BAFTA 2025: Filme brasileiro avança, mas Fernanda Torres fica de fora

O BAFTA (British Academy Film Awards), premiação popularmente chamada de “Oscar britânico”, revelou os pré-indicados de sua edição de 2025 nesta sexta-feira (3). O Brasil garantiu presença com o filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, que está entre os dez pré-selecionados na categoria de Filme em Língua Estrangeira. A produção agora disputa uma das cinco vagas na lista final, que será divulgada em breve.

“Ainda Estou Aqui” é destaque na categoria de filmes estrangeiros

O longa de 2024 brasileiro concorre com títulos de peso, como Tudo Que Imaginamos Como Luz, A Menina com a Agulha e Kneecap – Música e Liberdade. A inclusão de Ainda Estou Aqui reforça a relevância do cinema nacional em premiações internacionais, mas o anúncio trouxe uma ausência sentida: Fernanda Torres, que tinha sua atuação destacada como uma possível aposta, não conseguiu garantir um lugar entre as pré-indicadas na categoria de Melhor Atriz.


Bafta anuncia o filme “Ainda Estou aqui” na lista de pré-indicados da premiação (Foto: reprodução/Instagram/@altitudefilmuk)


Outras apostas brasileiras e expectativa para o Globo de Ouro

Apesar da ausência de Torres, o Brasil aparece em outras categorias da premiação. O longa Guerra Civil, filme que conta com Wagner Moura no elenco, integra a lista de pré-indicados em categorias técnicas importantes, como Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhores Efeitos Visuais, além de disputar Melhor Filme Britânico.

A presença de Moura reforça a participação brasileira em produções de destaque no cenário internacional.

Enquanto isso, a torcida por Fernanda Torres não diminuiu. A atriz concorre ao Globo de Ouro neste domingo (5) na categoria de Melhor Atriz, ao lado de estrelas como Angelina Jolie e Kate Winslet.

Com a atuação em Ainda Estou Aqui, ela é considerada pela revista Variety como uma das favoritas ao prêmio, o que pode trazer ao Brasil um momento de celebração em outra importante cerimônia do cinema mundial.


”Ainda Estou Aqui” é introduzido em lista de pré-indicados ao Oscar

Na tarde desta terça-feira (17), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, principal representante pelos indicados ao Oscar, divulgou a lista ”shortlist”, com os pré-eleitos à tão desejada estatueta. 

“Ainda Estou Aqui”, primeira produção original da plataforma de streaming da Rede Globo, aparece entre as quinze produções selecionadas para concorrer na categoria “Melhor Filme Internacional”. Estrelado por Selton Mello e Fernanda Torres, o filme é a única produção presente da América Latina.

A última vez que o Brasil foi citado na seleção da categoria foi em 2008, com a película “O ano em que meus pais saíram de férias”, no entanto, o filme não passou para a final.


”Ainda estou aqui” selecionada em lista pré-oscar (Foto: reprodução/X/@eixopolitico)

Produção de sucesso 

Destacando-se pela grande produção e roteiro de sucesso, o longa-metragem brasileiro segue na disputa, conquistando grandes premiações ao redor do mundo. Na semana passada, o filme foi indicado ao Globo de Ouro, por “Melhor Filme de Língua Não Inglesa”. 

Uma das maiores premiações do cenário cinematográfico, o Globo de Ouro, é considerado um parâmetro para os futuros ganhadores do Oscar, que acontece em fevereiro de 2025. A atriz Fernanda Torres também está na disputa da premiação, na categoria “Melhor Atriz de Drama”. O filme também foi premiado no Festival de Veneza e conquistou o prêmio de ”Melhor Filme em Língua Estrangeira”, no New Mexico Critics Awards.

Sobre o filme 

Adaptado da obra de Marcelo Rubens Paiva, o longa “Ainda Estou Aqui” conta a história de Eunice Paiva, mãe de Marcelo. Na trama, Eunice viveu a violência do regime militar após da prisão e sumiço do marido, o deputado Rubens Paiva, vivido por Selton Melo.

A produção ainda conta com passagem dos anos, quando mostra o momento em que Eunice descobre o diagnóstico de Alzheimer, e um dia de sua vida, com a doença.

Filme “Ainda Estou Aqui” conquista maior bilheteria nacional

Segundo a ComScore, o filme “Ainda Estou Aqui” se tornou a maior bilheteria entre as produções nacionais nos cinemas brasileiros pós-pandemia. Superando no último final de semana a marca dos R$ 47,5 milhões em bilheterias.

 O filme “Ainda Estou Aqui”, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, continua em cartaz nos cinemas brasileiros e vale lembrar que o longa alcançou em menos de um mês de exibição a marca de dois milhões de espectadores.

Batendo recordes

A megaprodução brasileira já ultrapassou o filme “Wicked”, protagonizado por Ariana Grande. Somente no período entre 21 e 24 de novembro, o filme brasileiro ultrapassou 1,7 milhão de espectadores, tornando o filme dirigido por Walter Salles como o de maior público para o cinema brasileiro. Antes, essa posição pertencia ao filme “Central do Brasil”, que somando seu lançamento inicial e seus relançamentos posteriores, conseguiu reunir 1,6 mi de espectadores entre 1998 e 1999.


Divulgação do recorde crescente de espectadores do longa (Vídeo: reprodução/Instagram/@sonypicturesbr/@videofilmes_produtora/@conspiracaofilmes/@globoplay/@seltonmello/@oficialfernandatorres)


Sobre o longa

A obra é baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, que carrega o mesmo nome “Ainda Estou Aqui”, e narra a história de vida da mãe do autor. Dona Eunice é uma mãe de cinco filhos e será interpretada por duas atrizes de peso no cinema nacional: Fernanda Torres, que aparecerá durante a maioria das cenas, e Fernanda Montenegro, que encarna a personagem nos momentos finais. 

A história narra o desaparecimento em 1971 de Rubens Paiva, marido de Eunice, interpretado por Selton Mello, um engenheiro e ex-deputado que foi levado por agentes militares para depor durante o período da ditadura. Agora ela terá que lidar com a perda e seguirá se dedicando aos estudos, se tornando uma advogada e especialista em direitos indígenas. 


Cenas de “Ainda Estou Aqui” (Vídeo: reprodução/Instagram/@sonypicturesbr/@omelete/@daniela_thomas_/@seltonmello/@oficialfernandatorres)


Com Fernanda Torres no papel de uma mulher que se recusa a ser vista como vítima da ditadura e que busca proteger os filhos da dor, ela exerce o papel com maestria, em uma atuação contida, porém cheia de emoção.