiscalizar?

Cada esfera de governo, federal, estadual e municipal, terá autonomia para definir como vai aplicar as novas regras no dia a dia. Isso inclui revisar sites, atualizar formulários, treinar equipes e criar manuais internos para garantir que todos os materiais sigam o padrão definido pela Política Nacional de Linguagem Simples.

Os órgãos públicos também deverão testar os novos conteúdos com cidadãos, para verificar se as informações estão claras e se o texto realmente cumpre o objetivo de facilitar a vida de quem busca serviços. Essa etapa será fundamental para evitar que a lei vire apenas uma recomendação teórica. A medida também prevê atenção especial às comunidades indígenas. Sempre que possível, os órgãos deverão oferecer versões das informações na língua de origem desses grupos, ampliando o alcance da comunicação e respeitando as especificidades culturais.

Megaoperação no RJ: Moraes prorroga prazo de envio dos relatórios

Na última quarta-feira (12), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estendeu o prazo para o envio dos relatórios e imagens da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha. O governo do estado do Rio de Janeiro terá até a próxima segunda-feira (17) para entregar os materiais ao STF. 

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE/RJ) havia solicitado essa prorrogação ao Supremo a fim de garantir que as secretarias envolvidas tivessem tempo suficiente para encaminhar os documentos solicitados pelo requerimento. 

Pedido de Moraes 

No último dia 8 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes deu um prazo de 48h para o governo do RJ providenciar materiais, entre relatórios e imagens, que demonstrassem a atuação na megaoperação policial ocorrida nos complexos do Alemão e da Penha. 


Operação Contenção teve 121 mortos, entre quatro policiais (Foto: Reprodução/Wagner Meier/Getty Images Embed)


Entre os materiais solicitados por Moraes estão: as imagens de todas as câmaras corporais dos policiais que atuaram na operação, as cópias de todos os laudos realizados pelo Instituto Médico Legal (IML), relatórios policiais de inteligência que indicavam a presença dos alvos da operação no território, além de todos os documentos relacionados a realização da operação. 

Além disso, o ministro determinou esclarecimentos por parte do Ministério Público (MP-RJ), do Tribunal de Justiça (TJ-RJ) e da Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro. 

Operação Contenção

No último dia 28 de outubro, 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, incluindo o BOPE, realizaram uma operação nos complexos do Alemão e da Penha, localizados na zona oeste do Rio de Janeiro. Com objetivo de apreender um dos líderes do Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, a Operação Contenção também tinha como finalidade o cumprimento de 180 mandados de busca e apreensão, além de 100 mandados de prisão, que foram expedidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes. 

Ao final, a operação resultou na prisão de 113 suspeitos, incluindo 33 de outros estados, como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco. Além disso, considerada a ação policial mais letal da história brasileira, a megaoperação resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais.