Donald Trump é multado ao atacar testemunhas do caso de fraude

Nesta terça-feira (30), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi multado em 9 mil dólares (46 mil reais) por ataques a testemunhas e demais envolvidos no caso criminal por suspeita de fraude contábil. 

Como funciona 

Uma ordem de silêncio foi aplicada a Trump na intenção de proibi-lo de fomentar ataques contra testemunhas, promotores, jurados e funcionários do tribunal com relação direta ao caso onde o ex-presidente é investigado pelo suposto crime de fraude contábil. No entanto, a determinação judicial não foi suficiente para conter Trump, que foi acusado de desrespeitar a ordem 11 vezes. 

Juan Merchan, juiz responsável pelo caso, instalou que Trump poderá ser preso caso continue a contrariar a ordem judicial, advertindo que o tribunal não terá nenhuma tolerância com violações intencionais por parte do Republicano, o levando ao cárcere caso ele continue insistindo. 

No início do julgamento, em 15 de abril, Trump já havia sido condenado ao pagamento de multa no valor de 3 mil dólares após atacar a atriz pornô e testemunha Stormy Daniels e também Michel Cohen, ex-advogado, chamando ambos de “safados”

Incontrolável 

A determinação de multas não foi suficiente para conter o ex-presidente, denunciado pela Promotoria por outras sete postagens em suas redes sociais, inclusive fortalecendo as palavras do comentarista conservador da Fox News, Jesse Walters, que afirmou, de forma precipitada e sem provas, a existência de progressistas mentirosos infiltrados compondo o júri que definirá a sentença de Trump.

A publicação nociva de Trump levou a desistência de uma candidata ao júri por medo de ser reconhecida e retaliada. A sucessão de ações levou o juiz a decretar a proteção de imagem dos 12 integrantes do júri e seis suplentes. 

Dias antes da determinação de multa, Trump, de praxe, usou suas redes sociais para se manifestar, se colocando na narrativa como o “Nelson Mandela dos dias modernos” e atacando o juiz Juan Merchan, ao chamá-lo de “lacaio partidário”.  O ex-presidente considera que as proibições de ataque fere sua liberdade de campanha eleitoral, as classificando como injustas.

Credibilidade esgotada 

Em uma tentativa de amenizar os atos de seu cliente, Todd Blanche, um dos advogados de defesa de Donald Trump, afirmou não existir uma violação intencional e que Trump reconhece os limites da ordem de silêncio. Blanche ainda disse que os ataques são de cunho político, mesmo que citem possíveis testemunhas, não são especificamente ligados ao caso tribunal. 

As declarações do advogado, no entanto, não surtiram efeito, contrário a isso, levaram a uma declaração um tanto emblemática do juiz, que afirmou que Todd Blanche estava “perdendo toda a credibilidade com o tribunal”.

Escândalo sexual e suborno 

O estopim para o primeiro julgamento de um ex-presidente dos Estados Unidos teve como gatilho uma tentativa de manter um escândalo sexual na encolha, através do suborno da atriz pornô Stormy Daniels, no intuito que Daniels mantivesse sob sigilo sua relação extraconjugal com Trump, ocorrido na véspera das eleições presidenciais de 2016. 


Stormy Daniels, atriz pornô e pivô de investigações de suposta fraude contábil da Trump Organization (Foto: reprodução/Drew Angerer/Getty Images Embed


Para encobrir a movimentação de 130 mil dólares, usados como suborno a Stormy Daniels pelo seu silêncio, Trump realizou uma série de fraudes contábeis. A quantia foi paga por Michel Cohen, na ocasião advogado de Trump e agora testemunha fundamental do processo e também uma das vítimas de ataques do Republicano. 

Trump se declara inocente, no entanto, caso condenado poderá pegar até 4 anos de prisão.

Protestos pró-Palestina crescem em universidades dos EUA e influenciam campanha eleitoral

Nos últimos dias, as universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos, como Columbia, Harvard e Yale, tornaram-se palcos de uma série intensa de protestos pró-Palestina. Os manifestantes, compostos majoritariamente por estudantes e membros da comunidade acadêmica, demandam que as instituições cortem laços com Israel e com empresas que apoiam suas ações na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. Essas manifestações, que começaram no dia 18 de abril na Universidade Columbia em Nova York, já resultaram em cerca de 700 detenções em todo o país.

Impacto político e segurança nos campus

O conflito entre Israel e o Hamas, que escalou após o grupo, classificado como terrorista pelos EUA e outros países, invadir Israel em outubro de 2023, matando e sequestrando cidadãos, tem repercutido fortemente no ambiente universitário. Os protestos estão sendo vistos como um potencial divisor de águas para o apoio dos jovens americanos ao governo Biden nas próximas eleições presidenciais, devido ao seu suporte às ações israelenses em Gaza.


Esquerda: Shai Davidai, professor associado da Universidade de Columbia, em uma entrevista do 60 Minutes. Direita: Manifestantes em apoio aos palestinos fora da Universidade de Columbia, em Nova York (Captura de tela via 60 Minutes/YouTube, Eduardo Muñoz/Reuters)

“Sinto-me cada vez mais isolado e preocupado com a minha segurança aqui.”

Davidai, ressaltando a tensão vivenciada por membros da comunidade judaica.

Manifestantes pró-Gaza na Universidade Columbia, em NY, epicentro de um movimento que está se espalhando para outras instituições – Foto: Ted Shaffrey

A tensão nos campus é palpável, com relatos de incidentes antissemitas aumentando a polarização. Professores e alunos judeus, como Shai Davidai da Universidade Columbia, expressaram medo e preocupação com a segurança, destacando um ambiente cada vez mais hostil.

As autoridades universitárias têm respondido com medidas severas. A polícia foi chamada em várias universidades para dispersar os protestos, resultando em um número significativo de prisões. Em locais como a Universidade Northeastern em Boston e a Universidade de Washington em St. Louis, grandes operações de detenção foram realizadas.

Debate eleitoral e cobertura internacional

Esses eventos têm sido amplamente cobertos pela imprensa internacional, destacando a magnitude e a disseminação dos protestos. Com a eleição presidencial se aproximando, o tema já se tornou um ponto de debate entre os candidatos. Donald Trump criticou a abordagem de Biden, que tenta equilibrar condenações aos protestos com uma compreensão das preocupações palestinas, enquanto Jill Stein, candidata do Partido Verde, foi detida durante um desses protestos, marcando sua posição sobre o conflito.


Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os ex-presidente Donald Trump (Reprodução: Getty Images

Especialistas, como o cientista político Paulo Velasco, veem essas manifestações como um momento decisivo, não apenas para a política externa dos EUA, mas também para o futuro político de Biden, cujo apoio entre os jovens americanos e a comunidade árabe está em risco.

À medida que o fim do ano letivo se aproxima, a continuidade dos protestos permanece incerta, mas o impacto já deixado nas universidades e na política americana será sentido por muito tempo.

Desenvolvedora do Tik Tok cogita encerramento das atividades nos EUA

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, comunicou na última quarta-feira (24) que pretende ordenar que o Tik Tok tenha nova regência em território americano dentro de um ano. Em contato com o jornal britânico The Guardian, a chinesa ByteDance, desenvolvedora do aplicativo, citou que prefere vendê-la a dar essa possibilidade aos americanos

Para o presidente, o aplicativo atua como meio de filtrar dados confidenciais dos usuários. Desta forma, representa um risco à segurança nacional. Uma proposta similar já havia sido discutida pelo ex-presidente Donald Trump. Entretanto, no atual momento eleitoral, o candidato republicano não é tão enfático e cita existir “muita coisa boa e muita coisa ruim” com o aplicativo.

Paralisação do Tik Tok representa risco limitado para desenvolvedora

De acordo com fontes do jornal, o Tik Tok opera com algoritmos essenciais para o seu funcionamento. Logo, vendê-lo com essas características seria improvável, uma vez que é impossível separar o aplicativo do software. Tal complicação implica também na propriedade intelectual registrada na China perante o nome da ByteDance, o que dificulta o processo de separação.


Algoritmo do Tik Tok é curado com base nos gostos do usuário (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)


Embora o aplicativo seja um sucesso no mundo inteiro, na casa dos 1 bilhão de usuários, as fontes informam que o aplicativo gera prejuízo. Se fosse o caso de cessar as operações no país, teria uma repercussão reduzida para a gigante chinesa. Porém, se perderem a batalha judicial, preferem que o aplicativo deixe a localidade do que cogitar vender para outro comprador.

Receita financeira da empresa aumentou no ano passado

Apesar de não divulgar dados financeiros de nenhum dos seus negócios, fontes revelam que boa parte da receita provém da própria China. Aplicativos como o Douyin, uma versão do Tik Tok da região, são vantajosos financeiramente. Uma outra fonte escutada pela reportagem alega que os EUA foram responsáveis por 25% das receitas globais em 2023. 

No aplicativo Toutiao, uma plataforma com conteúdo informativo de propriedade da ByteDance, o Tik Tok declarou não ter interesse em vender as operações do aplicativo nos Estados Unidos. Shou Zi Crew, CEO do Tik Tok, assegurou que a empresa espera sair vitoriosa contra o projeto de lei assinado por Joe Biden. 

Nova versão de lei aprovada pela Câmara dos EUA busca banir TikTok do país

Um projeto de lei foi aprovado, no último sábado (20), pela Câmera dos Estados Unidos, que prevê a proibição do TikTok no país caso a ByteDance não venda sua participação a uma companhia norte-americana. A nova medida se assemelha a que foi apresentada em março, onde era previsto a proibição da plataforma chinesa no território estadunidense. Contudo, a condição adicionada nessa nova versão dá mais tempo para o TikTok abdicar de sua desenvolvedora e arrumar um comprador de confiança do país. Esse projeto foi aprovado por 360 votos a 58. 

“É lamentável que a Câmara dos Deputados esteja usando a cobertura de importante assistência externa e humanitária para mais uma vez aprovar um projeto de lei que atropelaria os direitos de liberdade de expressão de 170 milhões de americanos”, pronunciou o TikTok, domingo (23). 


Pronunciamento do TikTok quanto ao projeto de lei (Reprodução/X/@TikTokPolicy)


Caso o projeto seja assinado, a nova versão daria 270 dias para que a empresa encontre um novo proprietário, podendo se estender para mais 90 dias. Essa nova empresa não poderá ter qualquer relação com a empresa chinesa ByteDance, atual dona do TikTok. 

Por que a iniciativa desse projeto de lei?

Desde o governo de Donald Trump, o país tem demonstrado preocupações quanto a ByteDance, pois acreditam que representa um risco para a segurança do país. Alguns afirmam que a empresa chinesa poderia se aproveitar do poder para obter dados de usuários americanos, usando a plataforma como uma forma de espionagem. 

Para que o projeto saísse da paralisação que acontecia desde março, os congressistas alteraram para um projeto de lei de financiamento, pois, além de ser prioridade do presidente Joe Biden, costumam ter um processamento mais rápido nas casas. Com isso, o TikTok será incluído em um pacote de ajuda econômica externa, que visa auxiliar a países aliados dos EUA que se encontram em estado de guerra, como Ucrânia e Israel. 

Homem ateia fogo em si mesmo após julgamento de Donald Trump

Nesta sexta-feira (19), um homem ateou fogo em si mesmo no Collect Pond Park em Nova York, em frente ao tribunal Lower Manhattan onde Donald Trump está sendo julgado.

Segundo informações do The New York Times, o homem estava em uma área para apoiadores do ex-presidente, no parque em frente ao tribunal, quando jogou um líquido inflamável em seu corpo e colocou fogo, o corpo de bombeiros de Nova York informou que ele foi encaminhado para Centro Médico Presbiteriano New-York/Weill Cornell, segue em estado crítico e com poucas chances de sobreviver.

Como ocorreu


Max Azzarello protesta em frente ao tribunal ” Trump está com Biden e eles estão prestes a nos dar um golpe fascista” (Foto: reprodução/David Dee Delgado/Getty Images)


Segundo testemunhas, o homem identificado como Max Azzarello, de 37 anos, jogou panfletos defendendo teorias de conspiração antigovernamentais no ar, antes de se incendiar. As pessoas tentaram correr até ele e apagar o fogo, mas a intensidade das chamas era alta.

O incidente ocorreu imediatamente após a conclusão da seleção do júri para o julgamento de Trump, que permitirá que promotores e advogados de defesa apresentem suas declarações iniciais na próxima semana. O júri é composto por duas pessoas.

Azzarello mantinha um site onde transformava os mesmos cartazes negacionistas em posts, apresentando um longo histórico de teorias da conspiração, prisões e também internações em clínicas psiquiátricas. A apuração foi feita pelo The New York Times.

O julgamento

Donald Trump está sendo acusado por esconder pagamentos feito à atriz pornô Stormy Daniels com dinheiro público, para esconder a história de uma ligação sexual com a mulher em 2006. Na época ele alegou que teriam sido “gastos com campanha”, já que estava concorrendo à presidência dos Estados Unidos e no auge de sua campanha. Ele é o primeiro ex-presidente do país a ser julgado criminalmente.

Apoiadores de Trump têm se manifestado em frente ao tribunal desde a segunda-feira (15), quando o julgamento iniciou. O número de pessoas ocupando o espaço vem diminuindo com o passar dos dias.

Se for condenado, Trump enfrentará uma pena de prisão de quatro anos ou menos, ou poderá receber liberdade condicional.

Entenda o que pode acontecer caso Donald Trump seja condenado em julgamento

Na segunda-feira (15), iniciou-se o julgamento do ex-presidente Donald Trump em Manhattan, sobre as 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais para esconder pagamentos feitos à estrela pornô Stormy Daniels, que afirma ter tido um caso com ele. O objetivo era evitar uma depreciação da campanha eleitoral de 2016. 

O fato é considerado inédito nos Estados Unidos, e apesar da Constituição apresentar soluções para algumas questões, a situação delicada abre margem para que decisões inesperadas sejam tomadas de acordo com o desenrolar do julgamento. 


Donald Trump realizando campanha (foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


O que diz a Constituição 

Segundo a Constituição americana, para uma pessoa concorrer ao cargo de presidente do país, é preciso: ter 35 anos ou mais, ter nascido nos Estados Unidos e morar no país por pelo menos 14 anos. Não há qualquer informação nas leis sobre alguém condenado ou com antecedentes criminais ser impedido de assumir a posição. 

Caso condenado pelo júri, Donald Trump pode ser preso, mas essa decisão é feita pelo juiz que definirá qual é a melhor sentença. Para as leis, o americano continuaria elegível mesmo preso, sendo estabelecido que, se for eleito e não conseguir cumprir os deveres do cargo, a autoridade é passada ao vice-presidente. 

Porém, especialistas afirmam que devido à complexidade do evento, não sabem exatamente o que pode acontecer no caso de uma possível condenação e eleição. 


Protestos contra Trump em Nova York (foto: reprodução/Drew Angerer/Getty Images Embed)


Eleitores divididos 

Apesar de Trump continuar com a campanha, os impactos de uma condenação podem ser significativos nas urnas. A Bloomberg News e a Morning Consult realizaram uma pesquisa nos estados do Arizona, Geórgia, Michigan, Carolina do Norte, Pensilvânia, Nevada e Wisconsin (decisivos na eleição), sendo que metade dos eleitores não votariam em Donald numa possível sentença.

A CNN, em levantamento feito na Carolina do Norte, informou que seis a cada 10 eleitores ouvidos consideram o ex-presidente apto para a função e também acreditam que a vitória de Biden em 2020 foi ilegítima. Isso mostra que a reação dos americanos a uma possível pena de Donald Trump iria variar de acordo com o posicionamento político adotado nesta campanha eleitoral. 

Julgamento de Trump em caso envolvendo atriz pornô começa nesta segunda

A repercussão de um escândalo sexual para um político nos Estados Unidos é bem diferente do que no Brasil. O ex-presidente – e candidato Republicano para 2024 – Donald Trump vira réu por esconder pagamentos à atriz de filmes adultos Stormy Daniels em 2016, quando ele venceu as eleições. O julgamento começa nesta segunda-feira (15). A acusação vem da promotoria de Nova York e é um dos quatro processos criminais pelos quais Trump responde na Justiça.

As acusações contra Trump

Trump responde o total de 34 acusações, cada uma punível com até quatro anos de reclusão, totalizando uma sentença de mais de 130 anos. Trump declarou-se inocente e afirmou ser vítima de perseguição política por parte dos Democratas, numa tentativa do partido rival de impedir sua volta à Casa Branca.

As eleições americanas acontecem em 5 de novembro deste ano e será uma disputa entre Donald Trump e o atual presidente, Joe Biden, que pertence ao Partido Democrata. O julgamento deve começar às 09h30 no horário local, na cidade de Nova York. As sessões devem durar até 16h30, começando hoje e terminando nesta quarta-feira (17).

De acordo com a acusação, durante a parte final de sua campanha presidencial de 2016, Trump tentou abafar uma relação sexual extraconjugal que teve dez anos antes com Stormy Daniel, uma ex-atriz pornô. O candidato teria pagado US$130 mil (cerca de R$660 mil na cotação atual) para comprar o silêncio da atriz.


O ex-presidente foi acusado de mascarar pagamentos à atriz pornô durante sua campanha (Foto: reprodução/Joe Radelle/Gabe Ginsberg/Getty Images embed/Montagem por Fernanda Eirão)

As acusações em si não configurariam um crime, mas a promotoria afirma que Trump maquiou o pagamento como se fossem os honorários de seu advogado. Portanto, o ex-presidente está sendo julgado por esconder o valor nos registros contábeis do que seria uma despesa de campanha, já que dinheiro desembolsado por Trump teria como fim esconder uma informação que poderia prejudicá-lo nas urnas.  

O pagamento foi feito a Michael Cohen, que na época era seu advogado pessoal, mas hoje, os dois são inimigos mortais. Cohen foi um dos maiores defensores de Trump por mais de uma década, mas quando uma investigação do FBI começou a fechar o cerco em Cohen, o advogado mudou seu discurso. Ele confessou ter cometido fraudes fiscais com o aval de Trump, incluindo o pagamento a uma modelo da Playboy Karen McDougal, que afirma também ter tido um caso extraconjugal com Trump.

Como havia um grupo de pessoas envolvidas no esquema, Trump também enfrenta acusações de uma conspiração “para fraudar a eleição presidencial e mentir em documentos comerciais” para encobrir a verdade, segundo o promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg. Os promotores são eleitos para o cargo nos Estados Unidos e Bragg faz parte do partido adversário de Trump.

A defesa afirma que Donald Trump fez os pagamentos porque estava sendo extorquido, mas a acusação diz que Trump já fez isso duas outras vezes, configurando uma prática recorrente do político e por isso, os eleitores americanos foram enganados nas eleições presidenciais de 2016.

Como será o julgamento

O processo estava em um certo “limbo” jurídico há bastante tempo na Promotoria de Manhattan. De acordo com especialistas, este é o caso mais fraco do qual Trump é acusado. Entretanto, a repercussão do julgamento pode afetar significativamente a imagem de Trump para as eleições deste ano.

Os outros processos de Trump foram adiados e provavelmente serão julgados após as eleições. Os advogados de Trump até tentaram manobras para adiar este processo também, incluindo um pedido de afastamento do juiz Juan Merchan do caso, mas não obtiveram sucesso.


A seleção do júri é uma etapa de extrema importância antes do julgamento e pode selar o destino de Trump nas eleições (Foto: reprodução/Pool/Getty Images embed)


Se tudo correr como o planejado, o julgamento se inicia nesta segunda-feira com a escolha de 12 membros do júri, processo que pode durar até duas semanas. Estes cidadãos serão mantidos em anonimato, por motivos de segurança, e decidirão o destino do ex-presidente durante um julgamento que pode durar entre seis e oito semanas.

O caso não será transmitido, mas o público americano pode assistir, assim como a imprensa. O ônus da prova sempre recai sobre a acusação e pode ser difícil de provar a ligação com a campanha eleitoral. Se provado o dolo eleitoral, o candidato republicano pode enfrentar uma atribulada campanha rumo ao segundo mandato presidencial. Mas independentemente do resultado final, todos estarão acompanhando se Donald Trump sairá destas acusações fortalecido ou derrotado.

Donald Trump tem pedido negado para adiamento do julgamento em caso de suborno 

Nesta quarta-feira (03), um juiz de Nova York negou o pedido do ex-presidente, Donald Trump, de adiar o julgamento sobre o pagamento de silêncio feito para uma estrela pornô. A audiência tem previsão para começar em 15 de abril, e Trump tentava o adiamento para que sua sessão sobre a imunidade presidencial passasse pela Suprema Corte americana. 

O juiz Juan Merchan, em decisão judicial, não aprovou a solicitação e declarou que o ex-presidente e seus advogados demoraram muito para apresentarem sua ideia. “O réu teve uma série de oportunidades de apresentar a alegação de imunidade presidencial muito antes de 7 de março de 2024”, escreveu Merchan.

“Afinal, o réu já havia informado a mesma questão no tribunal federal e estava em posse e ciente de que a acusação pretendia oferecer as provas relevantes no julgamento durante todo esse tempo. As circunstâncias, vistas como um todo, testam a credulidade deste tribunal”.

Juan Merchan

Caso atual

O republicano é acusado de falsificar documentos comerciais para esconder um pagamento de 130 mil dólares, feito para a estrela pornô Stormy Daniels. O objetivo era que ela se mantivesse em silêncio nas eleições de 2016, sobre um encontro sexual com o político em 2006. 


Stormy Daniels em premiação de vídeos adultos (Foto: reprodução/Ethan Miller/Getty Images Embed)


Donald Trump nega o encontro e o pagamento, o pedido de adiantamento também visava evitar que as notícias influenciassem os jurados na sua decisão. O caso deve ser o único a ir a julgamento antes da eleição. 

Outros indiciamentos

Donald Trump também enfrenta outros casos de indiciamento, um na Georgia envolvendo o resultado da eleição de 2020, que perdeu para Joe Biden, onde o político tenta reverter o desfecho. Assim como, um processo federal de manuseio de documentos confidenciais após a saída do cargo, ambos os casos não têm datas para julgamento divulgadas ainda.


Donald Trump em discurso de campanha (Foto: reprodução/Al Drago/Bloomberg/Getty Images Embed)


O episódio da invasão do Capitólio, ocorrida em 2021, também está sendo analisado. Trump alega que teria imunidade por ser presidente do país na época, a Suprema Corte aceitou investigar e a audiência deve acontecer em 25 de abril. 

O candidato republicano se declara inocente de todos os processos e atualmente se prepara para enfrentar mais uma vez Joe Biden na corrida presidencial, as eleições dos Estados Unidos tem previsão para 5 de novembro. 

Fortuna de Trump cresce mais de US$ 5 bilhões com estreia da sua empresa de mídia

Nesta terça-feira (26), Donald Trump viu sua fortuna aumentar em mais de US$ 5 bilhões, à medida que as ações do Trump Media & Technology Group, responsável pela plataforma de mídia social Truth Social, iniciaram sua negociação na Nasdaq. No decorrer da tarde, os papéis da empresa registraram um aumento de aproximadamente 49,3%.


Empresa TMTG de Donald Trump (Reprodução/X)

De volta ao topo dos mais ricos

Este crescimento significativo reverte uma tendência notável na fortuna de Trump, que vinha declinando nos últimos anos à medida que diversos de seus ativos, como escritórios e imóveis comerciais, perdiam valor. Antes da votação dos acionistas, na semana passada, para aprovar o plano há muito adiado de tornar o TMTG público, a Forbes estimava a riqueza do ex-presidente em cerca de US$ 2,3 bilhões. Agora, com a valorização das ações, sua fortuna líquida está estimada em aproximadamente US$ 7,3 bilhões, colocando-o entre os 400 mais ricos do mundo, conforme o rastreador em tempo real da Forbes.

Incertezas sobre o acesso à nova riqueza

No entanto, permanece a incerteza sobre o real acesso de Trump a essa nova riqueza. Embora suas ações tenham valor bilionário no papel, ele está temporariamente impedido de vendê-las ou usá-las como garantia para empréstimos devido a um acordo de bloqueio que vigora por seis meses.

Não há garantia sobre a trajetória futura das ações após o fim do acordo de bloqueio. O estoque do TMTG tem sido volátil desde que a empresa concordou em se tornar pública, via fusão com uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC) em outubro de 2021. O desempenho das ações será crucial para determinar o potencial de Trump sacar parte ou a totalidade de suas ações, aliviando suas obrigações financeiras.

Se os acionistas mantiverem o valor das ações nos próximos seis meses, Trump poderá se beneficiar financeiramente. Entretanto, empresas que se tornam públicas por meio de fusões de SPAC tendem a ver seus preços das ações diminuírem após o início das negociações. Além disso, o Truth Social enfrenta uma competição acirrada de gigantes como Facebook e X, de Elon Musk (anteriormente Twitter), levantando dúvidas sobre seu desempenho futuro no mercado.

Donald Trump envia petição à Suprema Corte dos EUA em defesa a imunidade presidencial

Nesta terça-feira (19), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que agora disputa a presidência pelo Partido Republicano, enviou uma petição à Suprema Corte do país em defesa da “imunidade absoluta de processo criminal” de ex-presidentes por atos durante o mandato.

“O [cargo de] presidente não pode funcionar, e a própria Presidência não pode manter a sua independência vital, se o presidente enfrentar processo criminal por atos oficiais depois de deixar o cargo”, declara o ex-presidente no documento.

Após ter a tese rejeitada pelo Tribunal Federal dos EUA, Trump enviou a solicitação aos juízes da Suprema Corte responsáveis por julgar seu novo pedido de imunidade presidencial no caso em que é acusado de tentar alterar os resultados das eleições norte-americanas de 2020, que elegeram Joe Biden.

Acusações contra o ex-presidente


Donald Trump durante julgamento no Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York, em 4 de abril de 2023. (Foto: Reprodução/Timothy A. Clary / POOL / AFP).


A mesma defesa foi apresentada pelos advogados de Donald Trump nos processos criminais – denunciados pelo procurador Jack Smith – que acusam o ex-presidente de obstrução, retenção de informações, além de conspiração para fraudar as eleições e o direto de voto dos norte-americanos em 2020.

Há época, Donald Trump espalhou notícias falsas de que as eleições teriam sido fraudadas e, em busca de impedir a certificação do novo presidente, seus eleitores atacaram o Capitólio dos EUA no dia 6 de janeiro de 2021.

No entanto, em dezembro do ano passado a tese de imunidade presidencial foi desconsidera pela juíza distrital dos EUA, Tanya Chutkan. Em uma segunda tentativa, Trump levou a argumentação ao Tribunal de Apelações dos EUA, que também rejeitou por 3 a 0 contra. Agora, a tese será julgada pela Suprema Corte, em 25 de abril.

Suprema Corte suspende investigação

Em 28 de fevereiro, a Suprema Corte dos EUA decidiu que irá analisar o pedido de imunidade presidencial de Donald Trump, o que suspendeu temporariamente a investigação da acusação de fraude do ex-presidente.

O tribunal, que conta com maioria conservadora, com 5 à direita e 3 à esquerda, além do presidente, John Roberts, deverá ouvir os primeiros argumentos em abril e tomar a decisão final em junho. Caso a tese seja rejeitada, Trump deverá responder pelos processos criminais.