OMS alerta que suspensão de recursos para o programa de AIDS pode causar retrocessos globais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou grande preocupação e declarou um alerta de “ameaça global” devido à decisão recente do governo de Donald Trump de suspender o financiamento para o programa de combate à AIDS.

Segundo a OMS, a decisão representa uma grande ameaça aos países de baixa renda que são beneficiados através do programa, incluindo o Brasil, e põe em risco a vida de mais de 30 milhões de pessoas que vivem com o vírus HIV.

Nota da OMS

De acordo com a Organização, a suspensão dos recursos pode causar um significativo aumento de mortes por AIDS no mundo e um retrocesso de décadas.

Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos”, diz a nota.

Por fim, a OMS apela para que os Estados Unidos reavalie a medida e permita isenções adicionais, garantindo a prestação de tratamentos e cuidados para os pacientes.

Apelamos ao Governo dos Estados Unidos para que permita isenções adicionais para garantir a prestação de tratamento e cuidados vitais para o HIV.”


OMS apela que a decisão seja reavaliada por Trump (Foto: reprodução/Agência Brasil)

Estados Unidos são os maiores doadores de recursos

Segundo a OMS, os EUA são os maiores fornecedores de recursos vitais e sustentam muitas operações de combate à doença em todo o mundo, além de apoiar diversos programas de saúde pública. Com o maior financiamento, a decisão tomada pela atual gestão representa um corte de U$ 500 milhões.


EUA são os maiores doadores de recursos para o tratamento da AIDS (Foto: reprodução/Pexels)

De acordo com o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz, “Esses financiamentos estão em risco com a saída dos EUA”. As contribuições representam 18% do financiamento que a OMS recebe. Além disso, o país financia 75% do programa voltado para o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Trump ordenou que todos os países onde o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR) está presente, deixem de distribuir os medicamentos fornecidos pelos Estados Unidos, mesmo que já estejam estocados.

Impacto do PEPFAR no mundo

A medida já resultou no fechamento de clínicas locais e a suspensão dos atendimentos em diversos países da África. Supõe-se também que na Nigéria os cortes no financiamento irão afetar os serviços de saúde local.

No Brasil, o PEPFAR atua facilitando o acesso a autotestes em diversas capitais brasileiras e colaborando com diversas instituições, entre elas a Fiocruz, nas campanhas de prevenção e conscientização. De acordo com o Ministério da Saúde, 1 milhão de pessoas vivem com o vírus do HIV no Brasil.

Trump proíbe transições de gênero para menores de idade

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (28), uma ordem executiva que impede o financiamento de tratamentos médicos voltados para a transição de gênero em menores de 19 anos. A medida proíbe que hospitais, seguradoras e instituições médicas que recebem verbas públicas realizem procedimentos como terapias hormonais, bloqueadores de puberdade e cirurgias de redesignação sexual em crianças e adolescentes.

Segundo o decreto, “É política dos Estados Unidos não financiar, patrocinar, promover, auxiliar ou apoiar a chamada ‘transição’ de uma criança de um sexo para outro, e aplicará rigorosamente todas as leis que proíbem ou limitam esses procedimentos destrutivos e que alteram a vida”. O presidente ainda classificou essa prática como “mancha” na história dos EUA.


Presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


Restrição cumpre promessa de campanha

A decisão atende a uma das principais promessas da campanha republicana e reforça a postura conservadora de Trump em relação às questões de identidade de gênero. Em sua declaração oficial, o presidente enfatizou que seu governo aplicará rigorosamente todas as leis que proíbem ou limitam esses procedimentos médicos. Além disso, ordenou que o Secretário de Saúde e Serviços Humanos (HHS) revise a literatura científica sobre o tema para definir “melhores práticas” para tratar crianças com disforia de gênero.

A ordem também revoga políticas anteriores que seguiam diretrizes da World Professional Association for Transgender Health (WPATH), entidade reconhecida internacionalmente como referência no cuidado com pessoas transgêneros. O governo Trump, no entanto, alegou que essas diretrizes não possuem “credibilidade científica”.

Impacto na comunidade trans

A medida gerou forte reação de grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+, que acusam o governo de comprometer o acesso à saúde para jovens transgêneros. A American Academy of Pediatrics e outras associações médicas afirmam que os cuidados de afirmação de gênero são baseados em evidências científicas e podem salvar vidas, especialmente devido às altas taxas de depressão e suicídio entre jovens trans.

Essa não é a primeira ação do governo Trump que impacta diretamente a população trans. Nos primeiros dias de sua administração, ele já havia proibido mulheres trans de serem colocadas em prisões femininas. Além disso, na segunda-feira (27), assinou uma ordem executiva que impede militares transgênero de servirem nas Forças Armadas.

O que esperar nos próximos passos?

A decisão deve enfrentar desafios legais, já que diversos estados americanos possuem legislações próprias que garantem assistência médica a pessoas trans, incluindo menores de idade. A oposição democrata e grupos de direitos civis prometem contestar a ordem nos tribunais, alegando que ela viola direitos constitucionais.

Enquanto isso, a Casa Branca mantém sua posição de que a proibição é necessária para “proteger crianças” e reafirma sua intenção de reverter avanços conquistados pela comunidade trans durante as administrações anteriores. A expectativa agora é acompanhar os desdobramentos judiciais e políticos dessa nova diretriz do governo Trump.

Trump promete impor tarifas em países que querem prejudicar os EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, que o Brasil é um grande  “criador de tarifas” e que “querem mal aos EUA”, em sua fala ainda mencionou a necessidade de imputar tarifas em outros países, pois segundo ele querem prejudicar os EUA, este declaração foi feita durante um evento com congressistas republicanos na Flórida. 

Segundo o jornal Metrópole, Trump ainda diz  que vai colocar tarifas em outros países e pessoas de fora que realmente querem prejudicar os Estados Unidos. “Eles querem nos prejudicar, mas eles basicamente querem tornar seu país bom. Olhem o que os outros fazem. A China é um tremendo criador de tarifas e a Índia e o Brasil, tantos países”, ressaltou.


Vídeo sobre fala de Trump (Vídeo: reprodução/@cnnbrasil)

O presidente dos EUA promete que América será rica novamente

No discurso, Donald Trump defendeu a imposição de tarifas adicionais a esses países como forma de proteger os interesses americanos. “Vamos estabelecer um sistema muito justo em que o dinheiro vai entrar em nossos cofres, e a América vai ser muito rica novamente. E vai acontecer muito rapidamente”, disse ele.

Trump disse ainda que a política econômica externa do governo dele, retornará ao passado, quando o país era mais rico: “É hora de os Estados Unidos voltarem para o sistema que nos tornou mais ricos e mais poderosos do que nunca. Você sabe, os Estados Unidos entre 1870 e 1913 taxavam tudo. E esse foi o período mais rico da história dos Estados Unidos “, enfatizou.

Promessas de taxas foram feitas ainda 2024

Vale lembrar que após ser reeleito, Donald Trump em dezembro de 2024, prometeu taxar produtos brasileiros: “A Índia taxa muito, o Brasil nos taxa muito. Se eles querem nos taxar, tudo bem, mas vamos taxá-los da mesma forma”, declarou ele à época.

Neste caso já havia uma expectativa que logo que assumisse o governo, Trump daria início a  emissão de ordens para taxar alguns países. Entretanto, em um primeiro momento não ocorreu. Ainda segundo o jornal Metrópole, o que pode ter levado a uma queda do dólar, que voltou a operar abaixo dos R$ 6.

O governo brasileiro até o momento não se pronunciou oficialmente sobre as declarações de Trump.

Selena Gomez lamenta deportação de imigrantes mexicanos dos EUA

A atriz e cantora, Selena Gomez, usou as redes sociais, nesta segunda-feira (27), para lamentar a política de deportação acelerada, aplicada recentemente pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Aos prantos, Selena gravou um vídeo com um emoji da bandeira do México, dizendo que sente muito por tudo que está acontecendo com os imigrantes.

“Meu povo está sendo atacado. Sinto muito. Eu queria poder fazer algo, mas não consigo. Eu não sei o que fazer.“, compartilhou a atriz.

Pouco tempo depois de publicar o vídeo no Instagram, a cantora sofreu críticas de apoiadores de Trump e retirou o conteúdo da internet. Selena chegou a postar uma declaração dizendo que “não se pode mais ter empatia pelas pessoas”, mas a mensagem também foi deletada.

Vale ressaltar que apesar de ter nascido no Texas, Estados Unidos, Selena Gomez é neta de imigrantes mexicanos.


Desabafo de Selena Gomez sobre a deportação (Vídeo: reprodução/X/@PopCrave)

Deportação de imigrantes

Após assumir seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump adotou uma série de medidas para “expulsar” imigrantes ilegais do país. A principal medida foi a “remoção acelerada” que permite expulsar imigrantes, sem passar por uma audiência com um juiz de imigração.

O México recebeu, entre os dias 20 e 26 de janeiro, mais de 4 mil pessoas deportadas dos Estados Unidos. Segundo a presidenta do país, Claudia Sheinbaum, entre os deportados, havia pessoas que não possuíam nacionalidade mexicana.

Já no caso do Brasil, mais de 150 brasileiros foram deportados do país americano na última semana.

Trump também tem o desejo de acabar com a cidadania por direito de nascença.

Raiz latina

Com avós paternos mexicanos, Selena Gomez nunca fez questão de esconder o orgulho que sentia da sua parte latina. Em 2021, a cantora lançou seu primeiro trabalho completamente em espanhol, o EP Revelación.

Durante o processo criativo do álbum, Selena revelou que ansiava por se conectar mais com as suas raízes, e afirmou que a música latina desperta um sentimento diferente nas pessoas.

Meta quer superar ChatGPT e OpenAI com investimento de US$ 65 Bilhões em IA

A Meta não está economizando esforços para liderar o mercado de inteligência artificial. Mark Zuckerberg anunciou nesta sexta-feira (23), que a empresa investirá entre US$ 60 bilhões e US$ 65 bilhões ao longo de 2025 para expandir sua infraestrutura de IA, incluindo a construção de um data center tão grande, que poderia ocupar boa parte de Manhattan, enquanto o resto será destinado à compra de mais de 1,3 milhão de GPUs.

Para Zuckerberg, 2025 será “um ano decisivo” para a inteligência artificial. A Meta AI, que já atende 600 milhões de usuários por mês, terá o objetivo de alcançar 1 bilhão de pessoas no mundo todo.

Big Techs investindo pesado no futuro da IA

A Meta não é a única que quer conquistar uma fatia do mercado de inteligência artificial. A briga pelo controle nunca esteve tão acirrada, e só este mês, Microsoft, Amazon e o projeto Stargate — liderado pela OpenAI em parceria com Oracle, SoftBank e o governo americano — anunciaram investimentos bilionários. Enquanto a Microsoft se comprometeu a gastar US$ 80 bilhões no próximo ano, o Stargate prometeu impressionantes US$ 500 bilhões para expandir a infraestrutura de IA nos EUA, apoiado por Donald Trump.

E no meio disso tudo, a Nvidia continua sendo a grande vitoriosa. A empresa é a maior fornecedora de chips de IA do mundo, e já se posicionou como uma parte muito importe desse cenário, sendo responsável por equipar não só a Meta, mas também outras big techs que não estão poupando esforços para se manter na corrida tecnológica dessa década.

Promessas ambiciosas da Meta

Zuckerberg segue otimista, mas a empresa Meta ainda precisa convencer o público, que já se acostumou a usar outros modelos de inteligência artificial, a usar suas inovações. Transformar o assistente de IA da empresa em líder global até 2025 é uma meta ambiciosa, mas muito possível, considerando que a marca já alcançou cerca de 43% da população mundial com seus aplicativos até agora.


Mark Zuckerberg, CEO da Meta, na posse de Donald Trump em janeiro de 2025 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)

O CEO também afirmou que o Llama 4 será o modelo de IA mais avançado do mercado, o que pode soar precipitado, já que a competição está aumentando, e os avanços tecnológicos estão acontecendo em saltos exponenciais, tornando qualquer previsão uma aposta bastante arriscada.


Dólar fica a R$ 5,91, e bolsa sobe 0,07%

Na última sexta-feira (24), o dólar teve sua terceira queda seguida, fechando próximo a R$ 5,90. Com a posse de Donald Trump, o mercado financeiro do mundo inteiro vem observando seu mandato, desde que tomou a posse no dia 20 deste mês.

No Brasil, os analistas vêm averiguando a ascensão da inflação, que aumentou mais que o esperado para o mês de janeiro, mesmo que quando comparado com dezembro haja uma lentidão.

O dólar ganhou forte intensidade nas horas finais da sessão, contudo, encerrou no campo negativo, a R$ 5,918 na venda, com queda de 0,12%, que fez com que encerrasse a semana com uma perda de 2,42% no total.


Com queda do dólar durante posse de Donald Trump, o mercado finaceiro global fica de olho no mandato do presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Freepik/@pikisuperstar)

Mercado nacional

O IBOVESPA não tinha um fim definitivo enquanto o mercado global passava pelo clima negativo. Somente no fechamento fixou-se em uma queda de 0,03%, com 122.446,94 pontos, em uma alta de 0,079%.

Além do principal índice do mercado doméstico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve um aumento de 0,11% em janeiro, devido o alto preço dos alimentos, conforme dados divulgados pelo IBGE.

A alteração do IPCA-15 nos últimos 12 meses foi de 4,5%, uma pausa quando comparado com dezembro, quando ocorreu um acréscimo de 0,34%. Durante 2024, a alta total do índice foi de 4,71%.

Expectativa do mercado

Segundo a pesquisa da Reuters, a expectativa dos analistas do mercado era de que houvesse uma queda de 0,03% no mês, e uma alta total de 4,36% nos últimos 12 meses.

Os números estão acontecendo em conjunto com o ajuste do governo para redução dos preços dos alimentos, conforme reunião que o presidente teve na sexta-feira ao lado de um grupo de ministros.

A fim de resolver o preço dos alimentos, uma das soluções analisadas pelo governo é a de verificar os alimentos que estão mais caros no mercado interno do que no exterior, e diminuir as alíquotas de importação destes alimentos.

Rui Costa diz que, sendo aprovado, os alimentos vendidos no Brasil teriam um preço igual ou abaixo do mercado externo. Na mesma linha, Fernando Haddad confirmou na quinta-feira (24), que o governo federal vem trabalhando em alterações Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), para os alimentos ficarem mais baratos.

Avião contendo sul-americanos deportados dos EUA chega a Belo Horizonte nesta noite

Na noite desta sexta-feira (24), é previsto a chegada do primeiro voo contendo imigrantes brasileiros dos Estados Unidos. A deportação ocorre devido à política de cerco aos imigrantes no país, proposta anunciada pelo presidente Trump desde sua campanha eleitoral.

O avião de porte militar, providenciado pelo governo americano, irá aterrissar no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, localizado no município de Confins, em Minas Gerais.

Anulação da cidadania automática é interferência direta

Como parte das medidas de combate a imigração ilegal no país, Trump determinou o fim da chamada “Cidadania Automática”, que dava direito a cidadania americana para filhos de estrangeiros nascidos em solo norte-americano. Como consequência, o visto de milhares de brasileiros que se enquadravam na condição, foi anulado da noite para o dia, fazendo com que todos fossem imediatamente enviados de volta para a América do Sul.


Reportagem sobre anúncio da deportação em massa nos EUA (Post: Reprodução/X/@dw_brasil)

Após o decreto do presidente, o juiz federal John Coughenour chegou a determinar o bloqueio da ordem executiva temporariamente, alegando que a medida seria inconstitucional. Contudo, os imigrantes seguem sendo exilados do país, mesmo com a contrapartida aplicada pelo judiciário.

A medida e suas consequências

Centenas de imigrantes considerados “ilegais” foram alvo de busca e apreensão desde o começo da semana, quando o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou posse em seu segundo mandato como chefe do poder executivo. Cerca de 538 pessoas, condenadas e procurados por crimes graves, foram presas, em uma operação iniciada nas primeiras horas da manhã no horário local, e as demais seguem sendo deportadas de volta para suas casas, sem direito a defesa ou apelação.


Presidente Donald Trump (Foto: Reprodução/Mandel NGAN/AFP/Getty Images Embed)


O presidente afirma que o país esteja ficando “sobrecarregado” com a alta taxa de imigrantes presentes no território americano, fruto de um discurso já reproduzido pelos republicanos desde décadas atrás, reforçando a necessidade de ter medidas mais rígidas.

Trump põe em prática decretos que retiram privilégios de imigrantes nos Estados Unidos

Na semana desta sexta-feira (24), o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou sua “caça as bruxas” a estrangeiros residentes ilegalmente em solo americano, colocando em prática sua política de cerco aos imigrantes no país, condenando-os a prisão ou deportação, dependendo do caso específico de cada indivíduo.

Novo mandato de Trump começa de maneira rígida


Trump participa de movimento anti-aborto anual “Marcha Pela Vida” (Foto: Reprodução/Kent Nishimura/Getty Images Embed)


Desde que assumiu o poder executivo do país pela segunda vez desde o período 2016-2010, Trump já colocou uma de suas principais propostas de campanha em prática, colocando cerca de 538 pessoas atrás das grades em operação realizada na noite desta quinta-feira (23), além do exílio de centenas de residentes desde o começo da semana.

Em entrevista, Matthew Platkin, procurador-geral de Nova Jersey, relatou sua revolta diante das medidas adotadas pelo presidente:

Presidentes são poderosos, mas ele não é um rei. Ele não pode reescrever a constituição com um simples golpe de caneta, relatou

Entre os deportados, temos um grupo contendo 158 latino-americanos, que neste momento está a caminho de Belo Horizonte, em um voo realizado em um avião militar vindo do governo americano, a exemplo das demais deportações, destinadas a outros cantos do planeta.

Fim da cidadania automática e retorno de restrição a mexicanos

Como parte de sua nova política, Trump ainda emitiu uma ordem executiva que elimina o direito à cidadania para filhos de que for determinado como imigrante ilegal ou temporário; este último tendo como exemplo, caso alguma turista grávida acabe parindo seu bebê durante sua viagem ao país norte-americano.

Neste caso, a justificativa para que a cidadania da criança fosse considerada, seria a presença do chamado “visto de turista” por parte dos pais, estratégia que inclusive já foi utilizada por celebridades brasileiras, como: Claudia Leitte, Simone Mendes e Luciana Gimenez.


Presidente Donald Trump diante de muro construído na fronteira com o México (Foto: Reprodução/Alex Brandon/AP Photo/G1)

O presidente ainda retomou o programa “Fique no México”, adotado em seu primeiro mandato, porém deixado de lado por seu sucessor, Joe Biden. A iniciativa proíbe que cidadãos mexicanos possam pedir asilo nos Estados Unidos.

Entenda o que é o “DEI”, programa de diversidade suspenso por Trump

No dia de posse de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos (20), uma das primeiras medidas tomadas pelo chefe de estado foi suspender os funcionários de setores públicos destinados a políticas de diversidade e inclusão.

O conjunto destas iniciativas que promovem a contratação de pessoas sub-representadas, ou que tenham sofrido discriminação é conhecido como DEI. O afastamento foi do tipo “licença administrativa remunerada”, que significa que eles serão suspensos, mas por enquanto manterão seus salários.


Trump diz que as iniciativas do DEI não fazem sentido em discurso no Fórum Econômico Mundial (Foto: reprodução/Youtube/Associated Press)

Como funciona o DEI?

Estes setores incluem políticas de contratação e promoção, auditorias sobre equidade salarial, programas de mentoria e estágio, eventos sociais do empregador para o empregado e outros fatores.

De acordo com o governo estadunidense, programa é dividido em três pilares:

  • Diversidade: Presença das diferenças nas dimensões da identidade humana. Dimensões de diversidade podem incluir raça, idade, sexo, identidade de gênero, expressão de gênero, deficiências, crenças religiosas, orientação sexual, etinia, origem nacional, status imigratório, cidadania, status socioeconômico, linguagem, perspectiva política entre outros fatores.
  • Equidade: É a justa alocação de recursos, acesso e oportunidades de forma que as pessoas tenham o que precisam para ter sucesso, crescimento, contribuição e serem representadas em todas as camadas da sociedade. Equidade não se refere a providenciar recursos idênticos a todos os cidadãos, mas é sobre distribuir recursos e oportunidades baseadas nas necessidades de cada um.
  • Inclusão: É o constante esforço de assegurar que as diversidades individuais tenham o mesmo acesso de qualquer um, além de envolvimento na comunidade e tomada de decisões. Como uma ação, a inclusão engloba o acolhimento, suporte, respeito e valorização de diversidades individuais e de grupo por suas únicas contribuições e perspectivas, enquanto assegura que ninguém seja excluído da participação com dignidade.

As empresas têm focado no aumento da diversidade durante as últimas décadas. No entanto, estas políticas cresceram consideravelmente após o movimento “Black Lives Matter”, criado em 2020 após diversos casos de abuso e violência policial contra pessoas negras.

Práticas do DEI

As políticas do DEI podem incluir anúncios de oportunidades apenas para grupos minoritários, como vagas dedicadas exclusivamente a mulheres ou pessoas negras, por exemplo. Além disso, o pilar da equidade tenta garantir que as empresas eliminem preferências por candidatos por terem frequentado universidades de elite.

Assim, o objetivo principal é garantir que todos os indivíduos tenham iguais condições de receber oportunidades, de forma que não dependa de fatores externos às próprias habilidades dos candidatos. Além disso, o programa também foca em diversificar as alteridades em todos os cargos corporativos e públicos.

Justiça bloqueia ordem de Trump e mantém cidadania para filhos de imigrantes

Na tarde da última quinta-feira (23), a Justiça Federal dos Estados Unidos emitiu uma suspensão temporária para a ordem executiva de Donald Trump que visava revogar o direito à cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais e de turistas nascidos nos Estados Unidos, que constituia uma de suas medidas mais controversas e suscitou um intenso temporal de críticas e um major capítulo no debate em torno da imigração e dos direitos humanos nos Estados Unidos

A ordem de Trump

Assim que tomou posse para seu segundo mandato em 2025, Trump estava determinado a dar um novo ímpeto à sua agenda de combate à imigração irregular e determinou a edição de uma série de ordens executivas mudando as bases de funcionamento do sistema legal americano, dentre as quais estava àquela que revogava a cidadania americana para crianças nascidas nos Estados Unidos de pais ilegais ou pais temporários, que fossem turistas ou estudantes com um visto limitado.

A proposta não era apenas simbólica e, caso fosse colocada em prática, ela atingiria qualquer criança nascida depois do dia 19 de fevereiro de 2025, subtraindo-lhes do nascimento as suas líneas fundamentais tais como o acesso à escola pública, programas sociais e o direito de ter um trabalho legal ao atingir a maioridade.

Reação da sociedade

A resposta à ordem executiva foi rápida e decidida. Grupos civis, organizações de direitos humanos e procuradores-gerais de 22 estados, com maior participação dos democratas, se juntaram para contestá-la judicialmente.

O principal argumento é que a ordem viola a 14ª Emenda da Constituição americana, que garante a cidadania de todas as pessoas nascidas em território nacional, independentemente da situação aproximada de seus pais.

Um dos momentos mais importantes desse conflito aconteceu em Seattle, na corte do juiz John Coughenour. Ele não apenas suspendeu a ordem de Trump, mas também criticou duramente sua constitucionalidade.

“Estou tendo dificuldade para compreender como isso poderia ser considerado legal. Esta ordem é flagrantemente inconstitucional”, afirmou o juiz, em um tom que refletiu a gravidade da situação.


Posse de Donald Trump (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldrump)

Impactos para brasileiros e outras comunidades

Entre os atingidos pela norma estariam milhares de brasileiros residentes nos Estados Unidos, seja ilegalmente ou com visto temporário.

Segundo dados de 2023 do Ministério das Relações Exteriores, mais de dois milhões de brasileiros vivem legalmente no país, no entanto, uma pesquisa do Pew Research Center estima que cerca de 230 mil brasileiros vivem ilegalmente, os quais seriam provavelmente os maiores afetados pelas consequências desta ordem.

Muitos destes imigrantes, incluindo as famílias que viajam aos EUA para dar à luz visando dar cidadania aos seus filhos, estão vivendo certo misto de alívio e preocupação.

“Eu vim para os Estados Unidos esperando um futuro melhor para minha filha. Saber que esse direito pode ser retirado é devastador”, declarou Ana, brasileira residindo em Miami, que deu à luz nos Estados Unidos recentemente.

O que é o direito de solo

Lus soli, ou direito do solo, é um princípio segundo o qual qualquer pessoa nascida em território estadunidense adquire automaticamente a cidadania dos Estados Unidos da América, isto é, independente da nacionalidade dos seus progenitores e independente da sua posição legal.

O direito do solo está consagrado na 14ª Emenda da Constituição dos EUA (1868), sendo um dos fundamentos do sistema de direitos humanos nos EUA. A ordem do presidente Trump teria limitado o direito do solo para as crianças de seus progenitores serem cidadãos dos EUA ou imigrantes permanentes legais.

Como será o futuro

Com a ordem temporariamente suspensa, o caso seguirá para instâncias superiores, e Trump já sinalizou que vai recorrer. Enquanto isso, a luta pela manutenção do direito de solo continua mobilizando ativistas, políticos e comunidades imigrantes.

“Estamos aqui para lutar pelo que é justo. Os Estados Unidos sempre foram um lugar de esperança e oportunidade. Não podemos permitir que isso mude”, afirmou Maria Gonzalez, uma ativista que lidera campanhas de conscientização em Nova Jersey.

Independentemente do resultado, no entanto, esta discussão é um poderoso lembrete de que a questão da imigração não é apenas uma questão política, mas uma história de vidas, sonhos e direitos humanos em risco.

Cada instância uma decisão é tomada por um juiz, a impactar famílias que conheceram os Estados Unidos como seu lar e que agora enfrentam um futuro incerto, no entanto, não necessariamente sem esperança.