Metanol: riscos, diferenças químicas e impactos à saúde

O metanol é um tipo de álcool semelhante ao etanol, presente nas bebidas alcoólicas comuns, mas com estrutura química distinta e efeitos devastadores. Enquanto o etanol possui dois átomos de carbono, o metanol tem apenas um, o que altera completamente a forma como o corpo humano o metaboliza. Esse detalhe torna a substância extremamente tóxica e insegura para consumo humano, ainda que seja incolor, inflamável e com odor parecido ao do álcool etílico.

Casos recentes de intoxicação

No Brasil, episódios recentes de envenenamento por metanol chamaram a atenção, resultando em mortes e sequelas graves. Situações semelhantes foram registradas em outros países, como no Laos, onde turistas australianas e europeus perderam a vida após consumir bebidas adulteradas. Esses casos reforçam a gravidade do risco, já que pequenas quantidades podem causar danos irreversíveis. O envenenamento não é tão raro e está frequentemente ligado à adulteração deliberada de bebidas.

O etanol, ao ser metabolizado, gera acetato, substância utilizada pelo corpo para produzir energia. Já o metanol se transforma primeiro em formaldeído e depois em ácido fórmico, altamente nocivo. Esse ácido envenena as mitocôndrias, responsáveis pela energia das células, levando a complicações como acidose metabólica. Entre os sintomas estão náuseas, dor abdominal, perda de consciência e até falência respiratória. A retina, altamente sensível, pode ser afetada, resultando em cegueira permanente.

Apesar da gravidade, a morte não é inevitável quando a ingestão é pequena e o atendimento é rápido. O tratamento inclui suporte intensivo, como ventilação mecânica, e pode envolver medicamentos como o fomepizol, que bloqueia a formação do ácido tóxico. Em casos mais severos, a diálise é empregada para remover o metanol e seus metabólitos do organismo. No entanto, mesmo com intervenção médica, sequelas visuais graves ainda podem ocorrer.


Casos de intoxicação por Metanol (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)


Presença em bebidas adulteradas

O metanol pode estar presente em bebidas destiladas ou fermentadas de maneira inadequada. Em alguns casos, é adicionado ilegalmente para aumentar o teor alcoólico, tornando-se ainda mais perigoso. Métodos tradicionais de produção de cervejas e vinhos de frutas também podem gerar quantidades tóxicas, dependendo dos ingredientes e processos. Autoridades de saúde recomendam cautela ao consumir bebidas artesanais em regiões onde a fiscalização é frágil.

Para reduzir riscos, especialistas sugerem consumir apenas bebidas de estabelecimentos confiáveis e evitar produtos de origem caseira ou duvidosa. O governo australiano, por exemplo, alerta turistas a preferirem marcas conhecidas e a manterem cuidado especial com coquetéis preparados em locais não licenciados. A prática de experimentar bebidas locais pode parecer atraente, mas envolve riscos reais quando há possibilidade de contaminação com metanol.


Recomendação do Ministério da Justiça busca minimizar os casos (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)


Os casos de intoxicação revelam um problema global que ultrapassa fronteiras. De tragédias no sudeste asiático a episódios recentes no Brasil, o consumo acidental de metanol continua a representar ameaça significativa. O desafio está tanto na fiscalização da produção quanto na conscientização dos consumidores. Mais do que nunca, a informação é essencial para prevenir novas vítimas e reforçar que, ao contrário do etanol, o metanol não deve jamais ser ingerido.

Autoridades suspeitam que morte de Gene Hackman tenha sido causada por envenenamento

Nesta quarta-feira (26), o ator Gene Hackman, de 95 anos, e a esposa, Betsy Arakawa, de 63, foram encontrados sem vida na casa onde residiam, no estado do Novo México, nos Estados Unidos. O incidente já está sendo investigado, mas o que a família e a polícia acreditam é que ocorreu o envenenamento acidental por inalação de monóxido de carbono.

Investigação do caso

O Gabinete do Xerife do Condado de Santa Fé disse que encontraram Hackman, sua esposa e um cachorro mortos na tarde de quarta-feira, durante uma verificação de bem-estar solicitada por um vizinho.

Em comunicado, foi informado que os corpos só foram identificados oficialmente às 00h30 desta quinta-feira (27). Segundo autoridades: “Não há suspeita de crime como fator nessas mortes neste momento, mas a causa exata ainda não foi determinada”.

Em entrevista dada à Fox nesta quinta, o patologista forense Michael M. Baden, relatou que o casal pode ter sido vítima de uma falha quase imperceptível, como um carro deixado ligado em uma garagem fechada ou um defeito no aquecedor. O profissional explica que processo ocorre silenciosamente, fazendo com que as vítimas não percebam a situação.

Embora a causa oficial dos óbitos ainda não tenha sido confirmada, a filha do ator, Elizabeth Jean Hackman, disse que a família também suspeita da intoxicação acidental por gases.

O xerife Adan Mendoza confirmou que equipes foram chamadas ao local para avaliar e eliminar riscos durante a busca na casa, que, até onde se tem conhecimento, não possuía histórico de problemas com vazamentos.


Gene Hackman em cena do filme “Operação França” (Foto: reprodução/IMDb)

Trajetória de Gene Hackman

Eugene Allan Hackman nasceu em 1930, na Califórnia, e iniciou sua carreira de ator na década de 1960.

Tendo participado de diversos projetos nos anos 70, recebeu sua primeira indicação ao Oscar em 1970, por sua atuação no filme “Meu Pai, Um Estranho” (1970).

Ao longo de sua carreira, foi indicado ao Oscar cinco vezes e conquistou dois prêmios por seus papéis em “Operação França” (1971) e “Os Imperdoáveis” (1992), além de três Globos de Ouro.

Sua última atuação foi em 2004, no filme “Bem-vindo a Mooseport”. Após as gravações, ele se afastou do cinema para viver com sua esposa em Novo México.

O ator se casou duas vezes e teve três filhos. Hackman se casou com a pianista Betsy Arakawa em 1991, e vivia com ela desde então.

Mulher é presa por triplo homicídio após dar bolo envenenado para a família

Uma mulher teve sua prisão temporária decretada neste domingo (5), por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente. A mulher é acusada de dar um bolo envenenado com arsênio para a sua família, o caso aconteceu em Torres, no Rio Grande do Sul.

Segundo informações, a mulher é nora de Zeli dos Anjos, de 60 anos, que foi quem preparou o bolo. A sogra ainda segue internada na UTI em estado estável.


Torres, cidade do Rio Grande do Sul (Foto/Reprodução/Worldpackers)

O caso

O episódio trágico aconteceu no dia 23 de dezembro do ano passado. A família se reuniu para um lanche da tarde quando todos começaram a passar mal, apenas uma delas não comeu o bolo. Zeli dos Anjos foi quem preparou o alimento e levou para a casa da família. Na ocasião, Zeli também começou a passar mal e precisou ser hospitalizada.

Três pessoas da família vieram a óbito: Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59 anos, irmãs de Zeli, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos, filha de Neuza.


Bolo envenenado (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Entre as vítimas também está um menino de 10 anos que precisou ser internado às pressas na UTI, mas já recebeu alta da Terapia Intensiva e segue em observação. O quadro da criança é considerado regular.

O marido de Neuza foi o único que não comeu o bolo e não apresentou nenhum sintoma, já o marido de Maida consumiu o alimento e precisou ser hospitalizado mas já teve alta.

A investigação

Após coletar amostras de sangue, a Polícia Civil confirmou a presença de arsênio na corrente sanguínea das vítimas, uma substância altamente tóxica.


Análises detectaram presença de arsênio no sangue das vítimas (Foto: reprodução/Shutterstock)

A polícia não revelou detalhes da identidade da suspeita. A mulher já foi conduzida para o Presídio Estadual Feminino de Torres. De acordo com informações, ela a sogra possuem algumas desavenças antigas, o que pode ter motivado o crime bárbaro.