Cidade temporária deverá ser construída em Porto Alegre para abrigar vítimas das chuvas

Com o objetivo de oferecer um lar provisório para os gaúchos que perderam a moradia na tragédia climática que vem assolando o sul do país, a prefeitura de Porto Alegre está planejando construir uma cidade improvisada. Nesta terça-feira (14), a discussão ainda estava em âmbito interno, em processo de avaliação municipal e sem detalhes definidos. Não há previsão de quando a proposta deverá ser colocada em prática.

De sambódromo a abrigo

Um dos bairros que não foram atingidos pelas enchentes é o de Porto Seco. Seria uma ótima opção para esse projeto. O Complexo Cultural Porto Seco, sambódromo da cidade, fica parado o restante do ano após o carnaval.


Carnaval 2024 – Complexo Cultural Porto Seco em Porto Alegre RS (Foto: reprodução/instagran/@ricardogomes.poa)

Porto Seco está localizado ao norte da capital do Rio Grande do Sul, e é um bairro muito carente. O Complexo Cultural teria que ser ajustado, pois sua estrutura está danificada pelas constantes depredações.

A ideia da gestão municipal é instalar umas 5 mil barracas no Complexo, atendendo a cerca de 10 mil pessoas. A segurança do espaço ficaria por conta das Forças Armadas. Para isso, o Presidente da República teria que decretar a GLO (Garantia da Lei de Ordem). Essa missão é de competência única e exclusiva dele.

Esforços do município, estado e União

O projeto municipal dos espaços temporários deverá ser pauta de reuniões com autoridades estaduais e com a comitiva presidencial, que deverá estar em Porto Alegre na próxima quarta-feira.

Além do Complexo Cultural, existem outros terrenos de posse do estado e da União que podem ser usados para instalação dessas cidades provisórias, como é o caso de uma área utilizada pela Trensurb.

De acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil no início da noite, o estado do Rio Grande do Sul está com 149 pessoas mortas, 112 desaparecidas e 806 feridas. Cerca de 2.124.553 pessoas foram afetadas, 538.245 estão desalojadas e 79.494 foram para abrigos. As equipes resgataram 76.483 pessoas e 11.002 animais.

“Brincadeira de mau gosto”, Grêmio desaprova reunião da CBF

Antônio Brum, vice de futebol do Grêmio, se revoltou com o anúncio do “Conselho Técnico Extraordinário” convocado pela CBF. O dirigente usou as redes sociais para mostrar seu descontentamento com o encontro marcado pela confederação, para o dia 27, onde a paralisação do Campeonato Brasileiro certamente seria discutida.

Conselho Técnico Extraordinário

No domingo (12), a CBF convocou uma reunião emergencial do Conselho Técnico da Série A. A entidade diz que aguarda um retorno dos presidentes dos clubes, para tomar decisões como o adiamento de algumas rodadas do Brasileirão. Juventude, Grêmio e Internacional encabeçam a lista dos clubes que pediram a pausa de todos os jogos por até três rodadas do Brasileirão. Já o Ministério do Esporte, pediu a imediata paralisação do campeonato, por tempo indeterminado.


Vice presidente de futebol do Grêmio desabafa no “X” (Foto: reprodução/tweeter/@antoniobrum10)

A reunião será exatamente quando se encerra o adiamento dos jogos das equipes gaúchas devido às enchentes que afligem o Rio Grande do Sul. 

Antônio Brum mostrou toda a sua indignação contra a medida da CBF.

 – “Discutir a paralisação do Brasileirão no dia 27/05? Que tipo de brincadeira de mau gosto é essa, CBF? Vocês realmente não entenderam o que estamos passando por aqui!” – desabafou o vice de futebol, no X, antigo Twitter, na noite de domingo (13).

Os prós e os contras dos clubes

Como determinado pela entidade máxima do futebol, os clubes gaúchos voltariam a jogar logo após o dia 27, prazo dado pela CBF, de 20 dias, que vale para todas as competições masculinas e femininas de futebol, bem como suas divisões e é justamente a mesma data do conselho técnico.

Existem posições contrárias às demais agremiações sobre a ideia. Athletico-PR e Atlético-MG declaram todo seu apoio aos gaúchos pela pausa do campeonato. Por outro lado, Flamengo e Palmeiras já mostraram que querem a continuidade da competição

Cidades-esponja: modelo mostra como evitar enchentes de maneira natural

As chamadas cidades-esponjas são áreas urbanas idealizadas com estratégias para absorver um grande volume de água. Criado pelo arquiteto chinês Kongjian Yu, o conceito inovador pode ser aplicado em cidades para evitar tragédias como as enchentes do Rio Grande do Sul. 

As mudanças climáticas exigem que países invistam em formas de prevenção desses grandes eventos climáticos. Kongjian Yu é consultor do governo chinês e já projetou mais de 70 cidades nesse estilo que se tornaram fortes o suficiente para receber grandes quantidades de chuva.

Kongjian Yu compartilhou ao Fantástico, da Globo, no programa exibido neste domingo (12), que a inspiração para o modelo veio a partir das observações de Kongjian Yu na vila onde viveu por 17 anos como agricultor. O local possui um rio e o ensinou como “trabalhar com a natureza”.

A vila está em uma área de monções, ou seja, não para de chover durante o verão. Quando se mudou para a cidade, o arquiteto percebeu os problemas urbanos e por que ocorrem tantas enchentes. 

Os centros urbanos são em sua maior parte concretados, o que dificulta o escoamento natural da água das chuvas e sua infiltração no solo.

Quando os níveis de chuva são maiores que o normal, as cidades não possuem formas eficientes de drenar tantos volumes de água e são tomadas por enchentes. A tentativa de canalizar a água rapidamente para longe em linhas retas não é tão eficaz. 



O conceito das cidades-esponja entende que a água pode ser regulada através da própria natureza. O modelo inovador aplica técnicas naturais que facilitam a absorção da água nas cidades para impedir que elas inundem.

Ao Fantástico, Kongjian Yu explicou três estratégias que aplica em todos os seus projetos de cidades-esponja que absorvem a água de maneira natural. 



Reter a água da chuva

A primeira medida é reter a água assim que ela cai do céu, em uma reserva como um sistema de açudes para que o rio principal não receba toda a água. Precisam haver grandes áreas permeáveis, porosas e não pavimentadas, que facilite a absorção da água no solo para que siga seu curso natural de filtragem.

Diminuir a velocidade dos rios 

Yu disse ao Fantástico que ao desacelerar a água, o solo tem a oportunidade de absorvê-la. Nos modelos de cidades-esponja, a vegetação é utilizada como meio de desacelerar a água em um sistema de lagos. Já nas cidades no modelo industrial, os rios são canalizados com concreto, o que aumenta a velocidade da água. 

Adaptar as cidades para ter áreas alagáveis 

As cidades-esponja são desenhadas para ter áreas alagáveis, como um local para onde a água possa escorrer sem causar uma destruição pelo caminho. A água fica armazenada em estruturas naturais alagáveis. Assim a água pode ser contida até ser absorvida sem invadir as construções e prejudicar moradores locais.

Tratamento preventivo contra a leptospirose começa no RS

As consequências das enchentes que devastam o Rio Grande do Sul estão em todos os âmbitos da sociedade e são a longo prazo. Além da perda de moradias e de bens materiais, surge também a preocupação sobre a saúde física e emociona das pessoas. No momento, a principal linha de frente é a prevenção com a leptospirose.

Sobre a doença

A leptospirose é uma doença infecciosa, febril, aguda, transmitida pela bactéria Leptospira, presente na urina de animais infectados através da água, solo e alimentos, principalmente dos ratos. A contaminação se dá pela mucosa e por pequenos ferimentos. Todas essas condições, infelizmente, presentes nas regiões afetadas do estado gaúcho.

Os sintomas da doença são febres altas, dor de cabeça, sangramentos, calafrios, vômitos e olhos vermelhos. Após o começo dos sintomas, é indicado um exame laboratorial de sangue, porém a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) recomenda o começo da quimioprofilaxia após alguns dos sintomas, como a dor na região lombar e na panturrilha, e após contato com essas áreas de risco trinta dias antes do começo dos sintomas, pois assim o sistema de saúde consegue atender um número maior de infectados na fase inicial. Os principais medicamentos para a doença são antibióticos, como doxiciclina e azitromicina, porém a profilaxia não garante que não haja contaminação, uma vez que ela precisa ser administrada por um período de pelo menos sete dias e sem novos contatos com áreas contaminadas, mas diminui as chances. Segundo a repórter Gabriela Plentz, da Gazeta Zero Hora, os medicamento citados já se encontram em falta na maioria das redes de farmácias gaúchas.



Orientações dos órgãos de saúde

Essa orientação se estende aos municípios não afetados, uma vez que muitos se hospedaram em casas de parentes e amigos e podem estar contaminados. O órgão governamental também pede ampla divulgação dos sintomas e quem teve contato com as águas e lama das enchentes procure uma unidade de saúde. Essas são orientadas a seguir com o procedimento não só para leptospirose, mas também diagnósticos diferenciais para doenças respiratórias, infecções de trato urinário, diarreias agudas, hepatites A e sepse.

O tratamento de profilaxia e também das doenças decorrentes das águas contaminadas, do cuidado com os feridos serão a longo prazo. Além das questões emocionais dessa grande tragédia não só natural, mas principalmente humanitária.

Enchentes no Afeganistão tem números elevados de vítimas, segundo relatório da ONU

A região do Afeganistão está sofrendo com chuvas sazonais com índices pluviométricos acima da média para o mês de abril. Segundo o relatório das unidade da ONU que trabalham na área, o número de mortos decorrente das enchentes chegam a mais de trezentos.

O norte afegão é a área mais afetada

As províncias ao norte do país foram as mais impactadas pelas enchentes das últimas semanas, principalmente Baghlan e na vizinha Takhar, segundo os meios de comunicação oficiais foram cerca de 20 mortos. Zabihullah Mujahid, porta-voz do governo Talibã definiu como “extensa devastação” e também pontou sobre as perdas financeiras em seu perfil no X ( nome atual da rede social Twitter). Também falou dos esforços estatais para socorro das vítimas.


Criança afegã tira lama de sua casa Foto: AFP

Medidas do governo Talibã

Neste sábado ( dia 11), o Ministério da defesa emitiu um comunicado sobra a ação da força aérea nessas regiões para retirada de sobreviventes, resgate de pessoas em áreas inundadas e transporte de feridos. Em abril, o relatório de vítimas contava com 70 mortes causadas pelas chuvas, além dos estragos em construções contabilizando cerca de 2000 casas, quatro escolas e três mesquitas danificadas pela ação das enchentes.

A necessidade de ajuda imediata e medidas preventivas

As mudanças climáticas mundiais acendem um alerta para áreas com condições mais precárias e de guerra como o Oriente Médio. O relator especial da ONU, Richard Bennett, disse também na rede social X que a situação atual é um lembrete claro que o governo talibã não está preparado o suficiente para enfrentar tragédias naturais como a atual.

Também apontou a necessidade de ajuda imediata às vítimas e planejamento a longo prazo para essas ocorrências, não só por parte do governo estabelecido como também de intervenientes internacionais. O programa mundial de alimentos já trabalha na área com a distribuição de alimentos para a população afetada.

Gisele Bündchen pede ajuda internacional para o Rio Grande do Sul e se emociona

Diante das tragédias vividas pelo o estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias, a modelo e ativista ambiental Gisele Bündchen usou seu Instagram na última quarta-feira (08), para fazer um apelo emocionado por ajuda internacional para a região atingida.

A modelo usou suas redes sociais para compartilhar um vídeo, em inglês, com informações sobre a situação crítica enfrentada pelo seu estado natal: “Meu estado natal, no Rio Grande do Sul, no Brasil, teve a pior tragédia de sua história. Fortes chuvas inundaram cidades inteiras. Na maior parte do estado, não é uma ou duas cidades, são mais de 350 cidades afetadas’’, iniciou ela.


Gisele pede ajuda para a comunidade internacional (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Gisele é natural do Rio Grande do Sul e tem demonstrado um compromisso duradouro com questões ambientais e sociais há tempos, ela explica no vídeo que as pessoas não estão apenas enfrentando a perda de suas casas e empregos, mas estão vendo tudo desaparecer diante de seus olhos, com muitos ainda precisando de socorro. ‘’Ninguém estava preparado para a magnitude dessa devastação. Cidades estão agora isoladas, com estradas e pontes completamente destruídas’‘’, acrescentou a modelo.

‘’As pessoas estão sem eletricidade e água potável para beber. Muitas foram separadas de seus entes queridos. E o mais doloroso é a perda de tantas vidas’’, disse Bündchen emocionada. Ela destacou a urgência de assistência para ajudar as comunidades atingidas a se recuperarem desses desastres e reconstruírem suas vidas, explicando ser uma situação devastadora, que parte o coração. Finalizando, a modelo pediu: ”Por favor, junte-se a mim na tentativa de ajudar. Faça doações e ajude da maneira que puder”.

Apoiaram

Nos comentários, tanto brasileiros quanto estrangeiros expressaram gratidão e solidariedade à modelo. ‘’Sua voz é gigante! Que ela chegue em cada vez mais pessoas’’, comentou um seguidor.

Por fim, Gisele também compartilhou uma reflexão poderosa: “Ninguém pode ajudar todo mundo, mas todo mundo pode ajudar alguém“. 

Mais ajuda

Gisele também disponibilizou um link para aqueles que desejam fazer doações para ajudar o estado. A modelo já vinha documentando em suas redes sociais a devastação nas cidades gaúchas devido às chuvas extremas.

Casos de abusos em abrigos provocam medidas de segurança

Mesmo enquanto o Rio Grande do Sul está envolto pelo caos provocado a partir das inundações, crimes voltados às mulheres não cessam e causam pânico em abrigos, especialmente aqueles que ainda não possuem recursos para segurança completa. Casos de abuso sexual, assédio e violência já foram relatados em abrigos de Porto Alegre e Região Metropolitana.  

Luta pela segurança

Desde a criação de abrigos para as pessoas diretamente afetadas pela inundação ocorrente no estado do Rio Grande do Sul, se tem notícias de casos de violência e tumulto. Em primeiro momento, estes, eram apenas casos de furtos e assaltos com um ou outro tumulto generalizado, entretanto, desde o crescimento do salvamento de desabrigados e aumento de mulheres e crianças em espaços de acolhimento voluntário, crimes quanto a violência sexual se tornaram gradativos. 

De acordo com a CNN, que teve acesso exclusivo a alguns desses abrigos, colchões dispostos com roupa de cama são diferenciados apenas por um urso de pelúcia para as crianças, mostrando assim a fraca configuração de espaço. Segundo o jornal, divulgações do local da casa ou de imagens do abrigo não foram permitidas pelas voluntárias por medo do local se tornar alvo para criminosos. O espaço que fica na Região Metropolitana é mais um dos vários que já relataram casos do tipo e fizeram o possível para aumentar a segurança com outros próprios voluntários e solicitando a presença de autoridades de segurança pública. 

Nesta quinta-feira (09), em encontro com o Ministério Público do Estado, representantes da Prefeitura e do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a deputada estadual, Delegada Nadina (PSDB), levantou como tópico de urgência a criação de abrigos exclusivos para mulheres e crianças na capital. Segundo a deputada, tais instituições irão buscar locais em Porto Alegre durante os próximos dias com o intento de montar um espaço provisório para mulheres ao menos nos próximos três dias. O Ministério das Mulheres declarou em nota que a ministra recebeu denúncias na noite de terça-feira (07) e desde o dia seguinte montou uma força de trabalho interno no sentido de arquitetar medidas bem como para manter o diálogo com representantes da sociedade civil lá no estado gaúcho. 

Segundo a pasta, desde as denúncias, forças policiais do Rio Grande do Sul informaram ter aumentado a segurança nos abrigos. É percebido que casos como esses são condicionados ao fato de muitas crianças estarem sozinhas, devido às muitas separações de famílias ocorridas nas enchentes. A fragilidade e vulnerabilidade das mulheres também é um explícito fator que caminha conjuntamente com o extenso número de lotação em abrigos, fazendo assim muitos casos passarem despercebido. O Ministério das Mulheres está organizando a ida da ministra ao estado e assim como uma equipe para ficar no local, entre outras ações. 

Como ajudar o Rio Grande do Sul

Devido a catástrofe ambiental que assolou o estado gaúcho, muitos recursos estão em falta como roupas, alimentos, água potável, medicamentos, produtos de higiene pessoal, calçados e cobertores. Com isso, o governo do estado do RS e instituições na linha de frente de acolhimentos voluntários, divulgaram formas de ajudar: 


Pontos de doação para gaúchos (foto: reprodução/ Igo Estrela/ Metrópoles)


Força Aérea Brasileira (FAB): três bases destinadas a doações para a população gaúcha

  • Base Aérea de Brasília

           Endereço:  Área Militar do Aeroporto Internacional de Brasília

           Horário: 8h às 18h

  • Base Aérea de São Paulo

Endereço: Portão G1 – Av. Monteiro Lobato, 6.365 – Guarulhos – SP ou Portão G3 (Acesso pelo Aeroporto)

Horário: 8h às 18h

  • Base Aérea do Galeão

Endereço: Estrada do Galeão S/N

Horário: 8h às 18h

Senado Federal: arrecadação de cobertores

O material arrecadado será encaminhado ao Rio Grande do Sul pela Força Aérea Brasileira (FAB). 

Governo Federal autoriza importação de arroz para recompor estoques no RS

O Governo Federal, em resposta às recentes enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, principal estado produtor de arroz do país, tomou medidas emergenciais para garantir o abastecimento interno do grão.

Medida Provisória para Importação Emergencial

Publicada em edição extra do Diário Oficial, uma Medida Provisória autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar até 1 milhão de toneladas de arroz em caráter excepcional. Essa ação visa a recomposição dos estoques públicos e será realizada por meio de leilões públicos, a preço de mercado.

Os estoques importados serão preferencialmente destinados à venda para pequenos varejistas das regiões atingidas pelas enchentes, buscando mitigar os impactos da tragédia sobre a população local.

A Conab, empresa estatal responsável por auxiliar o governo federal nas políticas agrícolas, terá a missão de definir a quantidade de arroz a ser adquirida, assim como os limites e condições da venda do produto. Além disso, será responsável por estabelecer as localidades de entrega do arroz importado.

Enchente Rio Grande do Sul (Foto: Reprodução/Carlos Fabal/Getty Images Embed)


Declaração do Presidente e do Ministro da Agricultura

O presidente Lula já havia indicado a possibilidade de importação de arroz durante uma entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), destacando a necessidade de equilibrar a produção e garantir preços acessíveis à população. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, confirmou a liberação para a compra de 1 milhão de toneladas do grão, indicando que a importação se dará preferencialmente de produtores do Mercosul.

A decisão de importação é motivada por preocupações com a oferta do cereal, exacerbadas pelos efeitos das enchentes no Sul do Brasil. Diversos fatores, como a redução na produção estimada, a destruição de estoques e as dificuldades de transporte, contribuem para a instabilidade no abastecimento interno.

A situação no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da demanda nacional de arroz, pode impactar todo o Brasil, tornando crucial a intervenção governamental para evitar desabastecimento e oscilações excessivas nos preços.

Em meio às adversidades causadas pelas enchentes, a importação emergencial de arroz surge como uma medida necessária para garantir a segurança alimentar da população e estabilizar o mercado nacional do cereal.

Governo Federal anuncia antecipação do Bolsa Família e Auxílio Gás a beneficiados do Rio Grande do Sul

O Governo Federal anunciou nesta quinta-feira (09) a antecipação do Bolsa Família, Auxílio Gás e restituição do imposto de renda para moradores do estado como medidas para auxiliar o Rio Grande do Sul após enchentes. A catástrofe já causou 107 mortes e atingiu mais de 1,4 milhões de pessoas.

O anúncio das medidas foi realizado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante uma cerimônia que também contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além de outros ministros. 

Uma das ações promove a antecipação dos pagamentos do mês de maio aos beneficiários dos programas Bolsa Família e Auxílio Gás que moram no Rio Grande do Sul. A ação pretende beneficiar 583 mil famílias do estado.

O plano também prevê a facilitação de crédito para famílias, empresas e pequenos agricultores do Rio Grande do Sul, além de descontos em juros de empréstimos feitos em programas rurais, que incluem o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O impacto previsto pela equipe econômica é de R$ 7,69 bilhões nos cofres do governo federal.    

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, explicou que três medidas provisórias (MP), usadas em casos de urgência, devem ser publicadas pelo governo para promover os primeiros anúncios desses auxílios. Uma das medidas será para tratar do dinheiro que será repassado aos fundos garantidores, outra MP será sobre o dinheiro destinado aos ministérios e a terceira para compra de arroz. A previsão é que as medidas tenham um impacto orçamentário no total de R$ 50,945 bilhões. 

As medidas pretendem atender, além de beneficiários de programas sociais, trabalhadores assalariados, empresas, produtores rurais e o próprio estado. 

Outras ações para auxiliar o Rio Grande do Sul


Rio Grande do Sul é tomado por enchentes. (Foto:Reprodução/Instagram/@governo_rs/@GustavoMansur)


Serão liberados aos trabalhadores assalariados do estado duas parcelas adicionais do seguro-desemprego para quem já recebia antes do decreto de estado de calamidade nos territórios. Aproximadamente 705 mil trabalhadores com carteira assinada terão acesso à antecipação do calendário de abono salarial. 

Para empresas, haverá a prorrogação do prazo de recolhimento de impostos federais e do Simples Nacional, por no mínimo três meses. Também serão dispensadas a apresentação de certidão negativa de débitos da empresa para a permissão de empréstimos em bancos públicos.

Já para o estado e municípios afetados pela enchente, será disponibilizado o aporte de R$ 200 milhões para que projetos de reconstrução de infraestrutura e reequilíbrio econômico sejam financiados por bancos públicos. Operações de crédito com aval da União também serão realizadas. 

Fernando Haddad declarou que outras medidas devem ser formuladas em um próximo momento. Nós não estamos esperando baixarem as águas para agir, estamos tomando todas as providências para estarmos preparados para enfrentar o problema assim que a realidade do Rio Grande do Sul permitir. Então é muito importante esse trabalho prévio, sem ele as coisas não vão acontecer”, afirmou o ministro.

ONU declara que tragédia no RS é consequência das mudanças climáticas

Nesta quarta-feira (08), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, se pronunciou sobre a tragédia que o Rio Grande do Sul vem enfrentando devido às fortes chuvas e às enchentes. 

Guterres destacou que o acontecimento é consequência direta das mudanças climáticas que o mundo vem enfrentando por conta do desmatamento e da emissão de gases no ar, além disso, informou que a organização deseja ajudar o Brasil se for solicitado. 

A declaração

A nota foi divulgada pelo porta-voz do secretário, Stéphane Dujarric, onde ele lamenta todas as mortes e danos causados na região e presta solidariedade às famílias atingidas e ao povo brasileiro. 

Guterres ao comentar sobre as inundações, evidenciou que isto é uma ação provocada pelo efeito do clima do planeta que vem apresentando instabilidades desde o ano passado, e que um desastre nesse nível poderia ser evitado com mudanças. 


António Guterres discursando na ONU (foto: reprodução/Unric/ONU)


“Catástrofes como esta são um lembrete dos efeitos devastadores da crise climática nas vidas e nos meios de subsistência”.

António Guterres, secretário-geral da ONU

O secretário também declarou que a equipe da ONU estará a postos para ajudar os municípios gaúchos se o governo protocolar um pedido a organização. Ele termina a nota fazendo um apelo para que as nações internacionais comecem a conter com mais afinco os efeitos das mudanças climáticas para que outra tragédia não se repita. 

Atualizações do RS

A Defesa Civil lançou um novo pronunciamento sobre a situação atual do estado gaúcho, o número de cidades atingidas subiu para 85%, o que equivale a 425 municípios. Somente 72 cidades não apresentaram problemas devido ao clima, e cerca de 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pela catástrofe.


Voluntários e exército resgatando pessoas e animais (foto: reprodução/Instagram/@bbcbrasil)


O número de mortes subiu para 107, com 374 feridos e 136 desaparecidos. Segundo dados divulgados pelo governo do Rio Grande do Sul, as chuvas podem piorar e causar novos problemas. Uma frente fria deve chegar no sábado (11) e afetar as áreas do centro-sul e norte do estado, já no domingo (12), todo o estado deve enfrentar novos temporais com alto volume de chuvas e novos estragos. É recomendado que a população não fique em áreas de risco e siga as orientações da defesa civil.