Governo estuda planos de ajuda a setores afetados por tarifaço

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, concedeu entrevista à CBN nesta segunda-feira (21), onde falou sobre estudos do governo para ajudar setores que forem mais afetados pelo tarifaço imposto pelos EUA, e também sobre a possibilidade da Lei da Reciprocidade ser colocada em prática.

A tarifa imposta pelos EUA é de 50% e tem previsão para entrar em prazo dia 1 de agosto. Haddad informou que o governo está disposto a negociar a tarifa, mas até o momento não há movimentações por parte do governo americano para que ocorram negociações. O ministro ainda ressaltou que pode não haver resposta até o início de agosto. Em paralelo, o governo avalia a adoção de instrumentos de apoio a setores que forem mais afetados e estuda a possibilidade de retaliação econômica, dentro da Lei da Reciprocidade, aprovada pelo presidente Congresso Nacional.

Planos de apoio e exportações

Em sua fala, Haddad declarou que o governo está trabalhando com uma série de cenários de contingência, onde não necessariamente irá acontecer um impacto fiscal caso haja a implementação das medidas. Ele confirmou que elas dependem do presidente Lula e podem incluir uma combinação de diferentes instrumentos de política econômica que impactem pouco as contas públicas. 

Além disso, neste cenário há uma preocupação com as exportações do Brasil para os EUA. Com o tarifaço, as exportações ficariam defasadas, portanto, o ministro defende que o governo vai redirecionar parte das exportações a outros mercados, embora reconheça que isso levaria tempo e que nem todas as empresas iriam conseguir realizar essa realocação. Por fim, ele informou que a equipe econômica irá apresentar ao presidente Lula os possíveis impactos do tarifaço sobre o PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação, ainda nesta semana.


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião do G20 (Foto: reprodução/Wagner Meier/Getty Images Embed)


Retaliação do governo

Ao mesmo tempo, o governo brasileiro ainda procura por uma negociação com os EUA sobre a tarifa de 50% até 1º de agosto, mas Haddad ressalta que não descarta a possibilidade do prazo se esgotar sem uma resposta do governo americano. O ministro reforçou que o país não pretende retaliar com punição a empresas ou cidadãos americanos, citando que a Lei da Reciprocidade pode ser utilizada de maneira a não prejudicar a economia brasileira.

A Lei da Reciprocidade Econômica foi assinada por meio de decreto pelo presidente Lula em 14 de julho, como resposta às tarifas impostas pelo governo americano. A lei permite à imposição de retaliações econômicas – incluindo tarifas – em caso de barreiras comerciais unilaterais, financeiras e/ou de investimentos que afetem a soberania brasileira. As tarifas foram informadas por uma carta enviada por Donald Trump – presidente em ofício dos Estados Unidos – ao Brasil e ao presidente Lula.

Dólar fica a R$ 5,91, e bolsa sobe 0,07%

Na última sexta-feira (24), o dólar teve sua terceira queda seguida, fechando próximo a R$ 5,90. Com a posse de Donald Trump, o mercado financeiro do mundo inteiro vem observando seu mandato, desde que tomou a posse no dia 20 deste mês.

No Brasil, os analistas vêm averiguando a ascensão da inflação, que aumentou mais que o esperado para o mês de janeiro, mesmo que quando comparado com dezembro haja uma lentidão.

O dólar ganhou forte intensidade nas horas finais da sessão, contudo, encerrou no campo negativo, a R$ 5,918 na venda, com queda de 0,12%, que fez com que encerrasse a semana com uma perda de 2,42% no total.


Com queda do dólar durante posse de Donald Trump, o mercado finaceiro global fica de olho no mandato do presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Freepik/@pikisuperstar)

Mercado nacional

O IBOVESPA não tinha um fim definitivo enquanto o mercado global passava pelo clima negativo. Somente no fechamento fixou-se em uma queda de 0,03%, com 122.446,94 pontos, em uma alta de 0,079%.

Além do principal índice do mercado doméstico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve um aumento de 0,11% em janeiro, devido o alto preço dos alimentos, conforme dados divulgados pelo IBGE.

A alteração do IPCA-15 nos últimos 12 meses foi de 4,5%, uma pausa quando comparado com dezembro, quando ocorreu um acréscimo de 0,34%. Durante 2024, a alta total do índice foi de 4,71%.

Expectativa do mercado

Segundo a pesquisa da Reuters, a expectativa dos analistas do mercado era de que houvesse uma queda de 0,03% no mês, e uma alta total de 4,36% nos últimos 12 meses.

Os números estão acontecendo em conjunto com o ajuste do governo para redução dos preços dos alimentos, conforme reunião que o presidente teve na sexta-feira ao lado de um grupo de ministros.

A fim de resolver o preço dos alimentos, uma das soluções analisadas pelo governo é a de verificar os alimentos que estão mais caros no mercado interno do que no exterior, e diminuir as alíquotas de importação destes alimentos.

Rui Costa diz que, sendo aprovado, os alimentos vendidos no Brasil teriam um preço igual ou abaixo do mercado externo. Na mesma linha, Fernando Haddad confirmou na quinta-feira (24), que o governo federal vem trabalhando em alterações Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), para os alimentos ficarem mais baratos.

Dólar cai com aprovação de Pacote Fiscal e leilões do Banco Central

Após uma inclusão de US$ 8 bilhões no financeiro na última sexta-feira (20), o dólar decaiu no mesmo dia e, de modo a garantir que o valor da moeda aumente, neste sábado o Banco Central leiloou US$ 7 bilhões.

Na manhã deste sábado (21), o Banco Central vendeu por volta de US$ 3 bilhões, tendo realizado em seguida um leilão no valor de US$ 4 bilhões. Desde que o BC interviu por meio de leilões, que se iniciou na quinta-feira passada (12), a autarquia inseriu US$ 27,7 bilhões no financeiro.

O dólar fechou o dia com uma baixa de 0,87%, com uma cotação de R$ 0,6710. Somando o acúmulo da semana marcada pela alta oscilação do mercado, o dólar fechou em R$ 6,30, seu recorde, com a divisa tendo subido 0,69%. O IBOVESPA avançou 0,75%, com 122.102 pontos, e a queda da semana foi de 2,01%.

Presidente sobre as ações do Banco Central para queda do dólar

Os comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram bem recebidos sobre o Banco Central e a área fiscal, o que consolidou a diminuição convicta das cotações.

Lula afirmou que seu governo está atento às demandas e necessidades de novas medidas para a área fiscal, depois das ações efetuadas para proteção do arcabouço.

Os comentários do presidente foram acompanhados no vídeo pela presença de Fernando Haddad, ministro da Fazendo, Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, e Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central.

O pacote fiscal que auxiliou no recuo da moeda estadunidense

Investidores também foram muito auxiliados com o pacote fiscal aprovado no Congresso, mesmo com algumas demandas não tendo sido atendidas pelo governo, como, por exemplo, o limite de renda para o benefício de prestação continuada.

Dois aspectos do pacote fiscal já haviam sido aprovados antes de sua plena aprovação: a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que reduz despesas obrigatórias do Executivo, que foi promulgada pelo Congresso no início da tarde da última sexta-feira, bem como um projeto de lei complementar que funciona como uma trava para a despesa pública.


Lula fala sobre a autonomia do Banco Central (Reprodução: Vídeo/Instagram/@lulaoficial)


Após a difusão da PEC, no meio da tarde, o movimento de câmbio intensificou-se após o presidente publicar um vídeo no Instagram informando que Galípolo, que atuará como presidente do Banco Central no futuro, possui o apoio e confiança de toda a equipe da presidência.

Governo propõe mudanças no salário mínimo e abono salarial para reduzir gastos

O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (28), um conjunto de medidas fiscais que incluem ajustes nas regras do salário mínimo e do abono salarial. Conforme o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as mudanças fazem parte de uma estratégia para controlar as despesas públicas e, se aprovadas, podem gerar uma economia de R$ 2 bilhões para o país em 2025.

Reajuste do salário mínimo será limitado

A proposta mantém o reajuste do salário mínimo acima da inflação, mas estabelece um teto para o aumento real, limitado a 2,5% ao ano. Atualmente, o reajuste combina a inflação do ano anterior com o crescimento real do PIB de dois anos anteriores. Com a nova regra aprovada, a valorização seguiria a mesma fórmula, mas com a trava adicional.

Se essa mudança for aprovada pelo Congresso Nacional, o salário mínimo para 2025 será limitado a R$ 1.515, segundo cálculos realizados baseados nos novos critérios. A medida busca aliviar o impacto do reajuste em outras despesas vinculadas ao salário mínimo, como aposentadorias e benefícios sociais.


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: reprodução/Instagram/@fernandohaddadoficial)


Novos critérios para o abono salarial

Outra alteração proposta afeta o abono salarial, que hoje é pago a trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.824). Pela nova regra, o benefício será gradualmente limitado a quem ganha até 1,5 salário mínimo por mês (R$ 1.980), reduzindo o número de beneficiários.

Segundo o governo federal, o critério atual abrange cerca de 60% dos trabalhadores formais. A mudança é justificada pela valorização do salário mínimo e pelo recente aquecimento do mercado de trabalho, que ampliaram o alcance do abono salarial.

As propostas, que ainda dependem de aprovação no Congresso Nacional, fazem parte de um esforço mais amplo para equilibrar as contas públicas sem abrir mão de políticas de valorização real do salário mínimo.

Mudanças no Imposto de Renda: confira a lista de doenças que deixam de ter direito à isenção

As alterações no Imposto de Renda, divulgadas pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, limitam a isenção para pessoas que sofrem de “doenças graves”. Segundo as novas normas, indivíduos com doenças sérias, que podem causar sequelas ou até levar à morte, mas que possuem uma renda superior a R$ 20 mil mensais, perderão o direito à isenção total do Imposto de Renda.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva na manhã desta quinta-feira afirmou:

“Tem algumas distorções que estamos corrigindo com relação à saúde (no Imposto de Renda). Gastos com saúde continuarão dedutíveis na sua integralidade. Mas a isenção do IR por razões de saúde vai estar limitada a quem ganha até R$ 20 mil por mês.”


Isenção do IR por razões de saúde será reduzida (Foto: reprodução/
Priscila Zambotto/ Getty Images Embed)


Lista de doenças que perdem isenção total do IR

A partir de agora, as pessoas com doenças como moléstias profissionais (causadas pelo ambiente de trabalho), tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, câncer (neoplasia maligna), cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, doenças avançadas de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação e AIDS (com diagnóstico médico especializado) não terão mais isenção total do IR, caso sua renda mensal seja superior a R$ 20 mil.

Entretanto, uma mudança importante é que os contribuintes ainda poderão deduzir gastos com saúde do Imposto de Renda, independentemente da renda ou da doença. Isso inclui despesas com plano de saúde, psicoterapia, fonoaudiologia e outros tratamentos médicos. Essas deduções continuam sendo permitidas integralmente para todos os contribuintes, sem restrição, como já ocorria anteriormente. Isso visa garantir que o impacto financeiro de tratamentos médicos essenciais não seja prejudicado por mudanças na isenção do imposto.

Impactos na vida do paciente

Isso pode ser um grande desafio financeiro para aqueles que já enfrentam despesas elevadas com tratamentos médicos, medicamentos e acompanhamento especializado. Além do impacto financeiro direto do aumento no imposto, esses pacientes podem vivenciar um desgaste emocional e psicológico, já que a doença exige cuidados constantes e custos com saúde. O acréscimo de uma despesa tributária pode causar um fardo adicional em um momento em que o foco deveria ser a recuperação ou a gestão da condição de saúde.

Dólar atinge sua maior cotação, fechando em R$ 5,91

Na tarde desta quarta-feira (27, o dólar bateu sua máxima desde a pandemia do COVID-19, quando atingiu o valor de R$ 5,9007. Na data de hoje, a moeda chegou ao valor de R$ 5,9124.

Assim que foi liberada a notícia de que Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, anunciaria a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensalmente, o dólar aumentou. A isenção do IR é uma promessa da campanha de Lula, que aconteceria a partir de 2026.

O mercado financeiro hoje

O mercado financeiro, há semanas, aguarda maiores detalhes a respeito do pacote de corte de gastos públicos, que deve ser liberado pelo governo federal. O corte de despesas precisa ocorrer para que o déficit público de 2024 seja zerado. Conforme prometido pelo governo, a meta seria que, em 2024 e 2025, o déficit fosse zerado, igualando as receitas e os gastos, a fim de que a dívida federal não aumente.

Ainda hoje, Haddad deverá fazer um pronunciamento televisivo e radiofônico em rede nacional, e se espera que os cortes sejam abordados no discurso, que ainda não teve os tópicos a serem abordados, divulgados pelo governo. Contudo, sabe-se que a isenção do Imposto de Renda será abordado, devido a uma confirmação que ocorreu no blog da jornalista Julia Duailibi, apurado pelos jornalistas do G1, Gerson Camarotti e Guilherme Balza.


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images embed)


Isenção no pagamento de Imposto de Renda

Hoje estão isentos do pagamento de IR, quem recebe até R$ 2.259,20 por mês e, caso a isenção dos que recebem até R$ 5 mil seja o foco do discurso de Haddad, é possível que o tópico de cortes de gastos não seja abordado, o que faria com que os impostos fossem renunciados de tal forma que, no futuro, seria difícil cumprir as metas do arcabouço fiscal.

Havendo a isenção de IR, a dívida pública poderá ser comprometida futuramente, fazendo com que o pacote de cortes perca o seu propósito. Segundo Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, o custo da medida para os cofres públicos poderá ser de R$ 40 bilhões.

Enquanto aguarda o pronunciamento do ministro da Fazenda, o mercado financeiro mostrou-se muito defensivo e relutante quanto à aprovação da isenção do pagamento do Imposto de Renda para os que recebem até R$ 5 mil.

Com dólar aumentando, entenda o que pode ficar mais caro no Brasil

Nesta quarta-feira (06), o dólar está sendo negociado no câmbio comercial entre R$ 5,76 e R$ 5,86, com a vitória de Donald Trump nas eleições. O aumento do valor da moeda americana influencia diretamente no valor dos produtos brasileiros, pois grande parte da produção depende de insumos e maquinários importados, elevando o valor na compra.

Matérias-primas produzidas em larga escala no Brasil como trigo, gás e petróleo dependem da importação e, em função das cotações internacionais, o dólar encarece certos itens. Por isso o valor da moeda americana tem tanto impacto na vida dos brasileiros, desde um simples pão francês até o preço das passagens aéreas.


Trump eleito poderá trazer aumento do valor do dólar no Brasil (Reprodução/X/@AFP)

Produtos impactados pelo dólar

Itens como o pão francês, o macarrão e os biscoitos são atingidos pelo dólar, por serem alimentos com os preços definidos pelo mercado global. O Brasil é um dos maiores exportadores de commodities, matérias-primas que alteram seus valores, conforme o mercado internacional, como a soja, o milho e o trigo.

A gasolina também é um item atingido pelo valor do dólar. O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo da América Latina e ocupa uma posição relevante no cenário global. No entanto, ele tem seu valor atrelado ao mercado internacional de petróleo que, por sua vez, é cotado em dólar, por isso o valor da gasolina nos postos do Brasil tem aumentado, consideravelmente, a cada ano.

As passagens aéreas e os transportes públicos também sofreram alteração de preço com o aumento da moeda americana, visto que o valor das passagens estão diretamente ligadas ao valor dos combustíveis. Já os produtos eletrônicos são afetados, porque a produção de cada produto depende de uma grande cadeia de produção, incluindo insumos, peças e maquinários, cotados em dólar.

O discurso de Fernando Haddad

O aumento do dólar na última semana iniciou após a fala do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 29 de outubro, que diz que não haver prazo de divulgação de medidas voltadas para o corte de gastos. O dia terminou com uma alta de 0,92% do dólar, valendo R$ 5,761; a maior cotação da moeda americana desde 2021, quando atingiu R$ 5,766.

Não tem uma data, ele [Lula] que vai definir. Mas a gente está avançando a conversa, estamos falando muito com o Planejamento também. Fernando Haddad

Fernando Haddad e Simone Tebet estão trabalhando em um conjunto de medidas para corte de gastos, que já foram apresentados ao presidente Lula. Nos próximos dias, após diversas reuniões com os ministros, os planejamentos serão anunciados.

Reforma tributária: normas aprovadas pela Câmara aumentam a previsão de alíquota

Membros da equipe econômica do governo Lula estão revisando suas projeções sobre a alíquota-padrão para a futura tributação sobre o consumo, uma vez que a Câmara dos Deputados efetuou mudanças significativas no projeto de lei complementar relacionado à reforma tributária. Essas novas considerações indicam que a alíquota pode subir para cerca de 28%.

Além disso, os parlamentares ampliaram a relação de produtos e serviços que se beneficiarão de isenções ou redução nas alíquotas, o que poderá ter um impacto considerável na arrecadação tributária e na dinâmica econômica do país.

Anteriormente, as previsões do governo indicavam uma alíquota-padrão de 26,5%. O aumento esperado é atribuído à inclusão de carnes e queijos na cesta básica, à ampliação da alíquota reduzida para medicamentos e ao aumento de benefícios tributários para o setor imobiliário.

Com a reforma, será criado o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unificará PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. O IVA será dividido em duas partes: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), destinada à União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que ficará com estados e municípios.


Rodrigo Pacheco escolheu Eduardo Braga para relatar o projeto (Foto: reprodução/Jonas Pereira/Agência Senado)

A nova alíquota está sendo calculada após a aprovação do projeto regulatório pela Câmara em julho. No Senado, líderes afirmam que o avanço do projeto depende da retirada da urgência constitucional para votação em 45 dias, pois desejam uma análise mais tranquila, com a votação no plenário ocorrendo apenas após as eleições municipais de outubro.

Trava

A Câmara dos Deputados implementou um limitador para a alíquota-padrão, que funcionará como um gatilho: se a taxa de referência ameaçar ultrapassar 26,5%, medidas para reduzir a carga tributária serão ativadas. Assim, o Senado não precisa definir necessariamente uma alíquota nessa faixa.

Além disso, a proposta prevê que, em 2031, será avaliado se a soma das alíquotas de CBS e IBS (que entrarão em vigor em 2033) excederá 26,5%. Se isso ocorrer, o Executivo, juntamente com o Comitê Gestor, deverá enviar um projeto de lei para reduzir benefícios a determinados setores ou produtos.

Retorno

Para minimizar o impacto da inclusão de mais itens na cesta básica e aumentar os benefícios para setores como o imobiliário e mineral, os deputados adicionaram as empresas de apostas online (Bets) ao imposto seletivo. Contudo, aliados do ministro Fernando Haddad consideram que a arrecadação desse setor é incerta e pode não compensar a alta renúncia fiscal com as novas exceções.

Dólar vem perdendo força, fechando em queda e acumulando perdas

No exterior, o dólar vem enfraquecendo, o que ocorreu nesta sexta-feira (12), com o real, onde o dólar à vista fechou em baixa perante a moeda do Brasil. Os investidores acreditam que o Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, iniciará um corte de juros daqui a dois meses, em setembro.

Segundo o PPI do País, os dados do índice de preços ao produtos, a teoria de inflação mais fraca dos EUA, é contínua. Comparando mensalmente, o PPI subiu 0,2% em junho e, com base anual, houve um avanço de 2,6%. Apesar de não terem vindo linearmente, os números não extinguiram o otimismo que foi gerado pelo CPI mais fraco na véspera.

O dólar comercial teve uma queda de 0,20% em seu fechamento, sendo R$ 5,430 na compra, e R$ 5,431 para venda. Já o dólar turismo fechou em R$ 5,457 para compra, e R$ 5,637 para venda. O DOLc1, contrato de dólar futuro para agosto, teve uma queda de 5.444 pontos, referente a 0,12%.


Moeda estadunidense terá corte de juros em setembro (Foto: reprodução/Freepik/@jcomp)

O dólar no Brasil

Mesmo após ter aberto uma sessão no Brasil em baixa, conforme ocorreu em outros lugares do globo, ainda pela manhã o dólar ficou em alta, mediante novos dizeres a respeito do cenário fiscal, do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Às 09h20 o dólar registrou uma cotação de R$ 5,4160 (-0,48%) e, às 10h52, a cotação foi para R$ 5,4669 (+0,46%).

Ainda assim, à tarde, o dólar abaixou novamente. O que, segundo analistas, se deu pela compreensão de que haverá corte de juros em setembro por perto do Fed, o que faz com que as cotações da moeda abaixem.

Durante evento em São Paulo, o ministro sustentou que a expansão fiscal não é algo positivo para o País neste momento, além de ter afirmado que haverá cortes de gastos primários no governo Lula, se necessário, para ajuste de contas públicas. Ainda segundo Haddad, houve uma tentativa de sua parte para que o presidente baixasse a tensão com o Banco Central, mas em seguida atestou que Lula não está incorreto em suas insatisfações com atitudes da autarquia.

Apesar dos comentários sobre cortes para cumprimento da meta fiscal, dois funcionários da Reuters relataram que o ministro da Fazenda ainda não relatou quaisquer medidas precisas, o que é um incômodo para os investidores, em especial nas últimas semanas.

O índice DXY

A medição do da performance do dólar ocorre através do DXY, o índice do dólar, frente a uma cesta de seis divisas, onde ocorreu uma queda de 104,07 pontos em Nova Iorque, significando uma queda de 0,36%. Contudo, a moeda já apresentava baixas quando comparado aos pesos da China, do México e da Colômbia.

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou pela manhã que, após um período de inalteração em maio, o PPI subiu em 0,2% em junho, para a demanda final. O conselho previa uma alta de 0,1% e, nos últimos 12 meses até junho, houve um aumento de 2,6%, após o avanço de 2,4% em maio.

Mesmo com os dados passando por altíssimo, o mercado confia que o banco central do País possui informações o suficiente para que o primeiro corte de juros em setembro seja justificado.

Sistema do Siafi é alvo de fraude e desvio milionário

Está em apuração, nesta terça-feira (23), uma invasão e concretização do desvio de pelo menos R$3,5 milhões de reais sob suspeita de fraude ao Sistema Integrado de Administração Financeira, popularmente conhecido como Siafi. 

Em andamento 

As investigações envolvem diversos órgãos, como a Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Tribunal de Contas, que apuram a fraude. Incluindo o Branco Central, que foi enredado após suspeita do envio de parte do valor para terras internacionais, valor este ainda sem conclusão final de prejuízo, uma vez que ainda não foi concluída a contabilização do desvio total. 

Conforme informações transmitidas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) a outras áreas do poder público com autoridade para realizar e autorizar pagamentos, pelo menos três senhas foram usadas para tentar infligir operações com ligação a mais de 200 credores da União. 

Pelo que se sabe, no mínimo 17 senhas foram corrompidas, entretanto, não há confirmação de quantas dessas corrupções obtiveram triunfos.

Função e fraude 

O Sistema Integrado de Administração Financeira, controlado pelo STN, tem a função de gerir os pagamentos do governo federal, assumindo o papel da base de dados dos orçamentos financeiros e contábeis para órgãos da Administração Pública Direta, assim como fundações e empresas públicas federais. 

A fraude, ocorrida durante a Páscoa, foi identificada e com isso o STN passou a exigir diferentes licenças para emitir autorizações de pagamentos bancários, tirando de linha a modalidade usada pelos fraudadores.

A fraude consistia no acesso às ordens bancárias de diversas entidades e na alteração dos dados de beneficiários das emissões, assim desviando uma sucessão de operações em dinheiro público por um mecanismo de débito automático semelhante ao Pix, o OBpix, que foi descredenciado assim que a fraude foi notada.


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Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, vinculado ao STN, que é operacionalizado pelo Ministério da Fazenda


Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, informou que já foi notificado sobre a invasão ao Siafi e afirmou que a investigação ainda está em andamento. Um responsável já foi identificado, entretanto, por correr em segredo judicial, Haddad não possui ciência de nomes. 

Conforme apurações do G1, uma reunião já aconteceu no dia 12 de abril para comunicar aos órgãos ordenadores de despesas que o Siafi havia sido invadido e violado.