Trump critica democratas e pede fim da shutdown que atinge economia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu o fim imediato do shutdown e acusou os democratas de “destruir” a economia americana. A princípio, a declaração foi publicada neste sábado (8) em sua rede Truth Social, quando a paralisação do governo completou 39 dias, tornando-se a mais longa da história do país. 

Sobretudo, o republicano afirmou que a oposição “está vencendo” ao prejudicar a “grande e milagrosa” economia nacional. O impasse entre democratas e republicanos para aprovar o orçamento federal de 2026 começou em 1º de outubro e segue sem acordo.


Trump acusa democratas (Foto: reprodução/TruthSocial/@realDonaldTrump)


Paralisação recorde causa impacto econômico

Nesse sentido, a crise já afeta milhares de funcionários públicos, afastados ou trabalhando sem salário. Além disso, órgãos federais suspenderam a divulgação de indicadores econômicos, assim gerando incerteza no mercado e dificultando decisões sobre taxas de juros.

Durante o mesmo período, o setor aéreo vem enfrentando fortes incertezas. O secretário de Transportes, Sean Duffy, informou que, se o impasse continuar, até 20% dos voos poderão ser cancelados. Só na sexta-feira (7), mais de 700 voos foram suspensos e outros 5,3 mil sofreram atrasos, segundo o site FlightAware. “Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo”, declarou Duffy.


Companhias aéreas nos EUA começaram a cancelar voos à medida que a paralisação afeta (Foto: reprodução/David Ryder/Bloomberg/Getty Images Embed)


Críticas e tensões políticas crescem em Washington

Em publicações anteriores, Trump já havia criticado decisões judiciais que invalidaram parte das tarifas comerciais impostas durante seu governo. Segundo ele, reverter essas medidas ameaça a segurança nacional e enfraquece a indústria americana. O ex-presidente também defendeu ações mais rigorosas do Serviço de Imigração e acusou juízes “liberais” de atrapalharem a política de deportações.

Enquanto a disputa se arrasta, o Congresso enfrenta uma crescente pressão de empresários e sindicatos. Dessa forma, a Casa Branca tenta negociar um acordo orçamentário que encerre o shutdown antes que o impacto econômico se torne irreversível.

Banco Central barra avanço do Drex e põe o Real Digital em xeque

O Banco Central (BC) decidiu interromper o avanço do Drex, projeto que vinha sendo apresentado como a base do Real Digital. A decisão foi comunicada a representantes de bancos, fintechs e empresas de tecnologia durante uma reunião realizada nesta terça-feira (4). O BC informou que a infraestrutura baseada em blockchain será desativada e que o modelo técnico passará por revisão.

O Drex vinha sendo desenvolvido com o uso da Ethereum Virtual Machine (EVM) e do Hyperledger Besu, mas o formato foi considerado inseguro e de alto custo. Segundo fontes que participaram das fases piloto, a arquitetura não atendia aos padrões exigidos pelo BC. Agora, a instituição deve reavaliar o projeto a partir dos problemas de negócio antes de definir uma nova tecnologia.

Projeto em pausa

Criado há quatro anos, o Drex vinha sendo testado em etapas, com a colaboração de bancos, cooperativas e empresas de tecnologia. As duas primeiras fases reuniram nomes como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, BTG, Caixa, Microsoft, Google, Mastercard e Visa. Uma terceira etapa estava prevista antes da implantação, mas ainda não há nova data.


BC desligará a plataforma do Drex na próxima semana (Vídeo: reprodução/YouTube/BandNewsTV)


A paralisação oficializa sinais de que o projeto enfrentava impasses técnicos desde o fim da fase anterior. Especialistas avaliam que o movimento não significa o fim do Real Digital, e sim uma mudança de rota. O BC deve concentrar os próximos estudos no modelo de negócio e na interoperabilidade, em vez de priorizar a tecnologia.

Futuro incerto

O Drex havia sido apresentado como uma ferramenta capaz de modernizar o sistema financeiro e simplificar operações, como compras de imóveis, crédito rural e registros de cartório. Contudo, a partir de agora, o cronograma fica indefinido.

Com o desligamento da camada blockchain, o Banco Central sinaliza que a tecnologia será escolhida conforme as necessidades do mercado, e não como ponto de partida. A nova fase do projeto deve envolver diálogo mais amplo com o setor financeiro e foco em segurança, transparência e eficiência nas próximas etapas de desenvolvimento.

Senado dos EUA quer acabar com tarifas contra o Brasil

Nesta terça-feira (28), o Senado americano aprovou um projeto de lei para o fim das tarifas impostas ao Brasil. Contudo, a medida ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados e também pode ser vetada pelo presidente Donald Trump.

Votação apertada

O Senado dos Estados Unidos aprovou uma proposta para revogar as tarifas criadas por Donald Trump contra o Brasil. A votação terminou em 52 a 48, mostrando que alguns senadores republicanos decidiram contrariar o próprio presidente e se juntar aos democratas. A ideia é cancelar a “emergência nacional” que Trump declarou para justificar as tarifas, que aumentaram os custos de produtos brasileiros exportados para o mercado americano.

O senador democrata Tim Kaine, autor da proposta, disse que o Brasil não representa nenhuma ameaça aos Estados Unidos e que as tarifas foram uma decisão política, não econômica. Segundo ele, o decreto de emergência foi usado de forma exagerada e prejudicou tanto empresas brasileiras quanto americanas.


Senado dos EUA busca rever questão tarifária (Foto: reprodução/X/@roberta_bastoss)


Caneta de Trump decidirá os rumos

Apesar da vitória no Senado, o caminho ainda é longo. A Câmara dos Deputados dos EUA, que tem maioria republicana, precisa aprovar a medida — e muitos parlamentares não querem contrariar Trump. Mesmo que a resolução passe, o presidente pode vetar o texto, e o Senado não tem votos suficientes para reverter um veto.

Isso significa que, por enquanto, as tarifas continuam valendo. Mesmo assim, o resultado da votação já mostra uma mudança no clima político em Washington. Parte dos republicanos começa a questionar o uso de decretos de emergência para decidir sobre comércio exterior, algo que sempre foi criticado pelos democratas.

decisão do Senado americano é um passo importante, mas ainda não garante o fim das tarifas contra o Brasil. Tudo agora depende da Câmara dos Deputados e, principalmente, da caneta de Donald Trump, que continua tendo a palavra final nessa disputa comercial.

 

Donald Trump faz elogios a Lula após reunião

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (27) que o encontro com Lula transcorreu de forma bastante positiva, destacando o bom clima da conversa, embora não tenha confirmado a assinatura de um acordo imediato. Por outro lado, Lula demonstrou otimismo, dizendo acreditar que um tratado comercial entre Brasil e Estados Unidos deve ser concluído nas próximas semanas.

Durante suas declarações, Trump fez elogios ao chefe de Estado brasileiro, descrevendo-o como um líder enérgico e admirável, além de cumprimentá-lo pelo aniversário de 80 anos, celebrado no mesmo dia.

Encontro na Malásia

Os dois chefes de Estado mantiveram uma conversa de cerca de uma hora em Kuala Lumpur, capital da Malásia, naquele que foi o primeiro encontro presencial oficialmente agendado entre ambos. Durante a reunião, Donald Trump demonstrou surpresa com a idade de Lula, descrevendo-o como um homem cheio de energia e disposição. Em tom descontraído, Lula fez uma brincadeira mencionando a proximidade de seu aniversário, comentando que o americano poderia até “provar um pedaço de bolo”.


Encontro entre os presidentes (Vídeo: Reprodução/YouTube/Metrópoles)

Segundo o republicano, ainda é cedo para saber o que será definido, mas há interesse mútuo em avançar nas tratativas. Ele também indicou que está aberto a discutir novos entendimentos sobre as tarifas aplicadas ao Brasil, destacando que considera justa a política atual, mas que vê com bons olhos uma negociação futura.

A declaração ocorreu após a reunião bilateral que marcou o pontapé inicial das negociações entre Brasil e Estados Unidos, com o objetivo de encontrar uma solução para as tarifas de 50% impostas por Washington a produtos brasileiros.

Negociação pode render frutos

As tratativas comerciais entre Brasil e Estados Unidos começaram oficialmente nesta segunda-feira, um dia após o encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump. Uma delegação brasileira de alto escalão, composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, deverá viajar a Washington na próxima semana para dar continuidade às negociações.

Após a reunião, Lula manifestou confiança nos desdobramentos das conversas, afirmando que acredita na possibilidade de um entendimento satisfatório entre os dois países. O presidente brasileiro também mencionou que pretende manter contato direto com Trump sempre que considerar necessário durante o processo de diálogo.

Durante o encontro, os líderes também abordaram outros temas sensíveis da política internacional, entre eles a situação de Jair Bolsonaro, as relações com a China e a crise diplomática entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Do auge à queda: ouro desaba após sequência histórica de altas

Na segunda-feira (20), o ouro parecia imbatível. Encerrava o dia no topo de uma escalada impressionante, acima dos US$ 4.380, um marco que coroava meses de valorização e incertezas econômicas em mercados globais. Após 24 horas, o cenário virou completamente. Nesta terça-feira (21), o metal precioso registrou sua maior queda desde 2020, numa correção que pegou o mercado de surpresa e devolveu parte dos ganhos acumulados ao longo do ano.

O ouro vinha chamando atenção por todos os lados do mercado. Investidores e analistas não conseguiam tirar os olhos da escalada do metal, impulsionada por compras constantes de bancos centrais e movimentos especulativos. Enquanto isso, o cenário global se mostrava instável, entre tensões geopolíticas e sinais mistos da economia americana, fazendo do ouro um refúgio procurado. Nas últimas semanas, o metal parecia quase imbatível, com uma demanda que não dava trégua e alimentava expectativas cada vez maiores.

Realização de lucros leva ouro a forte correção

Nos terminais de negociação, o movimento foi rápido e intenso. O ouro à vista recuou 4,1%, cotado a US$ 4.178,23 (R$ 22.514,61), enquanto os contratos futuros para dezembro caíam 3,9%, a US$ 4.190,80 (R$ 22.582,41). Esse recuo foi suficiente para interromper uma sequência de recordes impulsionada pela expectativa de cortes nos juros americanos e pela corrida global por ativos de proteção.

Analistas atribuem o tombo a uma conjunção de fatores, incluindo a força do dólar, que avançou 0,4% no dia, e um repentino apetite por risco entre investidores. “Quando o mercado respira e busca ganhos em outros ativos, o ouro é o primeiro a sofrer”, comenta Jim Wyckoff, analista sênior da Kitco Metals.


Ouro tem maior queda após rali histórico (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoneyNews)

Do auge à cautela: ouro desacelera após alta histórica

A virada acontece em um momento delicado. O metal vinha acumulando alta de cerca de 60% em 2025, sustentado por tensões geopolíticas e compras consistentes de bancos centrais. Agora, com o dólar fortalecido e os olhares voltados para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, adiado para sexta-feira (24) devido à paralisação no país, o mercado adota uma postura de espera e maior cautela.

O que antes era euforia virou prudência. Nos bastidores, operadores falam em realização de lucros e ajuste natural após uma escalada rápida demais para ser sustentável. O ouro, que parecia invencível na véspera, lembra agora que até os portos mais seguros balançam quando o vento do mercado muda de direção de forma inesperada.

Presidente Trump celebra queda nos preços da carne nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou recentemente que um novo acordo comercial realizado por sua administração resultou em uma redução significativa nos preços da carne no país. “Estamos trabalhando com carne bovina, e acho que temos um acordo que vai reduzir o preço”, disse Trump, destacando que a negociação beneficia diretamente os consumidores americanos. A declaração foi feita em meio a discussões sobre inflação e custos de alimentação, temas que têm afetado o orçamento das famílias em todo o país.

Trump descreveu o acordo como quase uma “mágica”, enfatizando que a redução de preços era um objetivo difícil de alcançar diante do cenário econômico global. Ele ressaltou que a medida visa fortalecer a produção nacional de carne, incentivar o setor agrícola e melhorar a competitividade do mercado interno. A iniciativa surge em um momento em que o preço da carne tem sido motivo de preocupação para consumidores e para o governo.

Impacto econômico e resposta do setor

A redução nos preços da carne anunciada pelo governo Trump tem múltiplas implicações para a economia americana. Especialistas afirmam que a medida pode aliviar parte da pressão inflacionária enfrentada pelos consumidores, especialmente diante do aumento dos custos de alimentos e energia. Analistas do setor agrícola indicam que o acordo provavelmente envolve negociações de importação e exportação, cortes temporários em tarifas e incentivos a produtores locais, medidas que podem reduzir os preços finais nas prateleiras.

O presidente reforçou o tom da medida durante uma coletiva, afirmando: “Esse seria o único produto que diríamos estar um pouco acima do que queremos — talvez mais alto do que queremos — e isso também vai cair em breve. Fizemos algo, usamos nossa mágica”. A fala reforça a percepção de que a iniciativa é fruto de ação direta do governo, e não apenas uma tendência de mercado.

Produtores de carne, distribuidores e grandes redes de supermercados foram diretamente impactados pelo acordo. Alguns empresários celebraram a iniciativa, destacando que ela pode estimular o consumo e aumentar a demanda, mesmo que os lucros individuais sejam ligeiramente reduzidos devido à diminuição do preço de venda. Por outro lado, críticos alertam que a redução de preços deve ser monitorada para não comprometer a sustentabilidade do setor, especialmente para pequenos produtores que enfrentam custos elevados.

Além disso, a medida vem em um momento em que os preços da carne nos Estados Unidos estavam em alta, pressionados por custos de transporte, insumos agrícolas e eventos climáticos que afetaram a produção. Ao anunciar a redução, Trump buscou reforçar sua imagem como um presidente atento às necessidades do cidadão comum.


O presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Anna Moneymaker)

Repercussão política e social

A declaração do presidente Donald Trump sobre o acordo gerou repercussão política imediata. Para aliados, a medida é um acerto estratégico que demonstra capacidade de negociação e foco em resultados práticos. A queda nos preços pode ser usada como argumento em campanhas e discursos, reforçando a ideia de um governo que busca soluções tangíveis para os desafios econômicos do país.

Do ponto de vista social, a redução nos custos de alimentos tem impacto direto no orçamento das famílias americanas. Muitos consumidores enfrentam dificuldades para equilibrar gastos essenciais, e o preço da carne é um dos itens mais sensíveis em qualquer cesta básica. Com a redução anunciada, famílias de diferentes classes podem perceber uma melhora no poder de compra, ainda que gradual.

Especialistas em políticas públicas ressaltam, no entanto, que a medida não resolve completamente os problemas estruturais da economia, como a inflação de longo prazo e os custos de produção agrícola, mas representa uma iniciativa de alívio imediato para os consumidores. Além disso, a comunicação clara das medidas é essencial para que o público compreenda o alcance real do acordo, evitando expectativas irreais.

A queda nos preços da carne, conforme anunciada pelo presidente, demonstra uma ação governamental direta voltada para o consumidor, com impactos econômicos e políticos relevantes. Enquanto aliados comemoram e consumidores observam aliviados a diminuição dos custos, analistas continuam avaliando os efeitos a longo prazo sobre o setor agrícola, a sustentabilidade dos preços e a dinâmica do mercado. Independentemente disso, a iniciativa coloca os preços da carne na agenda nacional, destacando a importância de políticas públicas e negociações estratégicas em momentos de inflação e desafios econômicos globais.

Nobel de Economia 2025 reconhece estudos sobre inovação e crescimento sustentável

O Prêmio Nobel de Economia de 2025 foi concedido nesta segunda (13) aos pesquisadores, Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt, em reconhecimento aos seus estudos sobre o papel da inovação no crescimento econômico sustentável. Mokyr foi destacado por sua análise histórica que identifica condições essenciais para o progresso tecnológico, enquanto Aghion e Howitt contribuíram com a formulação da teoria do crescimento baseada no conceito de “destruição criativa” — que significa, o processo pelo qual inovações substituem antigas tecnologias ou práticas.

O projeto

Segundo a Academia Real das Ciências da Suécia, o trabalho desses pesquisadores evidencia que a inovação é essencial não apenas como um marco no progresso, mas também — e talvez sobretudo — como agente de transformação, que exige comunidades abertas a novas propostas e com organizações capazes de lidar com os desequilíbrios gerados.

A teoria de destruição criativa mostra que, embora novas tecnologias traga diversos avanços, elas também provocam descontinuidade: empresas ou setores que não acompanham as mudanças tendem a perder relevância ou desaparecer no mercado.


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Publicação sobre premiação do Prêmio Nobel de Economia (Foto: reprodução/Instagram/@NobelPrize)

Mokyr investigou registros históricos para diferenciar inovações práticas de avanços baseados em entendimento científico, apontando que ambos são importantes, mas que sem investigação, crença na ciência e capacidade de adquirir e distribuir novos conhecimentos, o progresso econômico sustentável fica comprometido.

Prêmio Nobel

O Nobel de Economia de 2025 reforça, assim, uma mensagem de extrema importância para a sociedade: o crescimento econômico moderno depende não só da descoberta de novas tecnologias, mas também de políticas, instituições e ambientes sociais que permitam que essas inovações floresçam, superem resistências e que sejam capazes de substituir modelos antigos com excelência e eficiência.

O anúncio da premiação foi feito pela Academia Real das Ciências da Suécia, e o valor do prêmio somou um total de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 6,4 milhões na cotação atual). Metade desse montante será destinada a Mokyr, principal pesquisador do projeto e a outra metade será dividida entre Aghion e Howitt que contribuíram juntamente com o ideal apresentado.

R$ 5 Mil de Isenção do IR: Benefício Social ou Perigo Econômico

O sistema tributário brasileiro passa por uma mudança significativa com a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para R$ 5.000. A medida entra em vigor imediatamente e beneficia milhões de contribuintes em todo o país, buscando estimular o consumo e promover justiça fiscal, mas também desperta preocupações sobre risco fiscal e estabilidade das contas públicas.

Especialistas destacam que o impacto real dependerá da forma como o governo e o Congresso irão gerenciar a compensação da renúncia fiscal e manter o equilíbrio das contas públicas.

Estímulo imediato à economia

Ao elevar o limite de isenção, milhões de brasileiros deixam de pagar IR, liberando recursos que antes seriam destinados ao fisco. Para um trabalhador com renda de R$ 5.000 por mês, isso equivale à cerca de R$ 4.000 anuais, um alívio significativo no orçamento familiar que pode ser destinado à alimentação, transporte, educação, saúde, pequenas melhorias domésticas, lazer e investimentos pessoais.

Esses recursos tendem a ser rapidamente injetados na economia, fortalecendo o comércio local e os serviços próximos às famílias beneficiadas. Ao aumentar o consumo, cresce a demanda por produtos e serviços, estimulando a produção e gerando empregos, criando um ciclo positivo de circulação de dinheiro. Em regiões menos desenvolvidas, o impacto pode ser ainda maior, beneficiando micro e pequenas empresas e incentivando o empreendedorismo local.

Sistema tributário brasileiro e justiça fiscal

O sistema tributário brasileiro, historicamente desigual, encontra na elevação da faixa de isenção do IRPF uma oportunidade de corrigir distorções e promover justiça fiscal. Ao reduzir a carga sobre quem tem menor capacidade de pagamento, a medida fortalece o princípio constitucional da capacidade contributiva, tornando a tributação mais proporcional: quem possui menor renda contribui menos, enquanto as camadas mais altas assumem parcela maior.

Ao aliviar a carga tributária sobre a renda média e baixa, a medida tende a gerar maior segurança econômica para essas famílias e incentiva decisões de gasto mais conscientes, incluindo investimentos pessoais estratégicos. Esse movimento contribui para o crescimento econômico de forma equilibrada e sustentável, ao mesmo tempo, em que ajuda a diminuir desigualdades regionais e sociais. O sistema tributário brasileiro mostra, dessa forma, potencial para promover justiça social de maneira efetiva.


Entenda o impacto da isenção do IR na sociedade (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Riscos fiscais e pressão inflacionária

Embora a medida seja justa e promova alívio imediato para milhões de contribuintes, seu custo estimado de cerca de R$ 26 bilhões por ano representa um desafio significativo para as contas públicas. Sem uma compensação eficaz, a renúncia fiscal pode gerar déficit, pressionar a dívida pública e comprometer a capacidade do governo de financiar políticas essenciais.

Para viabilizar a isenção, o governo pretende aumentar a tributação sobre lucros, dividendos e altas rendas, mas essa estratégia traz riscos adicionais:

  • Incerteza na arrecadação: receitas advindas do capital são voláteis e podem levar tempo para se concretizar, deixando lacunas imediatas no caixa federal.
  • Desestímulo a investimentos: uma tributação excessiva sobre dividendos e lucros pode reduzir a atratividade de investimentos, provocar saída de capitais e impactar negativamente a geração de empregos.

Além disso, caso a isenção do IR não seja acompanhada por um aumento proporcional na oferta de bens e serviços, pode ocorrer pressão inflacionária, reduzindo o efeito real da medida para os consumidores mais vulneráveis. Dessa forma, o impacto positivo da isenção precisa ser balanceado com rigoroso planejamento fiscal para evitar que o alívio imediato se transforme em instabilidade econômica futura.

Sustentabilidade e responsabilidade fiscal

Para que o benefício seja duradouro e impacte positivamente a economia, é essencial transparência na compensação da renúncia fiscal e disciplina rigorosa na gestão dos gastos públicos. Planejamento cuidadoso permitirá equilibrar estímulo ao consumo, controle da inflação e estabilidade das contas públicas, evitando que ganhos imediatos se percam no longo prazo.

Políticas complementares, como incentivo à produtividade, estímulo a investimentos e revisão de subsídios ineficientes, são fundamentais. O acompanhamento constante dos impactos permitirá ajustes rápidos, garantindo que a medida não se torne um peso para a dívida pública.

Caso essas condições não sejam atendidas, o alívio imediato para os trabalhadores, que hoje representa um ganho importante no bolso das famílias, pode se transformar em instabilidade econômica futura, prejudicando a confiança de investidores e o poder de compra da população. A sustentabilidade depende, portanto, de planejamento fiscal, controle de despesas e políticas públicas eficazes que ampliem benefícios sem comprometer a saúde econômica do país.

Japão afirma que acordo comercial com os EUA ainda não foi concluído

O principal negociador tarifário de Tóquio, Ryosei Akazawa, anunciou no sábado (6), para alguns jornalistas após retornar de uma negociação, que seu amplo acordo comercial com os Estados Unidos ainda não está fechado, uma vez que algumas medidas aguardadas pelo país asiático ainda não foram implementadas pelo governo americano.

De acordo com Akazawa, as ordens presidenciais relacionadas a produtos farmacêuticos e semicondutores ainda não foram emitidas por Washington, deixando questões – chave do acordo em aberto.

Negociações com os EUA continuam

Akazawa explicou, que embora já tenham sido emitidas ordens presidenciais sobre ajustes em tarifas, e também sobre automóveis e peças automotivas, “o país ainda não recebeu as ordens para garantir o status de nação mais favorecida para produtos farmacêuticos e semicondutores”, explicou Akazawa aos reportes após retornar de negociações em Washington. Ele ressaltou que, sem essas ordens, não é possível afirmar que o acordo esteja completamente resolvido.


Ryosei Akazawa ao lado de secretário dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


O ministro japonês afirmou que Tóquio continuará pressionando as autoridades americanas, para que as medidas restantes sejam adotadas. Ele destacou que o status de nação mais favorecida é essencial para os setores do país, especialmente farmacêutico e de semicondutores, que ainda não alcançaram as condições comerciais desejadas.

Análise econômica e diálogo com Washington

Além disso, Akazawa anunciou que o Japão analisará os efeitos das mudanças tarifárias impostas aos automóveis americanos. O estudo irá avaliar o impacto econômico das mudanças, bem como comparar a competitividade das condições comerciais japonesas contra outros países. Essa análise ajudará Tóquio a ajustar sua estratégia de negociação, e garantir que os interesses do setor industrial sejam protegidos.

O governo japonês enfatiza que, apesar de avanços em algumas áreas, o processo de negociação com os Estados Unidos continua delicado, e a conclusão plena do acordo depende da emissão das ordens presidenciais pendentes. A expectativa é de que Tóquio continue dialogando com Washington nas próximas semanas, buscando garantir que todos os setores estratégicos recebam tratamento adequado, levando em conta o acordo comercial bilateral.

Crescimento da economia brasileira desacelera, apesar de alta de 0,4%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,4% entre abril e junho de 2025 em relação ao trimestre anterior, atingindo R$ 3,2 trilhões em valores correntes, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No entanto, apesar do resultado positivo, o desempenho confirma uma desaceleração do crescimento econômico em comparação aos últimos anos.

Juros elevados impactam setores sensíveis e o PIB Brasil 2025

Também, a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explicou que a desaceleração do PIB está ligada à política monetária em vigor, marcada por juros elevados desde setembro de 2024. Segundo ela, setores que dependem mais de crédito, como a construção civil e a indústria de transformação, foram os mais afetados nesse cenário de restrição.

Em julho, o Copom manteve a taxa Selic em 15%, citando incertezas externas e os efeitos das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, cuja vigência completa começou em agosto. Consequentemente, os impactos dessas medidas só devem ser totalmente refletidos nos próximos trimestres.

Serviços e indústria sustentam crescimento

No segundo trimestre, os serviços cresceram 0,6%, enquanto a indústria avançou 0,5%. Já a agropecuária registrou uma pequena queda de 0,1%, enquanto o consumo das famílias teve alta de 0,5%, ajudando a sustentar a atividade econômica no período.

Nas exportações de bens e serviços houve alta de 0,7%, e as importações diminuíram 2,9% em relação ao trimestre anterior. Assim, o desempenho do comércio exterior ajudou a sustentar, ainda que de forma limitada, o PIB do período.

Perspectivas do PIB Brasil 2025 para os próximos trimestres

Analistas mantêm projeção de crescimento anual próximo de 2,5%, porém com leve viés de baixa devido à desaceleração do segundo trimestre. Para Natalie Victal, economista-chefe da Sul América Investimentos, os resultados ajudam a afastar avaliações mais pessimistas e sustentam uma projeção favorável para 2025.

Dessa forma, o terceiro trimestre deve apresentar ritmo mais fraco, especialmente em setores cíclicos como construção, indústria e comércio, que são mais sensíveis à elevação das taxas de juros.


Governo projeta PIB com leve viés de baixa após resultado do 2º trimestre (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil Money)

Agropecuária e indústria extrativa sustentam desempenho anual

Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB avançou 2,2%, impulsionado pela alta da agropecuária (10,1%) e das indústrias extrativas (8,7%). Além disso, no acumulado do semestre, a economia cresceu 2,5%, e em doze meses, 3,2%.

O crescimento do setor agrícola é explicado por safras recordes de milho e soja, enquanto a valorização das commodities brasileiras reforça o desempenho do setor externo. O consumo das famílias segue exercendo papel central no crescimento econômico, ainda que o cenário mostre sinais de desaceleração.

Desempenho por setor no 2º trimestre de 2025

Indústria

  • Indústrias extrativas: +5,4%
  • Eletricidade, água e gestão de resíduos: -2,7%
  • Indústrias de transformação: -0,5%
  • Construção: -0,2%

Serviços

  • Atividades financeiras e de seguros: +2,1%
  • Informação e comunicação: +1,2%
  • Transporte e armazenamento: +1,0%
  • Outras atividades de serviços: +0,7%
  • Atividades imobiliárias: +0,3%
  • Comércio: 0%
  • Administração pública, saúde e educação: -0,4%

Avaliação de especialistas

Rodolfo Margato, economista da XP, avaliou que o desempenho do PIB superou levemente as projeções do mercado. Ainda assim, ele destacou sinais de enfraquecimento da demanda interna, embora o consumo das famílias demonstre resiliência.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, reforça que setores cíclicos continuam pressionados pela taxa de juros elevada, principalmente construção, indústria e comércio. Assim, a XP mantém a projeção de crescimento de 2,2% para 2025 e estima 1,6% para 2026.