Gaza: Relatórios palestinos indicam que número de mortos supera 70 mil

Neste sábado (29), o número de mortos na Faixa de Gaza superou 70 mil, conforme dados das autoridades palestinas. Ao mesmo tempo, equipes de emergência continuam removendo destroços acumulados após meses de ofensivas contínuas. Além disso, representantes locais afirmam que muitos corpos ainda não foram localizados nem registrados oficialmente.

Desde a implementação do cessar-fogo, há aproximadamente seis semanas, equipes de resgate localizaram mais de 600 corpos. Entretanto, profissionais envolvidos nas buscas relatam entraves operacionais que dificultam a retirada integral dos escombros. Por esse motivo, analistas avaliam que o total de vítimas ainda deve aumentar de maneira significativa.

Resgates continuam e desaparecidos preocupam autoridades

No cenário atual, a Defesa Civil de Gaza estima que cerca de dez mil pessoas permanecem soterradas no território. Ainda segundo o órgão, essas vítimas morreram durante bombardeios realizados ao longo do conflito. Diante disso, equipes mantêm buscas mesmo diante da falta de maquinário e combustível.


Ataque retaliatório de Israel a Gaza (Foto: reprodução/Omar AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)


Além disso, o Ministério da Saúde informou a morte de mais de 350 palestinos após o início da trégua. De acordo com o comunicado, os óbitos ocorreram durante ações das forças israelenses. Ainda assim, o cessar-fogo segue oficialmente válido, apesar das denúncias frequentes.

Mortes de civis alimentam divergências e críticas

As autoridades da Faixa de Gaza divulgam os dados sem separar civis de integrantes do Hamas. Ainda assim, o Ministério da Saúde local sustenta que mulheres e crianças formam a maior parte das vítimas. Conforme o levantamento, mais de dez mil mulheres e aproximadamente 20 mil crianças morreram ao longo de dois anos de conflito.

Assim também, Israel reconhece a morte de civis palestinos durante o conflito armado. Porém, o governo israelense questiona a confiabilidade dos números apresentados pelo ministério local. Além disso, acusa o Hamas de operar em áreas civis e usar moradores como proteção estratégica.

Acordos recentes ampliam expectativas e tensões

No início de outubro, o Hamas libertou os últimos 20 reféns israelenses que permaneciam em poder do grupo. A medida integrou o acordo de cessar-fogo firmado com mediação internacional. Durante as negociações, o presidente dos Estados Unidos classificou o gesto como um marco simbólico. Paralelamente, Israel deu início à liberação de cerca de 1.968 prisioneiros palestinos, o que renovou expectativas de redução das tensões na região.


Israel anunciou ataques aéreos após o cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Posteriormente, Hamas e Israel anunciaram um acordo de paz referente à primeira fase da trégua. Dias depois, Trump alertou que Israel poderá retomar a região se houver descumprimento do acordo. Segundo ele, a Casa Branca apoiará ações severas diante de novas mortes em Gaza. Por fim, o presidente reforçou a exigência de cumprimento rigoroso dos termos acertados.

Após Catar garantir vaga na Copa do Mundo, jogador faz promessa de ajuda a Gaza

Na última terça-feira, dia 14 de outubro, o atacante catari Hassan Al-Haydos fez a promessa de ajudar na reconstrução da Faixa de Gaza, que está devastada após passar por dois anos de guerra. A declaração aconteceu depois da vitória da Seleção Masculina de Futebol do Catar sobre a Seleção dos Emirados Árabes Unidos, nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026: a conquista da Seleção do Catar garantiu a classificação direta da delegação para o torneio mundial. Essa será a segunda participação do país na Copa do Mundo – a primeira vez que o Catar disputou a competição foi na edição de 2022, quando era o país-sede da Copa do Mundo. 

As promessas de Hassan Al-Haydos

Hassan Al-Haydos, depois do Catar ganhar dos Emirados Árabes Unidos, prometeu que ajudaria financeiramente na reconstrução de Gaza. As promessas giraram em torno de um financiamento para construir uma escola e um ginásio. Hassan Al-Haydos é o jogador que esteve em mais jogos defendendo a camisa da Seleção do Catar. 


 

Catar se classifica para a Copa do Mundo 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@tntnsportsbr)

O atacante Hassan Al-Haydos disse: “Em momentos de alegria, continua sendo nossa responsabilidade lembrar o sofrimento de nossos irmãos e irmãs ao redor do mundo e fazer do nosso sucesso uma motivação para doar. É maravilhoso que esta classificação coincida com a cúpula de paz e o sucesso do acordo de cessar-fogo em Gaza”. Hassan Al-Haydos ainda falou que o caminho para uma nova vida é constituído pela educação e pelo esporte.

A guerra na Palestina

O conflito mais recente nos territórios palestinos, onde a Faixa de Gaza está localizada, durou mais de dois anos. A paisagem de Gaza, que antes era povoada, cheia de vida e repleta de construções, se tornou um emaranhado de destroços, causados pelo conflito armado e pelos bombardeios advindos de Israel. 

A reconstrução tem sido debatida após o cessar-fogo entrar em vigor na última sexta-feira, dia 10 de outubro. A violência foi imensa: pessoas foram sequestradas e mantidas como reféns; na Palestina, quase 70 mil pessoas perderam a vida, segundo órgãos governamentais palestinos. 

“A pior de todos os tempos”: Trump critica imagem de capa da Time em meio a elogios por Gaza

Em um episódio que mescla vaidade pessoal e o intrincado relacionamento com a mídia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou sua plataforma Truth Social na terça-feira (14) para emitir uma crítica surpreendentemente direcionada à sua própria imagem de capa na revista Time. Embora a reportagem principal da edição o elogiasse por uma significativa conquista diplomática, o foco do líder americano recaiu sobre a fotografia escolhida, que ele classificou como “a pior de todos os tempos”.

A edição em questão, cuja capa estampa o título “O triunfo dele” e destaca “O líder que Israel precisava” e “Como Gaza se recupera”, celebra o papel decisivo do republicano na intermediação do cessar-fogo em Gaza, que foi iniciado na semana passada e já resultou na libertação de todos os reféns vivos. No entanto, mesmo diante de um título tão lisonjeiro, Trump demonstrou insatisfação com o visual apresentado.

Trump critica foto publicada

“A revista Time escreveu uma matéria relativamente boa sobre mim, mas a foto pode ser a pior de todos os tempos”, escreveu o presidente em sua rede social. O cerne de sua queixa reside nos detalhes da imagem, que, segundo ele, teriam  “desaparecido” com seu cabelo, substituindo-o por algo que “parecia uma coroa flutuante, mas extremamente pequena. Muito estranho!”, completou.

Conhecido por sua atenção meticulosa à imagem pública, o presidente americano expressou um descontentamento particular com o ângulo da foto. “Eu nunca gostei de tirar fotos de ângulos inferiores, mas esta é uma foto super ruim e merece ser criticada”, declarou, questionando em tom de desconfiança:  “O que eles estão fazendo, e por quê?”, continuou. A reação de Trump não é inédita, refletindo seu histórico de atrito com veículos de imprensa, mesmo quando o conteúdo das matérias lhe é favorável.


Publicação da capa de Trump pela revista Time (Foto: reprodução/X/@TIME)

Capa da Time gera repercussão global

A controvérsia em torno da capa de uma das mais influentes revistas americanas rapidamente ganhou repercussão internacional e nas redes sociais, com observadores interpretando o episódio como mais um capítulo na relação complexa e por vezes turbulenta do republicano com a imprensa.

Enquanto a reportagem da Time projeta o acordo de Gaza como uma potencial “conquista marcante” de seu segundo mandato, a crítica do presidente desvia o foco do sucesso diplomático para a estética da representação, reforçando a natureza combativa de sua interação com o jornalismo. A revista Time, até o momento, não se pronunciou sobre as críticas.

Biden celebra cessar-fogo em Gaza e elogia Trump por esforços diplomáticos

O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou nesta segunda-feira (13) “profundo alívio e gratidão” após o anúncio do cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos últimos 20 reféns vivos do Hamas. Em comunicado divulgado no X, Biden destacou a importância humanitária do acordo e enfatizou o sofrimento de civis israelenses e palestinos ao longo do conflito. O tom conciliador do texto chamou a atenção por buscar unidade em um momento de extrema tensão política global.

“Um inferno inimaginável” e esperança de reconstrução

Na publicação, Biden afirmou estar “profundamente grato e aliviado por este dia ter chegado”, ressaltando a dor enfrentada pelas vítimas do conflito. O ex-presidente afirmou ainda, através de sua rede X, que não consegue nem imaginar o inferno que os últimos 20 reféns vivos devem ter passado, mas que, felizmente, eles finalmente se reencontrariam com suas famílias. Biden também citou os civis em Gaza que sofreram perdas gigantescas e finalmente terão a chance de recomeçar e reconstruir suas vidas com o cessar-fogo. As palavras do ex-presidente ecoaram entre diplomatas e observadores internacionais como um gesto de empatia e compromisso com a paz.

Em um movimento incomum na política americana recente, Biden fez questão de elogiar Donald Trump pelo papel desempenhado nas negociações que levaram ao cessar-fogo. “O caminho para este acordo não foi fácil. Meu governo trabalhou incansavelmente para trazer os reféns de volta para casa, levar alívio aos civis palestinos e encerrar a guerra. Elogio o presidente Trump e sua equipe por seu trabalho para levar um novo acordo de cessar-fogo até a linha de chegada”, afirmou. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reforçar a importância da diplomacia acima das divisões partidárias.


Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Hamas (Vídeo:reprodução/YouTube/@uol)

Diplomacia e reconstrução no Oriente Médio

Biden também sublinhou o papel dos Estados Unidos na mediação do processo e defendeu a continuidade do diálogo regional. Segundo ele, o cessar-fogo representa uma oportunidade para reconstrução e estabilidade. “Agora, com o apoio dos Estados Unidos e do mundo, o Oriente Médio está em um caminho para a paz que espero que perdure e para um futuro para israelenses e palestinos com medidas iguais de paz, dignidade e segurança”, concluiu. O posicionamento foi amplamente visto como uma reafirmação da política externa americana voltada à cooperação multilateral.

A declaração de Biden teve forte repercussão tanto em Washington quanto no cenário internacional. Analistas apontam que o reconhecimento público a Trump pode sinalizar uma estratégia de distensão política interna, ao mesmo tempo em que reforça o papel dos Estados Unidos como mediador central nas crises do Oriente Médio. O cessar-fogo, embora celebrado, ainda levanta dúvidas sobre sua durabilidade e sobre os próximos passos para garantir uma paz sustentável entre israelenses e palestinos.

Reconhecimento diplomático: Israel anuncia maior honraria civil a Donald Trump

O cenário político e diplomático internacional ganhou destaque nesta segunda-feira (13), com o anúncio de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será agraciado com a Medalha de Honra Presidencial Israelense, a maior honraria civil concedida pelo Estado judeu. O reconhecimento, oficializado pelo presidente de Israel, Isaac Herzog, é uma resposta direta à atuação de Trump na mediação que culminou no atual acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e na iminente libertação dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza por mais de dois anos.

A notícia foi divulgada em paralelo à chegada de Trump a Israel na manhã desta segunda-feira, marcando o início de uma breve, mas intensa, visita ao país. A Medalha de Honra Presidencial, que já foi concedida a figuras de destaque internacional como o ex-presidente dos EUA Barack Obama em 2013, é reservada a indivíduos que demonstraram uma “contribuição extraordinária ao Estado de Israel ou à humanidade”.

Trump será homenageado por papel decisivo em acordo de cessar-fogo

Em um comunicado oficial, o presidente Herzog enfatizou a relevância dos esforços do líder americano: “Por meio de seus esforços incansáveis, o presidente Trump não apenas ajudou a trazer nossos entes queridos para casa, mas também lançou as bases para uma nova era no Oriente Médio, construída com base na segurança, cooperação e esperança genuína por um futuro pacífico”. Herzog classificou como uma “grande honra” a futura entrega da comenda.

O papel de Donald Trump foi classificado como “central nas negociações” que garantiram o acordo de cessar-fogo e a prometida libertação dos reféns israelenses. Contudo, apesar do peso do anúncio, a cerimônia de entrega da medalha não ocorrerá de imediato. O presidente Herzog informou que Trump será notificado sobre a premiação durante sua visita e a receberá formalmente “nos próximos meses“.


Donald Trump no Knesset, o Parlamento de Israel (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Agenda internacional e clima de incerteza

A agenda do Trump em Israel inclui um discurso no Parlamento (Knesset) e encontros com familiares dos reféns, antes de seguir viagem para o balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito. Lá, ele participará de uma cúpula com mais de 20 líderes internacionais, onde está prevista uma declaração formal sobre o fim da guerra em Gaza.

Apesar do otimismo de Trump, que no domingo, ao embarcar na Base Aérea de Andrews, declarou que “a guerra terminou“, a afirmação ainda paira sob o signo da incerteza. Segundo fontes próximas às negociações, Israel e Hamas continuam a ter divergências em relação aos termos finais do conflito, sugerindo que o fim das hostilidades, embora iminente, ainda não está totalmente consolidado. A condecoração, portanto, celebra uma etapa crucial de um processo de paz ainda em curso.

Hamas libera últimos reféns vivos e acordo de cessar-fogo marca virada na guerra

Em um dia histórico e simbólico, o grupo Hamas libertou nesta segunda-feira (13) os últimos 20 reféns israelenses vivos que estavam em cativeiro há mais de dois anos, como parte do acordo de cessar-fogo com Israel. Donald Trump, presente às negociações, definiu o momento como “o fim de uma era de mortes e terror”. Israel também iniciou a soltura de cerca de 1.968 prisioneiros palestinos, numa troca que reacende esperanças de estabilidade na Faixa de Gaza.

Os reféns, em sua maioria jovens homens, foram recebidos em Israel sob forte comoção. Multidões celebraram o retorno com abraços, lágrimas e agradecimentos enquanto o Presidente Trump discursava no Parlamento israelense. Ele recebeu aplausos por parte dos deputados e foi ovacionado ao afirmar que o Oriente Médio “entra em tempos de paz”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também declarou que a guerra passou e que Israel adentra uma nova fase. O cessar-fogo foi assinado em Sharm el-Sheikh, no Egito, durante cúpula que reuniu mais de 20 líderes mundiais.

Troca de prisioneiros do Hamas e impacto humanitário

Simultaneamente à libertação dos reféns, cerca de 1.968 prisioneiros palestinos foram soltos por Israel. Esses prisioneiros chegaram à Faixa de Gaza e à Cisjordânia em ônibus sob forte escolta, onde foram recebidos por milhares de pessoas.

A tensão no conflito entre Israel e Hamas deixou mais de 67 mil palestinos mortos e provocou um desastre humanitário na região — com deslocamentos em massa e infraestrutura destruída. Com os acordos em curso, espera-se que o fluxo de ajuda humanitária para Gaza aumente significativamente. Trump afirmou que Hamas teria autorização temporária para realizar operações de segurança interna em Gaza, com o objetivo de evitar o vácuo de poder e conter saques e caos nas ruas.

Desafios para uma paz duradoura

Embora o cessar-fogo pareça colocar fim aos confrontos mais intensos, muitos pontos do acordo ainda carecem de definição. O plano negociado propõe que o Hamas devolva armas, que Israel retire tropas progressivamente e que seja criado um conselho para supervisionar Gaza no pós-guerra — none desses elementos foi confirmado plenamente até o momento.

Hamas, por sua vez, declarou ter recebido garantias de mediadores internacionais para retomar certa autoridade de segurança local, cumprindo parte de seu próprio papel no governo local, apesar de ainda resistir ao desarmamento total.


Plantão da TV Globo anuncia a liberação dos reféns do Hamas durante a madrugada (Vídeo: reprodução/X/@forumeplay)

Críticos alertam que o acordo parece tratar apenas da “primeira fase” de uma paz instável. A troca de reféns e prisioneiros é um passo simbólico, mas as disputas sobre arrecadação, reconstrução, controle territorial e governança de Gaza ainda são batalhas que permanecem abertas.

Apesar da celebração pública e do simbolismo da libertação, analistas avaliam que o acordo representa mais uma trégua tática do que o início de uma paz duradoura. A presença de Donald Trump como mediador reacendeu debates sobre o papel dos Estados Unidos no Oriente Médio — e sobre o quanto o novo pacto favorece politicamente tanto Washington quanto Tel Aviv.

Fontes diplomáticas ligadas à ONU afirmam que a reconstrução de Gaza ainda enfrenta obstáculos logísticos e políticos. Israel exige supervisão internacional rigorosa para entrada de recursos, enquanto o Hamas tenta garantir espaço político interno, resistindo à perda de autoridade. A União Europeia e o Egito pressionam por um corredor humanitário permanente, mas temem que as disputas internas entre facções palestinas atrasem o processo.

Em Tel Aviv, o clima é de cautela. Mesmo com o retorno dos reféns, parte da população teme que o cessar-fogo seja apenas uma pausa temporária antes de novos bombardeios. Em Gaza, a população celebra o fim imediato da violência, mas vive sob ruínas e escassez — com energia racionada, hospitais colapsados e milhares de desabrigados.

Mais do que um tratado, o acordo marca o início de uma disputa silenciosa por controle e legitimidade. Se a libertação dos reféns encerra um capítulo da guerra, o próximo — o da reconstrução e da governança — pode ser ainda mais decisivo para o futuro do Oriente Médio.

Família reencontra refém israelense libertado pelo Hamas

Omri Miran, cidadão israelense mantido refém pelo Hamas por mais de dois anos, foi libertado nesta segunda-feira (13), durante o mais recente cessar-fogo na Faixa de Gaza. O vídeo de seu reencontro com a esposa e o pai, divulgado nas redes sociais e por veículos internacionais, mostra abraços emocionados e lágrimas após mais de 700 dias de incerteza.

A libertação faz parte de uma nova etapa nas negociações entre Israel e o grupo palestino, que também prevê a troca de prisioneiros e assistência médica aos libertados.

Emoção marca o retorno dos reféns a Israel

O retorno de Omri Miran e de outros reféns libertados pelo Hamas provocou grande comoção em Israel. Imagens divulgadas pelo Exército israelense mostram familiares aguardando em bases militares e hospitais preparados especialmente para receber os libertos. Psicólogos, médicos e agentes de segurança acompanharam todo o processo de acolhimento, oferecendo suporte físico e emocional após o longo período de cativeiro.

Autoridades israelenses classificaram as libertações como um avanço humanitário significativo, embora reforcem que ainda há dezenas de pessoas mantidas em Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agradeceu o trabalho das forças de resgate e destacou que está comprometido com a paz. O caso reacendeu o debate sobre os impactos humanitários do conflito e sobre as condições dos prisioneiros em meio às negociações em curso.


Vídeo mostra família reencontrando refém israelense libertado pelo Hamas (Vídeo: reprodução/Youtube/@New York Post)

Reencontros renovam esperança em meio ao conflito

As cenas de alegria e alívio contrastaram com o cenário de destruição em Gaza e a tensão que ainda domina a região. Para muitas famílias, o reencontro representa um raro momento de esperança em meio à guerra, reacendendo o desejo por uma solução duradoura. Especialistas em relações internacionais destacam que libertações como essa têm peso simbólico, pois reforçam a importância de canais diplomáticos mesmo em contextos de hostilidade.

Nas redes sociais, milhares de mensagens celebraram o retorno dos reféns, enquanto grupos humanitários pediram a continuidade dos esforços para garantir a libertação de todos os sequestrados. O caso de Omri Miran tornou-se símbolo da resistência e da dor compartilhada por famílias que seguem aguardando notícias de seus entes queridos, lembrando que cada vida recuperada é um passo em direção à paz.

Acordo de Paz entre Israel e Hamas é assinado

O grupo Hamas e o governo de Israel chegaram a um acordo de Paz na noite desta quarta-feira (8), marcando a primeira fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza, após semanas de intensas negociações. Anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em suas redes sociais, o compromisso foi mediado por potências internacionais, incluindo Catar, Egito e Turquia. Entre as medidas adotadas estão a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da escalada, em 07 de outubro de 2023.

Em seu comunicado, Trump destacou que este é um passo importante que pode abrir caminhos para uma paz duradoura na região. Contudo, muitos detalhes da tratativa continuam sendo discutidos, com a implementação de várias cláusulas que dependem de condições políticas complexas e futuras negociações entre as partes envolvidas.

Complexidade do acordo

Ainda em fase inicial, o acordo prevê que o grupo Hamas liberte todos os reféns em um prazo de 72 horas, com expectativa de que, até o próximo sábado (11), a libertação seja concluída. No entanto, o Hamas solicitou um prazo maior para devolver os corpos das vítimas, indicando a complexidade das questões humanitárias ainda em jogo nas negociações. Segundo informações, 48 reféns israelenses são mantidos em território palestino, destes 20 estariam vivos.


Publicação de Benjamin Netanyahu sobre libertação dos reféns israelenses (Foto: reprodução/X/@netanyahu)

Em contrapartida, Benjamin Netanyahu se comprometeu a libertar prisioneiros palestinos mantidos em território israelense, algo imposto pelo grupo Hamas desde o início das negociações. Além disso, o governo de Israel deve retirar suas tropas da Faixa de Gaza, sinalizando um recuo militar. No entanto, essa é uma questão ainda em aberto, já que os detalhes sobre onde as tropas se posicionarão permanecem incertos.

As negociações

As negociações para o cessar-fogo começaram logo após o ataque ocorrido há dois anos, ao sul da Faixa de Gaza, em Re’im, no deserto de Negev, durante um festival de música eletrônica, quando o grupo Hamas sequestrou 251 reféns e matou centenas de pessoas na ofensiva, de acordo com informações divulgadas à época. Porém, os vários acordos anteriores foram violados e a assinatura deste novo compromisso oferece esperança para a redução das hostilidades na região.

A proposta aceita foi apresentada pela Casa Branca em setembro deste ano, com uma série de medidas, incluindo uma zona de segurança para Israel e um governo de transição palestino sob supervisão internacional, sem intervenção, direta ou indireta, do grupo Hamas. Porém, conforme especialistas, a assinatura do acordo não significa o fim imediato das tensões entre as partes, uma vez que as divergências ideológicas e políticas permanecem.


 

Publicação da Casa Branca sobre o acordo assinado entre o grupo Hamas e o governo de Israel (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Desde o ataque, a Faixa de Gaza tem sido palco de um intenso conflito, com mais de 60 mil mortos palestinos, segundo estimativas divulgadas pelo Hamas. Embora o novo plano indique que um Estado independente da Palestina poderia ser uma possibilidade futura, ele está condicionado a uma série de reformas internas e à pacificação do território.

O futuro da Faixa de Gaza também envolve a reconstrução da infraestrutura devastada e a entrada de ajuda humanitária, o que exigirá um esforço internacional considerável. O “Conselho da Paz”, será liderado por Donald Trump, que supervisionará a reconstrução e os recursos destinados à população Palestina.

Expectativas internacionais

Em suas declarações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou a assinatura do acordo, ressaltando a importância da libertação dos reféns e o “grande dia” para o Estado de Israel. Se comprometendo a submeter o tratado à aprovação interna de seu governo e elogiando o trabalho das forças de defesa do país. “Graças à coragem e ao sacrifício dos nossos soldados, chegamos a este dia”, disse Netanyahu, referindo-se ao esforço militar israelense na região.

O grupo Hamas, por sua vez, expressou gratidão aos mediadores, mas reforçou a necessidade de garantir que Israel cumpra todos os termos do acordo, especialmente no que diz respeito ao fim das agressões e à implementação das condições acordadas.


Publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre o acordo de cessar-fogo (Foto: reprodução/X/@ONUNews)

Em contrapartida, a comunidade internacional observa de perto o desenvolvimento dos próximos passos, na esperança de que a primeira fase do cessar-fogo possa ser o início de uma negociação mais ampla e, eventualmente, de uma solução política para o impasse de décadas. Embora ambicioso, o compromisso enfrenta muitos obstáculos, desde a reconciliação interna da Palestina até a aceitação do governo de Netanyahu, que rejeita a criação de dois Estados.

 

 

Grupo de brasileiros detidos em flotilha por Israel chega ao Brasil nesta quinta

Os treze brasileiros detidos pela Marinha de Israel durante a flotilha Global Sumud devem retornar ao Brasil nesta quinta-feira (9), com desembarque no Aeroporto de Guarulhos–SP. Eles haviam sido presos na prisão de Ktzi’ot e em seguida transferidos via terrestre até a fronteira com a Jordânia, após terem sido deportados, de acordo com a organização responsável pela flotilha.

A previsão é de que o voo procedente de Doha chegue ao Brasil por volta das 10h40, desembarcando em São Paulo. No aeroporto, as famílias e os amigos dos brasileiros devem aguardar junto à coletiva de imprensa. 

Deportação do grupo

Após deixarem a prisão de Ktzi’ot, eles foram levados a pé para a Jordânia, atravessando a ponte Allenby/Rei Hussein. De acordo com a organização da flotilha, as autoridades israelenses não permitiram acesso direto aos brasileiros, negando também uma possível comunicação e interação com eles, enquanto estivessem sob custódia da prisão. 

Entre os brasileiros deportados estão Thiago Ávila, ativista, e Luizianne Lins, deputada federal do Ceará. Na segunda-feira (6), o primeiro deportado do grupo desembarcou no Rio de Janeiro, sendo também o primeiro brasileiro a retornar ao Brasil. Nicolas Calabrese é cidadão argentino e italiano, e vive no Brasil há mais de dez anos, atuando como professor de educação física. 


Thiago Ávila, ativista brasileiro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Europa Press News)

Interceptação da flotilha

O grupo de brasileiros foi interceptado por Israel na semana passada, durante os dias 1 e 2 de outubro, entre a noite e a madrugada. O objetivo da flotilha era levar ajuda humanitária para Gaza, através de uma frota de 44 navios, que levavam mais de 460 pessoas. 

Além dos treze brasileiros, os barcos ainda levavam cidadãos de outros 40 países, como Argentina, Colômbia, África do Sul e Nova Zelândia, que também foram presos e deveriam deixar a prisão junto aos brasileiros. 

A organização da flotilha classificou a intercepção como “um ataque ilegal a agentes humanitários” e confirmou que as autoridades consulares do Brasil prestaram assistência durante a transição entre os países. Já Israel afirmou que os ativistas estavam apenas provocando o país, sem estarem realmente interessados em ajudar Gaza. Não foi a primeira vez que ativistas tentaram chegar a Gaza para oferecer ajuda humanitária, mas também foram interceptados por Israel ou sofreram algum ataque. 

Casa Branca aposta em libertação de reféns para selar acordo histórico de paz em Gaza

O cessar-fogo em Gaza pode avançar com a libertação imediata dos reféns mantidos pelo Hamas. Segundo Israel, 48 reféns permanecem em Gaza, dos 251 capturados pelo grupo durante seu ataque de outubro de 2023, sendo que 20 estão vivos e os demais morreram. A informação foi divulgada neste domingo, 5 de outubro de 2025, reforçando a urgência das negociações internacionais.

A secretária de imprensa Karoline Leavitt destacou que uma ação rápida é crucial para que o plano de paz do presidente Donald Trump, negociado no Egito, se transforme em um marco histórico no Oriente Médio. Ela afirmou que a libertação dos reféns é apenas o primeiro passo de um processo maior, que inclui medidas humanitárias e políticas para Gaza e Israel.

Leavitt ainda ressaltou que, embora a situação exija cautela, é necessário agir com rapidez para gerar confiança e estabilidade na região. “Cada dia conta, e queremos ver progresso tangível o quanto antes”, afirmou, sublinhando a prioridade do governo norte-americano em avançar no cessar-fogo em Gaza.

Cessar-fogo em Gaza depende de ação rápida

Segundo Leavitt, Trump acompanha de perto as negociações e busca que cada etapa seja executada com agilidade. As equipes técnicas, incluindo o enviado especial Steve Witkoff e o assessor Jared Kushner, concentram-se nos detalhes da libertação dos reféns e na revisão das listas de prisioneiros.

“Queremos agir com rapidez. A libertação dos reféns é o primeiro passo para garantir que o cessar-fogo em Gaza avance de forma eficaz, reduzindo imediatamente os riscos à segurança de Israel e dos Estados Unidos”, afirmou Leavitt.

Além disso, a Casa Branca acredita que o impulso gerado pela libertação dos reféns pode acelerar negociações adicionais. Analistas internacionais observam que o sucesso dessa fase inicial será decisivo para criar um ambiente propício a um acordo mais amplo, incluindo medidas humanitárias, de segurança e iniciativas como estabelecer Gaza como uma região livre de atividades terroristas, conforme propõe o plano de Trump.


Secretária de imprensa dos EUA Karoline Leavitt (Foto:reprodução/Getty Images Embed/Alex Wong)

ONU pronta para ampliar ajuda humanitária em Gaza

Enquanto isso, a ONU declarou que está preparada para atuar assim que o cessar-fogo em Gaza for aprovado. O porta-voz Stephane Dujarric informou que milhares de toneladas de suprimentos estão prontas para serem entregues, garantindo assistência imediata à população.

Segundo Tom Fletcher, coordenador de ajuda de emergência, US$ 9 milhões já foram destinados para manter hospitais, padarias e sistemas de água em funcionamento. “Se o acordo for implementado, poderemos ampliar a ajuda rapidamente e alcançar ainda mais pessoas”, destacou.

Pressão das famílias de reféns por avanço no cessar-fogo em Gaza

Familiares de reféns israelenses se reuniram em frente à residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Jerusalém, exigindo ações rápidas. O ato coincidiu com o feriado de Sucot e com o segundo aniversário dos ataques do Hamas.

Entre os manifestantes, Einav Zangauker, mãe de um jovem sequestrado, fez uma oração pedindo pela libertação dos reféns e pelo início de um processo que traga estabilidade e paz. “Cada dia conta para que o cessar-fogo em Gaza seja uma realidade duradoura”, disse.


Hamas concorda em entregar reféns em acordo com os EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Casa Branca reforça importância da libertação de reféns

Leavitt reiterou que a libertação dos reféns é o ponto de partida de todo o processo. “É assim que a equipe do presidente se sente: libertar os reféns primeiro e depois passar para a próxima etapa, garantindo que o cessar-fogo em Gaza se torne uma realidade sustentável”, afirmou.

Também, a Casa Branca busca criar impulso suficiente para que todos os outros pontos do plano avancem, estabelecendo um caminho para uma paz duradoura e segura.

Contexto e próximos passos para o cessar-fogo em Gaza

O plano de Trump prevê medidas humanitárias, liberação de prisioneiros e garantias de segurança para Israel e Gaza. Especialistas internacionais reforçam que o sucesso depende da cooperação entre os atores regionais e do monitoramento das condições no terreno.

Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente, e equipes humanitárias permanecem prontas para agir imediatamente. A expectativa é que, com a libertação dos reféns, ocorra um efeito positivo, contribuindo para consolidar o cessar-fogo em Gaza.