Terremoto em Lima, no Peru, deixa morto, feridos e causa danos em hospitais e escolas

No domingo, um terremoto de 6,1 de magnitude atingiu o Peru na região de Lima. Uma pessoa morreu, 36 ficaram feridas e houve deslizamentos de terra. Também houve danos em hospitais e escolas, segundo o Centro de Operações de Emergência Nacional (COEN).

Quando começou o terremoto?

O tremor começou às 11h35 no horário local (13h35 em Brasília) e teve seu epicentro a cerca de 30 km a sudoeste de Callao, cidade próxima a Lima, segundo o Centro Sismológico Nacional. A Polícia Nacional confirmou que a queda de um muro esmagou um homem de 36 anos dentro do carro onde ele estava, no distrito de Independência, em Lima. O COEN também registrou 36 pessoas feridas na cidade.

A presidente Dina Boluarte pediu calma à população e afirmou que não há alerta de tsunami para a costa do país. O terremoto interrompeu temporariamente o jogo de futebol entre Sporting Cristal e Deportivo Garcilaso, pelo torneio Abertura.

O Peru, com 34 milhões de habitantes, fica no chamado Cinturão de Fogo do Pacífico, uma região com muita atividade sísmica que vai da costa oeste das Américas até o leste da Ásia.

Nessas áreas, acontece a maior atividade sísmica do mundo. No Peru, a população sente pelo menos cem terremotos a cada ano. O último terremoto forte foi na região do Amazonas, em novembro de 2021, com magnitude 7,5. Deixou 12 pessoas feridas e destruiu mais de 70 casas. Em 1970, o Peru sofreu um dos terremotos mais mortais dos últimos 100 anos, que matou 67 mil pessoas na região de Áncash, no centro-norte do país.


Terremoto durante a partida entre Sporting Cristal e Deportivo Garcilaso (Vídeo: reprodução/X/@pasefiltradodope)

Como acontece um terremoto?

Um terremoto acontece quando há um movimento repentino nas placas tectônicas da Terra. Essas placas são grandes blocos de rocha que formam a crosta terrestre e estão em constante movimento. Às vezes, elas ficam presas entre si por causa do atrito. Quando a pressão acumulada é muito grande, elas se soltam de repente, liberando uma enorme quantidade de energia. Essa energia se espalha pelo solo em forma de ondas sísmicas, fazendo o chão tremer.

A Escala Richter, criada em 1935 pelo sismólogo Charles Richter, é usada para medir a força de um terremoto. Essa escala mede a magnitude do tremor, ou seja, a quantidade de energia liberada. Ela é logarítmica, o que significa que, a cada número inteiro a mais, o terremoto é cerca de 10 vezes mais forte em amplitude das ondas sísmicas.

Tremores com magnitude menor que 3,0 geralmente não são sentidos. Já os entre 3,0 e 4,0 podem ser percebidos, mas quase nunca causam danos. De 4,0 a 5,0, já podem balançar objetos e assustar pessoas. De 5,0 a 6,0, causam danos leves a moderados, especialmente em construções mais frágeis.

Brasileira comenta sobre terror após terremoto na Turquia

Uma brasileira relatou nesta quarta-feira, (23) a sensação de um terremoto na cidade de Istambul, na Turquia. A publicitária Mayara Luiz Lyra, moradora de Natal, na capital do Rio Grande do Norte, relatou que presenciou um terremoto de magnitude 6,2 que chacoalhou prédios em Istambul.

Mayara, que veio ao país eurasiático a trabalho e aproveitar um momento para turismo, percebeu ao redor que os prédios do local começaram a se movimentar. Ressaltou também que aquelas construções e móveis mais antigos começaram a desabar e ruíram.

Terremoto causa pânico em Istambul, na Turquia. (vídeo: reprodução/X/Reuters)

Relato local

A brasileira comentou:

Nós saímos para fazer um tour aqui pela cidade, viemos aqui nas ruas coloridas e quando a gente estava naquela na escadaria colorida, a gente sentiu a terra tremer e literalmente os prédios balançarem e ruírem. Alguns prédios mais antigos chegaram a ruir. Foi rápido. A gente desceu correndo aqui e procurou um parque, que é um lugar aberto”.

O terremoto que teve uma magnitude de 6,2 ocorreu a profundidade 10 km abaixo do solo. A cidade de Istambul está a 6 horas a frente do fuso horário brasileiro, sendo 15:14 na cidade turca e 9:14 no Brasil.

Histórico de sismos

A Turquia já possui um longo histórico de problemas com abalos sísmicos em boa parte das regiões do país. Em 2023, o país que fica localizado na península da Anatólia registrou um dos terremotos mais mortíferos em toda a sua história, com 50 783 mortos e 107 204 feridos no sul da Turquia e no norte da Síria.

As placas tectônicas na qual a Turquia está localizada, correspondem a ficar situadas entre a placa eurasiática e a placa africana, é através do movimento destas placas que é gerado os abalos no território turco. Além disso, existem problemas geográficos que potencializam determinados abalos, como a Falha Oriental da Anatólia, uma área que vai do noroeste até o sudeste da Turquia.

Terremotos pegam de surpresa cidades no Afeganistão, Paquistão e Índia

Segundo o Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo (EMSC), um terremoto de magnitude 5,6 atingiu a a região de Hindu Kush, no Afeganistão, no início da manhã desta quarta-feira (16), no horário local.

A princípio, o EMSC havia medido a magnitude do tremor em 6,4 na Escala Richter, mas posteriormente revisou a medição. 

Outras regiões afetadas

Além do Afeganistão, o terremoto foi sentido ao longo da manhã em Islamabade, partes ao norte do Paquistão e ao norte da Índia, incluindo Déli, com magnitude de 5,9, de acordo com o Departamento Meteorológico do Paquistão (PMD). 


Os tremores foram sentidos em regiões do Afeganistão e da Índia (Reprodução/X/@Shubash_LiveS)

De acordo com dados coletados pelo EMSC, o tremor aconteceu a uma profundidade de 121 km e o epicentro foi a 164 km a leste de Baghlan, ao norte do Afeganistão, com uma população de aproximadamente 108 mil habitantes. 

Segundo a The Indian Express, o terremoto seguiu uma série de tremores nos últimos dias, no Centro-Sul da Ásia, que causam preocupação por causa de movimentos tectônicos na região, incluindo um terremoto de magnitude 5,6 no sul das Filipinas, também nesta quarta-feira (16), sem relatos imediatos de danos e vítimas fatais.

Uma série recente de três tremores aconteceu no Tajiquistão em um período de dois dias. No último domingo (13), a região há havia sofrido dois terremotos, o primeiro com 6,1 de magnitude e o segundo, com 3,9. Os tremores de domingo ocorreram a 10 km de profundidade. 

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o tremor nas Filipinas ocorreu próximo à costa da ilha Mindanao, a uma profundidade de 30 km. O Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia identificou que o epicentro ficou a aproximadamente 43 km a sudoeste de Maitum, que é uma região remota, montanhosa e pouco povoada. 

No Paquistão, a área mais afetada foi a região montanhosa de Hanai. A ausência de estradas pavimentadas e o corte de energia dificultam os resgates. 

Impacto no Afeganistão

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA), o Afeganistão continua altamente suscetível a desastres naturais, que incluem enchentes sazonais, deslizamentos de terra e terremotos.

Esses terremotos frequentes causam prejuízo às comunidades mais vulneráveis, que já estão lidando com décadas de conflito e subdesenvolvimento e há pouca resiliência para lidar com os múltiplos choques simultâneos. O país tem uma história de terremotos potentes, e a cadeia montanhosa de Hindu Kush é uma área geologicamente ativa onde os tremores acontecem todo ano, segundo a Cruz Vermelha. 

O Afeganistão está assentado sobre inúmeras falhas geológicas entre as placas tectônicas Eurasiana e da Ìndia, com uma falha que também percorre todo o trecho ao longo de Herat, a terceira cidade mais populosa do país. 


Agência de notícias WION divulga as primeiras informações do terremoto (Reprodução/YouTube/WION)

De acordo com a agência de notícias WION, há registro de, pelo menos, 20 mortos e mais de 200 feridos até o momento, considerando os primeiros registros oficiais no Afeganistão e Paquistão. Uma mulher e seis crianças encontram-se entre as vítimas fatais. 

Não há registros de fatalidades na Índia até o momento. 

Terremoto acima de 5 na Escala Richter atinge norte do Chile

Um terremoto de magnitude 5,6 na escala Richter abalou nesta terça-feira (25) a região de Tarapacá, no Chile, segundo informações do Centro Sismológico Euro-Mediterrânico (EMSC). O epicentro aconteceu a 131 quilômetros de profundidade, o que suavizou o tremor. Até o momento, não há nenhum registro de mortos ou feridos. 

Segundo o site chileno de notícias T13, um abalo sísmico de magnitude 5,5 aconteceu a 22 quilômetros ao norte de Pica, na mesma região. Em minutos antes, outro tremor foi registrado em Calama. 


O Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres mantém a população informada sobre os riscos (Foto: reprodução/X/@Senapred)

O site destaca que o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) analisou os índices que mostravam as mesmas características necessárias para causar um tsunami na costa do Chile. Entretanto, descartou o perigo de tsunami para toda a região.

Segundo a Volcano Discovery, a princípio, um terremoto de 5,9 aconteceu às 19h55 na hora local, a 73 quilômetros de Pozo Almonte, no Chile, de acordo com o EMSC. O tremor atingiu a profundidade de 90 km abaixo do epicentro próximo a Pozo Almonte, Província del Tamarugal, em Tarapacá, no início da noite desta terça-feira (25). 

A magnitude exata, epicentro e profundidade do tremor são sempre revisados por sismólogos, refinando dados e cálculos, à medida que outras agências também publicam seus relatórios. Baseados em dados sísmicos preliminares, o tremor foi provavelmente sentido na área do epicentro, sem expectativa de maiores danos. 

Em Mamiña, localizada a 25 km do epicentro, Pica, a 36 km, Pozo Almonte, a 73 km de distância, e Huara, a 77 km, o terremoto deve ter sido sentido como um leve tremor. 

Em atualizações posteriores, a Volcano Discovery afirmou que o terremoto teve magnitude 5,4 e aconteceu a 101 km de Alto Hospicio, Iquique, Tarapacá, no Chile, às 19h55 (horário de Santiago). O tremor alcançou a profundidade de 99 km e foi amplamente sentido em toda a região. 


Na segunda-feira (24), outro tremor de terra já havia atingido o local (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Abalos sísmicos e terremotos

De acordo com o Centro Sismológico Nacional (CSN), diferente de um sismo, um tremor ou terremoto é um processo de geração de ondas elásticas e sua propagação no interior da terra. Ao chegar na superfície do planeta, as ondas provocam movimento e vibração do solo.

O termo “terremoto” é utilizado para se referir a um sismo que causa danos estruturais. É fácil se confundir, já que os dois conceitos estão relacionados, porém magnitude e intensidade não são termos equivalentes.

A magnitude é a medida do tamanho de um tremor que tem relação com a quantidade de energia liberada em forma de ondas elásticas, sendo um valor único para cada evento sísmico. Por outro lado, a intensidade mede os efeitos de um determinado evento em pessoas, animais, estruturas e terrenos. 

No mesmo dia, o site de monitoramento Earthquake List registrou 11 tremores entre 2,7 e 5,4 de magnitude na região. 

Tremores de magnitude até 5,4 na escala Richter causam danos menores, como o risco de danos estruturais em prédios e outras construções. 

Frequência de terremotos na região

O Chile é um país que sofre constantes ocorrências de terremotos. Em 1960, o país registrou o maior terremoto, na cidade de Valdívia, um tremor de magnitude 9,5 na Escala Richter, cujo valor máximo é 10. Em abril de 2014, um novo terremoto atingiu a cidade de Iquique, ao norte do território chileno.

De acordo com o site Earthquake List, um total de 10.226 terremotos com magnitude de 4 pontos na escala Richter, ou acima, atingiram cerca de 300 km do território chileno nos últimos 10 anos. Estes números levam a uma média de 1.022 terremotos por ano, ou 85 por mês. Aproximadamente, um terremoto atingirá regiões próximas ao Chile a cada oito horas. 

Um número relativamente alto de terremotos ocorreram no Chile em 2015. Um total de 1.851 terremotos com magnitude acima de 4 foram detectados dentro de um raio de 300 km próximo ao Chile naquele ano. O mais forte atingiu 8,3. 

Segundo o site Brasil Escola, o Chile situa-se em uma zona de encontro entre duas placas tectônicas, a de Nazca e a Sul-Americana. As placas estão em movimentos opostos e se chocam e, por essa razão, provocam os terremotos, ondas de vulcanismos e a formação de toda a cadeia montanhosa na costa oeste da América do Sul. 

Os pontos de encontro entre as duas placas liberam energia e elas se reacomodam e propiciam a ocorrência de abalos sísmicos. A Placa Sul-Americana, que é mais leve, desliza sobre a Nazca, que é mais pesada. Por causa da resistência das rochas, o movimento trava e a energia produzida se acumula nessa zona de travamento até o ponto das rochas não conseguirem mais contê-la, quando então a energia é liberada na forma de terremotos. 

Quanto maior a força de movimentação das placas e quanto maior o tempo de tensão, maior a quantidade de energia acumulada e, por isso, mais intensos os terremotos.