Bolsonaristas e lulistas divergem sobre papel de Flávio Bolsonaro na corrida presidencial

Pesquisa do instituto Genial/Quaest divulgada neste domingo (21) indica que 49% dos brasileiros acreditam que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manterá sua candidatura à Presidência da República até o pleito de 2026. Outros 38% avaliam que a pré-campanha é usada como instrumento de negociação política do grupo liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto 13% não souberam ou não responderam.

O levantamento mostra diferenças relevantes entre os segmentos do eleitorado. Entre eleitores que se identificam como bolsonaristas, 81% acreditam que Flávio seguirá candidato até o fim do processo eleitoral, enquanto 12% veem a pré-candidatura como estratégia de negociação. Outros 7% não responderam. Já entre os eleitores identificados com o lulismo, 57% acreditam que o senador usará a candidatura para negociar, e 32% afirmam que ele será candidato em 2026.

Entre os eleitores que se declaram independentes, o cenário é dividido: 46% acreditam que Flávio Bolsonaro será candidato até o fim, enquanto 37% avaliam que a pré-campanha tem caráter negociador. Outros 17% não souberam ou não responderam. A pesquisa ouviu 2.004 eleitores entre os dias 11 e 14 de dezembro, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Flávio aposta em cultos evangélicos na pré-campanha

Sem alianças regionais consolidadas em parte do país, especialmente no Nordeste, Flávio Bolsonaro tem utilizado cultos evangélicos como estratégia para se apresentar ao eleitorado nesta fase inicial da pré-campanha presidencial. A avaliação de aliados é que os eventos religiosos funcionam como alternativa à ausência de palanques políticos formais em algumas regiões.


Bolsonaristas e lulistas divergem sobre papel de Flávio Bolsonaro na corrida presidencial (Foto: reprodução/Instagram/@infomoney)


Segundo pessoas próximas ao senador, a estratégia busca ampliar o conhecimento do público sobre seu perfil político, diferenciando sua atuação da do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira (22), Flávio participa de um grande culto aberto ao público em Vitória, no Espírito Santo, organizado pelo senador Magno Malta (PL-ES), em um estado onde ainda não há articulação suficiente para a montagem de um palanque político estruturado.

Nomes de seu ministério serão divulgados em breve

Flávio Bolsonaro afirmou, em encontros recentes com empresários e investidores, que pretende anunciar parte dos nomes de um eventual ministério ainda durante a campanha presidencial de 2026, com prioridade para a área econômica. A proposta foi apresentada em reuniões realizadas em São Paulo, incluindo um almoço na sede do banco UBS e um encontro com representantes do mercado.

Segundo relatos de participantes, o senador defendeu a antecipação dos nomes como forma de dar previsibilidade ao programa econômico. Flávio citou como referência a campanha de 2018, quando Jair Bolsonaro anunciou Paulo Guedes como ministro da Economia, e afirmou que dará autonomia à equipe econômica caso seja eleito.

Crise na família Bolsonaro e rompimento de aliança com Ciro Gomes

O anúncio de suspender a aliança com o politico Ciro Gomes (PSDB) à candidatura ao governo do Ceará ocorreu nesta terça-feira (2), após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal, com o objetivo de encerrar a crise entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A suspensão do apoio foi confirmada por Bolsonaro durante o encontro com Flávio, reforçando o distanciamento político em relação ao atual pré-candidato. Com isso, o Partido Liberal (PL) deverá iniciar a busca por um novo nome para representar a sigla nas eleições estaduais, abrindo espaço para novas articulações internas e possíveis realinhamentos estratégicos.


Família Bolsonaro em protesto na Paulista, 2025 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Essa decisão foi concluída após crise interna entre a família Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-Rio) disse ter informado a seu pai, Jair Bolsonaro, que pediu desculpas a Michelle após chamá-la de “autoritária” por se opor à aliança no Ceará.

Conflitos internos

A semana de prisões de Bolsonaro foi muito conturbada e cheia de acontecimentos. Ele foi levado para cumprir pena preventiva dia 22 de novembro de 2025 e, após 3 dias, tornou-se definitiva a pena de 27 anos e 3 meses de prisão. Desde então, a família tem enfrentado brigas por protagonismo politico. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) juntaram-se em críticas direcionadas a Michelle Bolsonaro por tentar interferir na costura do palanque no Ceará.

Ainda mais, foi afirmado pelo deputado André Fernandes, que no fim de outubro Jair Bolsonaro havia dado aval ao apoio do PL à candidatura de Ciro ao governo do Ceará. Michelle, presidente do PL Mulher, criticou duramente os aliados que cogitam apoiar Ciro. Ela classificou como inaceitável formar uma aliança com alguém que se posiciona contra o “maior líder da direita”.

Eleições 2026

Essas alianças não são infundadas, já que no ano de 2026 teremos eleições a partir do mês de outubro, e é desde já que partidos escolhem seus candidatos e aliados. As eleições 2026 irão eleger deputados federais, deputados estaduais, dois senadores, governadores e claro, o cargo de presidente da república.


Um homem anda em uma rua na cidade de São Paulo nas eleições de 2024 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Uma pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta terça-feira (02) revela que o atual presidente, Lula (PT) é o candidato favorito dos brasileiros para o cargo de presidente nas eleições de 2026. Os canditados pré-escolhidos para representar a direita atual foram: o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e os membros da família Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL).

Contudo, os reais candidatos dos partidos não foram divulgados, visto que ainda estamos no final do ano de 2024, porém, analisando trabalhos atuais desses políticos, é possível observar um desejo de participar dessas eleições que estão por vir.

Eduardo Bolsonaro encerra licença e pode perder mandato por ausência na Câmara

A licença de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na Câmara dos Deputados termina neste domingo (20), após 120 dias fora do Brasil. O parlamentar corre o risco de perder o mandato por descumprir o regimento interno da Casa.

O filho do ex-presidente deve apresentar justificativas válidas para suas ausências, já que a Câmara exige presença mínima nas sessões ordinárias.

Desde fevereiro, Eduardo vive nos Estados Unidos e o anúncio da licença veio em março. Anteriormente, o STF tornou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado. Contudo, embora não seja formalmente investigado no mesmo processo, o deputado tem sido alvo das críticas das instituições brasileiras.

Investigação e moradia nos EUA

Eduardo Bolsonaro é alvo de apuração da Procuradoria-Geral da República (PGR) por possível obstrução de justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A PGR afirma que o parlamentar promoveu ataques às instituições brasileiras enquanto estava nos EUA.

Além disso, o parlamentar ignorou as solicitações da Polícia Federal para prestar esclarecimentos. A omissão compromete o andamento das investigações. 


Eduardo Bolsonaro questiona ficar nos EUA ou voltar ao Brasil (Vídeo: reprodução/Instagram/@bolsonarosp)


Ainda assim, Eduardo pensa em promover mudanças no regimento da Câmara. Ele propõe ampliar a possibilidade de licenças consecutivas ou permitir que parlamentares permaneçam no exterior por tempo indeterminado.

Repercussões políticas e impacto nas relações internacionais

A licença do deputado também ganhou visibilidade internacional. Após o presidente Donald Trump anunciar um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, membros do governo atribuíram a medida a articulações de Eduardo e Jair Bolsonaro. A oposição acusou o ex-presidente do Brasil e seu filho de contribuírem para o agravamento das relações comerciais entre Brasil e EUA.

Nesse ínterim, Eduardo reforçou a tensão ao apoiar Trump nas redes sociais e pedir sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Analistas apontam que a estratégia tenta pressionar o STF e enfraquecer a atuação do ministro, responsável por inquéritos que envolvem aliados do bolsonarismo.

No cenário político, cresce a pressão para que o deputado preste contas à Câmara. Eduardo Bolsonaro foi o terceiro mais votado em São Paulo em 2022 e agora vê seu futuro político ameaçado por sua ausência prolongada.